quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Agosto, mês do desgosto e do folclore

Tutu Marambá, o bicho-papão brasileiro.
Assombrador de crianças, aparece em cantigas
de ninar, que a criança ouve, fecha os
olhos de medo e dorme
Agosto é um mês misterioso. Dizem que são trinta e um dias de desgraça e infelicidade nos quais não se deve viajar, fechar negócios e muito menos casar. Agosto também é o mês do folclore, a ciência das coisas do povo. Os ritos, as tradições, a sabedoria, as brincadeiras, os jogos, as festas e as danças que o povo dança fazem parte do folclore.

Por que justo agosto é um mês de azar? Por que quem tem sorte no jogo tem azar no amor? E sonhar com dente é morte de parente? São perguntas cujas respostas a gente só encontra no folclore. Um grande número de assombrações, fantasmas e entes fantásticos de todos os tipos e tamanhos surgem através dessa ciência popular.

Em 22 de agosto de 1982, a "Folhinha", do jornal a Folha de São Paulo, comemorou o mês apresentando às crianças criaturas do folclore nacional. Além de seres mais conhecidos, como a Mula Sem Cabeça e o Lobisomem, o caderno trouxe outros como o Tutu Marambá, Domingos Pinto Colchão e o Papa-Figo.

Vejam as ilustrações de Ricardo Azevedo para a publicação original nesta postagem.

Pé-de-Garrafa tem a figura de um homem com os pés redondos como fundo de garrafa.
Anda pelo mato dando gritos tão fortes que fazem as pessoas enlouquecerem e se perderem
A onça-boi é um animal assombrado que anda pela floresta
sempre em duplas e não sabe subir em árvores.
O caboclo d'água vive no fundo dos rios. Tem o domínio das águas e dos peixes.
Ataca canoeiros e pescadores, virando barcos e criando ondas enormes.
Domingos Pinto Colchão (também conhecido como Pinto Pelado) é um galo endiabrado,
meio desengonçado e depenado que entra pelas casas derrubando tudo.
A boiúna é uma cobra escura e gigantesca com rosto humano que habita os rios amazônicos.
Pode se transformar em barco ou navio, solta fogo pelos olhos e engole pessoas com facilidade.
A mula sem cabeça galopa pela noite assombrando e dando sustos. Solta chispas de fogo pelas narinas e pela boca.
Para evitar seu ataque é só esconder unhas e dentes.
O cavalo de três pés é uma versão da mula sem cabeça. Aparece nas estradas desertas correndo,
dando coices e voando. Quem pisar em seu rastro será infeliz
Muito feio, pálido e barbudo, o Papa-Figo anda esfarrapado e sujo,
roubando crianças mentirosas. É um tipo de bicho-papão.
A anta cachorro é um animal grande e misterioso que tem forma de onça e mãos com cascos de anta. É bem feroz, mas não consegue trepar em árvores. Se alguém, para escapar dele, subir em uma árvore, o animal cava a terra com suas unhas de anta até que o tronco caia.
No Brasil, um lobisomem é o filho que nasce depois de sete filhas.
Aparece de noite nas encruzilhadas e cemitérios. Uiva para a lua e aprecia comer cocô de galinha
A mãozinha preta aparece sem mais nem menos andando pelo ar.
Às vezes é útil ajudando nos serviços da casa. Outras vezes fica brava e sai perseguindo e beliscando as pessoas
São homens que andam pelas ruas e estradas com um saco
grande pendurado nas costas, onde bota as crianças mal comportadas.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Inferno!

Terminei o tão esperado e falado último livro de Dan Brown, Inferno (Ed. Arqueiro, 2013). A ética na engenharia genética e a superpopulação são os temas da vez.

Depois de tanta crise com a Igreja, acho que Brown resolveu ficar do seu lado ao falar sobre incrível obra de Dante Alighieri, A Divina Comédia. É inegável (e falado no livro), que essa obra foi responsável pela visualização do Inferno católico e, com isso, o aumento do medo do pecado com a consequente corrida às igrejas. Além disso, Brown deixa claro que o inimigo é o homem e o que ele pode fazer com a ciência.

É um bom livro, que tenta alcançar novamente o sucesso d'O Código Da Vinci, mas não chega lá. O passeio por Florença, Veneza e Istambul são sempre ótimos e as descrições das imagens simbólicas nas obras de arte são sempre incríveis, mas ele já não consegue mais o tom de surpresa. Já esperamos muita coisa que está para acontecer por repetição. Fora isso, me deu a impressão que ele escreve bem quando fala dos simbolismos, porém, quando entra em áreas de ciência, política e afins fica aquém do esperado e meio opinativo.

A medusa invertida na cisterna
da Basílica de Santa Sofia (Turquia).
A solução que ele nos oferece no fim do livro é eticamente questionável e fico até pensando que Brown está do lado dos "inimigos". Mesmo assim, te garanto que você vai ficar intrigado com o tal do matemático Malthus e sua teoria catastrófica sobre o crescimento populacional.

E é pra ficar mesmo.

Ah... e vem filme no fim de 2016!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Dia da trapaça

Na mitologia escandinava, hoje era comemorado o Dia de Loki, o deus-gigante da trapaça e da travessura.

Loki e Sigyn, de Marten Eskil Winge (1863)
Agora, sem brincadeiras: a vida está corrida, mas este blog não está abandonado, não. Acompanhem algumas novidades no Facebook, enquanto não consigo colocar as coisas em dia por aqui.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Haja criação!

