Magnonius Sucatus Patricius nasceu em uma família rica da Bretanha romana. Seu pai e avô foram diáconos na Igreja. Aos dezesseis anos, teria sido raptado por piratas irlandeses e levado para a Irlanda como escravo. De acordo com sua confissão, seis anos depois de pastoreio escravo, Deus lhe disse, em sonhos, para fugir de seu cativeiro para o litoral, onde ele iria embarcar em um navio e retornar a Bretanha para se tornar padre. Já como bispo, alegou ter recebido em 432 um chamado para regressar e evangelizar a Irlanda.
Numa Páscoa, Patrício teria acendido uma fogueira para seus seguidores. No entanto, nesta época do ano, era costume apagar todas as chamas para que, em um ritual pagão, uma nova luz fosse acendida trazendo bons presságios. Os druidas exigiram que o rei celta Laoghaire apagasse aquela chama. Patrício foi convocado para se explicar, mas seus seguidores o acompanharam entoando a Lorica, um hino que passou a ser chamado de "Couraça de São Patrício". O fervor dos seguidores teria impressionado o rei celta que aceitou ouvir os ensinamentos do bispo. Alguns escritos celtas dizem que Patrício chegou a vencer os druidas em um concurso de magia.
Um mito cristão diz que Patrício foi perseguido durante os quarenta dias da Quaresma por uma nuvem de demônios em forma de corvos negros que escureciam o céu. Orando e balançando um sino para dispersar os agressores, ele teria recebido a ajuda de um anjo que afastou os demônios e disse que o povo irlandês cristão havia sido abençoado.
Depois de quase trinta anos de evangelização, Patrício faleceu no dia 17 de março de 461 e foi enterrado em Downpatrick. O Livro de Armagh (manuscrito do século IX também chamado de Canon of Patrick) diz que ele morreu com 120 anos, em 493. Seu maxilar foi preservado num santuário de prata e sempre é pedido em casos de epilepsia, nascimentos e como proteção contra "mau olhado".
Apesar do êxito de várias missões à Irlanda empregadas por Roma, Patrício perdurou como o missionário fundador da Igreja Católica na Irlanda. Dizia-se que ele teria "tirado as cobras da ilha": após jejuar por 40 dias, foi atacado por serpentes mas as baniu com uma forte reza. Por essa razão, em algumas gravuras do santo, ele aparece esmagando esses animais com seu cajado. Mas sabe-se hoje que nunca existiram cobras no local. Portanto, é possível que essa expressão venha do símbolo representado pela serpente nos rituais pagãos celtas. Considera-se Patrício aquele que converteu chefes guerreiros e druidas ao cristianismo, batizando-os nas Holy Wells.
E O VERDE?
A Irlanda é também chamada de "Ilha Verde" por causa da exuberância de suas árvores na primavera. Dizem que São Patrício usou um trevo (três folhas unidas por um único caule) para explicar a Santíssima Trindade aos pagãos celtas. Com isso, fitas verdes e trevos eram usados nas celebrações a partir do século XVII. Na rebelião irlandesa de 1798, soldados irlandeses vestiram uniformes verdes no dia 17 de março na esperança de chamar a atenção pública à rebelião e propagar seus ideais políticos.
DIA DO SANTO E DO PORRE
17 de março se tornou Dia de São Patrício (Saint Patrick's Day), quando os países
que falam a língua inglesa celebram o padroeiro da Irlanda Cristã, vestindo-se de trajes verdes, saindo às ruas em passeatas festivas com muita bebida. A bebedeira intensa se deve à liberação ao álcool da Igreja Católica da Irlanda no período da quaresma. Como muitos jejuavam, o porre era certo!Tornou-se feriado público no ano de 1903. Com o passar do tempo, as conotações religiosas da comemoração do dia foram ficando cada vez mais distantes, e a data passou a ser uma celebração da amizade e da cultura irlandesa... com muita cerveja!
Como no Brasil, tudo é motivo pra festa... Feliz Dia de São Patrício!
PS.: A cerveja verde que se vê nessa época não tem muito mistério... é só usar anilina comestível azul e você beberá um chopp verde em homenagem ao santo!