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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
domingo, 23 de dezembro de 2018
Mnemósine
Mneme era uma das musas titânicas, "aquela que recorda", nascida do movimento das águas. Sua nascente no Hades era conhecida como ter o poder de fazer não só recuperar e preservar a memória como também alcançar a onisciência. Foi ela que lembrou Zeus de quem ele era, de suas origens e o ajudou a compreender a importância de resgatar e unir seus irmãos para lutar contra a tirania de seu pai Cronos.
Após a derrota dos titãs, Zeus tomou Mneme como sua primeira amante durante nove noites e a transformou na deusa da memória, Mnemósine. Dessa relação, nasceram as nove musas clássicas. Mnemósine morava com suas filhas no Museion.
Após a derrota dos titãs, Zeus tomou Mneme como sua primeira amante durante nove noites e a transformou na deusa da memória, Mnemósine. Dessa relação, nasceram as nove musas clássicas. Mnemósine morava com suas filhas no Museion.
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Oiá / Iansã
Ilustração de Carybé |
Assim como a deusa Obá, Oiá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de erukê* especial chamado de Eruexim, com o qual estaria protegida dos eguns (maus espíritos).
O nome Iansã (Inhansã) trata-se de um título que Oiá recebeu de Xangô, seu marido. Faz referência ao entardecer, "a mãe do céu rosado" ou "a mãe do entardecer". Era como ele a chamava, pois dizia que ela era radiante como o entardecer. Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade. Na saudação, pedem clemência para que ela apazigue o deus das tempestades. Entre os orixás femininos é uma das mais imponentes e guerreiras, sendo associada à forte sensualidade.
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará. No candomblé as cores utilizadas para representá-la são o rosa e o marrom. No Brasil, foi sincretizada à Santa Bárbara e sua comemoração é no dia 4 de dezembro. Já na Santeria cubana, está associada à imagens de Nossa Senhora da Candelária, Nossa Senhora da Anunciação e Santa Teresa.
* Apetrechos da cultura afro-brasileira confeccionados com cauda de boi, de búfalo ou de cavalo, com as finalidades de afastar os maus espíritos, eliminar as adversidades da comunidade e atrair a fartura e prosperidade. Na África, nobres os usam como símbolos de status e para espantar moscas.
domingo, 2 de dezembro de 2018
Árvore de Natal
Uma das tradições mais famosas do Natal é a árvore cheia de enfeites que se torna elemento principal na decoração e ponto de referência para as famílias e os presentes. Entretanto, não existe apenas um registro e não se sabe ao certo qual a data exata de seu aparecimento, mas algumas histórias merecem ser citadas.
Conta-se que era comum pendurar ramos verdes em portas e janelas para afastar maus espíritos e doenças (algo parecido com o que ainda fazemos com as guirlandas natalinas), uma vez que as árvores e plantas que permaneciam verdes e saudáveis durante os invernos mais rigorosos tinham um significado especial. Já os antigos romanos também usavam ramos e galhos para a decoração do festival dedicado a Saturno, o deus da agricultura, e atrair fartura nas plantações.
Outra versão acredita que o alemão Martinho Lutero, monge protestante do século XVI, foi quem deu início à decoração de pinheiros com luzes dentro de casa. Dizem que, em uma noite de inverno, enquanto ele caminhava, viu estrelas brilhando entre as árvores e relacionou com a presença de Jesus Cristo. Em casa, resolveu reproduzir a cena e usou velas em um pinheiro. Porém, a história que popularizou o adorno aconteceu em 1846, na Grã-Bretanha: uma imagem da família real, com a influente Rainha Victoria, e o príncipe alemão, Albert, foi publicada no Illustrated London News e viralizou tanto por lá, quanto nos Estados Unidos também (ao lado).
Os pisca-piscas coloridos como conhecemos só deram o ar da graça em 1917, quando Albert Sadacca, um jovem de Nova York, resolveu criar as luzes elétricas e coloridas após a explosão de uma árvore com luzes de velas. Este foi o início da empresa NOMA Electric Company, a maior empresa fabricante de luzes de Natal há anos.
