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quarta-feira, 4 de abril de 2018

Tsuki-Yomi

O deus da lua japonês era Tsuki-Yomi. Ele surgiu das gotas de água que caíram no olho de Izanagi quando este foi se lavar, depois da viagem a Yomi (o mundo subterrâneo). Tsuki-Yomi era irmão de Amaterasu, mas os dois se separaram quando ele matou a deusa do arroz, Ukemochi. Desde então, noite e dia estão sempre separados.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Sukuna-Biko

O deus japonês da medicina Sukuna-Biko tinha estatura tão pequena que, quando descansava sobre uma espiga de milho, uma brisa podia levá-lo para o espaço.

Viajou pelo mundo todo e conhecia tudo o que havia para ser conhecido na área médica. Por ter visitado muitos países, tornou-se uma divindade popular entre os comerciantes e pela mesma razão foi também associado às comunicações. Além de suas habilidades curativas, Sukuna-Biko podia controlar as feras, as cobras, os insetos, e proteger as pessoas dos ataques desses animais.

Foi aliado de Okunikushi, o genro do deus da tempestade Susanowo, e ajudou-o a governar a terra de Izumo nas costas do mar do Japão.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ryujin

Rei dragão do mar, Ryujin era uma das divindades marítimas mais importantes, e pode ser reconhecido por sua imensa boca. Ryujin usava jóias mágicas para controlar o fluxo das marés. Quando sua filha casou-se com o príncipe Hoori, ela se tornou uma das ancestrais da família real japonesa.

domingo, 14 de abril de 2013

Kanamara Matsuri, o festival do falo de ferro

Kanamara Matsuri é um festival dedicado a uma divindade japonesa conhecida como "O Falo de Ferro", senhor da fertilidade, da sexualidade e da reprodução humana, trazendo fartura e a cura para a impotência e a esterilidade.

Uma lenda conta que uma menina era possuída por um demônio de dentes afiados que se escondia em sua vagina, castrando seus pretendentes. Então, um ferreiro resolveu forjar um falo de ferro para expulsar o demônio. Possivelmente o demônio era alguma doença venérea e Kanamara, o nome do ferreiro. Prostitutas, então, passaram a rezar para um pênis de metal, pedindo sucesso em seus negócios e proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.

Na cidade japonesa de Kawasaki, há mais de 40 anos ocorre anualmente Festival Kanamara (matsuri é festival em japonês), que celebra a chegada da primavera, a estação da fertilidade, no primeiro domingo de abril. A atração principal é uma procissão com três pênis gigantes, que são carregados por mulheres e homens vestidos com roupas femininas. Todos se reúnem pedindo ajuda espiritual para ter filhos saudáveis e evitar problemas no casamento em torno de imagens enormes do órgão sexual masculino.


Hoje, além de todo o tipo de objeto com forma fálica, o governo japonês aproveita o evento para fazer campanhas contra o HIV.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ebisu

Ebisu é o deus japonês dos pescadores, um dos Sete Deuses da Sorte do xintoísmo, o único de origem japonesa. Importantíssimo para uma nação insular, é responsável pela navegação segura e por uma pesca abundante, garantindo prosperidade nas negociações marítimas. É comumente associado a Daikoku, outro dos sete deuses, para garantir abundância tanto na terra quanto no mar. Inclusive, algumas lendas colocam Ebisu como filho de Daikoku.

Prém, na verdade, ele foi Hiruko, o primeiro filho de Izanagi e Izanami. A deusa Izanami teria comprometido as leis do cortejo ao falar primeiro no encontro dos deuses e, assim, seu primogênito nasceu sem ossos, parecendo um sanguessuga. Hiruko era tão monstruoso que foi abandonado ao mar em um barco de junco, onde, acabou se transformando em uma divindade. Talvez seja essa a origem do velho costume japonês dos pais comemorarem o nascimento de seus primeiros filhos, colocando uma estatueta em um barquinho de junco no mar.

É comumente apresentado como um homem gordo, sorridente e barbudo vestindo roupas formais de juiz ou as vestes de caça de um cortesão. Está sempre segurando uma vara de pescar na mão direita com um pargo vermelho preso na linha (que está na mão esquerda), simbolizando sorte. Se estiver segurando um leque, representa concessão de desejos e tomada de decisões. Diz-se que Ebisu era um pouco surdo. Assim, surgiu o costume de bater palmas antes de orar para ele a fim de ganhar sua atenção.

Por ter nascido sem ossos e superado essa condição ao se tornar uma divindade, Ebisu também é protetor das crianças que nascem com problemas e é associado às águas-vivas.

