quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desvendando PJ: Livro 1 - Capítulos 1, 2 e 3

Olha... vai ser um pouco mais complicado do que eu imaginava: o filme e o livro são bem distintos. Os personagens principais estão lá... a temática está lá... mas o desenrolar da história é bem diferente. Até mesmo na velocidade das ações, já que o filme parece se desenrolar em pouquíssimos dias, o livro gira em torno de quase um mês (ou mais). Mas vamos lá... tentarei reduzir ao máximo os spoilers (mesmo achando impossível fazer isso). Espero que vocês tenham lido o livro e visto o filme.

LIVRO vs. FILME
  • No livro, a escola de Percy é um internato. Esse detalhe é importante, porque o deixa afastado de sua mãe por 6 meses. Já no filme, é uma instituição pública com aulas diárias em turnos, ou seja, ele vai todo dia para escola saindo de sua casa.
  • Sr. Brunner, o centauro Quíron, foi corretamente representado em sua versão humana com cadeira de rodas. Porém, no livro, seu corpo de centauro é branco, enquanto no filme é marrom.
  • O passeio no museu pela ala greco-romana com a turma acontece como no filme. No entanto, antes de ir embora acontece um incidente com uma aluna (Nancy Bobofit), onde já ficamos sabendo que Percy tem alguma ligação com a água. E é este incidente que gera a chamada da Sra. Dodds e sua transformação em Fúria na mesma ala greco-romana onde foi realizado o passeio. No filme, Sra. Dodds chama Percy para uma sala fechada e o ataca.
  • No livro, a Sra. Dodds já está há pelo menos 6 meses dando aula como professora substituta, enquanto no filme ela tem pouco tempo na escola.
  • A caneta/espada - que só é entregue para Percy no filme após o ataque da Fúria - é usada pelo rapaz para derrotá-la. Aliás, no filme, ela é afugentada pelo Sr. Brunner e Grover sem ser derrotada.
  • Esse episódio fica um tempo como se fosse ilusão, tentando desnortear Percy. Tanto Grover quanto o Sr. Brunner dizem que nada aconteceu e que nunca ouve uma Sra. Dodds. Mas, como escrevi acima, no filme ambos participam do primeiro ataque.
  • Ao voltar pra casa no fim do semestre, Percy e Grover tem um longo papo em um ônibus e eles encontram as Três Parcas. Essa passagem não é contada no filme.
  • No filme, logo após o ataque, Percy e Grover vão pra casa avisar sua mãe do ocorrido e eles fogem para o acampamento. No livro, a história é bem mais longa. Depois do ataque é que os personagens da mãe e do padrasto Gabe surgem. Conhecemos o odor terrível e o jeito insuportável de Gabe e como Sally é maravilhosa. Ficamos sabendo que a mãe trabalha numa loja de doces e que ela vai levá-lo para férias no litoral. É lá que Grover os avisa que eles estão sendo caçados e começa a corrida para o acampamento.
  • No litoral, também ficamos sabendo um pouco do passado de Percy Jackson que teria sido expulso de outras escolas por causa de eventos estranhos como seu momento Hércules (esmagou uma serpente no berço da creche) ou sua paranóia com um ciclope que o espionava. Isso não é citado no filme.
  • No filme, Poseidon aparece rapidamente para Percy logo no início, falando em sua mente. No livro, Percy tem sonhos com águias e cavalos, mas nenhum contato com seu pai. nem sequer sabe quem é, pois ele teria sido abandonado antes de nascer, quando seu pai saiu numa viagem marítima sem volta.

