terça-feira, 25 de julho de 2017

Tsao Chün (Zao Jun)

Tsao significa lareira ou forno e pode ter sido um príncipe da Dinastia Han que gostava de cozinhar. Normalmente, é retratado como um velho gentil cercado pela esposa e pelos filhos; mas não se limitava a ser um guardião. Do seu “templo” – um pequeno nicho perto do fogão da cozinha onde está representado numa pintura em papel –, o deus do lar registrava cada movimento e cada palavra da família.

Então, na noite do vigésimo quarto dia da décima segunda lua, Tsao Chün subia aos céus para apresentar seu relatório aos deuses do Paraíso Ocidental. Desse relatório dependia a prosperidade ou as adversidades dos donos da casa. Portanto, nesta noite a família lhe oferecia notas de dinheiro, bolos de mel e vinho para adoçar a língua do deus. Em seguida, queimavam a imagem numa pequena fogueira de madeira de pinho e soltavam fogos de artifício para iluminar sua subida.

Quando Tsao Chün volta à terra, uma nova imagem de papel é colocada no nicho, onde permanece pelo ano todo. Durante a ausência do deus, os membros da família ficam livres para fazer o que lhes aprouver. Mas sempre se lembram de que o desastre pode chegar sem que ele esteja por perto para protegê-los.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Nerthus

Os povos da antiga Dinamarca adoravam Nerthus, uma deusa de fertilidade. Eles levavam a imagem dela ao redor da zona rural em um vagão para fazer as colheitas crescerem bem.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Mictlantecuhtli

Mictlantecuhtli era o senhor tolteca do reino dos mortos e deus do mundo inferior (Mictlan), onde reinava com sua esposa, Mictecacihuatl.

O reino dos mortos tinha várias áreas. Para a parte gelada e sombria, iam os que não tinham o direito a nenhum lugar nos céus. Ali, eles comiam cobras venenosas, o único alimento disponível. Quando alguém morria de causas naturais, seu corpo era vestido com roupas finas e colocado sobre uma pira funerária com um pacote de alimento e um cão vermelho – previamente morto num ritual – e queimava por três dias, antes de entrar no Mictlan. Para chegar à parte pacífica e silenciosa, a alma da pessoa morta tinha de empreender uma perigosa viagem com ajuda do cão através de oito florestas sombrias, oito desertos, oito montanhas e um rio caudaloso e traiçoeiro.

A aparência do deus indicava claramente seu papel: era representado como um esqueleto de ossos muito brancos, dentes muito salientes num crânio descarnado, e coberto de manchas de sangue. Freqüentemente homenageado com penas de corujas e ornamentos de papel na cabeça, ele usava um colar de olhos.

Os presentes mais comuns oferecidos ao deus no mundo inferior eram tiras de pele humana arrancadas dos corpos, e durante a festa, no templo Tlalxicco, o suposto umbigo do mundo, um homem que representava o papel do deus era sacrificado à noite. Os astecas adotaram o culto a esse deus dos toltecas.

domingo, 25 de junho de 2017

Amma

O deus supremo dos povos Dogon de Mali, na África Ocidental, fez o Sol, a Lua, as estrelas, sendo o responsável pelos céus e pelas chuvas. Amma ficou só e se acasalou com a Terra. O primeiro filho foi Ogo (ou Yurugu).

Da segunda gestação, vieram os perfeitos gêmeos divinos, Nommo (ou Nummos), que se tornaram água e luz, a força vital do mundo. Eles acreditavam que as pessoas que nascessem sem um par ficavam com personalidade desequilibrada, como o chacal. Dali em diante, pediram para Amma criar o primeiro homem e a primeira mulher como almas gêmeas, para que todos fosse equilibrados.

O primeiro casal teve mais quatro pares de gêmeos, os antepassados dos Dogon, que roubaram de Amma macho e fêmea de cada animal do Céu e uma amostra de todas as plantas. Tudo foi colocado em uma pirâmide gigante que deslizou até a Terra em um arco-íris. O fogo foi trazido por uma linha presa à pirâmide e ao Sol.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Hermafrodito

Dá-se normalmente o nome de hermafrodito a todos os seres cujo gênero é duplo, simultaneamente masculinos e femininos. Mais particularmente os mitógrafos se referem, com este nome, a um filho de Afrodite e Hermes.

Eis a sua história: Hermafrodito, cujo nome evocava simultaneamente os nomes de sua mãe e de seu pai, fora educado pelas ninfas da floresta do monte Ida, na Frígia. Como filho de Afrodite, era natural que possuísse grande beleza e, como filho de Hermes, que fosse sexualmente curioso, mas extremamente volúvel. Quando fez quinze anos começou a correr o mundo para conhecê-lo e – por que não? – seduzi-lo.

Viajava pela Ásia Menor quando, um dia, encontrando-se na Cária, chegou às margens de um lago maravilhosamente belo. Neste lago morava uma ninfa, Sálmacis. E ela se apaixonou perdidamente pelo novo deus. Fez-lhe inúmeras propostas, mas o jovem, com receio de "prender-se", recusou.

Ela fingiu-se resignada, mas escondeu-se enquanto ele se despia e se lançava ao lago. Assim que o viu nos seus domínios e, principalmente, à sua mercê, Sálmacis nadou, alcançou-o e agarrou-o com todas as suas forças.

Hermafrodito tentou, em vão, afastá-la de si. Ela, entretanto, elevou uma prece aos deuses, pedindo-lhes que fizessem com que os dois corpos jamais se separassem. Os deuses escutaram-na e uniram-nos num novo ser, de natureza dupla. Mas, por seu lado, Hermafrodito obteve do Olimpo que todo aquele que se banhasse nas águas do lago Sálmacis perdesse sua virilidade. No tempo de Estrabão (65 a.C.) ainda se atribuía ao lago este efeito.

Muito frequentemente, pelo menos nos monumentos figurados, Hermafrodito é representado entre os companheiros de Dioniso.