A data certa para montar, segundo a tradição cristã, é no início do Advento – tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo – que é de quatro domingos antes do Natal. O desmonte da árvore e seus enfeites no dia 6 de janeiro, o Dia de Reis, que representa o encontro dos Reis Magos com o Menino Jesus.
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
Día de Los Muertos
A única certeza que todos os homens e mitologias sempre dividiram é a Morte. Causadora de tantos medos, ela é encarada de forma bem diferente dependendo da sua localização geográfica. Em muitos países, é motivo de choro e luto demorado. Em outros, os doentes e idosos fazem de tudo para morrer em determinado lugar. E existem os países que encaram a morte de frente. E com festa!
O Día de Los Muertos comemora as vidas dos ancestrais, que nessa época voltam do outro mundo para visitar os vivos. Os povos indígenas mesoamericanos – há relatos da celebração em povos náuatles (astecas), maias, tarascanos e totonacas há, no mínimo, três mil anos – tinham cerca de um mês inteiro dedicado aos mortos: o nono do calendário asteca, equivalente ao nosso agosto. Na era pré-hispânica era comum a prática de conservar os crânios como troféus, e mostrá-los durante os rituais que celebravam a morte e o renascimento. As festividades eram presididas pela deusa Mictecacihuatl, a Dama de la Muerte, esposa de Mictlantecuhtli, senhor do reino dos mortos.
Quando os espanhóis chegaram naquelas terras, se assustaram com esses costumes e logo trataram de cristianizar a celebração, que teve a data alterada para coincidir com o Dia de Finados católico. A festa como conhecemos é recente: em 1960, o governo criou um feriado nacional, incluiu a festa no currículo escolar e passou a incentivá-la como um ícone da identidade mexicana forma do pelo sincretismo religioso, que mistura Virgem Maria, crucifixos e vários elementos da crença asteca. Sua singularidade e importância cultural a fez ser reconhecida pela UNESCO, em novembro de 2003, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Segundo a crença popular, neste dia os mortos têm permissão divina para visitar seus parentes vivos. As ruas e as casas são enfeitadas com flores, velas e incensos. As tumbas são decoradas e os vivos levam oferendas aos mortos. As famílias preparam verdadeiros banquetes, as pessoas se enfeitam de fantasias e máscaras (a maioria como caveiras coloridas) e as crianças se divertem. Nos cemitérios. De noite. E com os mortos.
Entre oferendas e decorações, um arco de flores simboliza a passagem usada pelos espíritos. Algumas famílias têm o costume de abrir os túmulos e retirar os mortos para limpar os restos mortais deles. Depois colocam os mortos nas tumbas para mais um ano de descanso, claro.
Um dos símbolos mais tradicionais da festa é a caveira decorada, conhecida como La Catrina. O nome vem de uma gravura do artista José Guadalupe Posada, que mostra a caveira de uma mulher da alta sociedade, vestindo um enorme chapéu decorado com flores. A ideia é mostrar que mesmo tendo status e riqueza em vida, somos todos iguais após a morte.
Caveiras coloridas aparecem na decoração, nas fantasias, nas maquiagens e até mesmo em forma de doce, feita de açúcar. Essa guloseima é um presente para mortos e vivos, mas não é a única comida típica da época. Vale também levar a comida que o morto gostava, brinquedos para crianças e tequila para os adultos, tudo para animar a celebração. A festa tem até cronograma organizando a chegada dos antepassados: entre 31 de outubro e 1º de novembro, os mexicanos celebram as almas que morreram quando crianças, no Día de los Angelitos, ou Dia dos Anjinhos; já o dia seguinte é dedicado a quem foi para o outro mundo durante a vida adulta.
A festa dos mortos afeta vários aspectos da sociedade mexicana. Os jornais ficam cheios de charges e quadrinhos de esqueletos. E também são comuns as peças de teatro que contam a história de Don Juan Tenorio, drama escrito pelo espanhol José Zorrilla y Moral, mas que aparece de várias formas na cultura latina. Don Juan é um sujeito que vive para seduzir mulheres e lutar com homens.
Recentemente a animação Coco (A vida é uma festa, no Brasil), da Disney/Pixar apresentou diversas características desta celebração familiar.
PELO MUNDO
A grande comunidade mexicana no EUA levou as tradições do Día de Los Muertos para diversos estados, como Texas, Arizona e Los Angeles.
