sábado, 23 de dezembro de 2017

Olho grego

Olho grego é um talismã contra a inveja e o mau-olhado. Acredita-se que tem o poder de absorver energias negativas. Também pode simbolizar o olhar de Deus que ilumina e protege as pessoas, além de transmitir a paz. É também conhecido por Olho TurcoOlho MísticoOlho Azul ou Nazar Boncugu ("conta de olhar" em árabe").

O olho grego existe há muito tempo, sendo encontrado em países que possuíram influência árabe, como Grécia, Turquia, Armênia e Irã, mas foi inicialmente em rituais da cultura islâmica que o amuleto se tornou indispensável nos rituais de proteção – até dos católicos. No Antigo Egito e na Índia, o Olho de Hórus e o Terceiro Olho do Buda representavam objetos com função similar a do olho grego.

Normalmente, é feito de vidro, tem a forma arredondada (imitando o olho humano) e é composto das cores azul escuro, branco e azul claro, que simbolizam limpeza e proteção. Uma lenda diz que a cor azul presente no amuleto corresponde à raridade dessa tonalidade nos olhos da população árabe, uma vez que a maioria possui olhos escuros. Nascidos com olhos azuis seriam considerados tanto pessoas protetoras quanto pessoas amaldiçoadas, pois acredita-se que o mau-olhado tem essa cor, portanto seria mais eficiente em atraí-lo ao considerá-lo um igual.

Outra lenda conta que em uma cidade havia uma enorme rocha que não podia ser movida ou quebrada nem com a ajuda de mil homens. Sem saber o que fazer, a a população da cidade resolveu levar um homem extremamente invejoso até a rocha. Assim que a avistou, o homem exclamou: "Nossa, pedra enorme!". Subitamente, ouviu-se um enorme barulho e a rocha partiu-se em dois pedaços. Passaram a acreditar que fora a inveja do homem que conseguiu romper a resistente rocha. Por essa razão, se o amuleto aparece rachado, significa que protegeu quem o carrega de invejosos. Os pedaços devem ser lançados em água corrente e o amuleto precisa ser substituído.

É muito utilizado como pingentes em pulseiras e correntes, pendurados em portas e em espelhos retrovisores dos carros. Algumas mães colocam esse amuleto na roupa dos bebês. Por vezes, é usado em conjunto com um amuleto em formato de pimenta (para potencializar o afastamento de maus espíritos) ou um amuleto em formato de ferradura (para potencializar a proteção pessoal e a sorte).

sábado, 28 de outubro de 2017

Ragnarok, o Crepúsculo dos Deuses

O mito do Ragnarok (ou Ragnarök, Ragnarøkr, Ragnorak, Gotterdammerung) explica como o mundo terminará.

Será precedido por Fimbulvetr, o inverno dos invernos. Três desses invernos seguirão um ao outro sem verões no meio. Conflitos e feudos irão surgir, mesmo entre as famílias, e toda moral desaparecerá. Haverá guerra constante e anarquia em Midgard (Terra). Pouco antes da grande batalha, a rivalidade entre os deuses nórdicos e os gigantes de Jotunheim aumentará, porque Loki (em prisão perpétua por sua participação na morte de Balder) conseguirá usar sua lábia para instigar temores.

O galo carmesim Fjalar vai cacarejar para os gigantes, enquanto o galo dourado Gullinkambi fará o mesmo para os deuses. Um terceiro galo levantará os os mortos. Os guerreiros de Valhalla (Einherjar) serão chamados por Gjallarhorn, o "chifre retumbante" de Heimdall, para lutar ao lado de aesires e vanires na batalha da Planície de Vigrid.

Os monstros-lobo Skoll e Hati que vivem tentando engolir o Sol e a Lua, respectivamente, finalmente conseguirão, mergulhando a Terra na escuridão. As estrelas começarão a cair e as montanhas se despedaçarão, libertando Fenrir e Loki e acordando Jormungand, a Serpente do Mundo. Cada respiração venenosa da serpente irá manchar o solo e o céu com seu veneno. As ondas causadas por seu surgimento libertarão o navio Naglfar (feito de unhas humanas) com o gigante Hymir como seu comandante e os gigantes vão para o campo de batalha. Do reino dos mortos, um segundo navio surgirá carregando os habitantes de Hel, tendo Loki como seu timonel.

