terça-feira, 16 de julho de 2013

Haja criação!

Em um dos módulos do curso que estou fazendo no Instituto Atena, falamos sobre os mitos de criação. Por essa razão, fiz uma rápida pesquisa neste blog e vi que já tinha 39 postagens marcadas como criação. Dentre livros e postagens gerais, temos mais de 30 histórias, sendo que são 20 as civilizações aqui abordadas. Com isso em mente, fiz uma varredura nessas postagens e percebi o que já estava tendo certeza no curso.

A maioria das civilizações antigas sofria alterações em suas mitologias por conta de forças geopolíticas ou conquistas. Um dos casos mais claros é o Egito. Cada momento da antiga história egípcia, uma cidade esteve no poder e cada uma delas tinha um deus supremo. Nesses momentos, os deuses principais iam sendo amalgamados numa força única: Amon, Atum e são descritos como um só e até seus nomes são unidos.

Outro caso interessante é dos maias. Quando estive em Chichen Itzá (aliás... não falei sobre a viagem aqui e ninguém me cobrou!), fiquei sabendo que a civilização maia original era pacífica com uma mitologia voltada para os astros e para a agricultura. Depois de conquistados pelos olmecas, a cultura guerreira teria levado aos maias os rituais de sacrifício e sangue. Isso alterou profundamente a mitologia maia.

É possível que, no futuro, essas postagens sofram alguma alteração por aqui também.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Arquetelos

Essa postagem é uma justificativa pela ausência de postagens sobre mitologias e divindades. Estou fazendo um curso sobre o assunto e aprendendo coisas incríveis! Isso significa que (aos poucos e em breve) além de novas postagens, farei muitas atualizações por aqui.

E atenção: o curso, organizado pelo Instituto Atena, ainda tem vagas abertas!
Você já ouviu falar em Zeus, Dioniso, Afrodite, Brahma (não exatamente a cerveja), Shiva, Shakti, Thor, Odin, Loki e cia? Gostaria de saber mais sobre esses deuses, suas aventuras, seus contextos culturais e como eles aparecem na nossa vida cotidiana como padrões de comportamento arquetípicos? Que tal estudar as mitologias do mundo com um antropólogo apaixonado pelo tema e especialista em psicologia analítica? Com apostilas próprias e mensais, debates, filmes e, principalmente, a possibilidade de ter um trabalho seu publicado on-line e em livro ao final de dois ou três trimestres de estudos? Esse é o projeto Arquetelos!
Procurem pelo instituto no Facebook e descubram mais sobre esse e os outros cursos. Eu recomendo!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Super Lua

Ontem foi noite de Super Lua! Em astronomia, é a ocasião na qual a Lua cheia se situa a não mais de 10% do seu ponto mais próximo da Terra no percurso da sua órbita elíptica (perigeu) de centro não-coincidente com o centro da Terra. Nesse evento, a Lua aparenta ser maior (15%) e mais brilhante (30%) que o normal.

A Super Lua não é rara: acontece a cada 14 meses. Em 2014, a diferença entre o perigeu e a Lua cheia será mínima, de apenas 27 minutos, fazendo com que o evento seja ainda mais espetacular.

Na cultura geral, por vezes associa-se este evento a desastres naturais, como terremotos, vulcões e tempestades, mas também nos oferece espetáculos, como o filmado pelo australiano Mark Gee.

Este blog já falou de outro evento astronômico, a Lua Azul, além de sempre que possível apresentar divindades relacionadas ao astro noturno.

domingo, 23 de junho de 2013

Vai pra lá também!

Não sei se vocês notaram, mas não tenho mais colocado notícias sobre os próximos filmes, livros e quadrinhos que falam de mitologia. Resolvi que esse tipo de informação será colocado direto na página do Facebook. Por aqui, só ficarão resenhas e comentários sobre a presença da mitologia nessas mídias. O Cinema tem uma lupa própriaLivrosquadrinhos e games tem suas respectivas tags.

Você ainda não curtiu a página? Então, vai logo!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Das antigas!

Recentemente descobri essa antiga animação (dos anos 1960): The Mighty Hercules.


Os episódios com pouco mais de cinco minutos faziam uma salada grega dos deuses e heróis: Hércules precisa de um anel para ter superpoderes, Dédalo é seu arquiinimigo, sua namorada se chama Helena (de Tróia?) e ainda há um garoto centauro chamado Newton. Nesse episódio, Dédalo consegue o Cetro da Medusa para conseguir seus objetivos.

É possível encontrar outros episódios no Youtube.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

É dos carecas que elas gostam mais

Já coloquei algumas camisas da Camiseteria por aqui, e trouxe mais essa hoje.


É uma brincadeirinha com a mitologia nerd, mostrando Atena (princesinha do mangá Cavaleiros do Zodíaco) largando Seiya (Cavaleiro de Pégaso do mesmo mangá) por Kratos (da saga God of War).

Quer? Compra lá!

Post NÃO patrocinado!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Aditi

Brahma e Aditi (ilustração do séc. XIX)
Aditi (ou Aditya) é a Grande Mãe do Céu, o inconsciente, o passado e o futuro, o infinito visível, o que existe no espaço sem fim acima da terra, além das nuvens, acima dos céus. Seu nome significa "sem limite" e está associada às vacas sagradas indianas.