OBS.: Os outros deuses da sorte são: Benten, Bishamon, Daikoku, Fukurokuju, Hotei e Jurojin.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Wakahirume

Wakahirume era a grande tecelã responsável pelas roupas dos deuses. Diz-se também que tecia sonhos e visões e enviava aos homens em seu sono.

Seus mitos estão ligados aos de Amaterasu, a Grande Deusa do Sol. Quando o deus Susanoo atirou um cavalo morto na sala onde as duas teciam, Wakahirume acabou caindo do tear e morreu, levando Amaterasu a se esconder em uma caverna (e desencadear um dos maiores mitos japoneses).

Por vezes, Wakahirume é considerada a Deusa do Sol Nascente, irmã mais nova de Amaterasu, ou então uma versão jovem da deusa, imediatamente anterior ao mito da caverna.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O caos japonês

Por eras e eras a fio só havia o Caos, inimaginavelmente ilimitado e sem forma definida. Dessa massa sem fronteiras e amorfa emergiu algo leve e transparente e formou a Planície dos Céus Elevados, na qual se materializou Ame-no-Minaka-Nushi (Deidade-do-Augusto-Centro-do-Céu). Logo depois os Céus deram a luz a uma deidade chamada Takami-Musubi (Elevada-Augusta-Deidade-Produtora-de-Maravilhas), seguida de uma terceira chamada Kammi-Musubi (Divina-Deidade-Produtora-de-Tesouros). Estes três seres divinos foram chamados de As Três Deidades Criadoras.

Enquanto isto, o que era pesado e opaco neste vazio gradualmente se precipitou e se transformou na terra, mas levou um tempo imensamente longo para se condensar suficientemente e formar um solo sólido. Em seu estágio primordial, por milhões e milhões de anos, a terra se assemelhava a uma mancha de óleo flutuante, como uma água-marinha na superfície da água. De repente, como que jorrando por um tubo, dois seres imortais nasceram. Eles eram Umashi-Ashi-Kahibi-Hikoji (Príncipe-Primogênito-do-Agradável-Jorro-do-Tubo) e Ame-no-Tokotachi (Celestial-Eternamente-Pronta). Muitos deuses então nasceram em sucessão, e assim, eles cresceram em número.

De todas essas divindades primordiais, Takami-Musubi foi a que teve mais registros posteriores. Alguns mitos o colocam como mensageiro e principal assistente de Amaterasu, funcionando como porta-voz da deusa. Outros dizem que ele é marido da deusa e avô de Ninigi-no-mikoto, fundador da dinastia imperial japonesa. Também existem registros de Takami-Musubi ser mulher e deusa do Sol Admirável.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fukurokuju

Fukurokuju veio do budismo chinês para ser um dos Sete Deuses da Sorte do xintoísmo japonês. É o deus da sabedoria, vida longa e virilidade. Seu nome é composto pelos ideogramas fuku (prosperidade), roku (felicidade) e ju (vida longa).

Baseia-se no sábio chinês Lao Tzu, que mantinha arquivos para a corte imperial da dinastia Sung, e encarna a Estrela Polar do Sul. Ele era famoso por fazer milagres, especialmente no campo da longevidade e prosperidade, sendo capaz até de ressuscitar mortos. Durante sua encarnação humana, era considerado um sennin, um filósofo capaz de viver sem comida, que adorava xadrez. Pode ser também a unificação das Três Estrelas Chinesas, Fu Lu Shou.

É representado como um velho calvo com uma alongada cabeça, corpo mirrado (cabeça e corpo teriam o mesmo tamanho) e uma longa barba branca, significando a grande sabedoria passada de gerações para gerações. Carrega um bastão com um hebi (pergaminho mágico com toda a sabedoria do mundo) amarrado em uma mão e um ogi (leque cerimonial). Se aparecer com um tokkuri (cabaça para saquê), significa que está sendo confundido com outro deus da sorte, Jurojin, uma vez que suas representações são extremamente semelhantes. Anda acompanhado de um grou, um cervo ou uma tartaruga, símbolos de longevidade.

Dizem que quem ganha uma estatueta ou pintura de Fukurokuju se torna popular e tem uma vida longa. Passar a mão na sua pontuda cabeça melhora a inteligência.


