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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Yum Kaax

Os maias adoravam um deus do milho, Yum Kaax, ou “Senhor das Florestas”. Retratado como um belo jovem de testa larga com uma espiga de milho na coroa, esta divindade também desempenhou importante papel como protetor da agricultura.

Pode ser comparado ao deus asteca do milho Cinteotl, ao qual as pessoas ofereciam seu sangue no mês de abril. Juncos eram mergulhados no sangue e colocados do lado de fora das casas para assegurar um fornecimento regular de alimento o longo de todo o ano.

domingo, 10 de junho de 2012

Pellervoinen

Pellervoinen é o semeador. Nascido da terra, foi convocado por Vainamoinen para plantar árvores, plantas e flores por todo o canto, criando as florestas, os pântanos e campos. Tornou-se assim o protetor de toda a vegetação, uma força criadora da Natureza. Dessa forma, é frequentemente associado à primavera e à fertilidade da terra.

São inúmeros os rituais para despertá-lo no verão e proteger as colheitas nos meses frios. Os poemas folclóricos contam que três meninas - Inverno, Verão e Primavera - tentam acordá-lo. Primavera é a única a conseguir fazê-lo. Algumas versões desses poemas contam que Pellervoinen apenas insemina a menina Primavera para que ela forneça a fertilidade necessária à toda vegetação. Depois, quando ele finalmente acorda, ele só precisa regar as plantas. Os antigos finlandeses identificam Pellervoinen com toda a fertilidade no mundo, inclusive a dos seres humanos.

Também chamado de Sampsa e Pellervo, alguns acreditavam que Pellervoinen possuía várias formas, como, por exemplo, o deus Pekko (ou Pellonpekko), responsável pelas colheitas e pela agricultura. É comumente descrito como um jovem esbelto e pequeno que transporta ou um saco ou uma cesta em volta do pescoço.

É comparado às divindades escandinavas Frey e Njord, mesmo não recebendo diretamente o epíteto de deus.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cernunnos

Cernunnos é, possivelmente, a mais antiga divindade do panteão celta. Há sinais, inclusive, de que ele seja anterior às invasões celtas. Independentemente de sua origem, o Deus Cornudo (ou Galhudo, ou Cornífero), desempenha uma função importante não só por se tratar do Senhor dos Animais - domésticos e selvagens -, mas também da fertilidade e da abundância - regulando as colheitas dos grãos e das frutas - e Mestre das Caças. Ele conectava a Terra, o Céu e o Mar no centro sagrado do mundo, como a representação da Natureza. Posteriormente, foi considerado também o deus do dinheiro e, em alguns momentos, é associado ao Sol.

Segundo as lendas, Cernunnos (o princípio masculino) é filho da Grande Deusa (o princípio feminino). Ele atinge sua maturidade no solstício de verão e se apaixona pela Deusa. Ao fazerem amor, deposita toda sua força e a engravida. Quando a Deusa dá a luz no solstício de inverno, o deus morre, pois foi ele mesmo que renasceu. É a representação da passagem das estações. Um símbolo do poder natural da vida e da morte.

Essa relação incestuosa foi substituída por outra lenda, registrada por um poeta. Nela, Cernunnos nasceu da Grande Deusa sem seus chifres. Atingiu sua maturidade no verão e se apaixonou por Epona. Com ela se casou e ambos reinavam no subterrâneo - onde encaminhavam as almas. Porém, Epona precisava vir à Terra cumprir suas funções de deusa da fertilidade, lembrando a história de Hades e Perséfone. Num desses momentos, Epona o traiu e uma galhada começou a nascer na cabeça do deus. Daí viria a ligação entre traíções e chifres.

Sua primeira representação conhecida está presente em uma gravação sobre rocha datada do século IV encontrada no norte da Itália. Aparece como um ser de aspecto antropomorfo, dotado de dois chifres de cervo na cabeça e dois torques em cada braço. O torque - espécie de argola aberta torcida com as extremidades em forma de esferas - é um atributo de poder e realeza utilizado no pescoço ou nos braços pelos grandes chefes e guerreiros mais destacados para que fossem identificados como mestres na sociedade celta.

