sábado, 15 de janeiro de 2011

Desvendando PJ: Livro 1 - Capítulos 4, 5 e 6

Vou continuar, mas aviso que, a partir destes capítulos, percebe-se que o filme é realmente uma adaptação de roteiro. Começam a aparecer inúmeras diferenças drásticas e só vou apontar algumas mais discrepantes.

LIVRO vs. FILME
  • O Minotauro realmente aparece como o segundo monstro da trama para atacar o carro onde estão Percy, sua mãe Sally e Grover. Mas aqui tem algumas coisas a se questionar. No filme, o Minotauro joga uma vaca na frente do carro e Sally perde o controle do veículo e capota. No livro, o carro é atingido por um raio (!!!) e capota. Mas espere... um raio? Ele não foi roubado? Quem atirou esse raio? Espero que isso seja respondido mais para frente...
  • Outra coisa é a atuação de Grover nesse combate. No filme, Grover ajuda Percy e Sally a saírem do carro e é aí que Percy descobre que Grover é um sátiro. É nesse combate também que Percy usa pela primeira vez a caneta/espada. No livro, Grover fica inconsciente durante TODO o combate com o Minotauro!
  • A "morte" da mãe parece condizer com o livro.
  • O fim do Minotauro é parecido. Percy realmente usa o chifre dele para derrotá-lo (sem touradas como no livro), mas no filme, o monstro só tomba. O que ocorre no livro é que o Minotauro tem o mesmo destino da Fúria: vira pó (banimento para o Tártaro). Além disso, Percy fica com o pedaço do chifre ao invés de descartá-lo como na telona.
  • A presença de Annabeth no livro e no filme são BEM diferentes. Ela é descrita como uma menina de cabelos loiros e cacheados, ou seja, nada parecida com Alexandra Daddario, atriz ruiva de cabelos lisos escolhida para personificá-la. A personagem entra na história na enfermaria onde Percy se recupera do combate com o Minotauro. No filme, ela só chega pouco antes da Batalha das Bandeiras. E essas são só as primeiras diferenças... pois parece que ela foi mesclada a uma personagem que não existe no filme: Clarisse, filha de Ares.
  • Na enfermaria também somos rapidamente apresentado ao segurança Argos, com olhos por todo corpo, mas esse personagem não aparece no filme.
  • Somos apresentados também ao Néctar e à Ambrosia, a bebida e a comida dos deuses que possuem funções curativas. Esses dois elementos não aparecem no filme.
  • No Acampamento Meio-Sangue, temos outras mudanças drásticas e (acredito eu) importantíssimas. Primeiro, ficamos sabendo que o responsável pelo acampamento é o Sr. D., que, na verdade, é Dionísio! No filme, temos a impressão que o responsável é o Sr. Brunner/Quíron. Sr. D., Sr. Brunner e Grover contam a história dos deuses nos EUA para Percy num jogo chamado pinochle (tipo truco) que não acontece no filme.
  • Depois temos a divisão dos 12 acampamentos olimpianos que separam os filhos em dormitórios. No filme, desde o início fica-se sabendo que Percy é filho de Poseidon e ele é levado para uma casa feita só para ele. No livro, não tem nada disso. No início, ninguém sabe de quem ele é filho, então, é levado para o dormitório 11 de Hermes, onde conhece um Luke de 19 anos com uma cicatriz no rosto!
  • Percy tem uma briga com Clarisse no banheiro onde novamente mostra seus poderes ligados à água. Annabeth desconfia de algo. Essa passagem não ocorre no filme, até porque - como já disse - Clarisse não existe.
  • Ah... e Sr. Brunner/Quíron não segura o horrendo cajado que Pierce Brosnan tem no filme... ele usa um arco.
  • Interessante comentar que no livro tem outra coisa parecida com a série Harry Potter. Sabem aquela história de não poder falar Voldermort e só chamá-lo de Você-sabe-quem? Pois é... no livro também tem uma coisa com nomes, como se eles tivessem o poder de conjurar quem foi dito. Claro que Percy (assim como Harry) fica falando e sempre sendo repreendido.

SOBRE MITOLOGIA...
  • O Minotauro é descrito corretamente como filho de Pasífae, mas não tenho referências dele ter péssimas visão e audição.
  • Existem várias lendas sobre Argos. O mais comum é descrevê-lo com vários olhos na cabeça, descansado de dois em dois, ou seja, ficando permanentemente acordado.
  • No livro, Dionísio está no Acampamento porque foi repreendido por Zeus ao tentar seduzir um ninfa que estava proibida. Ainda não encontrei essa história para confirmá-la, mas o amor de Zeus por Dionísio era tamanho que não sei se essa história poderia ser verdadeira. Talvez no livro tenha sido feita uma brincadeira por causa das características boêmias do deus.
  • Eu só conhecia o poder da flauta sobre os animais vindo de Apolo ou de . Não sei se todos os sátiros detém esse poder, apesar de ser bem possível.

Então já sabem: se vocês encontrarem alguma referência mitológica que possa confirmar (ou não) os dados acima, escrevam! Lembrem-se, também, que todos os mitos aqui contados parcialmente, terão - um dia - sua versão completa (ou a mais completa possível) aqui neste site. Acompanhem!

Um comentário:

  1. Fonte: "Vocabulário e Fabulário da Mitologia". Joaquim Chaves Ribeiro. Ed Martins. 1962 (só encontrado em sebos) Pág. 264

    Sátiro ou Satyros = gênios dos bosques e dos montes(...). Apavoravam os pastores que, para evitá-los, faziam-lhes sacrifícios e ofertas dos primeiros frutos e das primícias dos rebanhos (...). Dirigiam as danças das ninfas tocando flauta (...) Segundo a mitologia os primeiros sátiros nasceram de Mercúrio e da ninfa Iftimé ou de Baco e da náiade Nicéa(...). Representados tendo na mão uma taça, um tirso (Bastão envolvido em hera e ramos de videira e encimado por uma pinha;o tirso teria um carácter fálico, sendo a pinha um símbolo para o sémen) ou uma flauta".

    Confrontando com outras obras que possuo sobre o assunto confirmei que os pastores efetivamente se assustavam muito com as flautas dos sátiros (daí os sacrifícios). Sendo assim admito que faz sentido a opinião do autor do blog de que essas flautas tinham poder sobre os animais.

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