segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O estudo da própria consciência humana

Geralmente, o estudo da mitologia é considerado como inexpressivo devido à crença de que mitos são formas rudimentares de produzir conhecimento e que não são necessários em nossa vida moderna. O que é um erro, pois o estudo dos atributos das divindades fornece as bases para o estudo da própria consciência humana.

Os mitos se expressam através de símbolos e metáforas representando temas abstratos, que muitas vezes não conseguimos traduzir perfeitamente em palavras. Antigamente transmitidos por poetas e sacerdotes, hoje o papel da produção dos mitos pertence aos escritores que recriam o sentido da vida em contos modernos.

Este é o início da postagem "Invocando os deuses", do dia 25 de agosto, de Marcelo Del Debbio em seu blog Teoria da Conspiração. A importância dos mitos é bem maior do que se imagina hoje em dia. Talvez apenas profissionais das áreas de história, arqueologia, psicologia e afins que tenham essa noção: conhecer mitologia é conhecer a humanidade.

Del Debbio é também o autor da Enciclopédia de Mitologia de 640 páginas, com mais de 7 mil verbetes e 900 ilustrações! Ela traz elementos das mitologias grega, romana, egípcia, indiana, árabe, chinesa, japonesa, celta, nórdica, européia, polinésia, sulamericana, norte-americana, asteca, maia, inca, goécia e bíblica!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mitologia em quadrinhos digital e nacional!


O jovem nerd Társio viaja até Paraty para assistir a entrevista com seu ídolo na Flip (a famosa Feira Literária Internacional de Paraty), o quadrinista e escritor Noah Gaiman (Noah mesmo, e não Neil - o verdadeiro). Após a palestra, ele sofre uma desilusão amorosa e decide afogar as mágoas nas ótimas cachaças locais. Esse erro joga o jovem em uma série de eventos que ele jamais esperaria. Ele não consegue passagens para retornar ao Rio de Janeiro, onde mora, e não tem dinheiro para se hospedar na cidade. Sua única alternativa é um misterioso indivíduo que habita naquelas paragens, o sombrio Luiz Pinga. Mas, como um demônio, Luiz não presta favores sem uma contrapartida a altura. Társio se vê envolvido numa trama sobrenatural que vai muito além de toda a realidade. A trama envolve mitologias, magia e mistério e o destino dos próprios deuses.

Essa é a sinopse da revista em quadrinhos digital Mitologias, produzida por Luiz Augusto de Souza (roteiro e desenhos), Ulisses Teixeira (roteiro), Leonardo Bartolo (roteiro), Regina Alonso (capista) e Giu Alonso (revisão e produção editorial) – ou seja, produto 100% nacional! A revista sai pelo selo Atitude Independente dos roteiristas, que busca ser uma alternativa na produção e distribuição on line de quadrinhos gratuitos para entretenimento e diversão. Até agora são três edições, mais a edição #0 que funciona como uma preparação para o clima mitológico. Você pode ver as capas ao lado. Prestigiem essa iniciativa e mergulhem nesse novo universo mitológico!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Tapio

Tapio era o grande patriarca dos deuses das florestas na mitologia finlandesa. Uma lenda conta que Tapio teria sido a primeira árvore. Era casado com a Mielikki, a Dama das Florestas, com quem teve Nyyrikki e Tuulikki.

Apesar de ser chamado de Rei Urso (talvez se transformasse nesse animal), Tapio é descrito tendo um corpo verde humanóide, com barba e sobrancelhas de líquen e musgo, e chifres de gravetos na cabeça. Diz-se que se cobria com um manto de folhas para camuflagem.

Vivia rodeado pelas divindades dos bosques, a quem os habitantes adoravam a fim de garantir o êxito nas caçadas. Algumas vezes, Tapio era considerado mortal: quando alguma floresta ou bosque era violado, ele escurecia o local e sufocava até a morte as pessoas que degradaram a natureza.

O antigo nome da Finlândia, Tapiola, vêm de seu nome.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Deus sustentável

Nada de ouro, marfim ou diamantes. No mundo moderno, os deuses vão ter que se contentar em ganhar esculturas de materiais ecológicos. Foi isso que fez artista indiano Surya Prakash: construiu uma estátua da divindade hindu Ganesha com copos de papel.