O Dia de los Ñatitas (Dia das Caveiras) é um festival celebrado na Bolívia em novembro. Nos tempos pré-colombianos, indígenas andinos tinham o costume de partilhar um dia com os ossos de seus antecessores no terceiro ano após o sepultamento (hoje somente as caveiras são usadas). Tradicionalmente, a caveira de um ou mais membros da família são mantidas em casa para tomar conta da família e protegê-la durante o ano. No dia 9 de novembro, a família coroa a caveira com flores frescas, às vezes também as vestindo com peças de roupa, e fazendo oferendas de cigarros, folhas de coca, álcool, e vários outros itens em agradecimento pela proteção durante o ano. As caveiras também são, por vezes, levadas ao cemitério para uma missa especial e bênçãos.
No Haiti, as tradições vudus se misturam aos sincretismos da celebração. Tambores e músicas retumbantes são tocadas por toda a noite pelos cemitérios para acordar o Baron Samedi, Senhor dos Mortos, e seu descendente, o Gede.
República Tcheca, Portugal e Espanha também celebram o Dia de Finados com oferendas, doces e brinquedos, porém, o mais comum na Europa é a visitação aos túmulos para a colocação de flores e velas com rezas. Em algumas comunidades germânicas e anglo-saxãs, comida é deixada na mesa de uma sala aquecida como um jantar para as almas.
Nas Filipinas o feriado Araw ng mga Patay (Dia dos Mortos) é uma reunião familiar, quando as tumbas são limpas ou repintadas, velas são acesas e flores são oferecidas. As famílias acampam por um ou dois dias nos cemitérios, realizando atividades comuns junto às tumbas de seus parentes.
Durante o Festival da Vaca (Gai Jatra) no Nepal, toda família que perdeu um membro durante o ano anterior deve fazer uma construção de bambus, panos e papéis decorativos com retratos dos falecidos, chamada gai. Dependendo dos costumes locais, uma vaca viva ou uma réplica são usadas durantes os rituais de celebração, uma vez que que, tradicionalmente, é esse animal que guia o espírito do morto no outro mundo.
Japoneses (Bon Odori), coreanos (Chuseok) e chineses (Ching Ming) também realizam festivais de limpeza das sepulturas e oferendas.
O Día de Los Muertos comemora as vidas dos ancestrais, que nessa época voltam do outro mundo para visitar os vivos. Os povos indígenas mesoamericanos – há relatos da celebração em povos náuatles (astecas), maias, tarascanos e totonacas há, no mínimo, três mil anos – tinham cerca de um mês inteiro dedicado aos mortos: o nono do calendário asteca, equivalente ao nosso agosto. Na era pré-hispânica era comum a prática de conservar os crânios como troféus, e mostrá-los durante os rituais que celebravam a morte e o renascimento. As festividades eram presididas pela deusa Mictecacihuatl, a Dama de la Muerte, esposa de Mictlantecuhtli, senhor do reino dos mortos.
Quando os espanhóis chegaram naquelas terras, se assustaram com esses costumes e logo trataram de cristianizar a celebração, que teve a data alterada para coincidir com o Dia de Finados católico. A festa como conhecemos é recente: em 1960, o governo criou um feriado nacional, incluiu a festa no currículo escolar e passou a incentivá-la como um ícone da identidade mexicana forma do pelo sincretismo religioso, que mistura Virgem Maria, crucifixos e vários elementos da crença asteca. Sua singularidade e importância cultural a fez ser reconhecida pela UNESCO, em novembro de 2003, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Segundo a crença popular, neste dia os mortos têm permissão divina para visitar seus parentes vivos. As ruas e as casas são enfeitadas com flores, velas e incensos. As tumbas são decoradas e os vivos levam oferendas aos mortos. As famílias preparam verdadeiros banquetes, as pessoas se enfeitam de fantasias e máscaras (a maioria como caveiras coloridas) e as crianças se divertem. Nos cemitérios. De noite. E com os mortos.
Entre oferendas e decorações, um arco de flores simboliza a passagem usada pelos espíritos. Algumas famílias têm o costume de abrir os túmulos e retirar os mortos para limpar os restos mortais deles. Depois colocam os mortos nas tumbas para mais um ano de descanso, claro.