SOBRE MITOLOGIA...
  • É sabido que Cronos vomitou seus filhos depois que Réa, sua esposa, ofereceu a ele uma bebida com uma poção que Zeus conseguiu com Métis. No livro, diz que era uma mistura de mostarda e vinho, da qual não tenho referências.
  • A Batalha de Titãs foi a grande batalha que definiu o Panteão grego. Foi basicamente entre os filhos de Cronos - que se tornaram os Olimpianos - e os irmãos de Cronos, os Titãs. Os deuses venceram, mas não tenho referências de que Cronos foi esquartejado com sua própria foice e espalhado pelo Tártaro como diz no livro. A princípio, todos teriam sido apenas encarcerados no local.
  • Aliás, o Tártaro não é o Mundo Inferior, ou Subterrâneo. O Tártaro é ainda mais profundo. Alguns dizem que é uma entidade, mas o Tártaro é um local que já existia antes do Caos criar o mundo.
  • As Parcas são realmente as fiadoras do destino. O retrato delas no livro é bem próximo da lenda.
  • No livro, as Fúrias são chamadas de Benevolentes e são servas de Hades. Não tenho referências desse nome, mas sim de Erínias. As Fúrias nasceram do sangue de Urano depois de ser destronado por seu filho, Cronos, e elas não tinham absolutamente NADA de benevolentes. São realmente servas de Hades e possuem asas de morcego, mas nada de carecas: tinham cabelos ofídicos.
  • Hércules realmente esmaga serpentes em seu berço quando ainda era um recém-nascido. As serpentes teriam sido enviadas por Hera, descontente com o filho de Zeus fora do casamento.
  • Ciclopes nunca foram espiões. Sendo sarcástico, acho que um olho só não deve ser bom para o negócio... Ciclopes eram exímios ferreiros e artesãos.
  • Percy sonha com uma águia e um cavalo se enfrentando. A águia é o animal consagrado a Zeus, enquanto os cavalos teriam sido criados por Poseidon como presente à humanidade.

Acho que é isso nos três primeiros capítulos. Se vocês encontrarem alguma referência mitológica que possa confirmar (ou não) os dados acima, escrevam! E lembrem-se: todos os mitos aqui contados parcialmente, terão - um dia - sua versão completa (ou a mais completa possível) aqui neste site. Portanto, aguardem e acompanhem!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Desvendando Percy Jackson e o Ladrão de Raios...

Divulguei a estréia do filme Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Percy Jackson & The Olympians: The Lightining Thief, 2010) por aqui. Também comentei por aqui o que achei do filme e suas referências mitológicas. Por conta das diferenças, acabei descrevendo o mito de Perseu.

Agora que estou de férias, resolvi pegar o livro para comparar com o filme e ver como foram escritas as lendas gregas. Tem tanta coisa diferente... que resolvi contar aqui. Vai ser impossível não revelar alguns spoilers. Tentarei diariamente postar sobre um ou mais capítulos do livro, explicando e comparando, até seu fim.

Pra começar seria interessante dizer que não encontrei referências de uso mitológico para o termo meio-sangue (half-blood) utilizado no livro e no filme para chamar os semideuses. É possível que essa idéia de "mestiço" tenha vindo da série Harry Potter, já que a série do Percy Jackson veio com a proposta de substituir (sem sucesso) o bruxo.

Com relação ao filme, a idade do protagonista é uma questão. No livro, Percy tem 12 anos. O ator Logan Lerman tinha 18 anos quando filmou. Percebe-se que o objetivo não era sequenciar o filme como foi pensado com Harry Potter, que teve um ator que cresceu na telona.

Que comece a saga!

Capítulos: 1/2/3 - 4/5/6 - 7/8/9 - 10/11/12 - 13/14/15 - 16/17 - 18/19/20 - 21/22

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Altjira


Altjira é o Pai Celestial para os aborígenes da Austrália Central. É também considerado o Governante do Tempo do Sonho (Alchera). Diz-se que ele criou a Terra e depois se retirou para os céus, mantendo indiferença pela humanidade. É descrito como um homem com pés de avestruz. Suas esposas e filhas possuem pé de cachorro.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ilyap'a

O nome de Ilyap'a (ou Illapa) significa "raio e trovão", portanto, ele era o popular e temido deus inca do clima, a Trindade do Raio.

