quinta-feira, 26 de abril de 2012

A ascensão de Kratos

Arte não-definitiva
A Sony revelou na última semana que irá continuar a saga de Kratos com o jogo para PlayStation 3: God of War - Ascension. Na verdade, não seria bem continuar... No trailer abaixo vemos que a ideia é contar uma história anterior ao guerreiro se tornar o Fantasma de Esparta, buscando liberdade, redenção e a clareza que precisa para vingar sua família.





Só não consegui entender onde exatamente esse jogo/prelúdio se encaixaria na saga de Kratos, pois ficou parecendo que essa história já foi contada... a não ser que fale de Deimos...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

sábado, 21 de abril de 2012

Wakan-Tanka

Para o povo Lakota, Wakan-Tanka (Grande Mistério ou Grande Espírito) era uma poderosa força criativa que vivia na escuridão (Han). Sentindo-se solitário, decidiu criar companheiros a partir de si mesmo. Sua primeira criação foi a rocha (Inyan). Com a rocha, criou a Terra (Maka). Em seguida, Wakan-Tanka cruzou com a Terra e gerou os céus (Skan). Misturando a Terra, os céus e a rocha, criou o Sol (Wi).

Por conter em sua essência a força criativa de Wakan-Tanka, essas quatro divindades elementais criaram outros a partir de si mesmos: a Lua (Hanhepi-Wi), o Vento (Tate), o Trovão (Wakinyan) e a Mulher-Búfalo Branco (Wohpe). Por sua vez, esses quatro se espalharam na criação do Tufão (Yumni), do Búfalo (Tatanka, e os seres de quatro pernas), do Urso (Hununpa, e os seres de duas pernas) e das Quatro Direções (Tate tob). Juntos, todos criaram as quatro partes da alma: o sobrenatural (Tonwan), o intelecto (Sicun), o sopro de vida (Niya) e o espírito da morte (Nagi).

Acredita-se, então, que Wakan-Tanka está em tudo, pois sua força foi se dividindo progressivamente por toda a criação. Tudo tem wakan. O termo também é utilizado para simbolizar o panteão de deuses em geral. Os xamãs tentam canalizar a energia de Wakan-Tanka para o bem do mundo. É também chamado de Wakanda ou Wakonda.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Vari

Como o coco era um alimento fundamental para a alimentação dos antigos mangaian (hoje os maoris das Ilhas Cook), fica claro porque o universo estava contido no interior de um gigantesco coco cósmico, onde morava o deus supremo Vari.

Este coco era sustentado pelo caule cônico Take, que era a Raiz de Toda Existência. Vari utilizava a energia que fluía do caule ao coco para criar toda a vida. Portanto, Take está em tudo.

Outros povos polinésios desenvolveram uma visão semelhante do universo com um deus supremo dentro de um ovo ou uma concha.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Lares e Penates

Filhos de Mercúrio e Lara, os Lares eram um grupo de deuses que cuidavam das casas e das encruzilhadas. A família fazia oferendas a esses deuses em ocasiões importantes, como casamentos, nascimentos e enterros, uma vez que - originalmente - eles eram representações dos antepassados. Eram comumente representados como jovens dançando de túnica, com um copo de chifre em uma mão (rhyton) e uma taça na outra (patera), muitas vezes ainda, acompanhados por serpentes simbólicas fálicas.

Já os Penates cuidavam das despensas, dos celeiros e dos armazéns, ou seja, do armazenamento de comidas e bebidas. Nas refeições, era costume oferecer-lhes comida. Cada família romana adorava dois penates e quando uma família viajava, transportava-os consigo.

Na casas em Pompeia, um relicário com as três figuras (lararium) ficava ou na cozinha ou nas salas. No final do Império Romano, era colocado atrás da porta de entrada da casa e uma vela ou lamparina ficava queimando diante da imagem. Mesmo quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do império, a adoração a essas divindades domésticas perdurou.

Lararium

Ambos são ligados a deusa Vesta e não possuíam nomes individuais, apenas funções especiais, como aqueles voltados para o Estado.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Novidades nas continuações

O ator Anthony Head assinou contrato para substituir Pierce Brosnan (com problemas de agenda) como o professor centauro Quíron em Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters, 2013). A continuação da saga infanto-juvenil na telona também contratou Nathan Fillion como o deus Hermes, pai de Luke, e três atrizes para personificarem as Três Moiras. O gigante franco-canadense Robert Maillet será o ciclope Polifemo. Se você quiser saber mais sobre os filmes e livros de Percy Jackson, clique aqui.

