segunda-feira, 9 de maio de 2011

Percy Jackson - O último olimpiano

E cheguei finalmente ao último livro da série Percy Jackson & Os olimpianos. O livro é a batalha final do início ao fim, de sua preparação à sua conclusão. Assim como os livros anteriores tinha um "herói-base", neste a história de Aquiles e Tróia são a referência.

O bom desse livro é que ele faz de tudo para não deixar ponta solta. Todas as relações são explicadas (mesmo que demoradamente) e amarradas de forma a fechar esse ciclo e possibilitar um novo, seja com esses personagens ou com outros. O autor faz de tudo para citar praticamente todos os personagens que passaram pela série e - de sobra - termina por caracterizar todos os 12 (13) olimpianos.

Por ser um livro infanto-juvenil, o final chega a ser previsível, com poucas novidades interessantes. A mortal Rachel Dare e os líderes dos chalés ganham destaque. Os deuses entram em combate, mas ficam em segundo (ou terceiro) plano. Ficamos conhecendo alguns outros deuses (chamados de deuses menores) e muitos outros titãs. Nenhum personagem surpreendente dessa vez, mas gostei de como foi escrito o tal "último olimpiano".

O que me incomodou foi a forma como foi tratada a relação entre realidade e mitologia que sempre foi bem resolvida nos livros anteriores. A batalha ocorre em toda a ilha de Manhattan, que é praticamente destruída. Um poderoso monstro devasta parte dos EUA. Tudo isso é transformado em tempestades naturais, enquanto o mundo não sabe o que acontece por causa de alguns "feitiços". Toda hora eu ficava me perguntando: "e os humanos? Como a Névoa modifica isso?". Pra mim, a barra foi forçada.

Bom... no fim das contas, é uma boa série para introduzir adolescentes no mundo da mitologia e da leitura. Pra quem se interessa, clique nos links a seguir para ver as postagens sobre cada livro ou na tag para ver tudo que já foi fala do sobre Percy Jackson por aqui.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Filme hercúleo

É... depois de achar o filão dos quadrinhos, Hollywood realmente resolveu se entremar pelo terreno da mitologia... Parece que o próximo será Hércules. E junta os dois assim como Thor!

O novo filme tenta se afastar de todas as outras versões cinemtográficas anteriores. Ele seria baseado na graphic novel Hercules: The Thracian Wars, que narra a história de um Hércules amargurado, sem família e que encontra em batalhas sangrentas um motivo para viver. Ao longo dos anos, ele se une a seis outros lutadores que rodam o mundo em busca de lutas bem pagas, onde podem liberar seus demônios interiores. Quando o rei da Trácia os contrata para ensinarem o exército real a lutar, eles são obrigados a ver o quanto desceram e o que se tornaram graças à sede de sangue do grupo. Escrita em 2008 por Steve Moore e Admira Wijaya, a HQ já estava na mira de grandes produtoras e o público tem se mostrada receptivo a este tipo de filme nos últimos anos.

Pelo roteiro, teremos pouca mitologia em si e mais porradaria a la 300, algo mais sombrio e realista. Deve haver algum tipo de menção aos famosos trabalhos do herói, já que ele é desenhado coberto com a pele do Leão da Neméia. Se o projeto for pra frente, teremos Hércules na telona em 2014.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Trailer imortal

E a mitologia está com tudo na telona mesmo. Recentemente falei dos novos cartazes para o filme Immortals. Agora, vocês podem ver o trailer:



Totalmente 300, né? E essa capacete do Mickey Rourke (Hipérion)? Bom... pelo menos, dessa vez parece que veremos deuses em ação!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O universo interativo de Thor

A Marvel divulgou um interessante guia interativo para o universo de Thor. Viaje abaixo para Midgard (Terra), Asgard, Jotunheim, a Ponte do Arco-Íris e conheça os personagens do filme através de imagens e clipes. Ao final, você será recompensado com uma imagem inédita do observatório de Heimdall.

domingo, 1 de maio de 2011

Filme dos deuses!


