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domingo, 31 de maio de 2015

Xolotl

Quetzalcoatl tinha um irmão gêmeo, Xolotl, que assumiu a forma de um cão deformado. Ele ajudou a criar a humanidade, mas sua natureza imprevisível o tornou ressentido com sua própria criação. Por isso, passou a trazer infelicidade às pessoas. O símbolo dos infortúnios que sofrera era ter um olho furado. Era adorado como deus do jogo de bola. Quando se rezava para Xolotl, a reação do deus dependia da direção de suas orelhas.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Chocolate


Como sou um chocólatra assumido, resolvi investigar o mito divino do chocolate, afinal o nome científico do cacaueiro é Theobroma cacao e theobroma significa "alimento dos deuses" em grego. Mesmo com sua origem remetendo a mais de 1000 anos antes de Cristo, o nome da planta só foi dado em 1729 pelo botânico sueco Lineu, mas a razão fica óbvia!

Muito antes dos espanhóis chegarem às Américas - possivelmente 1500 a.C. -, os olmecas foram o primeiro povo a utilizar o fruto do cacaueiro, o "cacahuaquchtl". Com ele, faziam um líquido escuro - chamado de xocoatl (xococ = "amargo" + atl = "água") - temperado com baunilha e pimenta que combatia o cansaço e a diarréia. A parte branca que envolve os grãos de cacau era usada como fonte de açúcares fermentáveis para uma bebida alcoólica. Documentos maias dizem que o xocoatl também era usado por sacerdotes para fins cerimoniais e medicinais, e também era misturado a milho moído para fazer um mingau. Posteriormente, os astecas - acreditando que as sementes eram do deus Quetzalcoatl - prensavam o cacau em massas de pequenos tamanhos para que pudessem servir de alimento em expedições. O imperador asteca Montezuma apreciava a bebida amarga em copos de ouro sempre novos. A cada vez que esvaziava um copo, ele o jogava fora, para mostrar que valorizava mais a bebida que o ouro.

Cristóvão Colombo teria sido o responsável por levar o cacau para a Europa - que não conhecia o fruto - em 1502, em virtude de sua quarta viagem às Américas. Mas o rei Fernando II não teria prezado muito essa descoberta no meio de tantas outras riquezas.

Em 1519, o conquistador espanhol Hernán Cortez chegou ao México com suas intenções camufladas por um pacifismo comercial e foi recebido pelo imperador asteca Montezuma. Cortez, então, conheceu o valor monetário do cacau e, após a dominação, obrigou os nativos a plantarem cacau. Em 1528, ao retornar a Espanha, Cortez levou seus lucros (um escravo africano valia cem grãos de cacau!) e as ferramentas necessárias para o preparo da bebida amarga (um lenda conta que a receita da bebida foi literalmente arrancada de um sacerdote, pois estava tatuada na virília dele! ui...). Os espanhóis trataram de adocicar e esquentar a bebida que - aí sim - caiu no gosto da nobreza. Ao longo dos 150 anos seguintes, a novidade se espalhou pelo resto da Europa, e vários ingredientes foram agregados: vinho, cerveja, outras especiarias etc., mas sempre para consumo da elite. As colônias americanas (do continente e as ilhas de Trinidad e Haiti) e africanas (Costa do marfim, Gana, Nigéria e Camarões) continuaram com as plantações.

Na Inglaterra - que tinha suas plantações nas Índias Ocidentais -, a bebida podia ser comprada por qualquer um. E foi em Londres que, em 1657, foi inaugurada a primeira chocolateria do mundo! Em 1689, o médico escocês Hans Sloane estava na Jamaica e colocou leite na bebida, tornando-se (talvez) o maior responsável pelo o que é o chocolate hoje. No início do século XVIII, as chocolaterias já rivalizavam com as tradicionais casas de chá e café inglesas. Em 1765, foi fundada a primeira fábrica de chocolate nos EUA, então colônia inglesa. Os holandeses também se tornaram fabricantes de chocolate ao plantarem em suas colônias nas Índias Orientais (Indonésia).

Até a Revolução Industrial, o processo de fabricação da bebida era o mesmo e, em 1795, os ingleses criaram máquinas à vapor para espremer os grãos cacau que permitiram a produção em larga escala da bebida. Trinta anos depois - mais precisamente em 1828 - um fabricante holandês de chocolate, Conrad van Houtten, desenvolveu uma prensa hidráulica para extrair a gordura dos grãos de cacau moídos e transformá-la em manteiga de cacau. Depois os pedaços duros de cacau remanescentes eram novamente moídos e transformados em um pó, que se dissolvia facilmente na água quente. Daí ao desenvolvimento de bebidas achocolatadas foi um passo rápido. Em 1847, a firma inglesa Fry and Sons começou a desenvolver chocolate em barras com a manteiga de cacau. Mas foi em 1895 que um fabricante suíço misturou leite fresco à manteiga de cacau e deu início ao vício mundial. No Brasil, a primeira fábrica foi fundada em 1891 pelos irmãos Franz e Max Neugebauer em Porto Alegre.

Essa história é a mais citada por aí, mas encontrei uma outra história... bom... parece piada, mas vou postar assim mesmo: em suas viagens pela Ásia, o explorador italiano Marco Polo teria conhecido o cacau, ainda sem nome. Ao ser recebido por Kublai Khan, ofertou alguns frutos que teriam sido entregues ao cozinheiro Xang K. Kal. O cozinheiro experimentou todas as possibilidades do fruto, fazendo sucos, pudins, cremes, molhos e uma pasta. O imperador Khan se lambuzou das iguaris ficando realmente encantado pela pasta, a qual teria batizado de "manteiga de K. Kal".

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tezcatlipoca

Tezcatlipoca é uma das três grandes divindades de algumas mitologias na América Centro-Sul e uma das mais temidas do panteão asteca. Também chamado de Senhor do Espelho Fumegante (significado aproximado de seu nome), foi comparado às passagens para o mundo sobrenatural e, portanto, tornou-se um deus do mundo inferior, dos magos e necromantes.

Na mitologia tolteca, acreditava-se que ele governava o primeiro sol e foi abatido e transformado em jaguar por Quetzalcoatl, dando início ao segundo ciclo solar. Mais tarde, Tezcatlipoca consegui corromper Quetzalcoatl e apressou sua queda ao terceiro ciclo solar. Essa constante batalha entre as divindades é a representação das lutas entre bem e mal, matéria e espírito.

Tezcatlipoca e Quetzalcoatl (Codex Borbonicus, p. 3)

É o deus do céu noturno, da lua e das estrelas; senhor do fogo e da morte; senhor dos ladrões e dos magos; protetor de reis e guerreiros; criador do mundo e vigilante das consciências. Imagens de Tezcatlipoca o mostram como uma serpente emergindo de um espelho de obsidiana polida (usado para predizer o futuro) ou como um crânio negro com olhos de espelho negro e listras amarelas pintadas na face – o que reflete sua ligação com o jaguar, o rei asteca dos animais. Os sacrifícios a esse deus eram importantes para o alimento dos outros deuses: o chalchihuatl, substância presente somente no sangue humano.

Agora vejam essa animação de Robin George, usando a Sinfonia nº10 do balé "Lago dos cisnes" de Tchaikovsky, que foi um projeto final de graduação que levou um ano e meio para ficar pronto:


Incrível.