E o filme 300 terá uma continuação, chamada Batalha de Artemísia (antes seria Xerxes). A ideia é contar uma história paralela à Batalha das Termópilas do filme de 2006 e também será baseada numa HQ de Frank Miller (escrita após o sucesso do filme por pressão da Warner). Nesse novo confronto, a frota persa enfrentou por três dias uma flotilha de navios gregos nos mesmos dias das Termópilas. Ainda que os gregos tenham sido derrotados, os persas tiveram que retroceder. O filme começa um pouco antes de 300 e termina um pouco depois. Rodrigo Santoro já está negociando seu retorno como Xerxes. Sullivan Stapleton (o general ateniense Temístocles, o protagonista), Jamie Blackley (o jovem guerreiro Calisto) e Eva Green (uma deusa persa) já estão praticamente fechados para fazer parte do elenco. A previsão é que chegue aos cinemas em 2013.

Ah... e durante a Páscoa, fiquei sabendo da nova animação da Dreamworks que coloca Bunnymund (o Coelhinho da Páscoa por Hugh Jakman) ao lado de North (o Papai Noel por Alec Baldwin), Tooth (a Fada do Dente por Isla Fisher), Jack Frost (o Inverno por Chris Pine) e Sandy (o Sandman) como guerreiros lendários e imortais contra Pitch (o Bicho Papão por Jude Law)! Eles farão de tudo para proteger as crianças e impedir o mundo de afundar nas trevas eternas!



Rise of the Guardians (título provisório: A origem dos guardiões) é baseado na série de livros de William Joyce, The Guardians of Childhood (Os guardiões da infância, em tradução livre). Estréia em novembro nos cinemas (3D) de todo mundo.

domingo, 8 de abril de 2012

Coelhinho da Páscoa

Para os cristãos, o domingo de Páscoa marca a ressurreição de Cristo. A sexta-feira santa é a data do sofrimento e da crucificação de Cristo.

Mas o que o COELHO tem a ver com isso???

No Antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos pagãos da Antiguidade consideravam o coelho branco como um símbolo da Lua e da Primavera. Portanto, é possível que ele tenha se tornado símbolo pascoal pelo fato da Lua determinar a data da Páscoa, que costuma cair próximo ao início da estação. Além disso, coelhos são mamíferos roedores muito férteis. O seu período de gestação não passa de quarenta dias (quaresma). A ideia da fertilidade foi utilizada pela Igreja como propagação rápida dos ensinamentos cristãos, com objetivo de aumentar a quantidade de discípulos sem distinção.

No Brasil, acredita-se que a tradição do coelho date do início do século XX, trazida em 1913, por imigrantes alemães. Conta a lenda que uma mãe muito pobre, sem ter o que dar para as crianças no dia de Páscoa, resolveu pintar ovos de galinha com cores vivas. Quando as crianças viram os ovos, lindos e coloridos, ficaram muito animadas. A alegria dos meninos assustou um coelho que, saltitando, se afastou do local e fez com que as crianças achassem que aqueles ovos tinham sido botados pelo bichinho!

No resto das Américas pode ter chegado por volta de 1700. Pelo mundo, outros animais participam das festividades: crianças tchecas acreditam que são cotovias que levam presentes, enquanto na Suíça, são os cucos que o fazem.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Em versos

Sempre que falo de um filme sobre mitologia por aqui, acabo questionando a necessidade de adaptação das mitologia para o cinema. As histórias já são tão interessantes e a tecnologia poderia trazê-las para o século XXI de uma maneira esplendorosa. Mas não o faz... aí... li o livro que falei aqui há uma semana.

A caçada, 2012
A poesia infantil de Favish em A deusa, o herói, o centauro e a justa medida é sensacional. É a adaptação da mitologia ao vocabulário de hoje! O mito de Acteon ganha novas cores e dimensões com uma Ártemis fashion, um Quíron apaixonado e uma cervinha curiosa e teimosa! Li de uma tacada só, imaginando que seria uma bela forma de introdução à mitologia para as crianças...