Essa semana aqui no blog foi toda voltada para a mitologia escandinava porque ela culminaria no filme Thor (Thor, 2011) que estreou nesta sexta-feira. Assim, tanto eu quanto os leitores do blog poderiam ter informações bem frescas das lendas que inspiraram a produção.

A primeira crítica que havia lido do filme caía em cima das incongruências mitológicas, dizendo que o filme era só mais um blockbuster de super-heróis. Fiquei meio apreensivo, mas a proposta do filme é adaptar o personagem mitológico dos quadrinhos Marvel (criado por Stan Lee, Larry Lieber e Jack Kirby, em 1962) e não a divindade escandinava. Nada que me impedisse de ir ao cinema para ver mitologia e quadrinhos: três das coisas que mais gosto nessa vida! Então... vamos lá! Será difícil omitir alguns detalhes do filme que são fundamentais, portanto, preparem-se para alguns spoilers.

Frigg e Sif

  • Jane Foster não era uma cientista nas HQS, mas uma enfermeira. A idéia era colocar uma mulher que ajudava pessoas doentes ensinando a humildade necessária a Thor. Mas a transformação dela em astrofísica caiu como uma luva nos objetivos do filme e de suas continuações.
  • Donald Blake, o ex-namorado de Jane Foster no filme, é, na verdade, o alter ego de Thor na Terra dos quadrinhos. Quando ele é banido por Odin e perde seus poderes, ele tem sua alma fundida ao terráqueo e seu martelo Mjolnir se transforma em uma begala. Ao bater a bengala no chão, Don vira Thor com todos os seus poderes e martelo.
  • A questão sanguínea de Loki está nas HQs e na mitologia, mas ficar azul-Avatar é novidade. Provavelmente para dar um chamariz visual ao filme.
  • O sono de Odin do filme é muito rápido. Nos quadrinhos, é bem longo. Aliás, foi uma premissa repetida para as aventuras do herói, uma vez que, durante o descanso do Todo-Poderoso, todos os inimigos queriam atacar Asgard. Desconheço esse sono na mitologia. Pesquisarei quando falar sobre o deus.
  • Esperava um Volstagg bem mais obeso. E a Marvel já conseguiu deixar um ator forte bem gordo em seus filmes (veja o Blob de Kevin Durand no filme Wolverine). Pelo menos a fome compulsiva aparece em um dos momentos do filme.
  • Fandral (Josh Dallas) está ótimo... mas Hogun (Tadanobu Asano) asiático? E com sotaque??? Essa cota racial politicamente correta gerou uma discussão intensa no momento que escalaram o ator negro Idris Elba para fazer Heimdall. Se a mitologia é NÓRDICA, como ter asiáticos e negros entre suas divindades? A melhor explicação dada é que deuses estão além da cor da pele, assim como Jesus não seria branco europeu por ter nascido numa área predominantemente árabe. Tá... com Heimdall funcionou, porque Idris Elba segurou as pontas do personagem. Mas Hogun não.