Sua irmã, a Via Láctea, vivia em uma grande tina de água (que seria a nossa galáxia). Numa tentativa de quebrar a tina, Ilyap'a usava uma clava para atirar pedras: as pedras viajando pelo céu eram os raios; o impacto era o trovão; e a água que transbordava da tina era a chuva. Por essa habilidade de mira, também era muitas vezes adorado em períodos de combate.

É representado como um homem altivo usando roupas brilhantes (relâmpagos). Às vezes, sua clava muda para uma atiradeira.

Muitas vezes, sacrificava-se crianças em seu nome, principalmente, no seu dia, 25 de julho. Em grande secas, sacerdotes incas amarravam cães negros e os deixavam morrer de fome e sede. O objetivo era que o deus ficassem com pena deles e mandasse chuvas.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

+1! +1! +1!

Hoje esse blog faz um aninho!

Depois de um 2010 agitado, teremos o calmo ano da Lebre e do Coelho de Metal no horóscopo chinês, começando no dia 3 de fevereiro. Será harmonioso para o mundo, respeitoso nas relações humanas e curativo para aqueles que enfrentaram longas batalhas. Mas também será tão calmo que a rotina e o marasmo podem fazer as oportunidades passarem.

Também é o ano do planeta Mercúrio e dos orixás Obaluaê e Oxum. Isso significa que o ano estará voltado para a saúde (nos dois sentidos, tanto o da cura, quanto o da doença), para as comunicações, os transportes, a inteligência, os bens materiais, as relações fraternas, as lideranças dinâmicas e o trabalho perseverante.

Amén! Axé!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Seja mais... entusiasmado!

Vou postar um e-mail que venho recebendo:
A palavra entusiasmo vem do grego e significa "ter um deus dentro de si". Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. A pessoa entusiasmada era aquela "preenchida" por um dos deuses e por isso poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem. Assim, se você fosse entusiasmado por Deméter (deusa da Agricultura, chamada Ceres na mitologia romana) você seria capaz de fazer acontecer a melhor colheita, e assim por diante. Segundo os gregos, só as pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano, criar uma realidade ou modificá-la. Portanto, era preciso entusiasmar-se, ou seja, "abrigar um deus em si". Por isso, as pessoas entusiasmadas acreditam em si, agem com serenidade, alegria e firmeza. E acreditam igualmente nos outros entusiasmados. Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso. O entusiasmo é bem diferente do otimismo. Otimismo significa esperar que uma coisa dê certo. Entusiasmo é acreditar que é possível fazer dar certo.
Por isso, em 2011:

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Papai Noel

O Papai Noel é uma figura lendária das culturas ocidentais – intimamente ligada ao folclore europeu/germânico – que traz presentes aos lares de crianças bem-comportadas na noite da Véspera de Natal, o dia 24 de dezembro. Em francês, Noël quer dizer "natal".

Sua lenda pode ter se baseado em parte dos contos biográficos sobre a figura histórica de Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira na Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar anonimamente quem estivesse em dificuldades financeiras, colocando um saco com moedas de ouro na chaminé das casas. Faleceu no dia 6 de dezembro, tornando este seu dia. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. Por causa da proximidade de sua festa com a data do nascimento de Cristo, acabou-se transferindo lentamente a tradição de presentear as crianças para o dia 25 de dezembro. Os pais costumavam dizer que era São Nicolau quem trazia os presentes do céu.

Uma história quase idêntica é atribuída no folclore grego e bizantino a Basílio de Cesareia. O Dia de São Basílio (1º de janeiro) é considerado a época de troca de presentes na Grécia. Alguns dizem que sua origem está em Odin, divindade nórdica, pois o folclore escandinavo conta sobre um homem velho (Tomte ou Nisse) que entregava presentes para as crianças na Dinamarca.

Ilustração de John Leech para Um conto de
Natal
 de Charles Dickens (1943).
Enquanto São Nicolau era originalmente retratado com trajes de bispo (em alguns lugares da Europa esse retrato episcopal ainda aparece), originalmente Papai Noel tinha roupas em tons de marrom e costumava usar uma coroa de azevinhos na cabeça. No folclore inglês, Father Christmas aparecia em trajes esverdeados de lenhador.