Ao lado desta imagem estava desenhada uma serpente com cabeça de carneiro - símbolo de renascimento e sabedoria. Acreditava-se, então, que Cernunnos poderia tomar a forma deste animal. Frequentemente é representado acompanhado por animais, principalmente cervos e touros, que se alimentam de um grande saco que tem em seu poder, ou por serpentes que se alimentam da fruta oferecida entre suas pernas. Em algumas ocasiões - como no caldeirão Gundestrup (foto) encontrado na Dinamarca -, aparece sentado de pernas cruzadas.

Os deuses com chifres são sempre identificados como entidades de sabedoria e de poder. Na Antiguidade, tais protuberâncias cefálicas podiam ser levadas apenas pelos mais viris, dotados de valor, honra, masculinidade etc. É possível que a idéia de "coroa real" venha daí. Um conto popular gaélico fala sobre viajantes que ganharam chifres ao comerem maças da floresta de Cernunnos. Após mordê-las, chifres cresceram em suas testas e eles passaram a compreender muitas coisas que aconteciam ao redor do mundo. Uma lenda escocesa afirma que chifres apareciam na cabeça dos melhores guerreiros. Os vikings são popularmente conhecidos por seus elmos com chifres, mas eles nunca levavam adornos semelhantes aos combates, pois isso seria um grande incômodo. Na verdade, utilizavam capacetes lisos e práticos, quase sem ornamentos. Os famosos capacetes com chifres eram utilizados apenas em cerimônias religiosas.

Cernunnos foi muito adorado entre os povos celtas da França (Gália) e da Grã-Bretanha - onde foi associado a Belatucadnos, um deus da guerra. Os gregos associavam-no a , mas os romanos o relacionaram a Mercúrio. Na Irlanda medieval, os chifres de Cernunnos foram transferidos ao Diabo, dando forças ao cristianismo contra o paganismo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Yarilo


Yarilo (Erilo ou Jarilo) seria o filho perdido de Perun, seu décimo filho que teria nascido na noite da mudança de ano e roubado por Veles, arquiinimigo do deus. Veles teria criado Yarilo no Mundo Inferior, que teria ficado coberto de vegetação enquanto o deus esteve por lá (isso poderia ser uma referência à diferença de estações entre os hemisférios norte e sul). Yarilo tornou-se um belo jovem deus associado à agricultura e à primavera. Não se sabe dizer se ele tinha traços humanos ou se era um centauro.

Sobre as estações, duas são as possibilidades de leitura do mito de Yarilo. Uma seria que ele passaria metade do ano no hemisfério norte (com Perun no "céu") e a outra metade no hemisfério sul (com Veles no "inferno"). Essa leitura se assemelha a lenda grega de Perséfone e Deméter.

Outra leitura diz que, um dia, ele voltou cavalgando do além-mar, trazendo a primavera consigo. Sua irmã gêmea Morana (Marzanna), também uma deusa da natureza, notou sua chegada e se apaixonou. Ambos começaram um cortejo divino que terminou em um celebrado casamento que selou momentos de paz entre Perun e Veles e trouxe um período harmônico à Terra. No entanto, Yarilo era um deus lascivo e infiel, sendo considerado deus não só da fertilidade da terra, mas também da paixão e do sexo. Ele traiu sua esposa-irmã e acabou morto, mas não se sabe se foi Perun ou um de seus irmãos que o esquartejou. Morana tornou-se um deusa fria e mortal (referência ao inverno), até morer de desgosto no fim do ano. Sendo deuses da natureza, tanto Yarilo e Morana são cíclicos e renascem na virada do ano, iniciando o processo novamente.

Normalmente, no início da primavera, as aldeias coroavam uma virgem como rainha de Yarilo, na esperança de que as sementes recém-plantadas dessem frutos abundantes. As músicas desses rituais contavam que o deus estava retornando de uma terra distante através do oceano para trazer a primavera e abençoar as plantações (referenciando a primeira leitura de seu mito).

