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sábado, 16 de janeiro de 2010

Fábula e mito, por Leonardo Boff

Para o teólogo e filósofo Leonardo Boff, FÁBULA é uma narrativa imaginária cujos personagens são, via de regra, animais, plantas ou a personificação de qualidades, virtudes e vícios, com o objetivo de transmitir lições morais ou tornar concreta uma verdade abstrata, como a raposa e as uvas de Jean de La Fontaine (1621-1695).

Já MITO é algo mais complexo por conta das ambiguidades que encerra. Assemelha-se à ideologia. Designa, portanto, clichés e crenças coletivos acerca de temas relevantes (pessoas, situações, acontecimentos) que circulam na cultura. Pode equivaler à mera fantasia ou a uma interpretação distorcida da realidade. A antropologia e a filosofia colocam que o mito constitui uma forma autônoma de pensamento, diferente da razão, próxima a uma inteligência emocional que utiliza de imagens, símbolos, parábolas ou contos para evocar sentimentos profundos e expressar o que dá valor ao ser humano. Então, o mito utiliza representações poderosas (como deuses e deusas, confrontos cósmicos etc) para expressar situações verdadeiras, carregadas de dramaticidade e significação, e configurar um consciência coletiva.

Entenderam a diferença? Tenho dificuldade... me parecem tão semelhantes. Parece que a presença de personagens humanos é que faz a diferença. Sei lá... alguém explica?