Será? Apesar do vocabulário atual e brasileiro, no fim do livro pensei: como fazer a geração adolescente de hoje (viciada em videogames, internet e tudo que vai-e-vem-num-clique) "perder seu precioso tempo" com poesia? Com filmes que usam tecnologia de ponta para transformar a mitologia em algo "real", como fazer com que as crianças utilizem suas imaginações a partir de versos?

Não sei. Mas vale a tentativa. Cabe a pais e educadores a função de tentar também. Eu vou tentar. E ficarei aguardando ansiosamente os outros livres dessa bela série de Favish.

domingo, 1 de abril de 2012

Fúria sentida

O título do post puxa pela ambiguidade da palavra "sentida". Tanto pode ser o particípio do verbo "sentir", uma vez que eu vi o filme que tem o slogan "Sinta a fúria", como pode ser um adjetivo que significa "sensível", "lamentoso", "melindrado". Essa foi a sensação após ver Fúria de Titãs 2 (Wrath of the Titans, 2012). Vamos por partes então... com spoilers a partir daqui:

AO FILME
Sofrido...
No primeiro filme, Perseu (Sam Worthington) é um herói que não sabe que é semideus e, portanto, crê na sua mortalidade. Ele odeia os deuses por terem matado sua família e – com sua rebeldia apresentada em seus cabelos raspados – vai pra cima de qualquer um como se nada mais tivese a perder. Nem mesmo o fato de saber que o grande Zeus é seu pai, muda seu rumo. Tudo isso muda no novo filme... com as madeixas maiores e uma invulnerabilidade inacreditável, Perseu tem um filho que se torna sua motivação, sua sensibilidade exagerada e é responsável por mudar sua relação com seu pai divino.

"Filho, tenho orgulho de você"... "Ó papi"...
Aliás, a relação entre pais, filhos e irmãos é o enredo do filme. Veja o drama: Cronos, o poderoso titã, pai de Zeus, Hades e Poseidon, quer sair de sua prisão no Tártaro e para isso consegue que um ciumento Ares, filho de Zeus (e consequentemente meio-irmão de Perseu), se una ao cheio-de-remorsos-Hades para trair Zeus e Poseidon. Ou seja, espere um monte de "você ama mais ele do que eu", "você é meu irmão e eu te perdôo" e por aí vai... e até rola um sonho premonitório que me deixou com a pulga atrás da orelha: estaria eu lendo Percy Jackson?

Quando saiu o primeiro trailer desse filme, ficamos sabendo que haveria um romance entre Perseu e a Rainha Andrômeda que foi desprezada na primeira película. Eu fiquei me perguntando onde estava Io, mas isso é respondido na primeira cena: morta. Aí fiquei me perguntando porque trocaram a atriz que fazia a rainha. Isso eu não sei... mas não funcionaria a anterior assim como essa não funcionou. Explico: neste filme Andrômeda é uma rainha guerreira, que controla um exército contra monstros do inferno! Alexa Davalos (a primeira rainha) era de uma beleza ímpar, mas "modelo" demais. Rosamund Pike não é tão bonita e convence ainda menos. Em uma cena de comemoração pela vitória, ela dá um grito masculinizado que chega a ser vergonhoso.

As criaturas do filme são bem interessantes. O Pégaso continua lindo, dando vontade de voar nele. A representação do Minotauro como um híbrido entre um homem e um touro (ao invés de um homem com cabeça de touro) ficou bem interessante. Não conhecia os Makhai, mas me fez ficar intrigado sobre esses guerreiros demoníacos. A quimera fez juz ao monstro. Já os ciclopes pareciam ter saído de Harry Potter... Mas sabe qual foi o real problema de todos? A direção do filme! Esses monstros são tão velozes no filme que é quase impossível de entendê-los! Não sei se isso foi para esconder "defeitos especiais" ou para aumentar a tensão de enfrentar essas criaturas mitológicas. Mas ficou ruim! O Minotauro só tem um close... quando morre! Nem aparece o corpo do bicho! Os Makhai giram tanto que só depois de algum tempo você consegue ver que são dois em um só corpo! A quimera talvez tenha sido a mais explorada, no entanto, também ficou para os seus últimos momentos.