Um dos símbolos mais tradicionais da festa é a caveira decorada, conhecida como La Catrina. O nome vem de uma gravura do artista José Guadalupe Posada, que mostra a caveira de uma mulher da alta sociedade, vestindo um enorme chapéu decorado com flores. A ideia é mostrar que mesmo tendo status e riqueza em vida, somos todos iguais após a morte.
Caveiras coloridas aparecem na decoração, nas fantasias, nas maquiagens e até mesmo em forma de doce, feita de açúcar. Essa guloseima é um presente para mortos e vivos, mas não é a única comida típica da época. Vale também levar a comida que o morto gostava, brinquedos para crianças e tequila para os adultos, tudo para animar a celebração. A festa tem até cronograma organizando a chegada dos antepassados: entre 31 de outubro e 1º de novembro, os mexicanos celebram as almas que morreram quando crianças, no Día de los Angelitos, ou Dia dos Anjinhos; já o dia seguinte é dedicado a quem foi para o outro mundo durante a vida adulta.
A festa dos mortos afeta vários aspectos da sociedade mexicana. Os jornais ficam cheios de charges e quadrinhos de esqueletos. E também são comuns as peças de teatro que contam a história de Don Juan Tenorio, drama escrito pelo espanhol José Zorrilla y Moral, mas que aparece de várias formas na cultura latina. Don Juan é um sujeito que vive para seduzir mulheres e lutar com homens.
Recentemente a animação Coco (A vida é uma festa, no Brasil), da Disney/Pixar apresentou diversas características desta celebração familiar.
PELO MUNDO
A grande comunidade mexicana no EUA levou as tradições do Día de Los Muertos para diversos estados, como Texas, Arizona e Los Angeles.
O Dia de los Ñatitas (Dia das Caveiras) é um festival celebrado na Bolívia em novembro. Nos tempos pré-colombianos, indígenas andinos tinham o costume de partilhar um dia com os ossos de seus antecessores no terceiro ano após o sepultamento (hoje somente as caveiras são usadas). Tradicionalmente, a caveira de um ou mais membros da família são mantidas em casa para tomar conta da família e protegê-la durante o ano. No dia 9 de novembro, a família coroa a caveira com flores frescas, às vezes também as vestindo com peças de roupa, e fazendo oferendas de cigarros, folhas de coca, álcool, e vários outros itens em agradecimento pela proteção durante o ano. As caveiras também são, por vezes, levadas ao cemitério para uma missa especial e bênçãos.
No Haiti, as tradições vudus se misturam aos sincretismos da celebração. Tambores e músicas retumbantes são tocadas por toda a noite pelos cemitérios para acordar o Baron Samedi, Senhor dos Mortos, e seu descendente, o Gede.
Nas Filipinas o feriado Araw ng mga Patay (Dia dos Mortos) é uma reunião familiar, quando as tumbas são limpas ou repintadas, velas são acesas e flores são oferecidas. As famílias acampam por um ou dois dias nos cemitérios, realizando atividades comuns junto às tumbas de seus parentes.
Durante o Festival da Vaca (Gai Jatra) no Nepal, toda família que perdeu um membro durante o ano anterior deve fazer uma construção de bambus, panos e papéis decorativos com retratos dos falecidos, chamada gai. Dependendo dos costumes locais, uma vaca viva ou uma réplica são usadas durantes os rituais de celebração, uma vez que que, tradicionalmente, é esse animal que guia o espírito do morto no outro mundo.
Japoneses (Bon Odori), coreanos (Chuseok) e chineses (Ching Ming) também realizam festivais de limpeza das sepulturas e oferendas.
terça-feira, 17 de julho de 2018
Sila
Para os povos inuítes das regiões árticas da América do Norte, Sila, um espírito supremo poderosíssimo, é o governante do mundo. Dos seus domínios, muito acima da terra, ele governa as almas dos homens e dos animais e controla o mar e os elementos – o vento, a neve e a chuva – em torno dos quais a existência inuíte se desenvolve. Embora seja normalmente benéfico, Sila deve ser reverenciado e amansado com encantamentos e amuletos, já que uma ofensa ao deus pode resultar em condições climáticas extremamente perigosas. Apesar dos grandes poderes de que dispõe, Sila permanece como um espírito do ar, sem forma física.