Os gigantes do fogo, liderados pelo gigante Surt, deixarão Muspellheim no sul para se juntarem contra os deuses. Sua primeira ação será destruir a ponte Bifrost. Com uma espada que arde como o próprio sol, Surt queimará a terra.

No fim, tanto deuses quanto gigantes morrerão:
  • Odin será devorado por Fenrir, que será morto por Vidar, filho de Odin.
  • Thor matará a Serpente do Mundo, morrendo de seu veneno após dar nove passos sem largar seu martelo.
  • Tyr enfrentará Garm e um matará o outro.
  • Heimdall e Loki não sobreviverão ao combate entre eles.
  • Yggdrasil ruirá de tanto que a serpente Nidhogg a roeu.
  • Freyr morrerá nas mãos de Surt, que explodirá em chamas e destruirá os nove mundos.
Odin e Fenrir, ilustração de Emil Doepler (1905).
Thor e Jormungand, ilustração de Emil Doepler (1905).
Asgard em chamas, ilustração de Emil Doepler (1905).

A terra em chamas afundará no mar para emergir como um novo mundo abundante em fontes, a última expressão da crença nórdica de que um mundo melhor está por vir. Somente Vidar, Magni (filho de Thor) e o casal humano Lif e Lifrathsir sobreviverão e herdarão a nova Terra. A serpente Nidhogg sobreviverá para manter o balanço entre o bem e o mal.

Vale frisar que "Ragnarök" não significa exatamente "Crepúsculo dos deuses" como eternizado pelo compositor Richard Wagner em sua grande obra, Der Ring des Nibelungen, Götterdämerung. A palavra significa "destruição dos poderes", sendo que a tradução colocou "poderes" como "deuses". Aliás, toda narrativa do evento tem sido tema de controvérsias quanto à sua origem por ter sido escrita após a cristianização do mundo nórdico.

sábado, 30 de setembro de 2017

Anansi

Anansi (Ananse), um dos espíritos embusteiros mais famosos da África Ocidental, capaz de enganar até os deuses, nasceu como homem, mas foi chutado por causa de uma de suas brincadeiras e se desfez em mil pedaços.

Os Ashanti de Gana contam muitas histórias sobre o "Homem-Aranha", como quando se vingou de um leão, prendendo-o em sua teia numa grande árvore, para comer sua comida sem dividi-la.

Talvez a história mais conhecida seja a que Anansi queria comprar todas histórias do deus do céu, Nyame. Este disse que Anansi teria de capturar uma píton, um leopardo, um enxame de marimbondos e Mmoatia, uma fada. Anansi e sua mulher Aso enganaram a píton, amarando-a num galho, atraíram os marimbondos para uma cuia, pegaram o leopardo num poço e prenderam a fada fazendo com que ela grudasse em uma boneca pincelada com resina. Espantado quando Anansi apareceu com todas as criaturas que pedira, Nyame deu suas histórias ao embusteiro dizendo que ele vencera onde tantos outros haviam falhado e, a partir daquele momento, as histórias se chamariam as Histórias da Aranha.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Ekchuah

Com seus olhos pintados de preto, lábio inferior caído e uma longa cauda de escorpião, Ekchuah era um dos deuses mais surpreendentes do panteão maia, com dois papéis bastante diferentes e quase conflitantes: por um lado, protegia comerciantes e viajantes, carregando um saco de mercadoria nas costas como um vendedor ambulante; e, por outro, era o Líder da Guerra Negra – esse é o significado de seu nome –, uma divindade feroz e violenta, responsável por todos os que morriam nas batalhas.

sábado, 9 de setembro de 2017

Svantovit

O deus eslavo da guerra tem quatro cabeças, simbolizando seu grande poder, e segura um cálice de chifre de touro. Cada ano, seus adoradores enchiam o chifre de vinho, e depois conferiam o nível para predizer a colheita. Quanto mais cheio o chifre, melhor a colheita. Cada um de seus templos tinha um cavalo branco, sagrado para o deus, o qual era usado para predizer o resultado das guerras. Os eslavos orientais associavam Svantovit com Rod.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Njörd

Njörd, o belo deus do mar, era um dos vanires mais preocupado em trazer vida e poder ao mundo do que propriamente em lidar com justiça e paz. Mas, durante uma batalha contra os aesires, foi capturado e chegou a representar uma trégua entre as duas raças. Pode-se perceber sua origem vanir nos papéis que desempenha como deus benévolo, protetor dos marinheiros e pescadores, que colhe no mar o alimento, que dá vida aos seres humanos, e, ocasionalmente, com um deus menos pacífico, que controla o poder do vento e das tempestades.

