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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Entre o sonho e o mito

 "O sonho é uma experiência pessoal daquele profundo, escuro fundamento que dá suporte às nossas vidas conscientes, e o mito é o sonho da sociedade. O mito é o sonho público, e o sonho é o mito privado."

Joseph Campbell em O poder do mito.

Sonho causado pelo voo de uma abelha ao redor de uma romã um segundo antes de acordar
óleo sobre tela de Salvador Dalí, 1944.

Leia sobre a corte grega dos sonhos AQUI.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O estudo da própria consciência humana

Geralmente, o estudo da mitologia é considerado como inexpressivo devido à crença de que mitos são formas rudimentares de produzir conhecimento e que não são necessários em nossa vida moderna. O que é um erro, pois o estudo dos atributos das divindades fornece as bases para o estudo da própria consciência humana.

Os mitos se expressam através de símbolos e metáforas representando temas abstratos, que muitas vezes não conseguimos traduzir perfeitamente em palavras. Antigamente transmitidos por poetas e sacerdotes, hoje o papel da produção dos mitos pertence aos escritores que recriam o sentido da vida em contos modernos.

Este é o início da postagem "Invocando os deuses", do dia 25 de agosto, de Marcelo Del Debbio em seu blog Teoria da Conspiração. A importância dos mitos é bem maior do que se imagina hoje em dia. Talvez apenas profissionais das áreas de história, arqueologia, psicologia e afins que tenham essa noção: conhecer mitologia é conhecer a humanidade.

Del Debbio é também o autor da Enciclopédia de Mitologia de 640 páginas, com mais de 7 mil verbetes e 900 ilustrações! Ela traz elementos das mitologias grega, romana, egípcia, indiana, árabe, chinesa, japonesa, celta, nórdica, européia, polinésia, sulamericana, norte-americana, asteca, maia, inca, goécia e bíblica!

domingo, 3 de julho de 2011

Faz parte de nós

No dia 14 de junho de 1957, a Dra. Nise da Silveira foi recebida por Carl Jung em sua residência na Suíça. Sentada diante de seu mestre, falou-lhe do desejo de aprofundar seu trabalho no hospital psiquiátrico e de suas dificuldades como autodidata. Ele a ouviu muito atento e perguntou:
— Você estuda mitologia?
— Não. – respondeu Nise.
— Pois se você não conhecer mitologia nunca entenderá os delírios de seus doentes, nem penetrará na significação das imagens que eles desenhem ou pintem.
Essa história está em um dos painéis expostos no Museu de Imagens do Inconsciente - que fica no Instituto Municipal de Assitência à Saude Nise da Silveira, na zona Norte do Rio de Janeiro. O trabalho deste museu merecia BEM mais destaque (minha opinião sobre isso está no meu outro blog).

O painel é ilustrado pela tema mítico do dragão-baleia, uma das mais antigas variações do mito do herói. Em vez de percorrer longas extensões da terra em busca de aventuras, de combater e matar dragões, aqui o herói é devorado pelo monstro. O drama do encontro com o monstro exprime a situação perigosa para o indivíduo de ser tragado pelo inconsciente. O painel ainda completa dizendo que os mitos são manifestações originais da estrutura básica da psique e, por isso, seu estudo deveria ser fundamental para a prática psiquiátrica.

Na verdade, esse post é pra mostrar que mitologia não é apenas um monte de historinhas fantásticas e/ou religiosas. É muito mais do que isso. Faz parte da concepção do ser enquanto indivíduo e parte de uma sociedade complexa como a humanidade.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mito e sonho

Os mitos não possuem autor; pertencem a sabedoria comum da humanidade, conservada pelo inconsciente coletivo sob a forma de símbolos e arquétipos. Pode equivaler a uma ideologia, a crenças coletivas ou a acontecimentos fictícios que evocam sentimentos profundos e expressa o que dá sentido aos valores humanos. Então, corroboremos com Campbell ao dizer que:

Os sonhos são mitos privados. Os mitos são sonhos partilhados.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Fábula e mito, por Leonardo Boff

Para o teólogo e filósofo Leonardo Boff, FÁBULA é uma narrativa imaginária cujos personagens são, via de regra, animais, plantas ou a personificação de qualidades, virtudes e vícios, com o objetivo de transmitir lições morais ou tornar concreta uma verdade abstrata, como a raposa e as uvas de Jean de La Fontaine (1621-1695).

Já MITO é algo mais complexo por conta das ambiguidades que encerra. Assemelha-se à ideologia. Designa, portanto, clichés e crenças coletivos acerca de temas relevantes (pessoas, situações, acontecimentos) que circulam na cultura. Pode equivaler à mera fantasia ou a uma interpretação distorcida da realidade. A antropologia e a filosofia colocam que o mito constitui uma forma autônoma de pensamento, diferente da razão, próxima a uma inteligência emocional que utiliza de imagens, símbolos, parábolas ou contos para evocar sentimentos profundos e expressar o que dá valor ao ser humano. Então, o mito utiliza representações poderosas (como deuses e deusas, confrontos cósmicos etc) para expressar situações verdadeiras, carregadas de dramaticidade e significação, e configurar um consciência coletiva.

Entenderam a diferença? Tenho dificuldade... me parecem tão semelhantes. Parece que a presença de personagens humanos é que faz a diferença. Sei lá... alguém explica?