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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Coatlicue

Coatlicue era a criadora da terra e da humanidade. Alimentava-se de cadáveres humanos, além de governar o fogo e a primavera. Era a esposa do deus da guerra Mixcoatl, com quem teve quatrocentos filhos (as estrelas do hemisfério sul) e uma filha, Coyolxauhqui, a lua.

Um dia, enquanto varria sua casa – que era Tula, a montanha das serpentes –, a deusa foi engravidada por um punhado de penugem de beija-flor, e seus filhos a decapitaram para puni-la por aquela aparente desonra. Mas Huitzilopochtli, o deus-sol, irrompeu armado do corpo da deusa e matou os irmãos e a irmã, transformando-se assim o dia em noite. Essa batalha épica era celebrada regularmente no grande templo em Tenochtitlan (atual cidade do México), onde as mulheres eram jogadas degraus abaixo até morrer, em memória da morte da deusa.

Uma grande estátua de Coatlicue, que originalmente ficava no grande templo, confirma a aparência assustadora e odiosa da deusa. Seus pés eram enormes garras e ela vestia uma saia de cobras. Os seios, grotescamente caídos, estão entre um medonho colar de mãos e corações humanos cortados, com um crânio como pingente. Treze cordões de ouro decorados com caracóis caem pelas costas da deusa, simbolizando o céu mítico. No lugar da cabeça e das mãos, cobras trêmulas emergem da sua garganta cortada e dos pulsos, e duas enormes serpentes de sangue contornam sua face.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Svarozhich

Svarozhich é o deus eslavo do fogo, especialmente aquele que secava os grãos depois da colheita. Filho do deus supremo Svarog e irmão do deus do sol Dazhbog, podia predizer o futuro, se sacrificassem humanos a ele.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Huehueteotl

As origens do deus do fogo, Huehueteotl, remontam ao tempo da civilização olmeca, que floresceu no México mais de 2000 anos antes dos astecas. Por esse motivo, ele era adotado como o deus asteca mais antigo. Huehueteotl aparece como um velho desdentado, com um braseiro na cabeça. Sua relação com o fogo e o fogão o tornou um deus muito popular.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Boitatá


Boitatá é um termo tupi-guarani – o mesmo que Baitatá, Biatatá, Bitatá e Batatão –, usado para designar, em todo o Brasil, o fenômeno do fogo-fátuo* e deste derivando algumas entidades míticas. O termo seria a junção das palavras tupis boi e tatá, significando cobra e fogo, respectivamente - ou ainda de mboi, a coisa ou o agente. Significa, assim, cobra de fogo, fogo da cobra, em forma de cobra ou coisa de fogo.

Dessa forma, no folclore brasileiro, o Boitatá é uma gigantesca cobra-de-fogo que protege os campos contra aqueles que o incendeiam. Vive nas águas, protegendo os rios e lagoas de pescadores que prejudicam a vida dos peixes. Pode se transformar também numa tora em brasa, queimando aqueles que põem fogo nas matas e florestas. Apesar das inúmeras representações, o Boitatá teria olhos flamejantes que só enxergam no escuro e um couro transparente que cintila na escuridão.

Este mito antigo foi registrado por José de Anchieta em 1560:
"Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baetatá, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza." (in: Cartas, Informações, Framentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933)
A versão mais elaborada deste mito vem do Rio Grande do Sul, no sul do país. Narra-se um período de noite sem fim nas matas com uma enorme enchente causada por chuvas torrenciais (possível relação com o dilúvio bíblico). Não havia estrelas, vento ou barulhos de animais; era um completo silêncio, somente quebrado pelos gritos do Quero-Quero (especie de gaivota). Os homens não saíam de casa e os braseiros começaram a apagar. Assustados, os animais se protegeram em ponto mais elevados, mas muitos morreram.

