|
Relevo na parte superior da estela do Código de
Hamurabi, mostrando Shamash entregando as leis. |
Na Babilônia,
Shamash (
Sama) era o deus sol e também o deus da justiça. Ele representava a luz brilhante do sol que retorna diariamente para iluminar a vida, a força que aquece e faz com que as plantações cresçam. Os raios de sol eram seus julgamentos: podiam queimar os malfeitores ou produzir uma rede onde os injustos eram apanhados. Carregava uma espada serrilhada para "cortar a verdade".
Hamurabi teria dedicado seu código de leis ao deus.
Junto com sua mãe
Nanna e sua irmã gêmea
Inanna (em alguns registros, também esposa), formava a
Tríade Celeste (Sol, Lua e Vênus). Sua consorte era conhecida como
Aya (ou
Sherida), entretanto, raramente é mencionada em inscrições, não havendo textos sobre ela, exceto em combinação com o deus.
Nergal já foi considerado pai de Shamash ou um aspecto sinistro do deus-sol, personificando sol escaldante do meio-dia e os solstícios.
Todos os dias surgia de uma porta na montanha do leste e conduzia sua carruagem para a montanha do oeste. À noite, viajava na direção leste por baixo da terra, de modo a estar de volta pela manhã. No submundo, julgava as cuasa humanas e decidia o destino dos mortos. Aparece no poema de
Gilgamesh, invocando os sete heróis do tempo para defender o mundo. Alguns povos, diziam que Shamash era também um sábio guerreiro.
Na suméria, era chamado de
Utu, a personificação da luz que bane o mal. No Grande Dilúvio sumério, após sete dias de tempestade, Utu apareceu numa barca para trazer de volta a luz.
|
Tábua de Shamash com representação do deus frente seu disco solar, realizando julgamentos. |
Havia diversos templos dedicados ao deus, porém seus principais centros de adoração (
E-babbara, "casa brilhante") eram em Larsa (atual Senkerah) e Sippar (cidade de Abu Habba), sendo este último o mais famoso.
Alguns estudiosos acham que, inicialmente, Shamash era uma divindade secundária, provavelmente subordinada à lua, dado ao fato que os povos predecessores dos Sumérios eram nômades e usavam a lua e as estrelas para se orientar. Entretanto com o advento da agricultura, o sol ganhou importância e se tornou um dos principais deuses do panteão. Há ainda relatos de deuses solares secundários que o auxiliavam em suas tarefas, tais como
Bunene (que dirigia a carruagem solar),
Mesahru (o Direito) e
Kettu (a Justiça em si).
No judaísmo,
shamash é o nome da vela que acende as outras velas da
menorah. Fica sendo a nona vela e não deve ser apagada. Como é proibido utilizar as luzes de
Chanukah para qualquer função, a shamash fica disponível para usos emergenciais.