Pégaso encarando Cronos
Makhai
Minotauro

Apesar disso tudo, Liam Neeson faz a gente torcer pelos deuses: ele fez de Zeus um protagonista e não somente um coadjuvante de luxo (como o Poseidon de Danny Huston). Junto ao Hades de Ralph Finnes, ganhamos ótimas cenas de drama (ambos discutindo a relação fraterna) e ação (ver Zeus e Hades juntando forças contra Cronos valeu meu ingresso!).

Cena para os fãs de mitologia: Zeus e Hades indo encarar seu pai Cronos

Apesar de não ser fã de filmes 3D, esse talvez tenha sido o primeiro filme que me fez desviar de algo que estava vindo na minha direção. O primeiro filme tinha sido convertido para 3D e ficou péssimo, mas esse foi pensado a partir dessa tecnologia e teve excelentes resultados. As cenas do Tártaro, do labirinto e de Cronos são a prova disso. Mesmo preferindo filmes 2D, acho que esse valeu a pena ter sido visto com os malditos óculos.

À MITOLOGIA
Vou colocar aqui em itens:
  • Esse filme usa a Titanomaquia como norte. Cronos que se libertar do Tártaro, prisão imposta por seus filhos Zeus, Hades e Poseidon após a batalha com os Titãs. No filme, eles usam a Lança Trium, que seria a junção das poderosas armas divinas: o Raio de Zeus, o Tridente de Poseidon e o Garfo de Hades. Na mitologia não existe essa arma.
  • Tártaro não é exatamente uma prisão... mas é o lugar mais profundo do reino de Hades. Portanto, não teria como Hefesto ter construído o lugar. Falando em Hefesto... coitado do deus... ele já é coxo e "corno" na mitologia. No filme, virou um louco que nem todo mundo conhece. Podiam ter aproveitado mais uma briga entre ele e Ares, já que foi o deus da guerra que o traiu com sua esposa Afrodite.
  • Pobre Hefesto...
  • E Hefesto não era arquiteto era ferreiro! Então, nada de ter construído o labirinto também! O lugar foi construído por Dédalo para o Rei Minos em Creta. Não tem nenhuma ligação entre Tártaro e labirinto (mas ficou legal no filme).
  • Falando em labirinto, claro que teria um Minotauro. Como disse acima, uma das representação mais interessantes que já vi. Mas... que história é essa de imitar vozes e mudar de forma? Aliás, quem confrontou e matou o monstro foi Teseu e não Perseu.
  • Quando Hefesto é jogado ainda bebê do Olimpo por sua mãe Hera, ninfas o salvam e ele passa a morar numa ilha vulcânica (ou sob o Monte Etna) onde constrói sua forja e se torna o deus do fogo e do ferro. No filme, essa ilha se chama Kail, que fica no Havaí, ou seja, impossível não?
  • Antes de conhecer Hefesto, os heróis enfrentam ciclopes. Os gigantes cessam o ataque ao ver o tridente de Poseidon. Gostei disso porque os ciclopes realmente tinham ligações com os dois deuses: Poseidon é pai de alguns ciclopes e Hefesto utilizava a mão-de-obra deles em suas forjas.
  • E somos apresentados a um novo semideus, Agenor, filho de Poseidon. Tipo... quem? Ladrão e alívio cômico do filme, esse personagem não possui referências divinas na mitologia grega. Aparece apenas como um rei, pai de Europa.
Agenor quem?

CONCLUSÃO
Peguei pesado nas críticas. Talvez pela óbvia expectativa que eu tinha. Fico com os mesmos questionamentos que tive ao ver Imortais (Immortals, 2011): pra quê inventar tanto com a mitologia se ela por si só já é tão maravilhosa? Mas ainda acho válida a tentativa... por exemplo, alguns rapazes conversavam na saída do filme que gostaram mais do Imortais. Mesmo tendo achado-o confuso, fiquei pensando que pelo menos a mitologia estava virando assunto de interesse de uma nova geração.

Portanto, peguem suas pipocas e seus óculos 3D e mergulhem num mundo de fantasia-quase-mitológica sem esperar muito. Desviem das pedras, da lava e do chororô de Perseu.