Em 1822, Clemente Clark Moore, um professor de literatura grega de Nova York, escreveu para seus filhos o poema A visit from St. Nicholas (A visita de São Nicolau), que acabou conhecido como The night before Christmas (A véspera do Natal), onde estabelece várias tradições natalinas e faz uma descrição de Papai Noel:
Era véspera de Natal, e nada na casa se movia,
Nenhuma criatura, nem mesmo um camundongo;
As meias com cuidado foram penduradas na lareira,
Na esperança de que Papai Noel logo chegasse;
As crianças aconchegadas, quietinhas em suas fronhas,
Enquanto rosquinhas de natal dançavam em seus sonhos;
Mamãe com seu lenço, e eu com meu gorro,
Há pouco acomodados para uma longa soneca de inverno;
Quando no jardim começou uma barulhada,
Eu pulei da cama para ver o que estava acontecendo.
Para fora da janela como um raio eu voei,
Abri as persianas, e subi pela cortina.
A lua no colo da recém-caída neve,
Davam um lustro de meio-dia em tudo em que tocava,
Quando, para meus olhos curiosos, o que apareceu:
Um trenó miniatura, e oito renas pequeninas,
Com um motorista velhinho, tão alerta e muito ágil,
E eu soube, na mesma hora, que era o Noel.
Mais rápido que uma águia vinha pelo caminho,
E assobiava, e gritava, e as chamava pelo nome;
"Agora, Dasher! Agora, Dancer! Agora Prancer e Vixen!
Venha, Comet! Venha, Cupid! Venham, Donner e Blitzen!
Por cima da sacada! Para o topo do telhado!
Agora fora, depressa! Fora todos, bem depressa!"

Como folhas revoltosas antes do furacão,
Sem encontrar obstáculos, voaram para o céu,
Tão alto, acima do telhado voaram,
O trenó cheio de brinquedos, e Papai Noel nele também.
E então num piscar de olhos, ouvi no telhado
O toque-toque e o arrastar dos casquinhos.
Como um desenho em minha cabeça, assim que virei
Descendo a chaminé Papai Noel vinha resoluto
Todo vestido de peles, da cabeça até os pés,
E com a roupa toda manchada de cinzas e carvão;
Um saco de brinquedos em suas costas,
Parecia um mascate ao abrir o saco.
Seus olhos – como brilhavam! Suas alegres covinhas!
Suas bochechas como rosas, seu nariz como uma cereja!
Sua boquinha sapeca curvada para cima como num arco,
A barba em seu queixo tão branca como a neve;
O cabo do cachimbo bem preso em seus dentes,
A fumaça envolvendo sua cabeça como uma guirlanda;
Tinha o rosto redondo e uma barriga grande,
Que sacudia, quando ele sorria, como uma tigela de geleia.
Era gordinho e fofo, um perfeito elfo velhinho e alegre,
E eu ri quando o vi, sem poder evitar;
Uma piscada de olhos e um meneio de cabeça,
Na hora me fizeram entender que eu nada tinha a temer;
Não disse uma só palavra, mas voltou direto ao seu trabalho,
E recheou todas as meias; então virou no pé,
E colocando o dedo ao lado do nariz,
Acenando com a cabeça, a chaminé escalou;
Pulou em seu trenó, ao seu time assobiou,
E para longe voaram, como pétlas de dente-de-leão.
Mas ainda o ouvi exclamar, enquanto ele desaparecia
"Feliz Natal a todos, e para todos uma Boa Noite!"
Atualmente Papai Noel costuma ser retratado como um homem rechonchudo, alegre e de barba branca trajando um casaco vermelho com gola e punho de manga brancos, calças vermelhas de bainha branca, e cinto e botas de couro preto. Essa imagem se tornou popular nos EUA e Canadá no século XIX, criada pelo caricaturista alemão e cartunista político Thomas Nast, na edição natalina da revista Harper's Weeklys, em 1863, e se manteve por meio da mídia publicitária, principalmente pela Coca-Cola (que se aproveitou de suas cores semelhantes a partir de 1913 para divulgar sua marca no período de inverno onde suas vendas caem).