Foto: Noah Seelam – France Presse

A homenagem foi feita para o festival do deus, que acontecerá no dia 1º de setembro.

(Matéria da Folha de São Paulo)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uluru


No meio do inóspito deserto da Austrália central, há um monte colossal de arenito vermelho, o Uluru, um dos locais mais sagrados para os aborígenes australianos. Seu nome ocidental é Ayers Rock (em homenagem ao Primeiro-Ministro australiano Henry Ayers) ou, somente, A Rocha, que possui 8km de circunferência, 318 metros de altura e se estende por 2,5km de profundidade. A pedra obtém sua cor ferruginosa através da oxidação dos minerais que a impregnam - como feldspato - o que também causa a emissão de um brilho vermelho ao amanhecer e ao pôr-do-sol.

Muitos mitos secretos se passam nessa rocha, em cujas paredes inferiores e cavernas há pinturas antiquíssimas. Acredita-se que seja um portal para o Tempo do Sonho, ou até mesmo o próprio local. Outros dizem que foram os Ungambikulas que criaram a pedra ao brincar com a lama depois de um dilúvio. Após a criação do universo, os irmãos teriam voltado a Uluru e se tornaram pedregulhos.

Há várias histórias de turistas que levaram para casa um pedaço do Uluru e devolveram a lembrança alegando que foram amaldiçoados por levar uma parte do monumento sagrado. O Parque Nacional Australiano que administra o local diz receber um pacote por dia, enviado de várias partes do mundo, com uma amostra do Uluru e um pedido de desculpas.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O incompreendido Odin...

(clique para ampliar)

A tirinha acima é de Carlos Ruas, ilustrador de Niterói (RJ), responsável pelo blog Um sábado qualquer, que possui tirinhas que brincam com a religião. Na categoria Buteco dos Deuses, várias divindades aparecem conversando com Deus em situações mais do que inusitadas. Divertidíssimo!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Colagens espirituais

Saindo um pouco do eixo comum por aqui, resolvi mostrar para vocês algumas das belas colagens digitais do designer gráfico e ilustrador espanhol Luis Toledo - que também é conhecido como La Prisa Mata. Várias tem um tom místico e uma riqueza de detalhes ímpar. Vejam:

Festas do deus Dionísio

Senhor das categorias criadas: baseado em Ganesha.

Série Mnemosine: Polimnia sonha com Afrodite / Calíope

Panconstrução

Semshu Hor: os "semshu hor" eram os seguidos de Hórus. Esse conceito evoluiu com o tempo e vários reis místicos do Egito foram chamados dessa forma antes dos Faraós.

O caminho da criação à destruição: baseado na mitologia hindu.

Falso Profeta na Trindade: simetria entre a trindade católica (o Pai criador, o Filho salvador e o Espírito Santo iluminador) e sua trindade oposta (o destruidor Lúcifer, o tentador Anticristo e o Falso Profeta).

terça-feira, 16 de agosto de 2011

E como vai o entretenimento mitológico?

O filme Imortais (Immortals, 2011) tem recebido inúmeras críticas sobre sua semelhança com 300. Mas o diretor indiano Taseem Singh está dizendo que o filme é bem mais sombrio do que o trailer, com deuses sujando as mãos de sangue. Também disse que os deuses são jovem guerreiros porque nunca entendeu como alguém com poderes divinos e imortalidade gostaria de parecer um velhaco (até que isso faz sentido). Os atores estão falando que o diretor é um visionário e que a tecnologia 3D dará uma nova profundidade aos filmes.

A sequência de Fúria de Titãs (Clash of the Titans, 2010) - marcada para março de 2012 - continua em pré-produção, com Sam Worthington (Perseu) falando que será melhor e mais profundo do que o primeiro. Que onda é essa de profundidade, hein?

Já a sequência de Thor ficou para julho de 2013, com Chris Hemsworth (Thor) e Idris Elba (Heimdall) garantidos por contrato. O diretor Brian Kirk foi procurado pela Marvel pela habilidade que demonstrou na série televisiva Game of Thrones de cuidar de um elenco grande em uma trama complexa. Parece que o novo filme deverá ser mais focado em Asgard, com um panteão muito maior de deuses e criaturas da mitologia nórdica, como Encantor, Skurge e Balder!