Era uma força que sustentava e dava vida, venerada como a mãe dos deuses, do sol, da lua, da noite e do dia (dos Devas e dos Adityas), mas não tinha uma forma física definida. Deusa da fertilidade e da maternidade, teve 12 filhos deuses, um para cada mês do ano (entre eles, Surya). Alguns diziam que ela era a força cósmica criadora, associando-a ao Big Bang.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Chang-o

Uma famosa lenda chinesa nos conta como Chang-O se tornou a Dama da Lua, mas são inúmeras as versões ou pequenas variações. Vou colocar algumas delas em outra cor.

Chango-O e seu marido, o herói arqueiro Hou-Yi, foram banidos dos céus pela Grande Rainha, depois que ele matou alguns de seus filhos. Arrasado, Yi enfrentou inúmeros perigos para recuperar sua imortalidade. Acabou sendo presenteado por Xi Wangmu com a Pílula da Imortalidade (ou um Elixir da Vida que teria sido roubado da Rainha dos Céus). Assim que chegou em casa e contou para Chang-O, foi novamente chamado para uma missão divina. Hou-Yi pediu que sua esposa guardasse em segredo a pílula para que eles tomassem juntos assim que ele voltasse da missão, avisando que só metade dela daria a imortalidade (Alguns dizem que ela não sabia o que era, mas foi tentada pela maravilhosa fragância).

Mas a curiosa esposa não aguentou e resolveu comer sua metade logo que seu marido saiu. Porém, Hou-Yi precisou voltar e, temendo ser punida, Chang-O engoliu a pílula inteira. A overdose mágica fez com que a mulher começasse a flutuar sem parar e seu marido não conseguiu alcançá-la.

Temendo uma punição divina (ou as flechas certeiras do marido), Chang-O se escondeu na Lua, onde encontrou a Lebre de Jade. Pediu que ela a ajudasse a criar uma nova pílula que a fizesse voltar à Terra, mas até agora nada conseguiu. Algumas histórias dizem que ela teria sido transformada em um sapo de três pernas (as fases lunares) no caminho até a Lua.

Ocasionalmente, é chamada ao convívio dos deuses, mas fica relutante em ir por ter se envolvido com um espírito. É simpática aos amantes e possui um festival em sua homenagem no décimo quinto dia do oitavo mês lunar (quando Hou-Yi poderia visitá-la). É também chamada de Zhang-O ou Chang'E.

Muitos a colocam como o princípio feminino da Lua (Yin) e seu marido como o princípio masculino do Sol (Yang), porque, na versão em que o elixir teria sido roubado, a Rainha dos Céus puniu o casal transformando-os nos astros que não se encontram nunca.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A mitologia inuíte

Esquimós são povos indígenas que habitam tradicionalmente as regiões em torno do Círculo Polar Ártico, no extremo norte da Terra, como como o leste da Sibéria, o norte do Alasca e do Canadá e a Groenlândia. Os povos do Ártico canadense são conhecidos pelo nome Inuit, que significa "povo".


O Ártico é um mundo inóspito de ventos muito frios, coberto de gelo e neve, onde a agricultura é impossível e a caça e a pesca constituem as fontes tradicionais de alimento. Por milhares de anos, os Inuítes observaram atentamente o clima, as paisagens terrestres e marítimas, e os sistemas ecológicos de um dos ambientes mais inóspitos e exigentes do planeta para desenvolver habilidades e tecnologias peculiares e adaptadas.


A mitologia inuíte também sofre grandes influências desse meio ambiente árido, onde as pessoas dependem dos animais para vestuário, ferramentas, abrigo e alimentação. Por isso, os animais desempenham um papel-chave nos mitos, seja como ajudantes da humanidade ou presas pelas quais o caçador deve mostrar o maior respeito. O mundo marinho também é importantíssimo. Mas o cosmos inuíte não é governado por ninguém. Não há uma figura divina, seja maternal ou paternal. Não há deuses criadores do vento ou do Sol. Não há punição eterna na vida futura, assim como não há punição para crianças ou adultos na vida presente.

Eles acreditam que quase tudo tem uma alma (inua). Animais, rochas, árvores e rios tem inua, assim como acidentes geográficos perigosos, como as geleiras. A inua é em geral retratada com uma face humana num olho, dorso ou peito de animal. Os viajantes cuidadosos faziam oferendas de carne a elas. Acreditando que todos as coisas tem uma alma, matar um animal não é muito diferente de matar uma pessoa. Uma vez que a alma do animal ou humano é liberada, ela está livre para se vingar. Os espíritos dos mortos só podem ser aplacados pela obediência aos costumes, evitando os tabus e executando os rituais apropriados.


Embora a alma de cada indivíduo fosse única e apropriada para a vida e corpo que ela habitava era, ao mesmo tempo, parte do todo. Isto permitia aos inuítes emprestar os poderes ou características de uma alma pelo uso de seu nome. Além disso, os espíritos de uma classe de coisas (os mamíferos marítimos, ou ursos polares, ou plantas) eram, de alguma maneira, considerados como o mesmo, e podiam ser invocados através de um guardador ou mestre que estava em contato com aquela classe de coisas. E, assim como os sacerdotes das outras religiões norte-americanas, os xamãs inuítes (angakuq) eram as únicas pessoas com algum contato com o mundo espiritual. Em suas cerimônias, tentavam influenciar os espíritos para que ajudassem a curar os doentes e propiciassem boas caçadas e pescarias. É dito que os primeiros xamãs foram Ivivarshuk e Nisguvaushaq.

Muitas comunidades inuítes continuam a praticar as danças e canções tradicionais, que incluem dança de tambores e canto gutural feminino. A tradição oral e a narração de histórias ainda permanecem bem vivas na cultura inuíte, com lendas passadas entre as gerações ao longo dos séculos, que freqüentemente falam de espíritos poderosos que habitam a terra e o mar.