sexta-feira, 30 de maio de 2014

Desvendando PJ: Livro 2 - Capítulos 6 a 10

Continuando sem corrida de bigas fica difícil, mas vamos lá... Sugiro ler o post anterior para entender melhor.

LIVRO vs. FILME
  • No livro, Grover não participa de grande parte da aventura porque desde o início está preso na ilha de Polifemo. O elo empático de Percy com Grover é constante no livro, com o jovem herói ciente do problema de seu guardião sátiro. No filme, Grover começa a aventura ao lado dos jovens semideuses. Ele só se separa do grupo quando é sequestrado por Luke para ser a bússola até o Velocino.
  • Como não tem corrida de bigas no filme (acho que foi substituída por um brinquedo idiota), toda a parte que Percy treina equitação em Pégaso e depois enfrenta os Pássaros da Estinfália é suprimida.
  • O filme pula logo para a parte que Clarisse (e um sátiro desconhecido) é escolhida para ser a responsável pela missão. No livro, ela é escolhida por Tântalo (o novo diretor que não está no filme, que usa Dioniso) de propósito, só para contrariar Percy. Fala-se muito sobre Jasão, os Argonautas e o Triângulo das Bermudas.
  • Nesse filme aparece pela primeira vez o Oráculo com a profecia dos dezesseis anos, que insere a presença de Cronos (já se sabia dele desde o primeiro livro).
  • Após o Oráculo, Percy, Annabeth, Grover e Tyson decidem fugir em missão para o filme ter sentido. Eles usam o táxi das Irmãs Cinzentas, Grover é sequestrado e os heróis entram em um correio local para encontrar Hermes, o mensageiro dos deuses, como dono da UPS. Dentro do correio, Hermes fica sabendo de tudo que Luke fez no primeiro filme e dá alguns suprimentos aos heróis. Como o livro gira de outra forma, vou tentar localizar esses acontecimentos: o Oráculo não aparece, mas a profecia é dita a seguir; o táxi é usado para chegar ao acampamento logo no início; sobre Grover já expliquei lá em cima; e Hermes aparece para Percy no acampamento logo depois da corrida de bigas, dá s suprimentos e sugere que ele fuja do acampamento para resolver a situação.
  • O belo hipocampo que aparece no filme para levá-los ao navio de Luke é multiplicado por três do livro! Arco-Íris é o nome que Tyson dá para o seu "cavalinho".
  • É no navio cheio de monstros (lestrigões, dracaenaes, Agrios e Oreios) descrito pelo livro que Percy fica sabendo da profecia dos dezesseis anos. Luke conta, mostra o caixão de Cronos e revela seus planos de trazê-lo de volta à vida com o Velocino. Tirando o fato de só ter um monstrinho (não identificado... uma manticora?) no filme, essa parte está bem próxima ao livro. Inclusive o fato dos heróis escaparem por conta dos poderes ampliados de Percy, que aos poucos vai aprendendo ainda mais sobre eles.
  • Os ventos usados como motores do bote aparecem em ambas as mídias.
  • Ao chegar em terra, o livro diz que Percy, Annabeth e Tyson ainda enfrentam uma hidra. O filme prefere levá-los direto para o Triângulo das Bermudas.

SOBRE MITOLOGIA...
  • Em ambas as mídias fala-se de uma atração natural dos sátiros pelo Velocino da qual eu nunca ouvi falar. Talvez por sátiros serem caprinos (bodes) e o velocino ser ovino (lã de ovelha)...
  • Sobre Jasão, os Argonautas e o próprio Velocino, vou deixar pra falar em uma postagem maior.
  • Os Pássaros da Estinfália são os mesmo derrotados por Hércules e estão bem descritos no livro. As dracaenaes também. Pena que não apareceram no filme. O livro ainda cita Éris, Esculápio e Prometeu.
  • Quando vai consultar o Oráculo, Percy descobre uma versão totalmente errada da Titanomaquia, a Batalha dos Titãs, onde Zeus, Poseidon e Hades sobrevivem ao canibalismo de seu pai Cronos e o derrotam. Não foi bem assim: Poseidon e Hades são engolidos e somente Zeus escapa através de uma artimanha de sua mãe Réa.
  • Os irmãos gêmeos Agrios e Oreios não são misturas de homem com urso, só porque Afrodite enfeitiçou a mãe deles para que se apaixonasse por um animal.

