sábado, 25 de fevereiro de 2017

Bes

Considerada a divindade doméstica mais popular do Egito, Bes era um anão libidinoso, rude e cômico. Amante da música, do canto e das bebedeiras, era associado a todos os prazeres humanos. Mas também protegia as pessoas do mau olhado e dos espíritos ruins, sendo muito adorado pelo povo. Trazia prosperidade aos recém-casados, encorajava o amor livre e cuidava das crianças. Todas as casas tinham a sua imagem esculpida nas cabeceiras das camas ou nos espelhos, ou pintada nas paredes dos dormitórios – até mesmo nos reais. Junto com Taweret, cuidava das mulheres que estavam dando à luz e, por isso, em casas onde iria acontecer um parto se via sua figura desenhada sobre a cama da mulher grávida. Seus símbolos eram instrumentos musicais – como o pandeiro e a harpa – e as facas.

Bes era representado com um rosto largo e barbudo, grande orelhas pontudas e uma língua comprida, que alguns diziam parecer estar com uma máscara. Gordinho e de pernas arqueadas, vestia uma pele de leopardo ou leão, com a própria cauda do animal, e uma pena de avestruz nos cabelos despenteados. Acreditava-se que sua feiúra afastava os espíritos malignos e, por essa razão, ao contrário dos outros deuses egípcios que só eram pintados de perfil, Bes era sempre retratado de frente. Também por causa de sua feiúra, Bes se tornou o deus dos cosméticos e de todas as formas de embelezamento feminino. Sua imagem era reproduzida em tubos de kajal, potes de rouge e cremes, e frascos de perfume.

Quando os egípcios foram dominados pelos romanos, por volta de 31 a.C., as forças invasoras adotaram o deus, mas substituíram suas vestes egípcias pelas de legionário romano. Era também chamado de Besu ou Bisu.

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