Conforme a lenda, Papai Noel mora no extremo norte, numa terra de neve eterna. Na versão americana, ele mora em sua casa no Pólo Norte, enquanto na versão britânica freqüentemente se diz que ele reside nas montanhas de Korvatunturi na Lapônia, Finlândia. Lá ele vive com sua esposa, Mamãe Noel, incontáveis elfos mágicos que o auxiliam na oficina e suas renas voadoras que puxam seu trenó. No livro The life & adventures of Santa Claus, escrito por L. Frank Baum em 1902, o Papai Noel foi um bebê humano criado por fadas que ganhou imortalidade e diversas capacidades de espíritos mágicos superiores, para completar seu trabalho. Diz-se que ele faz uma lista de crianças ao redor do mundo, classificando-as de acordo com seu comportamento para entregar presentes a todos os garotos e garotas bem-comportados no mundo – às vezes, carvão às crianças mal-comportadas (ou seria o Krampus) – na noite da véspera de Natal. Preocupadas com seu comportamento anual, as crianças passaram a escrever cartas para contar sobre si mesmas com seus pedidos. Essas histórias influenciaram J. R. Tolkien a expandir algumas lendas do personagem.



Sobre a chaminé, é possível que seja porque várias pessoas tinham o costume de limpar as chaminés no Ano Novo para permitir que a boa sorte entrasse na casa durante o resto do ano. Na versão britânica, a história da chaminé vem da Finlândia, uma vez que as casas dos antigos lapões tinham sua entrada pelo telhado.

Sobre as renas, Clark Moore descreveu-as como sendo originalmente oito: Dasher (Corredora), Dancer (Dançarina), Prancer (Empinadora), Vixen (Raposa), Comet (Cometa), Cupid (Cupido), Donner (Trovão) e Blitzen (Relâmpago). Existe uma lenda de 1939 que diz que Rudolph (Rodolfo) teria entrado para equipe de renas titulares por ter um nariz vermelho e brilhante que ajudaria a guiar as outras renas durante as tempestades.

Há bastante tempo existe certa oposição a que se ensine crianças a acreditar em Papai Noel. Alguns cristãos dizem que a tradição de Papai Noel desvia das origens religiosas e do propósito verdadeiro do Natal. Outros críticos se opõem a Papai Noel como um símbolo da comercialização do Natal, ou como uma intrusão em suas próprias tradições nacionais. Outros apontam a tradição de Noel como um bom exemplo de como as crianças podem aprender que podem ser deliberadamente enganadas pelos mais velhos. Mas é de consenso geral que a figura do Papai Noel é um ícone na cultura mundial que agrada a todos.

Veja como o Papai Noel é chamado em outros países:
  • Alemanha: Nikolaus ou Weihnachtsmann ("homem do Natal")
  • Argentina, Colômbia, Espanha, Paraguai, Peru e Uruguai: Papá Noel
  • Chile: Viejito Pascuero
  • Croácia: Djed Mraz
  • Dinamarca: Julemanden
  • Eslovênia: Božiček
  • Estados Unidos e México: Santa Claus
  • Finlândia: Joulupukki
  • França: Père Noël
  • Itália: Babbo Natale
  • Japão: Santa Kurosu (do inglês Santa Claus)
  • Macedônia: Dedo Mraz
  • Países Baixos: Kerstman ("homem do Natal")
  • Portugal: Pai Natal
  • Reino Unido: Father Christmas
  • Rússia: Ded Moroz
  • Suécia: Jultomte

F E L I Z   N A T A L !