Yarilo foi associado ao São Jorge cristão, sendo ele o cavaleiro montado no cavalo branco que mata o dragão (Veles). Alguns estudiosos acham que várias de suas características se aproximam a Dionísio da mitologia grega.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Chaac

Estátua em terracota de Chaac
Chaac (ou Chac, Chaahk, que pode significar nuvem) era a Serpente da Chuva, uma das mais venerada divindade maia. Com seu machado-relâmpago (ou chicote), atacava as nuvens e produzia chuvas e trovoadas para esconder o Sol e a Lua. Mas, ao contrário da temível Ixchel, Chaac era basicamante uma figura amiga que trazia boas chuvas para regar os campos. Alguns mitos o colocam como um guerreiro choroso que cometera adultério com a esposa de seu irmão, Kinich-Ahau, o Sol. Era também sagrado para todos os que cultivavam a terra e, portanto, tornou-se deus da agricultura. Segundo uma lenda, ele levou o milho para os maias abrindo uma montanha dentro da qual estava escondido o primeiro pé dessa planta. Para os astecas, Chaac seria Tlaloc.

Em geral, conforme outras divindades do panteão maia, Chaac era representado tanto como uno quanto com quatro faces (ou como quatro deuses diferentes, separados, mas benéficos), cada um de uma cor para cada ponto cardeal. Seu corpo humano era recoberto de escamas reptilianas, possuía duas longas presas, seu nariz era adunco e usava uma concha como brinco que sobressaía no meio de seu cabelo trançado. Além do machado, também podia carregar um escudo ou uma vasilha. Esta sua forma também era cíclica: em períodos chuvosos, dizia-se que era um jovem viril que dominava os céus com seu machado; e, nas secas, era transformado em um velho enrugado (uma serpente trocando de pele) que se dirigia aos oceanos em uma canoa para rejuvenescer.

Um xamã chamado "fazedor de chuvas" era o contato humano com o deus, e fazia rituais imitando sapos para chamar sua atenção. Portanto, sapos eram relacionados ao deus, assim como a cor azul turquesa.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sucellus e Nantosuetta

Estátua em bronze de Sucellus.
Museu Nacional de Arqueologia (França)
Qualificado como rei dos deuses, Sucellus (Sucellos) era, na verdade, um deus da fertilidade da terra, da agricultura. Seu nome significava "o que bate bem", por carregar um grande martelo de cabo longo, usado para bater na terra e acordar as plantas, anunciando o início da primavera. Era representado como um barbudo de porte atlético coberto apenas com uma pele de lobo. Se aparecesse com vestes estampadas de círculos e cruzes, estava ligado aos céus. Às vezes, segurava um tonel de vinho ou uma taça, mostrando ser responsável pelos banquetes dos deuses e padroeiro das bebidas alcoólicas.

Sua mulher era uma deusa da água, Nantosuetta (ou Nantosuelta, "rio serpeante"), outra figura da fertilidade, que era também deusa do lar. Suas águas eram curativas e revigorantes. De cabelos cacheados soltos, carregava uma cornucópia, símbolo de abundância, e, muitas vezes, corvos a rodeavam. Dizia-se que cuidava das raízes das plantas e, portanto, poderia passear pelo Reino Subterrâneo. Alguns mitos a colocavam até como governante ou responsável por guiar os espíritos. Dessa forma, foi comparada a Perséfone grega.

Estátuas dos dois juntos eram comuns em domicílios celtas, associadas à prosperidade. Foram adorados principalmente na Lusitânia (Portugal) e na Gália (França). Nantosuetta foi associada a Morrigan entre os celtas britânicos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Lono

Na mitologia havaiana, Lono era uma divindade do céu associada à fertilidade, à agricultura, à chuva e ao canto que, junto a Kane e Ku formava a trindade encarregada da criação do primeiro humano. É um dos quatro deuses que já existiam antes da criação (Kane, Ku e Kanaloa). Era também o deus da paz.

Ele vinha à terra todo inverno, durante a estação das chuvas (chamado de Lono-makua, o provedor). Ao final desse período, dizia-se que ele "morria" ou que voltava para seu reino invisível de Kahiki, deixando Ku como seu substituto. Uma vez, desceu à terra por um arco-íris para se casar com uma menina havaiana, que se revelou a deusa Laka, sua irmã.

Nos quatro meses das festas de Makihiki, Lono era adorado e sua imagem levada, no sentido dos ponteiros do relógio, a fazer a ronda das ilhas havaianas. Segundo as crenças, esse ritual traria fertilidade aos campos e qualquer conflito ou trabalho desnecessário é proibido.

É dito que alguns havaianos acreditaram que o Capitão James Cook, da marinha inglesa, seria uma reencarnação de Lono e isso pode ter contribuído para sua morte em 1779.