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terça-feira, 5 de setembro de 2017

Njörd

Njörd, o belo deus do mar, era um dos vanires mais preocupado em trazer vida e poder ao mundo do que propriamente em lidar com justiça e paz. Mas, durante uma batalha contra os aesires, foi capturado e chegou a representar uma trégua entre as duas raças. Pode-se perceber sua origem vanir nos papéis que desempenha como deus benévolo, protetor dos marinheiros e pescadores, que colhe no mar o alimento, que dá vida aos seres humanos, e, ocasionalmente, com um deus menos pacífico, que controla o poder do vento e das tempestades.

Njörd amava Skadi, uma deusa da montanha do longínquo norte, filha de um gigante que viajava de esquis e caçava com arco e flecha, e casou-se com ela. Mas, embora tivessem dois filhos – as divindades gêmeas da fertilidade, Frey e Freya –, a união deles não durou muito: Njörd não conseguia viver longe do mar e Skadi não suportava a vida longe de suas montanhas. Um mito diz que as tempestades são o resultado da tristeza de Njörd com a perda de Skadi.

sábado, 1 de outubro de 2016

Yu Huang Shang Ti

Durante a dinastia Shang (1500 a 1050 a.C.), o deus mais poderoso do panteão chinês era Yu Huang Shang Ti (Shang Di). Como divindade suprema, ele eclipsava o sol, a lua e a terra com seus poderes e reinava nos céus como um governante dinástico. Controlava as forças naturais celestes: o trovão, os relâmpagos, o vento e a chuva. Acreditava-se que teria criado o universo a partir do caos e atuava como seu princípio unificador.

Mantendo-se afastado das vidas humanas, era uma inteligência abstrata controladora sem presença física, e por isso as imagens deste deus são raras. Os primeiros missionários cristãos que chegaram à China consideraram Yu Huang Shang Ti próximo a seu deus único e supremo.

domingo, 25 de setembro de 2016

Hinon

Espírito do trovão dos senecas, Hinon vive numa caverna sob as cataratas do Niágara. É conhecido por cuidar das pessoas atacadas por répteis. Um dia uma moça, desesperada porque uma cobra invadira-lhe o corpo e matara seu marido, jogou-se nas cataratas, numa canoa. Hinon salvou-a e tirou a cobra de dentro dela. Ela ficou com Hinon por algum tempo, e voltou para o seu povo.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Leza

Chefe dos deuses no Zimbábue, deus superior em Zâmbia e deus do céu em Angola, Leza é, acima de tudo, o deus propiciador da chuva, que diziam ser suas lágrimas. Mas, apesar de sua benignidade, os homens o temiam. Nuvens espessas era um sinal de que a ira do deus estava prestes a explodir: controlava os relâmpagos e arrotava trovões.

Segundo uma lenda, Leza pegou todos os animais e deu-lhes rabos para afugentar as moscas. Como o coelho e o musaranho chegaram atrasados, ficaram sem caudas. Outro conto fala que Leza levou um pássaro para o céu e deu-lhe três abóboras para que as entregasse aos primeiros homens na terra. Duas delas continham sementes, mas a terceira não deveria ser aberta até que o próprio deus descesse à terra para dar instruções acerca de seu conteúdo. Incapaz de controlar sua curiosidade, o pássaro abriu a terceira abóbora enquanto descia para a terra e, ao fazê-lo, despejou todo o seu conteúdo: animais ferozes, cobras venenosas, doenças, perigos e morte, deixando que tudo caísse sobre a terra.

Uma história dos povos de Tonga que ele decidiu pela morte de uma família inteira de uma jovem mulher. A infeliz construiu manualmente uma escada que a levou ao céu para perguntar ao deus o porquê de tanta aflição. No entanto, não conseguiu encontrar a estrada que conduzia a Leza, mas obteve a informação que a humanidade foi destinada ao sofrimento, e que ela não era nenhuma exceção.