Oba!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pachacamac

Pachacamac é o deus inca dos terremotos (pacha = terra; camac = animador). Para a cultura limenha pré-inca, Pachacamac seria aquele que dá vida ao mundo.

Era simbolizado por um totem esculpido em madeira com cerca de 2 metros de altura, conservado em uma câmara escura do templo de Inti (para simbolizar sua invisibilidade), que era forrada de ouro e prata. Esse ídolo tinha duas faces opostas, uma delas decorada com serpentes, a outra com espigas de milho, que possivelmente representavam seus aspectos destruidor e criador, respectivamente. Também era representado em cerâmicas como um grifo (asas e rosto de condor e corpo de puma, duas das grandes divindades animais dos incas).

Existe um enorme sítio arqueológico que leva seu nome em Lima, no Peru (e eu visitei!). A arquitetura do lugar mostra características anti-sísmicas e o templo ao deus era enorme. Do topo, é possível ver duas ilhas rochosas no Pacífico que conta uma lenda...

Pachacamac teria se encantado pela beleza da curandeira Urpe, que vivia nas proximidades de seu templo. Como não podia vir ao reino dos mortais, o deus colocou seu sémen em uma lúcuma (fruta local) que chegou às mãos de Urpe. A curandeira engravidou e deu a luz ao semideus Vichama. Aos 3 anos, Vichama pediu para conhecer seu pai. Pachacamac ouviu as preces de seu filho e decidiu vir à Terra como um mendigo. Quando se apresentou, Urpe se desesperou ao ver que seu filho ficaria desamparado com um pai tão pobre e fugiu na direção do mar. Furioso, Pachacamac os transformou nas pedras que você vê na foto abaixo.


São as explicações humanas para os fenômenos da natureza. Por exemplo, depois da chegada dos conquistadores, Pachacamac acabou sendo sincretizado a um Jesus Cristo de pele escura por causa de vários terremotos a que a estátua sobreviveu (El Señor de los Temblores). Existem inúmeras pinturas de um "Cristo moreno" com histórias de milagres em terremotos, mas ninguém sabe onde está a precursora das lendas.

Existe uma outra lenda que coloca Pachacamac como criador do primeiro homem e da primeira mulher da Terra. No entanto, o deus esqueceu de alimentá-los e o homem morreu de fome. A mulher, então, amaldiçoou Pachacamac e rezou para Inti para engravidar. Furioso, Pachacamac matou o menino que nasceu e o esquartejou. De cada pedaço, surgiu uma fruta ou uma planta comestível. O segundo filho da mulher foi Vichama que escapou da morte. Pachacamac matou, então, a mulher. Vichama vingou-se de sua mãe, vencendo o deus em batalha. Jogou seus pedaços no oceano, que se tornaram peixes. Por essa razão, alguns acreditam que Pachacamac também seja o deus dos peixes e da pesca.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

100 anos de Machu Picchu


Machu Picchu (“pedra velha”) é um lugar incomparável no mundo. Suas construções com pedras enormes encaixadas milimetricamente ainda se encontram preservadas, ocultando técnicas utilizadas há mais de 500 anos. Sua história mistura o real e o imaginário, fazendo com que cada pessoa tenha sua própria interpretação dos fatos que cercam esta misteriosa Cidade Perdida. Em 2011, comemora-se os 100 anos da descoberta dessa maravilha pelo antropólogo, historiador – ou simplesmente, explorador aficcionado da arqueologia – Hiram Bingham.

E é pra lá que eu vou!
Não importa muito, de todo modo, qual tenha sido a origem da fortaleza, ou melhor, é mais fácil deixar o debate para os arqueólogos. O que é inegável, entretanto, o mais importante, é que temos à nossa frente uma expressão pura da mais poderosa raça indígena das Américas, intocada pelo contato com a civilização invasora e cheia de tesouros imensamente evocativos em suas paredes, paredes que morreram em decorrência do tédio de não mais existir… (Ernesto CHE Guevara)
Por isso que os últimos posts foram sobre mitologia inca e vamos ficar sem notícias por algum tempinho. Mas voltarei com histórias e fotos sobre esse local divino! Enquanto isso, cliquem na imagem e curtam o giro 360º por Machu Picchu!

Até!