Diz-se que a jibóia albina é a boigauaçú enfraquecida,
a Boitatá de dia.
A boiguaçu - uma grande cobra que vivia em repouso - despertou faminta e passou a se alimentar dos olhos dos animais mortos. A cada olho que comia, também ficava com um pouco da luz do último dia de sol que os bichos tinham visto antes da grande noite. Com tanta luz ingerida, seu corpo foi ficando transparente. Com o passar de algum tempo, a grande cobra temida por todos enfraqueceu, porque os olhos comidos encheram-lhe o corpo mas não lhe deram sustância. Foi então que a luz que estava presa escapou e o sol foi aparecendo novamente. A boiguaçu só reaparece para comer. Diz-se que quem encontra esse ser fantástico nas campinas pode ficar cego, morrer e até enlouquecer. Assim, para evitar o desastre os homens acreditavam que precisavam ficar parados, sem respirar, de olhos bem fechados. A tentativa de escapar da cobra apresenta riscos porque o ente pode imaginar que se está fugindo por ter ateado fogo nas matas.

Em Santa Catarina, a entidade pode aparecer como um touro gigante com um olho flamejante no meio da testa. Segundo outras interpertações, o Boitatá seria uma alma penada que castiga incestos e outros pecados com um fogo purificador.
* Fogo-fátuo (ignis fatuus em latim) é uma luz azulada que pode ser avistada em pântanos, brejos, etc. resultado da inflamação espontânea de gás metano da decomposição de seres vivos típicos deste ambiente. Este fogo não queima o mato seco e nem tampouco esquenta a água dos rios. Ele simplesmente rola, gira, corre, arrebatando-se até se apagar. Esse fenômeno gerou equivalentes míticos no mundo todo, como, por exemplo, o Hinkypunk (espírito do aml inglês), o Pwca (monstro enganador galês) e a hitodama (esfera que contém a alma no folclore japonês).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Belenus

O deus do Sol e do fogo Belenus era um dos principais da mitologia celta. Era também ligado à ciência, à cura, às fontes térmicas, ao sucesso, à prosperidade e, até mesmo, à colheita e à agricultura. Era casado com Belisama, deusa das forjas e do artesanato.

A palavra bel (brilhante) aparece como radical de diversos nomes divinos (como o deus guerreiro Belatucadrus), o que pode significar várias faces do mesmo deus. Belenus era invocado em batalhas para garantir a vitória aos corajozos e ferozes guerreiros, uma vez que as batalhas eram consideradas os momentos "mais brilhantes" na vida de um guerreiro. Era dito que o deu ficava lado a lado com quem o invocou, passando sua força até a vitória. Mas também era visto como o deus da iluminação, da sabedoria, e, portanto, acompanhava os grandes líderes e estrategistas.

Seus símbolos são o cavalo e a roda. Dia 1º de maio ocorria o Beltane (Fogo de Bel), festival do deus onde se sacrificavam animais em grandes piras. É também conhecido como Belanus, Belen, Belinus, Belenos. Comparado ao Apolo grego, também está relacionado com Ares (Marte) em sua versão guerreira.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Héstia / Vesta

Filha de Cronos e Réia, Héstia é a mais velha dos Doze Olimpianos e a primeira a ser engolida por seu pai. Como os outros, também foi resgatada por seu irmão Zeus.

Esteve sempre acima ou fora das intrigas e rivalidades dos seus parentes e sempre evitou ser tomada pelas paixões do momento. Sua serenidade e retidão causavam estranheza e inveja no Monte Olimpo. Tanta que Afrodite resolveu instigar desejo em Poseidon e Apolo para que eles cortejassem Héstia e retirassem sua virgindade. Mas a deusa jurou castidade perante Zeus e dele recebeu a honra de ser venerada em todos os lares, ser incluída em todos os sacrifícios e permanecer em paz, em seu palácio cercada do respeito de deuses e mortais. Nem mesmo Afrodite seria capaz de dominar, persuadir, seduzir ou provocar nela um desejo de prazer. Tornou-se uma das três virgens olimpianas, ao lado de Ártemis e Atenas.

Embora não apareça com frequência nas histórias mitológicas, era admirada por todos os deuses. Tornou-se a deusa do lar, a personificação da moradia estável, onde as pessoas se reuniam para orar e oferecer sacrifícios aos deuses. Era adorada como protetora das cidades, das famílias e das colônias, e representava a perenidade das civilizações.

Em Roma, era cultuada como Vesta e o fogo sagrado era o símbolo da perenidade do Império. Suas sacerdotisas eram chamadas Vestais, faziam voto de castidade e deveriam servir à deusa durante trinta anos.