Leza viveu entre os homens sob uma grande árvore e era visitado por seus devotos, que lhe traziam cabras e ovelhas para que se alimentasse. Um dia, disse a um devoto que acabara de lhe trazer quatro cabras para voltar à aldeia e anunciar sua chegada. Os aldeões se reuniram e viram a aproximação de uma grande nuvem de poeira, seguida de um furacão e de chuva torrencial. Então, Leza chegou e disse: “De hoje em diante vocês devem honrar a minha casa. Quanto a mim, nunca mais me verão”. E desapareceu para sempre. Quando estrela cadentes são vistas, o povo diz que Leza veio dar uma olhada na terra para ver como estão seus filhos.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Modjadji

Rainha da chuva dos Lovedu de Transvaal, na África do Sul, Modjadji também conhecida como Mujaji. É chamada em tempos de seca, quando ela usa encantos secretos e a ajuda de espíritos antepassados para fazer chuva e manter a terra saudável.

sábado, 15 de agosto de 2015

Hadad

O deus trovão Hadad, cujo nome significa "aquele que quebra", foi o deus mais importante da Síria. De sua morada, no alto de uma montanha, fazia soar o vozeirão pelos céus, e seus raios podiam levar morte e destruição ao povo. Foi identificado com Baal, o deus da tempestade dos cananeus.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Asgaya Gigagei

Originalmente o deus do trovão dos Cherokees, Asgaya Gigagei é atualmente mais relacionado com curas. Um xamã que pretenda curar alguém de uma doença pedirá ajuda ao deus.

sábado, 6 de junho de 2015

Donar

O deus germânico do trovão era Donar. Cultuado pelos celtas, é associado com as grandes florestas de carvalho e leva um machado, símbolo do raio. É comparado ao deus escandinavo Thor - sendo até chamado de Thunnor pelos anglo-saxões - e ao deus eslavo Perun.

domingo, 28 de outubro de 2012

Tinmiukpak


Na costa oeste do Alasca, muitos povos creem no Tinmuikpak, uma enorme águia que produz trovoadas ao bater das asas. É tão grande que consegue apanhar renas e baleias com suas garras. Algumas lendas dizem que também é capaz de matar humanos.

Tinmuikpak seria uma das inúmeras representações do Pássaro Trovão que podem ser encontradas entre os povos norte-americanos.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ukko


Na mitologia finlandesa, Ukko (ou Uku) é o deus do céu que controla o clima e a fertilidade das colheitas. É pai de Ilmatar, a deusa do ar e da criação. É também chamado de Ylijumala, o alto deus, por preceder todas as coisas. Também era responsável por boa sorte nas caças.

Ele faz todas as suas aparições em mitos unicamente por efeitos naturais, quando solicitado. Sempre que dormia com sua esposa Akka ou dirigia sua carruagem celeste, acontecia uma tempestade. Inclusive, a palavra finlandesa para tempestade é ukkonen. Equivale a uma mistura de Zeus (grego) e Odin (escandinavo). No Cristianismo, foi sincretizado ao próprio Deus.

Dizia-se que ele era a fonte de uma misteriosa bebida celeste, um líquido doce como o mel porém com propriedades adesivas (hidromel). Sua arma era um martelo em forma de barco chamado Ukonvasara, mas também era representado como um machado ou um machado, sempre simbolizando os raios. Um víbora serpenteando como um raio era um símbolo do deus.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ipilya


Ipilya na marca Australian Indigenous Health Info Net,
criada pela artista aborígene Donna Lei Rioli
Em um gigantesco pântano, vive Ipilya, uma gigantesca lagartixa responsável pelas tempestades e trovoadas do período das monções. Diz-se que ela engole água e lama para em seguida esguichá-las nos céus, criando as nuvens de chuva. Feliz com o resultado, Ipilya se move entre as nuvens como os raios e seu rugido dá som aos trovões.

Passada as chuvas, Ipilya descansa. É uma entidade pacífica, porém, ataca os desavisados que invadem seu pântano. As tribos do norte da Austrália temiam os répteis que viviam em poços e costumam realizar inúmeras cerimônias para agradá-los.

O interessante é que as lagartixas são um dos dos poucos lagartos que realmente produzem som vocal, mas obviamente não chega a um rugido.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ilyap'a

O nome de Ilyap'a (ou Illapa) significa "raio e trovão", portanto, ele era o popular e temido deus inca do clima, a Trindade do Raio.

Sua irmã, a Via Láctea, vivia em uma grande tina de água (que seria a nossa galáxia). Numa tentativa de quebrar a tina, Ilyap'a usava uma clava para atirar pedras: as pedras viajando pelo céu eram os raios; o impacto era o trovão; e a água que transbordava da tina era a chuva. Por essa habilidade de mira, também era muitas vezes adorado em períodos de combate.

É representado como um homem altivo usando roupas brilhantes (relâmpagos). Às vezes, sua clava muda para uma atiradeira.