Vou te dizer que está bem complicado de cruzar as mídias. É como se duas pessoas estivessem contando a mesma história, cada um da forma que acha melhor (e não deixa de ser isso mesmo!).

terça-feira, 13 de maio de 2014

Desvendando PJ: Livro 2 - Capítulos 1 a 5

Olha... vai ser um pouco mais complicado do que eu imaginava: o filme e o livro são bem distintos. Os personagens principais estão lá... a temática está lá... mas o desenrolar da história é bem diferente. Até mesmo na velocidade das ações, já que o filme parece se desenrolar em pouquíssimos dias, o livro gira em torno de quase um mês (ou mais). Mas vamos lá... tentarei reduzir ao máximo os spoilers (mesmo achando impossível fazer isso). Espero que vocês tenham lido o livro e visto o filme.
E foi assim que eu comecei a desvendar o Ladrão de Raios... e será assim com o Mar de Monstros. Nem sei se terei como fazer a cada três capítulos porque temos alguns fatores a considerar:
  1. O primeiro filme ignora toda história de Cronos que é o cerne de toda saga nos livros. No novo filme inseriram Cronos e finalizaram o filme com uma ponta para o terceiro.
  2. Dessa vez, não preciso inserir tantas descrições de personagens, porque já o fiz anteriormente.
É válido lembrar o seguinte: esse livro se baseia em duas grandes aventuras da mitologia grega: a Odisseia (poema épico de Homero que conta a viagem cheia de perigos marítimos de Ulisses de volta para casa após a Guerra de Troia) e os Argonautas (a saga de Jasão em busca do Velocino de Ouro).

LIVRO vs. FILME
  • O livro começa com Percy em casa, com mãe fazendo comida azul e mais problemas na escola, como um jogo de queimadas contra Lestrigões. Percy recebe ajuda de Annabeth que usa um boné de invisibilidade e Tyson surge nesse momento. O filme começa revelando já de cara a história da chegada de Luke, Thalia e Annabeth no acampamento... e como Thalia virou a árvore que protege o acampamento. Depois vem uma disputa entre os alunos só pra introduzir Clarisse, a filha de Ares. Tyson entra no acampamento porque Poseidon o manda pra lá (essa história é um motion comic nos extras do filme). E nada de Lestrigões no filme.
  • O táxi das Irmãs Cinzentas (a Carruagem da Danação) aparece no livro para levar Percy, Annabeth e Tyson para o acampamento depois da batalha com os Lestrigões. O veículo surge do asfalto depois que Annabeth joga um dracma no chão. No filme, o táxi aparece para ajudar Percy, Annabeth, Tyson e Grover para fora do acampamento, depois que a garota assobia... isso já muda o ritmo da história. As coordenadas são realmente dadas pelas velhas em ambos as situações. Elas tem um olho e um dente no livro, mas no filme só disputam o olho.
  • No livro, são dois touros de Colchis que invadem o acampamento: um é derrotado por Clarisse e o outro por Tyson que, ao ser atacado pelo fogo do animal de bronze, revela-se a todos como um ciclope. No filme, apenas um touro ataca. Todos já sabem que Tyson é um ciclope, mas ele surpreende por sua força e por nascer queimado. Quem derrota o touro é Percy.
  • Os touros entraram porque a árvore de Thalia foi envenenada e a proteção do acampamento enfraqueceu. Quíron é despedido no livro e Dioniso afastado do cargo de diretor, sendo ambos substituídos por Tântalo, que institui corridas de biga entre os alunos. Nada de Tântalo ou bigas no cinema. Ah... e nem Quíron nem Dioniso saem do filme. A maldição de Tântalo sobrou pra Dioniso.

SOBRE MITOLOGIA...
  • Lestrigões são realmente gigantes canibais. Eles estão presentes na Odisseia.
  • É estranho quando Dionísio e Quíron aparentam não saber que Tyson é filho de Poseidon, quando isso é óbvio: Cíclopes SÃO filhos do deus do mar com uma ninfa. E sua resistência ao fogo também é fato, uma vez que são responsáveis pelas forjas vulcânicas de Hefesto. Mas nunca ouvi falar em telepatia marinha para esses seres mitológicos.
  • A maldição de Tântalo é jamais saciar sua fome ou sede. Por isso que Dioniso não consegue beber seus vinhos no filme.
  • As Irmãs Cinzentas são as Greias da saga de Perseu. Elas realmente dividem um olho e um dente. Seus nomes são Dino, Ênio e Péfredo (e não Ira, Vespa e Tempestade).
  • Os touros de Colchis são os dois touros da Cólquida que fazem parte da busca de Jasão pelo Velocino de Ouro. Na Cólquida, Jasão precisava cumprir a seguinte tarefa: lavrar um campo com dois touros monstruosos e indomados, de cascos de bronze e que expeliam fogo pelas narinas, oferecidos por Hefesto, e, em seguida, semear o campo lavrado com dentes de um dragão!