OBS.: Os outros deuses da sorte são: Benten, Bishamon, Daikoku, Ebisu, Hotei e Jurojin.

terça-feira, 23 de março de 2010

Ukemochi

Ukemochi e seu marido Inari,
como uma raposa branca
Também chamada de Ogetsu-himi-no-kami (Grande princesa da comida), Wake-umi-nomi (Jovem mulher com comida) e Toyo-uke-bime (Princesa da rica comida), Ukemochi (Deusa que possui os alimentos) era a deusa do arroz, da nutrição e do banquete no xintoísmo. Pode-se ver que todos os seus nomes derivados são relacionados à comida e ao sustento em geral.

Sua lenda mais conhecida é o da sua relação com Amaterasu, a grande deusa do sol, que é contada no Nihon Shoki ("crônicas japonesas"). Aparece com algumas alterações, mas, basicamente, é o seguinte: Amaterasu utilizou sementes fornecidas por Ukemochi para plantar seus enormes campos de arroz. A grande deusa pediu que seu irmão Tsuki-Yomi (em outras lendas é Susanowo) verificasse suas plantações e o trabalho de Ukemochi, quando estivesse escondida em sua caverna.

Sabendo da visita do deus, Ukemochi resolveu preparar um imenso banquete: vomitou arroz cozido (felicidade e abundância), peixe (sabedoria e abundância) e algas (alegria). Tsuki-Yomi viu a preparação e ficou tão enjoado que a matou. Da cabeça de Ukemochi, saíram bois e cavalos; suas sobrancelhas transformaram-se em bichos da seda; da testa brotou milho e trigo, da barriga saiu arroz e de sua genitália veio o feijão; todos símbolos de agricultura, trabalho, resistência e criatividade. Os feijões são conhecidos no Japão como dissipadores de maus espíritos. É dito que outros alimentos ainda saíram do corpo da deusa, como o arroz doce, a soja e o pão. Com raiva pela morte de Ukemochi, Amaterasu decidiu nunca mais ver seu irmão e, por isso, sol e lua jamais se encontrariam.

Seu nome pode ser escrito como Uke-mochi ou Uki-mochi, e, muitas vezes, a deusa era confundida com Inari em sua versão feminina, uma vez que o deus era seu marido e assumiu suas funções divinas. Também foi associada ao deus Toyuke Okami, responsável pelo vestuário, pela habitação e pela refeições.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Inari

Inari (em sua forma feminina) aparece para um
guerreiro com o espírito de uma kitsune
Inari (ou Oinari) é o kami* japonês do alimento, importante no xintoísmo. Pesquisadores acreditam que seu nome derive de ine-nari, traduzido em algo próximo a "arroz em crescimento", apesar de não aparecer nos textos clássicos da mitologia japonesa. Acredita-se que sua adoração começou entre os séculos 8 e 9 d.C.

Depois que Tsuki-Yomi (deus da lua) matou sua esposa Ukemochi (deusa do arroz), Inari assumiu suas funções e tornou-se também responsável pelas safras de arroz. Todo ano ele/ela desce de uma montanha nos primeiros dias da primavera para fertilizar os campos de arroz, às vezes, na forma de uma raposa branca (kitsune). Assim, tornou-se um importante deus da fertilidade e do sucesso na cultura japonesa. É retratado como um senhor de barbas, carregando sacos de arros, mas, por ter assumido as funções de sua esposa, é muitas vezes retratado como um deus andrógino.

Foi adorado como fabricante de espadas e, portanto, protetor deste ofício, dos ferreiros e dos guerreiros. Às vezes era descrito com uma espada, uma foice ou um chicote (que servia para queimar plantações, mas era raramente utilizado). Podia se transformar numa aranha monstruosa quando desejava ensinar lições aos homens. Existem mitos sobre sua transformação em dragão e serpente. As crenças xintoístas e budistas atuais preferem retirar esse lado antropomórfico de Inari, fazendo com que a raposa branca seja sua mensageira. Sua importância fez com que ele fosse associado a uma série de outros deuses, sendo chamado de trindade (Inari sanza) ou coletivo (Inari goza).

Existem muitos templos dedicados a Inari no Japão (aproximadamente 1/3 dos templos), com seus inúmeros toriis (aqueles famosos portais vermelhos) e sempre protegidos pela estátua de uma raposa. O principal é o Fushimi-Inara, em Quioto. Seu festival é na primavera, durante o cultivo do arroz, quando é servido aburage (um tipo de tofu frito), coalhada e feijão frito.

Toriis sequenciados do templo de Fushimi-Inara

* Simplificando, kami é a palavra japonesa para deidade, espíritos, forças naturais. É a essência da fé xintoísta. Farei um post sobre isso.