Njörd amava Skadi, uma deusa da montanha do longínquo norte, filha de um gigante que viajava de esquis e caçava com arco e flecha, e casou-se com ela. Mas, embora tivessem dois filhos – as divindades gêmeas da fertilidade, Frey e Freya –, a união deles não durou muito: Njörd não conseguia viver longe do mar e Skadi não suportava a vida longe de suas montanhas. Um mito diz que as tempestades são o resultado da tristeza de Njörd com a perda de Skadi.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Khonsu

O deus da lua Khonsu (ou Khons) em geral era retratado com o astro na cabeça, mas, às vezes, apresentava cabeça de falcão, para mostrar que era também um deus dos céus. Seu nome significa “aquele que vaga”, por causa das viagens da lua pelo céu. Dizia-se que passava de criança a adulto durante a primeira metade do mês, antes de voltar a ser criança, quando a lua minguava.

Era filho de Amon e Mut, formando o trio de deuses adorados na cidade de Tebas.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Tsao Chün (Zao Jun)

Tsao significa lareira ou forno e pode ter sido um príncipe da Dinastia Han que gostava de cozinhar. Normalmente, é retratado como um velho gentil cercado pela esposa e pelos filhos; mas não se limitava a ser um guardião. Do seu “templo” – um pequeno nicho perto do fogão da cozinha onde está representado numa pintura em papel –, o deus do lar registrava cada movimento e cada palavra da família.

Então, na noite do vigésimo quarto dia da décima segunda lua, Tsao Chün subia aos céus para apresentar seu relatório aos deuses do Paraíso Ocidental. Desse relatório dependia a prosperidade ou as adversidades dos donos da casa. Portanto, nesta noite a família lhe oferecia notas de dinheiro, bolos de mel e vinho para adoçar a língua do deus. Em seguida, queimavam a imagem numa pequena fogueira de madeira de pinho e soltavam fogos de artifício para iluminar sua subida.

Quando Tsao Chün volta à terra, uma nova imagem de papel é colocada no nicho, onde permanece pelo ano todo. Durante a ausência do deus, os membros da família ficam livres para fazer o que lhes aprouver. Mas sempre se lembram de que o desastre pode chegar sem que ele esteja por perto para protegê-los.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Nerthus

Os povos da antiga Dinamarca adoravam Nerthus, uma deusa de fertilidade. Eles levavam a imagem dela ao redor da zona rural em um vagão para fazer as colheitas crescerem bem.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Mictlantecuhtli

Mictlantecuhtli era o senhor tolteca do reino dos mortos e deus do mundo inferior (Mictlan), onde reinava com sua esposa, Mictecacihuatl.

O reino dos mortos tinha várias áreas. Para a parte gelada e sombria, iam os que não tinham o direito a nenhum lugar nos céus. Ali, eles comiam cobras venenosas, o único alimento disponível. Quando alguém morria de causas naturais, seu corpo era vestido com roupas finas e colocado sobre uma pira funerária com um pacote de alimento e um cão vermelho – previamente morto num ritual – e queimava por três dias, antes de entrar no Mictlan. Para chegar à parte pacífica e silenciosa, a alma da pessoa morta tinha de empreender uma perigosa viagem com ajuda do cão através de oito florestas sombrias, oito desertos, oito montanhas e um rio caudaloso e traiçoeiro.

A aparência do deus indicava claramente seu papel: era representado como um esqueleto de ossos muito brancos, dentes muito salientes num crânio descarnado, e coberto de manchas de sangue. Freqüentemente homenageado com penas de corujas e ornamentos de papel na cabeça, ele usava um colar de olhos.

Os presentes mais comuns oferecidos ao deus no mundo inferior eram tiras de pele humana arrancadas dos corpos, e durante a festa, no templo Tlalxicco, o suposto umbigo do mundo, um homem que representava o papel do deus era sacrificado à noite. Os astecas adotaram o culto a esse deus dos toltecas.