sexta-feira, 1 de junho de 2018
Festa Junina
Todo mês de junho, há uma data em que o dia e a noite têm a maior diferença de duração: o solstício. No Hemisfério Norte, é o mais longo dia de todo o ano, período da colheita na Europa e, até mais ou menos o século X, com os últimos pagãos se convertendo, as populações dos campos comemoravam a data e faziam sacrifícios para afastar demônios e pragas. Como a agricultura é associada à fertilidade, cada região celebrava seu casal de deuses específico: no Egito, os votos eram para Ísis e Osíris; na Grécia, havia a festa de Cronus, o patrono da agricultura, ou, apenas para as mulheres, Adônis e Afrodite, quando elas faziam plantações rituais e caíam na farra; outro relembrado era Prometeu, o criador da humanidade que trouxe o fogo.
A Igreja Católica considerava essas festas como meros rituais pagãos, então, resolveu adaptá-las. No século XIII, três santos passaram a ser homenageados no mês de junho: Santo Antônio (dia 13), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). Como ninguém sabe quando João Batista nasceu realmente, foi escolhido o dia 24 pela conveniência de sobrescrever os rituais pagãos mais próximos do solstício, e veio a calhar de ser exatos seis meses antes do Natal. São João passou a ser celebrado com fogueiras em quase todo o mundo cristão e as festas juninas nasceram.
Três séculos depois, já nos anos 1500, os portugueses chegaram ao Brasil e, junto com eles, suas tradições (o primeiro registro de festa comemorativa a São João data de 1583, em São Paulo, feito pelo jesuíta Fernão Cardim). As comemorações por aqui também foram adaptadas porque junho é inverno e exatamente o oposto: o dia do solstício é o mais curto do ano. As roupas de caipira são representações de agricultores, de pessoas que vivem da terra. O milho, muito utilizado pelos indígenas, tinha sua época de colheita em junho e, assim, se tornou a base do cardápio das festas. No século XIX, os imigrantes trouxeram outras especialidades para o clima frio como, os tradicionais vinho quente, pinhão e espetos de churrasco, “exportados” para o Norte do país.
segunda-feira, 28 de maio de 2018
Hina
A Grande Deusa dos polinésios era a deusa da lua Hina (ou Moça), que assumia diferentes formas. Em uma lenda, ela era a esposa do ardiloso Maui, e emprestou seu cabelo para ajudar o marido a laçar o sol. Quando chamada de Hine-Tei-Wauin, a Grande Deusa Hina também era a deusa do parto. Ela se apaixonou por um mortal e teve um filho. O parto foi difícil, de modo que a deusa criou um poderoso conjuro que facilitava o parto. Essas palavras mágicas ainda eram recitadas por mães da Nova Zelândia no começo do século XX.
quarta-feira, 23 de maio de 2018
quarta-feira, 18 de abril de 2018
Tulungusaq
Tulungusaq (Tulungersak) era o deus inuíte da criação. Transformou-se num corvo e voou de sua casa no céu para fazer a terra seca. Enquanto vagava pela terra, fez uma figura alada igual a si próprio com argila, mas, por ser muito irriquieta, Tulungusaq a atirou no vazio, onde se transformou em um espírito mau. Refez a figura sem as asas e, assim, criou o homem. Em seguida plantou ervas, flores e criou os animais. Por fim, fez a mulher para ser a companhia do homem.
Disfarçado como humano, Tulungusaq ensinou à humanidade como usar os animais, pescar, fazer fogo e cuidar das crianças. É também conhecido como Pai Corvo.
Disfarçado como humano, Tulungusaq ensinou à humanidade como usar os animais, pescar, fazer fogo e cuidar das crianças. É também conhecido como Pai Corvo.
quarta-feira, 11 de abril de 2018
Yum Kaax
Os maias adoravam um deus do milho, Yum Kaax, ou “Senhor das Florestas”. Retratado como um belo jovem de testa larga com uma espiga de milho na coroa, esta divindade também desempenhou importante papel como protetor da agricultura.
