Filho mais velho de Rangi (Céu) e Papa (Terra), Tangaroa era o deus dos mares de personalidade agressiva que, junto com seus meio-irmãos (Rongo, Tane, Haumia, Tawhiri e Tümatauenga) forçou a separação de seus pais. Diz-se que seu corpo tinha tanta água que ele explodiu e formou os oceanos. Seus filhos são Ikatere, rei dos peixes, e Tu-te-wehiwehi, ancestral dos répteis.
Alguns mitos dizem que, após a separação, foi atacado por seu irmão Tawhiri, deus das tempestades, e se escondeu no fundo do mar. Vivia sozinho na concha escura de um mexilhão primordial.
Tangaroa tinha uma rixa com seu irmão Tane, deus das florestas, porque ele acolheu Tu-te-wehiwehi depois dele ter sido banido dos mares por sua violência. Tane, com suas canoas de madeira, suas iscas de pesca e suas redes
tecidas com fibras de madeira, era responsável pela morte das criaturas
marinhas. Então, Tangaroa ordenava que o mar, com suas fortes ondas,
engolisse as canoas, as árvores, as florestas, as casas de madeira e até
as praias. Por essa razão, os povos maoris colocavam mar e terra como esferas opostas e precisavam honrar Tangaroa sempre que iam pescar, pois estavam entrando no reino do inimigo de onde eles moravam.
Pode aparecer como um enorme peixe que gera as criaturas do mar, inclusive seres fantásticos como sereias, ou um lagarto verde que traz bons ventos. As marés são sua respiração. Marinheiros polinésios e micronésios costumam navegar com um pedaço de coral para honrar o deus.
Seus mitos se espalham pelas ilhas do Pacífico de formas diferentes. No Havaí, tem ligações com Kanaloa. Nas Ilhas Cook, Tangaroa é filho da luz solar e tem associações com o fogo. No Taiti, recebe o nome de Ta'aroa, o caos criador. Como criador, saiu de sua concha para cobrir o mundo depois que céu e terra se separaram. Fez os deuses e todos os seres vivos, sendo representado com um corpo oco cheio de pequenas esculturas que simbolizam suas criações.
Por mais incrível que pareça, nas lendas havaianas - contradizendo toda a mitologia da Polinésia -, Tangaroa era um deus maléfico, associado à feitiçaria e ao submundo: sua maldição teria criado a morte no mundo.
A representação feminina mais antiga do mundo é, a partir de 2008 uma "vênus" que ainda não tem nome próprio, achada no sul da Alemanha, em seis pedaços (ainda faltam achar dois) e com apenas pouco mais de 6 centímetros. É de marfim e as partes mais femininas estão super exageradas: os seios e a vulva.
ResponderExcluirTodo esse preâmbulo porque me chamou atenção a imagem dessa postagem onde Tangaroa apresenta genitália avantajada.
O mais interessante é que a figura feminina era muito forte e aparece em diversas representações das chamadas "vênus" da Era Paleolítica européia.
Já entre os povos da polinésia os tótens masculinos são mais frequentes.
Em comum entre eles as genitálias de grandes proporções.
Por que isso? Símbolo de fertilidade?
Por que as primitivas sociedades européias privilegiaram o matriarcado enquanto, no Pacífico, a própria leitura do mito de Tangaroa parece nos conduzir a uma tendência patriarcal?
Algum antropólogo poderia ajudar a explicar?