Muitas vezes, sacrificava-se crianças em seu nome, principalmente, no seu dia, 25 de julho. Em grande secas, sacerdotes incas amarravam cães negros e os deixavam morrer de fome e sede. O objetivo era que o deus ficassem com pena deles e mandasse chuvas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mama Cocha

Deusa associada a todas as formas de água, Mama Cocha (ou Mama Qocha) era figura importante na religião inca. Era irmã e mulher do supremo Viracocha. Era mãe de Inti e Mama Quilla, deuses do sol e da lua. A "Mãe do Mar" protegia pescadores e navegantes, garantindo pesca farta, afastando tempestades marítimas e acalmando os oceanos. Portanto, seu controle das águas se estendia ao clima. Alguns a colocavam como a representação total do feminino.

O Lago Titicaca, no Peru, é chamado por muitos de Mama Cocha, e seria ou uma representação da deusa na terra, ou o seu lar.


Na capital do Peru, Lima, existem duas enormes huacas - templos de adoração - que provavelmente foram para Mama Cocha, uma vez que a cidade é litorânea.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Chaac

Estátua em terracota de Chaac
Chaac (ou Chac, Chaahk, que pode significar nuvem) era a Serpente da Chuva, uma das mais venerada divindade maia. Com seu machado-relâmpago (ou chicote), atacava as nuvens e produzia chuvas e trovoadas para esconder o Sol e a Lua. Mas, ao contrário da temível Ixchel, Chaac era basicamante uma figura amiga que trazia boas chuvas para regar os campos. Alguns mitos o colocam como um guerreiro choroso que cometera adultério com a esposa de seu irmão, Kinich-Ahau, o Sol. Era também sagrado para todos os que cultivavam a terra e, portanto, tornou-se deus da agricultura. Segundo uma lenda, ele levou o milho para os maias abrindo uma montanha dentro da qual estava escondido o primeiro pé dessa planta. Para os astecas, Chaac seria Tlaloc.

Em geral, conforme outras divindades do panteão maia, Chaac era representado tanto como uno quanto com quatro faces (ou como quatro deuses diferentes, separados, mas benéficos), cada um de uma cor para cada ponto cardeal. Seu corpo humano era recoberto de escamas reptilianas, possuía duas longas presas, seu nariz era adunco e usava uma concha como brinco que sobressaía no meio de seu cabelo trançado. Além do machado, também podia carregar um escudo ou uma vasilha. Esta sua forma também era cíclica: em períodos chuvosos, dizia-se que era um jovem viril que dominava os céus com seu machado; e, nas secas, era transformado em um velho enrugado (uma serpente trocando de pele) que se dirigia aos oceanos em uma canoa para rejuvenescer.

Um xamã chamado "fazedor de chuvas" era o contato humano com o deus, e fazia rituais imitando sapos para chamar sua atenção. Portanto, sapos eram relacionados ao deus, assim como a cor azul turquesa.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tirawa

Deus supremo dos Pawnees, Tirawa (ou Atius Tirawa) está presente em todas as coisas, associado, principalmente, às estrelas, aos ventos, à chuva, aos raios e ao trovão. Seu ruído, segundo a lenda, é o som dos deuses voltando para a terra, depois de terminado o inverno.

No início, existia apenas um grande conselho divino presidido por Tirawa e sua esposa, Atira. Foi ele que definiu a posição de cada um e colocou as estrelas no céu (em forma de tijela) para sustentá-lo.

Ele também é responsável pela criação do primeiro homem e da primeira mulher. Ele pediu para Sakuru (sol) iluminar o leste com todo o seu calor e para Pah (lua) iluminar a escuridão assim que ela surgisse. Desse encontro de luzes, surgiu o homem. Em seguida, Tirawa pediu a Tcuperakata (estrela vespertina) para ser a grande mulher de todas as tribos e pediu para Operikata (estrela da manhã) ser o grande guerreiro condutor das tribos.. As duas estrelas deram forma a primeira mulher. Em seguida, Tirawa mostrou-lhes como viver e como fazer o primeiro altar de um crânio de búfalo. Também ensinou sobre linguagem, tatuagem, criação do fogo, caça, agricultura, vestuário e rituais sagrados.

