sábado, 28 de maio de 2011

A fúria deveria ser dos deuses!


Ontem tive a oportunidade de assistir as cenas deletadas do filme Fúria de Titãs (Clash of the Titans, 2010) que já falei por aqui em algumas ocasiões. Fiquei com a impressão que a fúria deveria ser dos deuses, porque TODAS... eu disse TODAS as cenas em que os outros deuses do Olimpo apareciam com alguma importância foram cortadas! Eles viraram somente um pano de fundo para as atuações de Liam Neeson (Zeus) e Ralph Fiennes (Hades)! A cena que Hades entra no Olimpo, tinha texto pra quase todos os deuses! Até Héstia (Jane March) aparecia, mostrando que eles fizeram o panteão grego e não o romano!


E também vi o final alternativo do filme que vou revelar aqui. Primeiro precisamos considerar que esse outro final só tem validade com as cenas que foram deletadas. Digo isso porque Apolo (Luke Evans), por exemplo, tinha suma importância! Para quem viu o filme, sabe que tem uma cena onde Zeus desce do Olimpo para ter uma conversinha com Perseu (Sam Worthington). Originalmente, quem descia era Apolo! Inclusive, se vocês perceberem, a moeda que Zeus dá para Perseu entrar no Mundo Subterrâneo é uma moeda solar: era Apolo, deus do sol, que dava a moeda!

No fim, quando Perseu se lança ao mar para salvar Andrômeda, eles se beijam num boca-a-boca submarino com uma certa química, que dá a entender que eles se aproximariam do final onde eles ficam juntos. Ou seja, nada de trazer a Io (Gemma Arterton) de volta - o que teria até mais sentido se falássemos do release que saiu sobre o possível segundo filme.

Depois, Perseu sobe ao Olimpo com Pégaso e entra no salão dos deuses (alguém aí viu/leu Percy Jackson? Pois é...). Zeus manda todos saírem e os dois discutem sobre a relação homem / deuses. Rola uma tensão com todo mundo achando que vai sair uma porradaria, mas Perseu finca sua espada no meio daquele "chão terrestre" e derruba todas aquelas miniaturas de humanos que os deuses usavam para jogar com a humanidade (quem viu o filme de 1981 entende isso melhor) numa metáfora do tipo "os deuses não nos controlam mais". No filme que saiu nos cinemas, as estátuas são destruídas com a chegada do Kraken, que afeta até o Olimpo.


Aliás, uma das cenas deletadas mostra que o Kraken também enfraquecia os deuses ao fazer com que os humanos tivessem medo deles e não devoção. Todo esse medo é canalizado por Hades que sairia poderoso dessa história... se não fosse Perseu e a Medusa.

Bom... confesso que as cenas divinas que foram cortadas estavam beirando a canastrice, mas acho que a trama seria melhor amarrada. Agora é esperar o próximo com mais liberdade de roteiro para saber o que vão inventar.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nammu

Nos mitos sumérios, o mar primevo (abzu ou engur) é representado por Nammu (ou Namma). Ela é uma deusa sem cônjuge, o ventre de auto-procriação do universo, a matéria primordial, a grande mãe de todas as fontes de vida e fertilidade e de todos os deuses, que deu à luz An (o céu) e Ki (a terra). É a deusa que nutre e preserva. Seu nome tem o mesmo símbolo que os sumérios usavam para a palavra "mar", e era também chamada de A Deusa do Mar Doce.

Poderosa e afável, alguns diziam que ela foi à inspiração criativa para a humanidade. Exorcistas recorriam a ela para livrar possuídos do domínio de demônios. Sua representação era de uma mulher nua com cabeça de serpente, amamentando um de seus filhos divinos. Seus ombros largos significavam proteção e um triângulo púbico aludia à fertilidade, à vida.

É importante destacar como era comum encontrar esse tipo de divindade feminina (a força da Grande Deusa) nas mitologias das primeiras civilizações. Por exemplo, Nammu corresponde (e até se confunde em alguns pontos) a Tiamat na mitologia babilônica.