Em um dos módulos do curso que estou fazendo no Instituto Atena, falamos sobre os mitos de criação. Por essa razão, fiz uma rápida pesquisa neste blog e vi que já tinha 39 postagens marcadas como criação. Dentre livros e postagens gerais, temos mais de 30 histórias, sendo que são 20 as civilizações aqui abordadas. Com isso em mente, fiz uma varredura nessas postagens e percebi o que já estava tendo certeza no curso.

A maioria das civilizações antigas sofria alterações em suas mitologias por conta de forças geopolíticas ou conquistas. Um dos casos mais claros é o Egito. Cada momento da antiga história egípcia, uma cidade esteve no poder e cada uma delas tinha um deus supremo. Nesses momentos, os deuses principais iam sendo amalgamados numa força única: Amon, Atum e são descritos como um só e até seus nomes são unidos.

Outro caso interessante é dos maias. Quando estive em Chichen Itzá (aliás... não falei sobre a viagem aqui e ninguém me cobrou!), fiquei sabendo que a civilização maia original era pacífica com uma mitologia voltada para os astros e para a agricultura. Depois de conquistados pelos olmecas, a cultura guerreira teria levado aos maias os rituais de sacrifício e sangue. Isso alterou profundamente a mitologia maia.

É possível que, no futuro, essas postagens sofram alguma alteração por aqui também.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Arquetelos

Essa postagem é uma justificativa pela ausência de postagens sobre mitologias e divindades. Estou fazendo um curso sobre o assunto e aprendendo coisas incríveis! Isso significa que (aos poucos e em breve) além de novas postagens, farei muitas atualizações por aqui.

E atenção: o curso, organizado pelo Instituto Atena, ainda tem vagas abertas!
Você já ouviu falar em Zeus, Dioniso, Afrodite, Brahma (não exatamente a cerveja), Shiva, Shakti, Thor, Odin, Loki e cia? Gostaria de saber mais sobre esses deuses, suas aventuras, seus contextos culturais e como eles aparecem na nossa vida cotidiana como padrões de comportamento arquetípicos? Que tal estudar as mitologias do mundo com um antropólogo apaixonado pelo tema e especialista em psicologia analítica? Com apostilas próprias e mensais, debates, filmes e, principalmente, a possibilidade de ter um trabalho seu publicado on-line e em livro ao final de dois ou três trimestres de estudos? Esse é o projeto Arquetelos!
Procurem pelo instituto no Facebook e descubram mais sobre esse e os outros cursos. Eu recomendo!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Super Lua

Ontem foi noite de Super Lua! Em astronomia, é a ocasião na qual a Lua cheia se situa a não mais de 10% do seu ponto mais próximo da Terra no percurso da sua órbita elíptica (perigeu) de centro não-coincidente com o centro da Terra. Nesse evento, a Lua aparenta ser maior (15%) e mais brilhante (30%) que o normal.

A Super Lua não é rara: acontece a cada 14 meses. Em 2014, a diferença entre o perigeu e a Lua cheia será mínima, de apenas 27 minutos, fazendo com que o evento seja ainda mais espetacular.

Na cultura geral, por vezes associa-se este evento a desastres naturais, como terremotos, vulcões e tempestades, mas também nos oferece espetáculos, como o filmado pelo australiano Mark Gee.

Este blog já falou de outro evento astronômico, a Lua Azul, além de sempre que possível apresentar divindades relacionadas ao astro noturno.

domingo, 23 de junho de 2013

Vai pra lá também!

Não sei se vocês notaram, mas não tenho mais colocado notícias sobre os próximos filmes, livros e quadrinhos que falam de mitologia. Resolvi que esse tipo de informação será colocado direto na página do Facebook. Por aqui, só ficarão resenhas e comentários sobre a presença da mitologia nessas mídias. O Cinema tem uma lupa própriaLivrosquadrinhos e games tem suas respectivas tags.

Você ainda não curtiu a página? Então, vai logo!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Das antigas!

Recentemente descobri essa antiga animação (dos anos 1960): The Mighty Hercules.


Os episódios com pouco mais de cinco minutos faziam uma salada grega dos deuses e heróis: Hércules precisa de um anel para ter superpoderes, Dédalo é seu arquiinimigo, sua namorada se chama Helena (de Tróia?) e ainda há um garoto centauro chamado Newton. Nesse episódio, Dédalo consegue o Cetro da Medusa para conseguir seus objetivos.

É possível encontrar outros episódios no Youtube.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

É dos carecas que elas gostam mais

Já coloquei algumas camisas da Camiseteria por aqui, e trouxe mais essa hoje.


É uma brincadeirinha com a mitologia nerd, mostrando Atena (princesinha do mangá Cavaleiros do Zodíaco) largando Seiya (Cavaleiro de Pégaso do mesmo mangá) por Kratos (da saga God of War).

Quer? Compra lá!

Post NÃO patrocinado!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Aditi

Brahma e Aditi (ilustração do séc. XIX)
Aditi (ou Aditya) é a Grande Mãe do Céu, o inconsciente, o passado e o futuro, o infinito visível, o que existe no espaço sem fim acima da terra, além das nuvens, acima dos céus. Seu nome significa "sem limite" e está associada às vacas sagradas indianas.

Era uma força que sustentava e dava vida, venerada como a mãe dos deuses, do sol, da lua, da noite e do dia (dos Devas e dos Adityas), mas não tinha uma forma física definida. Deusa da fertilidade e da maternidade, teve 12 filhos deuses, um para cada mês do ano (entre eles, Surya). Alguns diziam que ela era a força cósmica criadora, associando-a ao Big Bang.