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terça-feira, 11 de julho de 2017

Mictlantecuhtli

Mictlantecuhtli era o senhor tolteca do reino dos mortos e deus do mundo inferior (Mictlan), onde reinava com sua esposa, Mictecacihuatl.

O reino dos mortos tinha várias áreas. Para a parte gelada e sombria, iam os que não tinham o direito a nenhum lugar nos céus. Ali, eles comiam cobras venenosas, o único alimento disponível. Quando alguém morria de causas naturais, seu corpo era vestido com roupas finas e colocado sobre uma pira funerária com um pacote de alimento e um cão vermelho – previamente morto num ritual – e queimava por três dias, antes de entrar no Mictlan. Para chegar à parte pacífica e silenciosa, a alma da pessoa morta tinha de empreender uma perigosa viagem com ajuda do cão através de oito florestas sombrias, oito desertos, oito montanhas e um rio caudaloso e traiçoeiro.

A aparência do deus indicava claramente seu papel: era representado como um esqueleto de ossos muito brancos, dentes muito salientes num crânio descarnado, e coberto de manchas de sangue. Freqüentemente homenageado com penas de corujas e ornamentos de papel na cabeça, ele usava um colar de olhos.

Os presentes mais comuns oferecidos ao deus no mundo inferior eram tiras de pele humana arrancadas dos corpos, e durante a festa, no templo Tlalxicco, o suposto umbigo do mundo, um homem que representava o papel do deus era sacrificado à noite. Os astecas adotaram o culto a esse deus dos toltecas.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Yambe-Akka

Na mitologia lapônica, Yambe-Akka era “a velha mulher da morte” que governava o Subterrâneo, um mundo semelhante à Terra, excetuando-se o fato de que os espíritos andavam no ar. Dizia-se que a entrada para o Subterrâneo ficava na foz de um rio que deságua no gelo ártico.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sedna

Sedna, por Susan Boulet 
O mito da deusa inuíte Sedna começa com uma bela jovem que não se interessava pelos homens da tribo que seu pai viúvo lhe apresentava. Um dia, um homem se apresentou oferecendo o melhor a ela. Ela aceitou se casar e se mudar com ele para sua ilha. Lá, ele se transformou em um albatroz e a escravizou, fazendo-a se alimentar somente de peixes e viver num sujo ninho. Em visita à filha, o pai de Sedna viu as péssimas condições em que ela estava e decidiu salvá-la. Ele matou o albatroz e partiu em seu caiaque com Sedna. Os amigos albatrozes viram o ocorrido e foram atrás dos dois. Com suas asas, criaram uma tempestade e atacaram o caiaque.

Temendo por sua vida, o pai de Sedna a jogou no mar na esperança de acalmar as aves. Quando Sedna tentou subir novamente no barco, seu pai cortou seus dedos. Ela ainda tentou subir mesmo com as mãos mutiladas, mas seu pai a cortou novamente e jogou seus pedaços no mar. Assim que seus pedaços afundavam, iam se transformando em peixes, focas, golfinhos, morsas e outras criaturas marinhas. Seu corpo atingiu chão do oceano e ganhou um cauda de peixe, tornando-se um espírito do mar tão poderoso que passou a governar o Adlivum, o mundo subterrâneo inuíte. Lá, foi responsável por enviar animais para a caça inuíte. Como a caça é o ritual mais importante para eles, Sedna se tornou Senhora da Vida e da Morte.

Mas em um outro mito, Sedna era a horrenda filha do deus criador Anguta. Ela devorou tudo que tinha na casa de seu pai e se casou com um cão. Furioso, Anguta a jogou no mar de seu barco. Ela tentou subir, mas o deus cortou seus dedos um a um até que ela afundasse. No fundo do mar, Sedna teria se tornado Rainha dos Monstros das Profundezas.

Também existem mitos que juntam as duas histórias: Sedna seria a tal moça que não quer casar, mas, com raiva das propostas initerruptas, teria se casado com um cão. O povo achou que isso traria azar, de modo que ela foi levada num barco para ser atirada na água. O resto segue igual. Existem outras variações como Sedna sendo uma mulher vaidosa que se achava muito bela para casar com qualquer um, ou trocando os albatrozes por corvos.

Quando está irritada, Sedna envia tempestades e esconde os animais. Cada animal morto na caça, precisa de um copo de água doce. Para garantir que Sedna continue abençoando a caça, xamãs precisam se transformar em peixes para descer ao Adlivun por um caminho congelado e tenebroso com almas mortas, focas em ebulição e ainda enfrentar um terrível cão que guarda a fina passagem para seu reino de ossos de baleia. Lá, os xamãs precisam lavar os cabelos da deusa sem mãos e massageá-la para garantir sua satisfação e a caça da tribo. Isso tudo - é claro - representa um jornada espiritual dos xamãs.