Pode ser comparado ao deus asteca do milho Cinteotl, ao qual as pessoas ofereciam seu sangue no mês de abril. Juncos eram mergulhados no sangue e colocados do lado de fora das casas para assegurar um fornecimento regular de alimento o longo de todo o ano.
Pode ser comparado ao deus asteca do milho Cinteotl, ao qual as pessoas ofereciam seu sangue no mês de abril. Juncos eram mergulhados no sangue e colocados do lado de fora das casas para assegurar um fornecimento regular de alimento o longo de todo o ano.
sexta-feira, 6 de abril de 2018
Heróis do Olimpo - A casa de Hades
Um ano e meio depois... e eu terminei o quarto livro da segunda saga de Percy Jackson, A Casa de Hades. Assim como falei no livro anterior, a saga está ficando tediosa em uma leitura confusa pelo excesso de personagens em tramas particulares (só tem um twist que me faz querer saber como vai terminar).
Este livro só tem uma coisa interessante: a representação do Tártaro como um organismo vivo. Cada canto do lugar é descrito a partir de referências do corpo humano e isso faz bastante sentido.
Este livro só tem uma coisa interessante: a representação do Tártaro como um organismo vivo. Cada canto do lugar é descrito a partir de referências do corpo humano e isso faz bastante sentido.
quarta-feira, 4 de abril de 2018
Tsuki-Yomi
O deus da lua japonês era Tsuki-Yomi. Ele surgiu das gotas de água que caíram no olho de Izanagi quando este foi se lavar, depois da viagem a Yomi (o mundo subterrâneo). Tsuki-Yomi era irmão de Amaterasu, mas os dois se separaram quando ele matou a deusa do arroz, Ukemochi. Desde então, noite e dia estão sempre separados.
quarta-feira, 28 de março de 2018
Yama
De acordo com uma lenda, Yama foi um rei mítico que se tornou o primeiro homem a morrer e, portanto, o primeiro homem a ter sua alma julgada. Os deuses – com consentimento de Vivasvat, o sol – então o colocaram como árbitro final do destino dos que acabam de morrer. A sentença pronunciada por Yama decide se o destino final da alma é ascender às esferas celestes, outrora governada por ele; se deve voltar à terra para continuar a viagem rumo à salvação, no ciclo de reencarnações; ou se deve ser consignada, para sempre, a um dos muitos infernos do hinduísmo.
Mas, com o tempo, Yama tornou-se uma figura aterrorizante, o deus hindu da morte, príncipe dos infernos e juiz dos mortos. Com vestes vermelhas, carrega um laço, com o qual puxa as almas dos corpos dos moribundos. Um rio circunda seus domínios, cuja entrada é guardada por dois cães, cada um com quatro olhos. O símbolo budista da Roda da Vida é mostrado entre os braços e maxilares de Yama.
Mas, com o tempo, Yama tornou-se uma figura aterrorizante, o deus hindu da morte, príncipe dos infernos e juiz dos mortos. Com vestes vermelhas, carrega um laço, com o qual puxa as almas dos corpos dos moribundos. Um rio circunda seus domínios, cuja entrada é guardada por dois cães, cada um com quatro olhos. O símbolo budista da Roda da Vida é mostrado entre os braços e maxilares de Yama.
quarta-feira, 21 de março de 2018
Niké
A deusa grega Niké personificava a vitória nas batalhas e o sucesso nos jogos atléticos e corridas de cavalos. Filha do titã Palas com a ninfa do rio Estige, fez parte da armada alada de Zeus – junto a seu irmão Cratos – que lutou contra seu pai e os outros Titãs.
Os atenienses dedicaram a ela uma estátua em Delfos em 480 a.C., depois de derrotarem os persas em Salamina. Representada como uma pequena mensageira alada com uma coroa de louros, uma guirlanda e uma folha de palmeira, Niké costumava ser pintada em vasos e ajudava a preparar os guerreiros para as batalhas ou os atletas para as competições. A Vitória da Samotrácia, ou Vitória Alada, é uma das mais belas esculturas helênicas. Está no Museu do Louvre, em Paris.
