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domingo, 31 de agosto de 2014

Juro que vi!

“Essa história aconteceu numa noite de lua cheia. Uns diz que é superstição, coisa da roça, mas otros diz que não, que isso aconteceu. Quem teve lá me contou essa história assim. E disse: ‘Juro que vi!’“
É assim, como se estivéssemos ouvindo uma história à beira da fogueira, que começa o primeiro vídeo da série Juro que vi, sobre o Curupira. Ao todo são cinco curtas de animação, produzidos pela MultiRio – empresa de multimeios do Rio de Janeiro ligada à Secretaria Municipal de Educação – entre 2003 e 2009, que contam a história de personagens icônicos do folclore brasileiro. Além de retratar as lendas nacionais, os vídeos também mostram uma preocupação com toda a parte ambiental, de preservação da fauna e flora, além de questões relativas a cidadania.

O CURUPIRA


O BOTO


O SACI


O MATINTA PEREIRA


A IARA


Excelentes vídeos para a garotada!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Halloween, o Dia das Bruxas

O Halloween é um evento tradicional e cultural, que ocorre basicamente em países de língua inglesa, com especial relevância nos EUA, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações dos antigos povos celtas, que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C.

Entre os meses de outubro e novembro, marcava-se o fim do verão e início do inverno, a estação da escuridão que trazia a metade mais sombria do ano. Fazia-se, então, um dos mais importantes festivais do calendário celta, o Samhain*, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro. Era um momento de inventariação e preparação para o frio: o rebanho era trazido de volta e alguns gados eram abatidos. Fogueiras eram acesas para a realização de rituais (alguns destes sugerem o envolvimento de sacrifício animal e – talvez – humano) e jogos de adivinhação que decretavam o fim da época da colheita.

No dia 31 de outubro também era celebrada a "Noite dos Mortos". Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade, sem fome ou dor. As festas eram presididas pelos sacerdotes druidas que atuavam como intermediários entre as pessoas e seus antepassados. Os espíritos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.


A invasão das Ilhas Britânicas pelos romanos (46 a.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, até que esta última desapareceu com a evangelização. Acredita-se que a Igreja Católica tenha tentado eliminar os rituais pagãos do Samhain, mudando a data do Dia de Todos os Santos (All Hallow's Day, de maio para 1º de novembro) para a véspera do Dia dos Finados (2 de novembro). Por ser uma festa importante, instituiu-se restrições de vigília no dia anterior. Inclusive, o primeiro registro do termo "Halloween" é do século XVIII, como uma contração de All Hallow's Evening, véspera de Todos os Santos.

A Igreja Católica ainda associou a data às feiticeiras e bruxas queimadas na Inquisição para aumentar os perigos de se celebrar uma data pagã. Por essa razão, os povos de língua oficial portuguesa designam este dia como "Dia das Bruxas".

HOJE
A celebração do Halloween hoje é bem distinta de suas origens celtas. É possível que a ideia de se fantasiar tenha vindo do costume celta de se mascarar no Samhain para evitar serem possuídos na Noite dos Mortos e perderem um ano inteiro de suas vidas, pois só poderiam tentar sair no próximo festival. Durante o período da Peste Negra – que dizimou perto da metade da população européia e criou entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte –, multiplicaram-se as missas pelos mortos, médicos utilizavam máscaras e roupas protetoras e muitas representações artísticas recordavam às pessoas de sua própria mortalidade. Isso intensificou o uso de fantasias na data.

Já a tradição de pedir um doce sob ameaça de fazer uma travessura (trick or treat, "doce ou travessura"), tem duas possíveis origens. Uma delas vem da Idade Média, quando, durante as festas de Todos os Santos, os pobres passavam na casa de pessoas ricas pedindo o "bolo das almas" (uma massa bem fina com recheio de frutas vermelhas ou pão molhado em suco de groselha), mas só recebiam se prometessem rezar pelos mortos daquelas famílias. A outra vem do período de perseguição protestante contra os católicos na Inglaterra, que acabou gerando a Conspiração da Pólvora e, posteriormente, a máscara de Guy Fawkes (leia mais sobre isso na Wikipedia), celebradas em novembro.