É também conhecida como Mãe dos Animais Marinhos e Mulher do Mar. Outras tribos do ártico a chamam de Sanna, Arnakuagsak, Arnarquagssaq, Nerrivik ou Nuliajuk.

Estátuas de Sedna.

sábado, 21 de agosto de 2010

Wepwawet

Paleta de Narmer, com estandartes de Wepwawet sendo levados para o Duat.

Na antiga mitologia egípcia, Wepwawet (Upuaut) era um deus da guerra do Alto Egito, com cabeça de chacal ou lobo, também adorado na cidade grega de Licópolis ("cidade de lobos") . Seu nome significa "o que abre caminhos" e acreditava-se que ele era o responsável por limpar as rotas dos exércitos. Em grego, era Ophois.

Estandarte com chacais
Suas ligações com guerras acabaram associando-o também à morte. Wepwawet tornou-se o responsável por guiar as almas dos mortos atráves do submundo egípcio (Duat) e ajudava a pesar seus corações no julgamento final. Por essa razão, foi confundido com Anúbis na unificação egípcia, mas Wepwawet seria um ajudante desse deus. Algumas lendas colocam Wepwawet como aquele que garantiu que as faculdades mentais dos humanos no pós-vida, ao realizar uma cerimônia de "abertura da boca". Em textos mais recentes, Wepwawet também é confundido com o grande Ra, o que abre os caminhos do céu. Parece que todos os inícios egípcios contavam com a presença desse deus.

Era retratado com um chacal grisalho ou um lobo que acompanhava os faraós como seus guardiãos e protetores de suas conquistas. Por essa razão, estandartes com chacais eram comumente vistos. Raramente em forma humana, tinha cabeça canina e utilizava armamentos de guerra, como uma maça ou um arco, além da coroa uraeus com a serpente real.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Nergal

Nergal (ou Nirgal, Nirgali) é o deus babilônico do submundo, filho primogênito de Enlil, deus do ar, com Ninlil, deusa dos cereais. Nasceu do estupro sofrido por sua mãe, diante dos portões do reino infernal de Ereshkigal. Com aspecto de touro e leão, é um deus do mal que traz guerra, peste, febre, devastação e morte.

Ele é o tema de um poema acadiano, que descreve sua transição do céu para o inferno. Viveu toda a sua infância e juventude entre os deuses, sempre provocando-os e ofendendo-os. Sua impáfia era diversão para os deuses, até o dia em que ofendeu Namtar, a representante de Ereshkigal. Todos sabiam que a rainha do Inferno não o deixaria sair livre. Aconselhado por Enki, deus da sabedoria, a pedir desculpas, Nergal construiu um trono de cedro sagrado para entregar a deusa em seus reinos. Despido de suas armas e brasões reais, Nergal precisava recusar qualquer presente ou ajuda oferecida.

Mas, achando que estava falando com uma deusa velha, Nergal fez tudo diferente: após atravessar os nove portais do grande palácio de cristal e lápis-lazuli de Ereshkigal e ajoelhar perante o trono da deus - que estava escondida por um manto negro - Nergal puxou uma arma e mentiu dizendo que fora enviado pelo grande An para tomar os reinos da deusa. Fingindo-se ameaçada, Ereshkigal disse que só iria se decidir após um banho. Nergal foi espiá-la e se submeteu a fenomenal beleza da deusa, comendo, bebendo e aceitando todos os encantos disponíveis por seis dias. No sétimo dia, lembrou das palavras de Enki e fugiu em segredo com medo do que viria a acontecer. Mas Namtar viu a fuga e contou para a deusa. Furiosa e magoada, Ereshkigal enviou Namtar até a morada dos deuses para trazer o deus. Mesmo apaixonado, Nergal temia perder a vida gloriosa que tinha entre os deuses, então, Enki interveio se utilizando de um encanto para mudar sua aparência. Namtar não pôde reconhecê-lo e voltou de mãos vazias. Como retaliação, Ereshkigal tornou a terra infértil e provocou fome na humanidade. Temerosos, os deuses pediram que An solucionasse o problema e o grande deus obrigou Nergal a retornar ao Inferno para se casar com Ereshkigal e governar ao seu lado.

Algumas placas sumérias contam que Nergal teria traído seu irmão Marduk, unindo-se a Ninurta e Nannar-Sin na grande batalha pelo controle da Terra em 2000 a.C.

O centro principal de seu culto era a cidade Kuthu e seus atributos eram a maça e a foice. Por ser uma divindade desértica, muitas vezes foi considerado o aspecto sinistro do deus sol Shamash (seria o sol escaldante do meio-dia e os solstícios). Na mitologia greco-romana, era Ares ou Marte, mas também foi associado ao herói Hércules em seus momentos coléricos. Sendo de uma religião pagã que rivalizava com o Cristianismo e com o Judaísmo, Nergal foi identificado como Satã, chefe das soldados infernais e espião de Belzebu.