Os romanos fizeram da deusa um símbolo da vitória sobre a morte. Vitória, sua correspondente romana, assegurava a vitória nas batalhas, e por isso se tornou muito popular entre os legionários. Em 29 a.C. dedicou-se a ela um altar no Senado, e a deusa normalmente aparecia nas moedas romanas. Após o advento do Cristianismo, passou a ser venerada com um anjo.
Os atenienses dedicaram a ela uma estátua em Delfos em 480 a.C., depois de derrotarem os persas em Salamina. Representada como uma pequena mensageira alada com uma coroa de louros, uma guirlanda e uma folha de palmeira, Niké costumava ser pintada em vasos e ajudava a preparar os guerreiros para as batalhas ou os atletas para as competições. A Vitória da Samotrácia, ou Vitória Alada, é uma das mais belas esculturas helênicas. Está no Museu do Louvre, em Paris.
Os romanos fizeram da deusa um símbolo da vitória sobre a morte. Vitória, sua correspondente romana, assegurava a vitória nas batalhas, e por isso se tornou muito popular entre os legionários. Em 29 a.C. dedicou-se a ela um altar no Senado, e a deusa normalmente aparecia nas moedas romanas. Após o advento do Cristianismo, passou a ser venerada com um anjo.
quarta-feira, 14 de março de 2018
Byelobog e Chernobog
Desde os primeiros tempos, pares de deuses opostos – bem e mal – são comuns na mitologia eslava. Um dos mais antigos é o par formado por Byelobog e Chernobog. Vestido de branco, Byelobog, que era a força do bem e da criação, estava sempre em conflito com Chernobog, senhor do mal e da destruição, sempre de preto.
Essa dupla pode ter chegado ao mundo eslavo da Ásia Ocidental e é semelhante a Ahura Mazda e Angra Mainyu, da Pérsia.
Essa dupla pode ter chegado ao mundo eslavo da Ásia Ocidental e é semelhante a Ahura Mazda e Angra Mainyu, da Pérsia.
quarta-feira, 7 de março de 2018
Apep
O deus-cobra Apep, enrodilhado no mundo subterrâneo, tinha poder suficiente para aniquilar suas vítimas. Todos os dias, quando o deus-sol viajava pelo mundo subterrâneo, Apep atacava o barco do deus. Os mortos, liderados por Seth, um deus de força insuperável, conseguiam todas as noites derrotar a serpente, permitindo que o barco passasse. Mas todos os dias Apep revivia, pronto para atacar o deus-sol de novo e aterrorizar com seu sibilo ensurdecedor todas as almas recém-chegadas.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
Teutates
Teutates era uma divindade paradoxal: em seu aspecto temível, era o deus gaulês da guerra, venerado com rituais selvagens durante os quais, para propiciá-lo, se sacrificavam vítimas, afogadas num lago; em seu aspecto mais benéfico, foi descrito como inventor das artes, associado também às viagens, ao comércio e à riqueza. Foi identificado ao deus romano Mercúrio por Júlio César.
Suas qualidades guerreiras eram celebradas no século XII: quando formaram uma ordem militar durante a Terceira Cruzada, os guerreiros e sacerdotes germânicos adaptaram o nome do deus para a denominação coletiva de Guerreiros Teutônicos.
Suas qualidades guerreiras eram celebradas no século XII: quando formaram uma ordem militar durante a Terceira Cruzada, os guerreiros e sacerdotes germânicos adaptaram o nome do deus para a denominação coletiva de Guerreiros Teutônicos.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Chicomecoatl e Cinteotl
Os astecas tinham várias divindades que protegiam a safra do milho. Entre elas Chicomecoatl, que representava a boa semente, estocada para o plantio seguinte, e Cinteotl, que podia assumir uma forma tanto masculina quanto feminina. Sacrifícios na primavera a essas divindades garantiam boas safras no final do ano.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
Hsi Wang-Mu
Hsi Wang-Mu (Xi Wangmu) é a rainha-mãe dos céus e mulher de Yü Huang Shang-Ti. Era a padroeira das mulheres e as pessoas rezavam para ela quando tinham uma filha. A deusa possuía um palácio de jade na montanha Kunlun (o paraíso chinês localizado no centro da terra), onde cultivava os pêssegos da imortalidade em seus jardins. O elixir da imortalidade encontrado pelo herói Yi foi dado pela deusa.