Esses são os primeiros (confusos) cinco capítulos. Juntar Perseu, Jasão, Ulisses e a Titanomaquia numa história adolescente é brabo! Com o tempo, todos esse mitos serão abordados por aqui.

sábado, 10 de maio de 2014

Desvendando Percy Jackson e o Mar de Monstros...

Vi o filme Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters, 2013) quando saiu, mas não tive tempo de escrever meus comentários. Então, aproveitei pra reler o livro para poder fazer mais um "desvendando" por aqui com o cruzamento entre as informações mitológicas dadas.

Sempre é importante lembrar que um filme vindo de um livro é um roteiro adaptado, ou seja,nunca será exatamente o que foi escrito. Fora isso, por ser uma sequência, além de adaptar o que Rick Riordan escreveu, os roteiristas tinham que pensar a partir do universo criado no primeiro filme.

Farei como antes: colocarei por grupos de capítulos e aprenderemos um pouco mais sobre a mitologia grega. Veja o primeiro, do Ladrõa de Raios, aqui.

sábado, 26 de abril de 2014

Reza


Deus me proteja da sua inveja / Deus me defenda da sua macumba / Deus me salve da sua praga / Deus me ajude da sua raiva / Deus me imunize do seu veneno / Deus me poupe do seu fim (2x)
Deus me proteja da sua inveja / Deus me defenda da sua macumba / Deus me salve da sua praga / Deus me ajude da sua raiva / Deus me imunize do seu veneno / Deus me poupe do seu fim
Deus me acompanhe / Deus me ampare / Deus me levante / Deus me dê força / Deus me perdoe por querer / Que Deus me livre e guarde de você (2x)
Deus me perdoe por querer / Que Deus me livre e guarde de você...
Mantra diário...

sábado, 19 de abril de 2014

Dia do Índio

Índia Kayapó
Não podemos esquecer desse dia que comemora àqueles que são a essência do nosso país: os Índios Brasileiros.
Mas primeiro... vamos entender uma coisa: ÍNDIO É UMA PALAVRA ERRADA! Explicando: quando Cristóvão Colombo chegou ao continente americano, achou que tinha chegado às Índias e, assim, denominou todos os povos nativos como "índios". Entenda: os nativos do Brasil não se chamavam de "índios", muito menos os nativos das planícies norte-americanas. Esse termo eurocêntrico está caindo em desuso nas últimas décadas. O correto seria chamar de povos autóctones ou povos nativos, porém, os termos "índio" e "indígenas" já estão enraizados em todos os idiomas.

Em abril de 1940, os principais líderes autóctones do continente americano se reuniram para o 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. O objetivo era discutir ações que zelassem pelos direitos dos povos nativos. Porém, muitos líderes boicotaram os primeiros dias do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos "homens brancos". Depois de algumas reuniões, eles decidiram que o Congresso representava um importante momento histórico, e resolveram participar, criando assim o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos povos nativos em toda a América.

O Congresso também aprovou uma recomendação de delegados "indígenas" do Panamá, Chile, Estados Unidos e México, que pedia a adoção do Dia do Índio pelos governos de todos os países americanos. O dia proposto foi 19 de abril, data em que acabou sendo realizada a reunião. O Brasil não adotou a data comemorativa imediatamente: somente em 2 de junho de 1943, após intervenção do Marechal Rondon, o então presidente Getúlio Vargas, por meio do decreto-lei 5.540, instituiu a data, cumprindo a proposta do Congresso. Desde então, nosso país celebra a data com atividades educacionais e divulgação sobre o povo nativo brasileiro. Escolas e instituições culturais promovem ações e palestras para lembrar a importância desses povos para a formação da cultura brasileira e preservar as tradições e a identidade dos "índios".

No entanto, a data não colou pelo mundo. Somente Argentina e Costa Rica adotaram. Em 1994, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) instituiu o Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado todo 9 de agosto. Em 2019, a organização comemora o Ano Internacional das Línguas Indígenas.

Aproveitem para conhecer o Museu do Índio no Rio de Janeiro e para dar uma passeada aqui no blog para saber mais sobre nossa cultura na lupa de Mitologia Brasileira (aí do lado) ou vá direto em alguns verbetes dedicados à mitologia "indígena" brasileira, como o protetor Anhangá, as lendas do Guaraná, nossa sereia Iara e a lua Jaci. Você também pode conhecer mais sobre o famoso ritual Quarup, entre outros.