Hogun, Fandral, Vostagg e Heimdall
  • O post de ontem sobre Yggdrasil e os nove mundos vale a pena ser lido antes do filme. Dá uma boa contextualizada. Inclusive é o momento do filme onde Thor diz que tecnologia e magia se unem, mas na verdade é uma explicação para juntar o deus com o Homem de Ferro no vindouro filme d'Os Vingadores. Aliás, o que realmente parece unir tecnologia e magia no filme é Bifrost, a ponte dimensional do filme que é aberta pela espada de Heimdall e pode levar qualquer um pra qualquer lugar. Bom... Bifrost é a ponte que leva de Asgard a Midgard e só. Heimdall é só o sentinela que a tudo vê e ouve. Jotunheim e os outros reinos eram alcançados por meio de longas jornadas, tanto na mitologia quanto nas HQs. Entendo que a necessidade de adaptação transformou a ponte - que, por sinal, ficou bem interessante num acrílico furta-cor, mesmo que sua representação seja a de um arco-íris mesmo.
  • Os gigantes do gelo azuis não são referência pra mim. Que eu saiba tanto na mitologia quanto nos quadrinhos, eram de pele alva. A idéia de armas de gelo foi muito boa, considerando que as representações de barbas e cabelos sempre eram congeladas.
  • A armadura Destruidor é das HQs. Sempre muito poderosa foi muito bem representada na telona. Assutadora. E aquela girada que ela dá na Sif (Jamie Alexander) foi de tirar o fôlego!
  • Ver Sleipnir (o cavalo de oito patas de Odin) e Caixa do Inverno Eterno foi um brinde extra inesperado por mim. Um brinde mitológico... porque também teve o brinde quadrinístico na pele do Gavião Arqueiro (o agente Barton e fica com uma flecha apontada para Thor numa parte do filme).

Laufey, rei dos gigantes de gelo, a armadura Destruidor e Loki com a Caixa do Inverno Eterno.
  • A beleza dos cenários de Asgard no filme impressiona. Os céus são incríveis! Até Jotunheim (que alguns momentos parece mais Niflheim) ficou bem feita. Mas acho que eles gastaram tanto nesses cenários construídos digitalmente que os cenários “reais” são de filme B.

Asgard, Bifrost e Jotunheim
  • Não gostei muito da edição do filme. Achei os cortes muito óbvios e duros. Alguns momentos parecem corridos demais. No entanto, todas as cenas fazem sentido para a história. Assim como Odin, o diretor Kenneth Branagh parece ter um propósito por trás de todas as cenas.
  • Natalie Portman deu uma entrevista logo após seu merecido Oscar por Cisne Negro (Black Swan, 2010), falando que fazer este filme foi a salvação de sua vida, pois ela estava nos primeiros meses de sua gravidez e completamente travada emocionalmente depois da intensidade da bailarina que protagonizou. E ela faz bem a doçura a Jane Foster. Nada demais. Aliás, nenhuma atuação merece destaque, mesmo com as presenças de Anthony Hopkins (Odin) e Rene Russo (Frigg). Talvez o britânico Tomas Hiddleston que faz Loki. Quem conhece o personagem sabe que a cara de cínico que o ator emprega é perfeita! É possível ver toda a fragilidade psicológica do deus.
  • Mas... cá entre nós... Chris Hemsworth é Thor! Em gênero, número e grau! Quase como Robert Downey Jr. é Tony Stark no Homem de Ferro (Iron Man, 2008). Sua cena principal é quando não consegue reerguer o martelo e depois se desculpa com Loki. O praticamente-estreante-em-Hollywood deu conta do recado.

Thor arrogante e Thor frustrado.
  • Darcy (Kat Dennings) foi escalada para ser o alívio cômico. Até consegue... mas, pra mim, a melhor piada esta na referência cruzada dos asgardianos na Terra com personagens da ficção: Xena, Robin Hood...
  • Interessante como americano é bobo. Falar "eu te amo" é quase pedir em casamento. Um beijo na boca é a chave para todo o amor do mundo. E beijar a mão de uma mulher, deixa até Natalie Portman com cara de idiota! Americanos tem problemas sérios.
  • Vi 2D mesmo... 3D não presta! É palhaçada pra vender ingresso mais caro e você fica perdido procurando tridimensionalidade ao invés de se preocupar com a história. Ah... e fiquem até o final! Tem uma ceninha importante para o filme d'Os Vingadores no pós-créditos!

É isso. Fiquei feliz com a película porque ela faz o possível para respeitar o público de cinema, o de quadrinhos e o de mitologia. Vale o ingresso! Pra mim, vale o DVD na estante com certeza!

PS.: Pra terminar: alguém tem aí um Mjolnir pra me dar? Não sei se sou digno, mas o martelo é muito legal, não?