Nos lares gregos, muitas vezes, era ligada a Hermes. Nas casas de família, a lareira central, simbolizando Héstia, ficava na parte central da casa, enquanto o pilar fálico de Hermes ficava na entrada. Nos templos, essas divindades também estavam ligadas. Em Roma, por exemplo, o santuário de Mercúrio (Hermes) ficava do lado direito das escadas que levavam ao templo de Vesta. Embora estivessem relacionados, cada qual tinha uma função distinta: Héstia era o santuário que unia a família ao redor dela, enquanto Hermes era o protetor do portal, guia, companheiro no mundo e mensageiro dos deuses.

Os registros de poeta Homero diziam que Héstia inicialmente vivia no Olimpo, quando foi oferecida uma posição à Dionísio. Ela gentilmente preferiu sair para que não ficassem treze tronos de deuses principais, o que daria um enorme azar. Mas Zeus ordenou que fosse feita uma lareira circular central que permanecesse sempre acesa para representá-la entre eles. O deus sol Hélio que a acendeu. Essa interferência, provavelmente foi feita pelos romanos que, ao tomarem a religião grega para si, deram maior importância a Baco (Dionísio) do que a Vesta.

Sua chama sagrada, então, brilhava continuamente nos lares e templos e devia ser conseguida direto do sol. Em Delfos, era conservada a chama perpétua com a qual se acendiam outros altares. Nem o lar nem o templo ficavam santificados até que Héstia entrasse. Ela era tanto uma presença espiritual como o fogo sagrado que proporcionava iluminação, calor, aconchego e aquecimento para o alimento. É a "alma" dos locais. Inúmeros eram os rituais a Héstia:

  • Para que uma casa se tornasse um lar, a presença de Héstia era solicitada. Quando um casal se unia, a mãe da noiva acendia uma tocha em sua casa e a transportava diante do casal recentemente casado até sua nova casa, para que acendessem a primeira chama em seu lar. Este ato consagrava o novo lar. Portanto, onde quer que um novo casal se aventurasse a estabelecer um novo lar, Héstia vinha com eles com o fogo sagrado, ligando o lar antigo com o novo, talvez simbolizando continuidade e ligação, consciência compartilhada e identidade comum.
  • Depois que a criança nascia, acontecia um segundo ritual. Quando a criança tinha cinco dias de vida, era levada ao redor da lareira para simbolizar sua admissão na família. Então seguia-se um festivo banquete sagrado. Também presidia a outorga de nomes às crianças.
  • Cada cidade-estado grega tinha uma lareira comum com um fogo sagrado no edifício principal, onde os convidados se reuniam oficialmente. Cada colônia levava o fogo sagrado de sua cidade natal para acender o fogo da nova cidade.
  • Forasteiros precisam pedir permissão da deusa e conseguir o fogo da cidade para poderem viver no novo ambiente.

Era representada como uma mulher jovem, com uma larga túnica e um véu sobre a cabeça e ombros. O fogo central em uma lareira é seu maior símbolo, normalmente em círculo. O animal mais sagrado à deusa é o asno, pois um desses animais terai ajudada a deusa a escapar das investidas indesejáveis do deus Príapo. Os primeiros lares e templos que lhe foram dedicados eram circulares.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Tohil

O deus do fogo e do sacrifício maia era Tohil, o obsidiano (tipo de vidro vulcânico). Podia ser escrito como Tojil, um poderoso deus da guerra, do clima e das montanhas. Os cervos era associados a ele, chegando a ser chamado de "Grande Lorde Cervo".

Segundo a lenda da criação maia no épico quechua Popul Vuhu, a primeira era do mundo terminou quando o fogo e a água destruíram tudo. No começo da segunda era, os ancestrais dos humanos surgiram num lugar chamado Sete Cavernas, onde eles encontraram Tohil pela primeira vez.

Os adoradores de Tohil, além do próprio sangue, sacrificavam prisioneiros de guerra. Acreditava-se que Tohil precisava do sangue jorrado a partir de corações arrancados, assim como bebês precisam do aleitamento materno. Na época da conquista espanhola, Tohil foi o grande patrono da guerra que fazia parte da trindade formada com Awilix e Jacawitz. Sua força era tão grande que, às vezes, toda a trindade era chamada de Tohil.