PELO MUNDO
No México, dia 1° de novembro é o "Dia dos Inocentes", no qual é celebrada a memória de crianças mortas antes de serem batizadas. À noite, as famílias se unem para comer e beber à lembrança dos mortos, esperando-os na madrugada. No dia seguinte, El Dia de los Muertos, com muita festa, desfiles e música, as pessoas levam aos túmulos tudo aquilo que o morto mais gostava. Nesse período é comum a distribuição de caveiras doces.

Na Espanha, o 31 de outubro coincide com a colheita de castanhas e abóboras, na comemoração chamada de “Castanhada”. Na Tailândia é realizada anualmente a festa Phi Ta Khon, com música e desfiles de Buda.

No Brasil, decretou-se o dia 31 de outubro como o Dia do Saci Pererê em protesto à inclusão do Halloween. Apesar desse esforço, a data anglo-saxã ainda é celebrada.

* Samhain pode significar "fim do verão" ou "fim da luz" e o nome do mês de novembro. Alguns colocavam esse período como o Ano Novo celta, mas é mais provável que esteja ligado à passagem das estações.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Camiseteria

Dezembro chegou e o Natal se aproxima... você não sabe o que pedir ou o que dar de presente? Que tal divertidas camisas com temas mitológicos?

Mito ou Realidade?
Medusa e as serpentes amestradas
The Legend
Gostaram? É do site Camiseteria, uma "democracia fashionista", como eles gostam de dizer. Os membros do site enviam estampas que são votadas por outros membros e as melhores são transformadas em camisetas de alta qualidade e acabamento. E eu comprovo porque tenho várias! Inclusive uma da ossada de centauro!

Post NÃO patrocinado!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Feliz Dia do Saci!


Eu sei que hoje é Halloween, mas pouca gente sabe que hoje é também o Dia do Saci! Saiba mais sobre esse personagem do folclore brasileiro AQUI.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Saci

O Saci de Ziraldo.
Dia 31 de outubro é conhecido mudialmente como o Dia das Bruxas, mas aqui no Brasil também é o Dia do Saci.

Famoso por aprontar com todo mundo, o Saci é uma entidade fantástica brasileira que tem sua origem em mitos tupi-guarani. Os tupis contavam a história de Matitaperê, um curumim perneta de cabelo-de-fogo que protegia as florestas. Sua função era de guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de beberagens e medicamentos feitos a partir de ervas medicinais. A ele também era atribuído o domínio das matas e costumava confundir as pessoas que não pediam a ele a autorização para a coleta destas ervas. Já os guaranis falavam de Cambai (ou Cambay), um pequeno "índio" de perna torta (viria daí a expressão "cambaio", que significa manco) com o poder de se tornar invisível, que vivia nos bosques e protegia os animais, escondendo-os dos caçadores.

A ave saci (Tapera naevia)
Alguns crêem que ele ou é filho do Curupira ou um mistura de lendas entre esses seres. Alguns o identificam como um pequeno pássaro de mau agouro que pula numa perna só, o Saci, e seu nome seria uma onomatopéia do pio desta ave. Feiticeiros e pajés se transformam nesse pássaro para se transportarem de um lugar para outro e exercerem suas vinganças.

O píleo.
Os colonizadores portugueses achavam que o Saci era um duende idealizado pelos nativos brasileiros como um apavorante guardião das florestas que perturbava o silêncio da mata com assovios estridentes e encantava crianças e adultos. Carregava um bastão mágico, como uma varinha de condão. Como foi difícil encontrar um nativo brasileiro com cabelos vermelhos, os portugueses acharam que ele na verdade usava um píleo, um chapéu cônico muito usado na Europa ou o barrete frígio, símbolo da liberdade adotado pelos republicanos franceses que lutaram pela queda da Bastilha, em 1789.