Mudando um pouquinho...

Está difícil manter uma regularidade por aqui... às vezes, os bons ventos me ajudam. Mas vou tentar me compromissar com pelo menos uma postagem por semana. Enquanto isso, percebam algumas novidades... (além do visual, né?)
  • Agora aí em cima temos duas abas (Biblio+Graphos e +Links) que possuem livros e sites que foram usados para fazer as postagens deste site. Anteriormente, estas informações ficavam na lateral do blog e ficavam meio atravancadas e perdidas. Com isso, ganham o devido destaque.
  • Outra modificação é na lupa de Mitologia Africana. No início, era chamada de Mitologia Afro-Brasileira, considerando que muitas lendas africanas se mesclavam nas religiões negras de nosso país. No entanto, também existia a lupa para Mitologia Brasileira, onde estavam as lendas de nosso folclore, mais voltadas para a cultura "indígena". Resolvi, então, renomear tal lupa: a partir de agora, histórias que pertençam tanto a mitologia brasileira quanto a africana receberão as duas tags e serão encontradas pelas duas lupas. Garanto que sua pesquisa ficará bem mais rica.
É válido lembrar que cada postagem nova tem seus links revistos: se uma postagem nova se relaciona com uma postagem antiga, haverá links entre elas, ou seja, a postagem antiga ganhará um link para a nova postagem. Caso mais alguma modificação seja feita, ou até mesmo alguma atualização em um post que já foi escrito, eu avisarei em um post exclusivo, ok?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Min

Min é um deus criador do Antigo Egito adorado como deus da sexualidade e da reprodução. Costumava ser representado com a pele negra segurando seu pênis ereto na mão esquerda e um mangual (ou chicote) na mão direita. Em sua cabeça, uma coroa de penas ou chifres de touro. Seus símbolos eram o touro branco, uma flecha farpada, e uma cama de alface egípcia, vegetal que os egípcios acreditavam ser um poderoso afrodisíaco por ser alta, retilínea e liberar uma substância leitosa quando friccionada (características superficialmente semelhantes as do pênis).

Como um deus da potência sexual masculina, era homenageado durante os ritos de coroação, quando o faraó era esperado para semear a sua semente - geralmente se pensa ter sido sementes de alface egípcia, embora se acredite que o faraó era esperado para demonstrar que ele poderia ejacular - e assim garantir a inundação anual do Nilo. No início da época de colheita, sua imagem era levada para fora do templo e levada para abençoar os campos, enquanto jogos nus eram realizados em sua homenagem. Muitas de suas estátuas e imagens foram destruídas com a chegada do Cristianismo.

Alguns estudiosos encontraram um lado destrutivo do deus, com representações suas carregando um raio (ou flecha farpada), como se fosse um deus da guerra. Mas hoje acredita-se em erro de traduções. Também foi ligado a Khnum por sua força criadora e fertilizadora no Nilo e até mesmo a Horus. Por conta dos rituais orgásticos em seu nome, foi associado a , na mitologia grega.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ananta

Vishnu descansa sobre Ananta rodeado de outros deuses

Segundo os mitos, Ananta era uma gigantesca serpente de várias cabeças que ficava enrodilhada no fundo do mar, onde Vishnu descansava sobre seu corpo. Seu nome significa "infinito" em sânscrito e simbolizava, portanto, a eternidade e a ausência de tempo. Por essa razão, também é dito que Ananta é na verdade um epíteto de Vishnu: o Infindável. Era dito que o fogo de suas várias bocas seria o responsável por destruir o mundo ao final de cada era cósmica.

Ananta era uma das nagas da mitologia hindu. Acreditava-se que as nagas eram uma raça primeva de serpentes antropomorfizadas. Formou-se uma religião muito forte em torno das nagas, ao ponto delas serem consideradas símbolos de sabedoria. É confundida com outras nagas, como Sesha e Vasuki.

Vishnu reclinado sobre Ananta (1780-1790)