Certa vez, Sun Wu-K’ung foi até o palácio de jade e roubou os pêssegos. Todos os deuses e funcionários do céu lutaram com ele para recuperar os frutos, até que ele foi capturado por Buda.
Certa vez, Sun Wu-K’ung foi até o palácio de jade e roubou os pêssegos. Todos os deuses e funcionários do céu lutaram com ele para recuperar os frutos, até que ele foi capturado por Buda.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
Napi
Napi era o deus criador da tribo Blackfoot (os Pés-Pretos), cujo nome significa “homem velho”. Tendo feito o mundo e os primeiros homem e mulher do barro, é dito que Napi se retirou para dentro de uma montanha, prometendo retornar no futuro. Enquanto isso, ele foi substituído por Natos, o deus-sol.
Em outras histórias, Napi é um deus trapaceiro capaz de grandes crueldades contra a humanidade. Uma lenda conta que, quando a primeira mulher perguntou a Napi se a humanidade viveria para sempre, Napi jogou um pedaço de madeira num rio, dizendo que, se a madeira flutuasse a morte viria em quatro dias; se afundasse, a morte seria o final. A madeira flutuou, mas a mulher pegou uma pedra, dizendo que, se a pedra flutuasse, eles viveriam para sempre; se ela afundasse, eles morreriam. A pedra afundou, e a morte é agora o final.
Em outras histórias, Napi é um deus trapaceiro capaz de grandes crueldades contra a humanidade. Uma lenda conta que, quando a primeira mulher perguntou a Napi se a humanidade viveria para sempre, Napi jogou um pedaço de madeira num rio, dizendo que, se a madeira flutuasse a morte viria em quatro dias; se afundasse, a morte seria o final. A madeira flutuou, mas a mulher pegou uma pedra, dizendo que, se a pedra flutuasse, eles viveriam para sempre; se ela afundasse, eles morreriam. A pedra afundou, e a morte é agora o final.
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
Mawu e Lisa
O povo Fon, do Benin, acreditava que o deus da criação Nana Buluku era também chamado de Mawu-Lisa, que poderia ser, na verdade, a divisão de seus gêneros ou os nomes de seus filhos gêmeos, Mawu e Lisa. Nana Buluku teria se retirado após a criação, deixando o controle do mundo a cargo de seus filhos.
Mawu, deusa da lua, vivia no oeste e regia a noite; Lisa, o deus-sol controlador do dia, vivia no leste. Durante um eclipse, eles se encontraram e geraram outros sete pares de deuses-gêmeos, entre eles os que governam a terra, as tempestades, o ferro e o mar. Cada par tem sua língua, conhecida só por ele e seus sacerdotes.
Mawu, deusa da lua, vivia no oeste e regia a noite; Lisa, o deus-sol controlador do dia, vivia no leste. Durante um eclipse, eles se encontraram e geraram outros sete pares de deuses-gêmeos, entre eles os que governam a terra, as tempestades, o ferro e o mar. Cada par tem sua língua, conhecida só por ele e seus sacerdotes.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
Passou
Passou o aniversário deste blog... foi ontem.
Passaram 8 anos que estou aqui tentando manter este blog vivo. Foi o ano com menos postagens até agora. E a redução tem sido clara. Realmente, não tem sido fácil...
Porém, dizem que 7 anos é de crise no casamento, então, espero que isso também tenha passado. Porque, em ano de Júpiter, Xangô, Cão da Terra e do número 11, as coisas deveriam ser melhores. Inúmeros projetos estão sendo pensados em nome da mitologia e eu espero que algum deles aconteça, afinal... o 8 na horizontal representa o infinito! E além!
Passaram 8 anos que estou aqui tentando manter este blog vivo. Foi o ano com menos postagens até agora. E a redução tem sido clara. Realmente, não tem sido fácil...
Porém, dizem que 7 anos é de crise no casamento, então, espero que isso também tenha passado. Porque, em ano de Júpiter, Xangô, Cão da Terra e do número 11, as coisas deveriam ser melhores. Inúmeros projetos estão sendo pensados em nome da mitologia e eu espero que algum deles aconteça, afinal... o 8 na horizontal representa o infinito! E além!