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tangaroa

Filho mais velho de Rangi (Céu) e Papa (Terra), Tangaroa era o deus dos mares de personalidade agressiva que, junto com seus meio-irmãos (Rongo, Tane, Haumia, Tawhiri e Tümatauenga) forçou a separação de seus pais. Diz-se que seu corpo tinha tanta água que ele explodiu e formou os oceanos. Seus filhos são Ikatere, rei dos peixes, e Tu-te-wehiwehi, ancestral dos répteis.

Alguns mitos dizem que, após a separação, foi atacado por seu irmão Tawhiri, deus das tempestades, e se escondeu no fundo do mar. Vivia sozinho na concha escura de um mexilhão primordial.

Tangaroa tinha uma rixa com seu irmão Tane, deus das florestas, porque ele acolheu Tu-te-wehiwehi depois dele ter sido banido dos mares por sua violência. Tane, com suas canoas de madeira, suas iscas de pesca e suas redes tecidas com fibras de madeira, era responsável pela morte das criaturas marinhas. Então, Tangaroa ordenava que o mar, com suas fortes ondas, engolisse as canoas, as árvores, as florestas, as casas de madeira e até as praias. Por essa razão, os povos maoris colocavam mar e terra como esferas opostas e precisavam honrar Tangaroa sempre que iam pescar, pois estavam entrando no reino do inimigo de onde eles moravam.

Pode aparecer como um enorme peixe que gera as criaturas do mar, inclusive seres fantásticos como sereias, ou um lagarto verde que traz bons ventos. As marés são sua respiração. Marinheiros polinésios e micronésios costumam navegar com um pedaço de coral para honrar o deus.

Seus mitos se espalham pelas ilhas do Pacífico de formas diferentes. No Havaí, tem ligações com Kanaloa. Nas Ilhas Cook, Tangaroa é filho da luz solar e tem associações com o fogo. No Taiti, recebe o nome de Ta'aroa, o caos criador. Como criador, saiu de sua concha para cobrir o mundo depois que céu e terra se separaram. Fez os deuses e todos os seres vivos, sendo representado com um corpo oco cheio de pequenas esculturas que simbolizam suas criações.

Por mais incrível que pareça, nas lendas havaianas - contradizendo toda a mitologia da Polinésia -, Tangaroa era um deus maléfico, associado à feitiçaria e ao submundo: sua maldição teria criado a morte no mundo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Djanggawuls

Clãs do norte da Austrália falam de um trio de deuses - duas irmãs, Djanggau e Djunkgao, e um irmão, Bralbral - chamados Djanggawuls que chegaram a Terra por Beralku (ou Bralgu), a ilha dos espíritos mortos.

Dizia-se que as irmãs viviam grávidas por estupros de seu irmão. Elas iam gerando animais, plantas e os primeiros humanos enquanto andavam pela Terra. A cada nascimento, partes de suas vulvas caíam no solo e se tornavam objetos sagrados. Seu irmão recolheu os objetos, destituíndo-as de seus poderes divinos. As duas preferiram a reclusão ao sul da Austrália.

Outra lenda diz que elas eram Miralaid e Bildjiwararoju, as rubras e plumadas filhas do deus-sol. Elas modelaram a paisagem usando ranggas (bastões sagrados especiais), que depois foram deixados em locais sagrados. Também eram consideradas deusas da fertilidade, possivelmente numa relação incestuosa com o pai.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mama Cocha

Deusa associada a todas as formas de água, Mama Cocha (ou Mama Qocha) era figura importante na religião inca. Era irmã e mulher do supremo Viracocha. Era mãe de Inti e Mama Quilla, deuses do sol e da lua. A "Mãe do Mar" protegia pescadores e navegantes, garantindo pesca farta, afastando tempestades marítimas e acalmando os oceanos. Portanto, seu controle das águas se estendia ao clima. Alguns a colocavam como a representação total do feminino.

O Lago Titicaca, no Peru, é chamado por muitos de Mama Cocha, e seria ou uma representação da deusa na terra, ou o seu lar.


Na capital do Peru, Lima, existem duas enormes huacas - templos de adoração - que provavelmente foram para Mama Cocha, uma vez que a cidade é litorânea.