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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Cavalo de Troia

O Cavalo de Troia foi um grande cavalo de madeira usado pelos gregos como um estratagema decisivo para a conquista da cidade fortificada de Troia.

Detalhe do vaso de Mykonos com uma das mais antigas
representações do Cavalo de Troia (séc. VIII a.C.).

Os gregos se uniram para assaltarem Troia e recuperar Helena, esposa raptada de Menelau, rei de Esparta. Depois de um penoso e frustrante cerco de nove anos, a cidade permanecia inexpugnada, protegida por altas muralhas. Ambos os lados contavam com o auxílio de deuses: Atena, deusa da sabedoria, favorecia os gregos, especialmente Ulisses, que teria tido a ideia de criar o cavalo de madeira com um interior oco, onde um grupo de guerreiros deveria se esconder. Simulando uma retirada, os gregos deixaram o cavalo às portas da cidade e se ocultaram em uma ilha próxima. Um grego, Sinon, deixou-se capturar e induziu os troianos a levarem o cavalo para dentro da cidade como um presente de vitória sobre o inimigo. À noite, quando a cidade dormia, os gregos saíram do cavalo e facilitaram a entrada de seu exército, que finalmente deixou a cidade em ruínas (localizadas em terras turcas).

Iluminura de Virgílio mostra Sinon e
o cavalo diante dos troianos (séc. V).
A história dessa guerra foi contada primeiro na Ilíada de Homero, mas ali o cavalo não é mencionado, só aparecendo brevemente na sua Odisseia, que narra a acidentada viagem de Ulisses de volta para casa. Outros escritores depois dele ampliaram e detalharam o episódio.

O cavalo é considerado em geral uma criação lendária, mas não é impossível que tenha realmente existido. É mais provável que tenha sido uma máquina de guerra verdadeira (um aríete) transfigurada pela fantasia dos cronistas. Seja como for, revelou-se um fértil motivo literário e artístico, e desde a Antiguidade foi citado ou reproduzido vezes incontáveis em poemas, romances, pinturas, esculturas, monumentos, filmes e de outras maneiras, incluindo caricaturas e brinquedos.

Cavalo de Troia criado para o filme Troia (Troy, 2004), hoje exposto na Turquia.

Tornou-se também origem de duas conhecidas expressões idiomáticas, significando um engodo destrutivo, e neste sentido denomina atualmente uma espécie de vírus de computador ou algo recebido aparentemente agradável, mas que acarreta consequências funestas, um "presente de grego".

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Momo

Na mitologia grega, Momo (Momus) era a personificação do sarcasmo, da reclamação, da culpa e da ironia. Ao contrário do que se pensa, Momo era mulher, patrona de escritores e poetas, representada com uma máscara que levantava para exibir seu rosto, e com um boneco numa das mãos, simbolizando a loucura. Filha de Nix (sem pai), aparecia constantemente no cortejo de Dionísio, ao lado de Comos, deus das farras.

Conta-se que Momo foi convidada para avaliar a criação de três deuses em concurso: Atena, Poseidon e Hefesto. Criticou Atena por ter criado a casa, pois devia ter rodas de ferro em sua base, para que o dono pudesse levá-la assim que viajasse. Zombou do deus do mar por ter criado o touro com os olhos sob os chifres, quando esses deviam estar no meio, para que ele pudesse ver suas vítimas. Por fim, riu do ferreiro dos deuses por ter fabricado Pandora sem uma porta para que se pudesse ver o que ela mantinha oculto em seu coração. Não bastando isso, ironizou Afrodite, dizendo que não passava de uma tagarela e que usava sandálias que rangiam, e teve a audácia de fazer comentários jocososos sobre a infidelidade de Zeus para com Hera. Seus atos a levaram ao exílio do Monte Olimpo.

Poseidon, Pandora, Hefesto, Atena e Momo (Maerten van Heemskerck, 1561)

Mais tarde, estando Zeus preocupado com o fato de que a Terra oscilava com o peso da humanidade, permitiu o retorno de Momo ao convívio do Olimpo desde que ela o ajudasse a descobrir uma solução para o problema. Brincalhona, ela sugeriu que o deus criasse uma mulher belíssima pela qual muitas nações guerrassem e assim se destruíssem. Zeus levou-a a sério e assim nasceu Helena, que levou os gregos à Guerra de Tróia.

Na Roma antiga, Momo e Comos foram unificados em uma divindade masculina que se tornou símbolo de festas e a imagem icônica em manifestações artísticas. Durante os três dias de festividades ao deus Saturno (o nosso Carnaval), o mais belo soldado era designado para representar o deus Momo, ocasião em que era coroado rei e tratado como a mais alta autoridade local, sendo o anfitrião de toda a orgia. Encerrada as comemorações, o “Rei Momo” era sacrificado. Posteriormente, passou-se a escolher o homem mais obeso da cidade, para servir de símbolo da fartura, do excesso e da extravagância.

Momo em detalhe da pintura de Hippolyte Berteaux no teto do Teatro Graslin, em Nantes (França)

Na Espanha, um boneco de Momo era queimado durante as festas pascoais para lembrar a morte de Jesus. No século XV, escritos espanhóis o chamam de Rei Macaco. No século XIX, em Barraquilla (Colômbia), um alegre folião era coroado Rei Burlesco nos salões de baile, e autorizava a desordem carnavalesca com bumbos, pratos e maracas, em paródia ao cerimonial solene dos ministreis que, nos tempos coloniais, saíam à praça pública para ler as ordens dos vice-reis.