Seu poder chega ao auge no verão. É representado como um homem alto de pele bronzeada, olhos castanhos-dourados e um cabelo ondulado como uma juba de leão. Veste-se com um roupa justa de couro e está sempre descalço, em contato com a terra.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Zu

Tábua com imagem de Zu
Zu era o pássaro das tempestades e a personificação do vento do sul que trazia nuvens carregadas de trovão. Aparecia tanto como pássaro quanto como homem alado com poderosas garras (possivelmente de leão, como um grifo
Certa vez, roubou as Tábuas do Destino e a coroa de poder de Enlil, tornando-se o dirigente do mundo. O poderoso An exigiu que os deuses recuperasse as tábuas. Algumas lendas dizem que todas as divindades temiam o pássaro (considerado um demônio) e somente Marduk conseguiu mata-lo. Outros dizem que o indignado deus da guerra Ninurta aproveitou as nuvens carregadas de Zu para atirar flechas contra ele. Já caído, Zu teve suas asas rasgadas e Ninurta ainda o decapitou, devolvendo, em seguida, as tábuas a Enlil. Por fim, Zu foi levado a julgamento diante do supremo Ea.

Gravura de Ninurta contra o pássaro Zu

Sua versão babilônica - com grandes semelhanças mitológicas - era Anzu. O nome Zeus pode ter derivado deste nome, lembrando que uma águia é o animal sagrado a esse deus grego.

Estudos indicam que Zu poderia ser também um dos demônios Pazuzu dos ventos. Pra quem não está reconhecendo este nome, Pazuzu é o demônio que aparece nos filmes do Exorcista.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ixchel

Ixchel ou Ix Chel ("A de pele branca" ou, talvez, "Arco-Íris") era a deusa do amor, da gestação, dos trabalhos têxteis e da lua. Possivelmente, a maior deusa na mitologia maia, era também conhecida como Lady Arco-Íris, Mãe-Terra e Caverna da Vida. Muitos crêem que ela era a deusa jaguar da medicina e do parto na antiga cultura maia.

Como deusa da pintura e dos tecidos, Ixchabel Yax, foi casada com o grande Itzamna, com quem teve inúmeros deuses celestes. Mesmo casada, Ixchel é conhecida por seus inúmeros amantes. Quando se enchia dos ciúmes deles, ficava invisível por um bom tempo, apenas ajudando mães e seus recém-nascidos. Nessa forma, era representada por uma jovem e um coelho, símbolo de fertilidade e abundância no mundo inteiro.

Existem registros de inúmeros rituais xamanísticos dedicados à deusa no século XVI. Em sua manifestação agressiva, era a deusa das tempestades, representada por uma velha com uma serpente na cabeçamãos e pés em garras e ossos cruzados nas roupas que esvazia os recipientes de cólera sobre o mundo. Seu poder de trabalhar com a serpente do céu para provocar enchentes era muito temido. As inundações seriam produto de sua raiva pelos humanos e a maior delas pode ter sido o Grande Dilúvio que também aparece na mitologia cristã. Seus sacerdotes tentavam acalmá-la com sacrifícios freqüentes. O jarro esvaziando que aparece em várias de suas representações também pode ser referente ao ciclo lunar, uma vez que remete à lua minguante. E essa simbologia possui ligação direta com as funções maias de uma parteira (o jarro esvaziando seria o nascimento) e com o ciclo menstrual.

Possuía templos nas ilhas mexicanas de Cozumel e Isla Mujeres, onde grandes cerimônias eram realizadas em sua honra no sexto dia de lua. De um porto na península de Quintana Roo, partiam as canoas de peregrinos até os templos para solicitar ao oráculo da deusa (um sacerdote que ficava dentro de uma estátua feminina) um bom parto.

Estátua de Ixchel na ponta sul da Isla Mujeres, onde ainda existem ruínas de seu templo.(Foto: Arquivo pessoal)

domingo, 9 de maio de 2010

Taranis

Taranis (ou Júpiter) com roda e relâmpago
Taranis (ou Tarann ou Taranuo) era o deus do trovão e mestre do céu da antiga Gália. Cruzava os céus em sua carruagem de prata e o trovão era o ruído que faziam as rodas. Os raios eram produzidos pelas fagulhas que saíam dos cascos dos cavalos. A roda, portanto, foi atribuída a ele.

Os romanos acreditavam que ele recebia sacrifícios humanos de seus adoradores. Deriva o seu nome das palavras taran ou toranos, que significam "relâmpago" ou "trovão", e chegou a ser considerado como o deus do fogo. Por isso, também aparecia, às vezes, como uma deidade relacionada com outros elementos essenciais, sobre os quais incidiria como uma espécie de princípio ativo.