Quando os escravos africanos chegaram ao Brasil, a lenda do Saci foi mesclada às histórias sobre os povos Pigmeus. Assim, o Saci tornou-se o negrinho travesso com uma perna só que todos nós conhecemos: vivia fumando cachimbo e usava um gorro vermelho mágico capaz de transformá-lo em um redemoinho de vento. Ele se faz anunciar por um assobio estridente. Ainda é dito que possui orelhas pontudas, olhos alaranjados e mãos furadas.

Suas travessuras favoritas são perseguir viajantes pedindo fumo ou criando armadilhas, esconder objetos domésticos e espantar o gado. Também gosta de montar em cavalos para trançar a crina e o rabo, e surra-los até a exaustão. As galinhas costumam ser suas vitimas: gosta de jogá-las pra cima e chacoalhar os ovos até gorarem. Mas o Saci não atravessa água corrente.


Essas características o fizeram ser sincretizado com o Capeta, dando a ele medo de imagens de santos e rosários. Rezando um credo, a entidade desapareceria numa fumaça vermelha para sempre. Mas o Saci nunca foi uma entidade maldosa, somente brincalhona. Em alguns lugares, como às margens do rio São Francisco, adquiriu duas pernas e a personalidade de um demônio rural que gosta de enganar pessoas. É o famoso Romão ou Romãozinho. Na zona fronteiriça ao Paraguai, ele é um anão loiro do tamanho de um menino de 7 a 8 anos, que gosta de roubar criaturas dos povoados e largá-las em lugar de difícil acesso.

Existem duas formas de se capturar o Saci: pegando seu gorro mágico ou prendendo-o em uma garrafa quando ele está transformado em vento. Essa segunda opção lembra as histórias sobre os gênios arábicos, uma vez que, capturado, o Saci passa a receber ordens de seu dono.

Em 1917, Monteiro Lobato propôs a abertura de um inquérito sobre a existência do Saci-Pererê. Através do jornal O Estado de São Paulo, pediu aos leitores que enviassem cartas contando suas experiências sobre o mito do Saci-Pererê. Esse material rendeu o livro O Sacy-Pererê, resultado de un inquérito. Em 1921, Monteiro Lobato popularizou a lenda ao escrever o livro O Saci, onde Pedrinho consegue capturar o negrinho. Em troca de liberdade, ele leva o menino para uma aventura, onde conhece outros seres míticos brasileiros. O sucesso da publicação transformou o Saci em um personagem de seu Sítio do Pica-pau Amarelo.

Ilustração de José Wasth Rodrigues para a capa do "Inquérito" e nanquim de Monteiro Lobato para o livro "O Saci".

É ainda chamado de Maty, Matin, Matinta-Pereira, Mati-Taperê, Taperê, Yaci-Yaterê e Sá Pereira.

A MANUTENÇÃO DA LENDA
No final dos anos 1990 um grupo de pessoas, preocupadas com a quase extinção do saci, criou a Ancsaci, Associação Nacional dos Criadores de Saci. Sediada em Botucatu (SP), e tendo como patrono Monteiro Lobato, partia do princípio de que cada vez que você conta uma história de saci para uma criança, você está criando um novo saci, e assim ele se perpetua. O movimento se expandiu nos meios acadêmicos, propícios a embates culturais. Em Botucatu, teve Festival Nacional do Saci, que acontece todo mês de agosto. Em outras cidades foram criados núcleos de defesa do folclore, envolvendo educadores, artistas e simpatizantes. Várias escolas, ocupadas pela invasão do Halloween, de origem americana, fizeram ações de recuperação do saci, com bons resultados.

Em 2003 foi fundada a Sosaci – Sociedade dos Observadores de Saci, no município de São Luiz do Paraitinga (SP), que criou o Dia do Saci, sendo seguido por outros, no dia 31 de outubro (data do Halloween) como data de combate aos estrangeirismos, simbolizado pelo simpático perneta.