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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Bes

Considerada a divindade doméstica mais popular do Egito, Bes era um anão libidinoso, rude e cômico. Amante da música, do canto e das bebedeiras, era associado a todos os prazeres humanos. Mas também protegia as pessoas do mau olhado e dos espíritos ruins, sendo muito adorado pelo povo. Trazia prosperidade aos recém-casados, encorajava o amor livre e cuidava das crianças. Todas as casas tinham a sua imagem esculpida nas cabeceiras das camas ou nos espelhos, ou pintada nas paredes dos dormitórios – até mesmo nos reais. Junto com Taweret, cuidava das mulheres que estavam dando à luz e, por isso, em casas onde iria acontecer um parto se via sua figura desenhada sobre a cama da mulher grávida. Seus símbolos eram instrumentos musicais – como o pandeiro e a harpa – e as facas.

Bes era representado com um rosto largo e barbudo, grande orelhas pontudas e uma língua comprida, que alguns diziam parecer estar com uma máscara. Gordinho e de pernas arqueadas, vestia uma pele de leopardo ou leão, com a própria cauda do animal, e uma pena de avestruz nos cabelos despenteados. Acreditava-se que sua feiúra afastava os espíritos malignos e, por essa razão, ao contrário dos outros deuses egípcios que só eram pintados de perfil, Bes era sempre retratado de frente. Também por causa de sua feiúra, Bes se tornou o deus dos cosméticos e de todas as formas de embelezamento feminino. Sua imagem era reproduzida em tubos de kajal, potes de rouge e cremes, e frascos de perfume.

Quando os egípcios foram dominados pelos romanos, por volta de 31 a.C., as forças invasoras adotaram o deus, mas substituíram suas vestes egípcias pelas de legionário romano. Era também chamado de Besu ou Bisu.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Freya

Gravura de Feya-Mardöll, por Jenny Nyström (1854-1964)

Freya é a deusa mãe da dinastia Vanir na mitologia nórdica. Filha de Njörd e Skadi, e irmã gêmea de Freyr, ela é a deusa do sexo e da sensualidade, fertilidade, do amor, da beleza e da atração, da luxúria, da música e das flores. É também a padroeira da colheita e do nascimento, da magia e da adivinhação.

De caráter arrebatador, teve vários deuses e mortais como amantes e é representada como uma mulher atraente e voluptuosa, de olhos claros, baixa estatura, sardas, trazendo consigo um belíssimo colar mágico de âmbar e rubis (Brisingamen, que obteve dormindo com os Brisings, quatro anões que o fizeram, Alfrigg, Berling, Dvalin e Grerr) e um manto de penas chamado Valhamr (que a permitia se transformar em falcão). Andava em uma carruagem puxada por dois gatos azuis, na companhia de Hildesvini (seu amante mortal Ottar transformado em um javali de batalha com presas de ouro). Teria sido vista também como uma porca ou uma cabra.


Freya se mudou para Asgard para viver com os Aesires como símbolo da amizade criada depois da grande guerra. Lá ela mora no palácio Folkvang (Campo do Povo) com sua criada Fulla. Ela compartilhava os mortos de guerra com Odin: metade dos homens e todas as mulheres mortos em batalha iriam para seu salão Sessrumnir no Valhalla. Tornou-se líder das Valquírias. Quando cavalgava os céus com sua armadura, tornava-se a Aurora Boreal.

Diz a lenda que ela estava sempre procurando, no céu e na terra, por Odur, seu marido perdido, enquanto derramava lágrimas que se transformavam em ouro na terra e âmbar no mar. Por isso, podia ser a deusa da riqueza. Com Odur, foi mãe de Hnossa (jóia) e Gersimni (preciosa). Mas tinha uma suposta e secreta paixão por Loki e era desejada pelos gigantes. A demora em encontrar Odur fez com que ela se tornasse promíscua. Quando o encontrou, Odur havia se tornado um horrendo monstro marinho, mas ela se manteve a seu lado até sua morte acidental. Ela o reclamou no Valhalla, onde ele vive em Sessrumnir.

Freya também é chamada de Fréia, Freja, Freyja, Frauja, Fremantle, Frowa e Froya. E ainda tinha os epitetos: Vanadis (deusa dos Vanir), Mardöll (brilho do mar), Hörn (cabelos de ouro), Gefn (dadivosa) e Syr (semeadora). Já sabemos de sua confusão com a deusa Frigg, mas agora vemos suas distinções. Ela também é associada a inúmeras deusas gregas e egípcias, mas nenhuma é tão abrangente quanto ela.

Freya, pintura à óleo de John Bauer (1882-1918)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Xochiquetzal


Chamada de "preciosa pena florida", Xochiquetzal é a representação do arquétipo da mulher jovem em pleno vigor sexual. É a divinização da amante, uma deusa essencialmente feminina e seu âmbito é o amor, a volúpia, a sensualidade, o desejo sexual e o prazer em geral. Sua ação também abrange o jogo, o canto, a dança, a alegria, as flores, enfim, tudo aquilo que envolve beleza. Por essas razões, também rege as atividade artísticas: é a patrona de pintores, bordadeiras, tecelãs e escultores. Conta a lenda que as mulheres nascidas no dia regido por ela podiam ter atividades extremas: tanto serem boas bordadeiras como serem prostitutas. Servia também como protetora das jovens mães, tornando-se padroeira do nascimento e da parturiência.

Irmã gêmea de Xochipilli, foi esposa de Tlaloc, mas também desposou Tezcatlipoca, Centeotl, Ixotecuhtli e Mixcoatl (com esse, foi mãe de Quetzalcoatl). Conta-se que ela realizou o primeiro ato sexual e que de seus cabelos formou-se a primeira "mulher-deusa" para que esta se casasse com Piltzintecuhtli, de cuja união nasceu o Centeotl.

É sempre retratada como uma mulher sedutora e juvenil ricamente vestida que carrega um buquê de malmequeres, sendo simbolicamente associada à vegetação e às flores em particular. Pássaros (como beija-flores) e borboletas costumavam acompanhá-la em comitiva. Uma jaguatirica também a rondava. Sua ligação com a fertilidade do homem e a beleza das flores, também a associou a fertilidade da terra.

Vivia em Tamoanchan, a "Árvore Florida", um verdadeiro paraíso sobre uma motanha bem próxima do céu, onde permanecia um determinado tempo, mas depois retornava ao subterrâneo, onde governava uma área reservada aos guerreiros mortos em combate e às mulheres que morriam dando à luz filhos homens. Qualquer homem que tocasse em uma flor de seu jardim, transformava-se em um amante passional.

A cada oito anos, uma animada festa era realizada em sua honra, onde os celebrantes usavam máscaras de animais e flores como calêndulas. Era também considerada deusa da música, dos jogos e da dança.

Originalmente, foi associada à lua, mas também existem lendas que a colocam como sendo mulher de Coxocox, e ambos foram os únicos sobreviventes do grande dilúvio ao se agarrarem num tronco de árvore. O casal precisaria repovoar o mundo, mas seus filhos nasciam mudos. Um pombo encantado devolveu-lhes o dom da fala, mas cada um começou a falar em uma língua diferente.

Sua equivalência direta é com a deusa Flora, dos romanos, mas também possui ligações com as deusas Afrodite, Deméter e Pérsefone da mitologia grega.