Era adorado em quase todo o mundo celta e, pode ter sido associado ao deus romano Júpiter, ao grego Zeus, ao celta Donar e ao nórdico Thor. Mas também foi associado ao ciclope Brontes que criava relâmpagos para Zeus, na mitologia grega.


Rodinhas de metal utilizadas pelos adoradores de Taranis, chamadas de rouelles.
Milhares dessas foram encontradas na Bélgica galesa.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Perun

Deus do trovão e dos raios da mitologia eslava pré-cristã, Perun era particularmente venerado pelos russos, que chegaram a compará-lo ao Zeus grego. De acordo com as primeiras crônicas russas, Perun era a divindade máxima do panteão pagão antes da cristianização em 988 por St. Vladimir I, Grande Príncipe de Kiev. Por isso, suas associações eram inúmeras: ao firmamento, ao fogo, ao carvalho, às montanhas e às águias. O número 9 é relacionado a ele, mas não se sabe se haviam nove versões do deus ou se eram nove filhos.

Filho de Svarog e Lada, irmão de Kalvis, Stribog, Svarozvich, Tiermes, Ursula e Milda, Perun fazia serviços para seu pai na Terra. Perun e Tiermes usavam seus irmãos para conseguir favores de seus pais e pareciam ser os mais fortes dentre eles e, dessa forma, Perun teria subjulgado seu pai para se tornar o maior deus do panteão russo. No entanto, ao seduzir a deusa dos rios Ros (possivelmente daonde veio o nome "Rússia"), seu filho com ela, Dazhbog, acabaria por subjulgá-lo, tornando-se deus das tempestades.

Em seu papel de deus da guerra, cavalgava os céus numa carruagem puxada por um bode gigantesco (semelhante ao deus nórdico do trovão Thor), empunhando um arco de pedra que atirava seus raios (ditos como flechas de pedra ou meteoritos) e seu martelo (ou machado) do trovão, que sempre voltava para sua mão quando lançado contra o mal. Podia usar também poderosas maças douradas que eram, na verdade, bolas de raios (um raro fenômeno atmosférico). Armas de pedra e de metal eram associadas a ele.

Gromoviti znaci, ou marcas do trovão, como essas, são antigos símbolos de Perun que eram gravados nos telhados das casados para proteger das tempestades. Esse formato hexagonal pode ser um sinal da existência das maçãs do trovão e, portanto, do fenômeno das bolas de raios.

Com sua barba cobreada, era uma divindade criativa que trazia fertilidade e chuva aos campos. Mas as chuvas eram também a representação da batalha divina entre Perun e seu arqui-inimigo Veles. A deusa do sol era casada com ambos. O tempo escuro e chuvoso seria uma manifestação tanto da raiva de Perun quanto dos poderes de Veles que tentava se esconder de Perun para atacá-lo. Os raios e os trovões seriam os ataques de Perun e o fim da chuva significava que Veles tinha sido derrotado. Essa dicotomia "bem contra o mal" facilitou a cristianização.

Era comumente representado por uma estátua de madeira com cabeça prateada e bigode de ouro. Galos e bodes eram sacrificados a ele, mas também ursos e touros em florestas de carvalho, quando os rituais eram maiores. Prisioneiros de guerra podiam ser sacrificados a ele durante sua festa sagrada que durava nove dias de verão.

Era comparado a Perkons (Letônia) e a Perkunas (Lituânia), variações da raiz proto-eslava perk-/perg- ("atacante") ou de perkwu ("carvalho"), uma vez que seu nome pouco aparecia na literatura. Povos búlgaros possuíam diversos nomes de entidades naturais a partir de Perun: Pirin, Perunac, Perunovac, Perunika, Perunička Glava, Peruni Vrh, Perunja Ves, Peruna Dubrava, Perunuša, Perušice, Perudina e Perutovac. Após a conversão ortodoxa russa, Perun foi sincretizado ao profeta Elias que atravessava os céus em sua carruagem de fogo. Na Roma católica, Perun seria o arcanjo Miguel. Perun também apareceu em histórias em quadrinhos da Marvel Comics como parte de um grupo soviético de protetores que ficavam entre o heroísmo patriótico comunista e a vilania capitalista, seguindo a Guerra Fria.