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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

HÉRCULES: Os heráclidas

Hércules e Télefo. Estátua romana
em mármore, séc. I.
Ao longo das histórias, é possível perceber que Hércules teve várias mulheres e não somente as conhecidas Megara e Dejanira*. Com praticamente todas teve filhos, os quais recebem o nome de Heráclidas ou Heráclides. Alguns deles são (em alguma ordem cronológica):
  • Os Tespíadas, filhos do herói com as cinquenta filhas de Téspio (Alópio, Améstrio, Antíades, Ântifo, Antíleon, Antímaco, Arquédico, Arquêmaco, Astíanax, Astíbies, Átromo, Búcolo, Buleu, Cápilo, Celeustanor, Cleolau, Creonte, Dinastes, Erasipo, Estrobles, Êumenes, Eurícapis, Euríopes, Eurípilo, Euritras, Eutélides, Falias, Halócrates, Hipeu, Hipódromo, Hipózigo, Homolipo, Iobes, Laomedonte, Laômenes, Leucipo, Lêucones, Liceu, Licurgo, Mentor, Nefos, Nicódromo, Olimpo, Onesipo, Pátroclo, Polilao, Teles, Teleutágoras, Tígasis e Trepsipas).
  • Terímaco, Deicoon e Creontíades, filhos de Megara.
  • Tleptólemo, filho de Astíoque (Astiquéia).
  • Everes, filho de Partenope do Estínfale.
  • Palêmon, filho de Ifínoe, esposa do gigante Anteu, violentada pelo herói.
  • Téstalo, filho de Epicasta do Egeu.
  • Téssalo, filho de Calciopeia da ilha de Kós.
  • Télefo, filho de Auge da Arcádia.
  • Hilo, Ctesipo, Gleno, Onites (Hodites) e Macária, filhos de Dejanira.
  • Agelau e Tirseno, filhos de Ônfale (ou somente Lâmon).
  • Ctesipo e Lépreas, filhos de Astidâmia de Ormínion.
  • Antíoco, filho de Meda.
  • Alexíares e Aniceto, filhos de Hebe.
  • Na mitologia romana, Aca Larência foi a amante de Hércules, sem registro de filiação, porém, ele teria tido Zagreu com Coré (Perséfone).

A tradição mitológica conta que os descendentes de Hércules foram exilados após a morte do herói. Encontraram refúgio em Atenas, onde enfrentaram um ataque dos exércitos de Euristeu e acabaram finalmente matando o covarde rei. Liderados pelo primogênito Hilo e Iolau, os heráclidas invadiram o Peloponeso, mas uma pestilência obrigou-os a desistir.

Eles retrocederam até a Tessália, onde Egímio não só os recebeu como cumpriu sua promessa com Hércules e deu ⅓ de seu reino a Hilo. Após a morte do rei, os príncipes Pâniflo e Dimas se submeteram a Hilo, tornando-o regente dos Dórios. Em consulta ao Oráculo de Delfos, Hilo soube que deveria esperar até “o terceiro fruto” para retornar à Grécia a fim de recuperar o domínio que seu famoso antepassado estabeleceu. Três anos e três colheitas depois, os heráclidas marcharam contra Micenas, mas Hilo foi morto em combate. Duas outras tentativas foram mal sucedidas, até que Temeno, bisneto de Hilo, ficou sabendo que “o terceiro fruto” era, na verdade, “a terceira geração” e, portanto, responsabilidade dele liderar os heráclidas rumo à conquista do Peloponeso. Acabaram conquistando e destruindo a Civilização Micênica, o que corresponde às Invasões Dóricas.
* É interessante dizer que esse lado infiel de Hércules é bastante contestado. Muitos estudiosos não acreditam que um herói que passou pela vida se punindo por seus atos em autorrenúncia seria capaz de tais violências. Acreditam que, por ser uma figura extremamente admirada, muitos quiseram reivindicá-lo como familiar e pai de seus filhos do sexo masculino. O número de filhos é, inclusive, um fator de medição da popularidade de um deus e, neste quesito, dizem que Hércules superou o próprio Zeus (cerca de 90 filhos).


PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIII - Livro

Um comentário:

  1. Apenas uma contribuição.
    A força da Civilização Micênica foi justamente o motivo que levou à sua queda. Sua expansão territorial e força cultural criou novos padrões de cultura que foram seguidos em diferentes regiões da Grécia. Mais ao sul, na região de Lacedemônia, começou a se desenvolver uma cultura mais isolacionista e militar, a cultura dórica, que tinha os Espartanos (Esparta foi a histórica capital dessa região) como os principais exponentes.
    Há um consenso entre os historiadores que a invasão dórica é considerada a causa do fim da civilização micênica, iniciando a "Idade Grega das Trevas" ou o fim da Idade do Bronze (aproximadamente em 1050 a. C.)

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