O fim do ano me pegou. Não consegui resenhar o último filme do Percy Jackson... desde outubro não coloco um novo personagem... complicou mesmo!
Mas estou voltando! Ainda estou organizando as postagens anteriores e preparando novidades. Aguardem e corram para o Facebook, porque lá tem notícias mitológicas que correm pelo mundo do entretenimento.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Nem tão sombrio assim
Neste fim de semana, estreou Thor: O mundo sombrio (Thor: The dark world, 2013), sequência do filme de 2011 que faz parte da segunda fase de filmes da Marvel e se ligarão novamente no próximo filme dos Vingadores. E é pra isso que esse filme veio. Muita gente espera que o segundo filme seja melhor por não precisar apresentar tantos personagens, mas – como o primeiro filme foi considerado por muitos o elo fraco da primeira fase da Marvel – a ideia era inserir o universo do Thor na linha dos Vingadores, com magia e ciência se cruzando a todo momento.
Mitologicamente esse filme não acrescenta muito. A inserção dos elfos negros (e de Kurse, ou Kursed) logo no início é mais interessante que sua participação ao longo do filme. Aliás, a aparição de Bor – que praticamente não foi falada – deu um toque especial. Mas acho que paparam uma enorme mosca em não inserirem as Valquírias no enterro dos guerreiros. Outra coisa esquisita são aqueles monstros em Vanaheim, terra de deuses.
O filme tenta se manter no universo dos quadrinhos, mas a Marvel já está criando um novo universo cinematográfico que somente se inspira nas HQs (por exemplo, toda a saga desse filme se baseia no tal do Éter, quando, nos quadrinhos, a saga de Malekith acontece com a Caixa dos Invernos Eternos que dá pinta no primeiro filme). E isso vai até repercutir na série de TV da SHIELD com a destruição de parte de Londres, mini buracos de minhoca e alguém que foi esquecido na Terra (ver a segunda cena pós-créditos).
A sinopse diz que um mal antigo, que remonta a história até tempos da história antiga dos tempos do avô de Thor, foi libertado e os nove reinos estão mais uma vez ameaçados. E, dessa vez, o príncipe de Asgard vai precisar de ajuda de quem se menos espera para vencer essa ameaça.
A crítica anda colocando esse filme nas alturas, mas também não é pra tanto. Quer dizer... o Loki de Tom Hiddleston vale o ingresso! Perceba que todas as cenas dele são boas em texto e representação (e ainda tem a brincadeirinha perfeita com os Vingadores). Comenta-se fortemente que a Marvel está pensando em um filme só dele, mas nem precisa. É só ele voltar arrasando no fim da trilogia (que seria excelente se fosse a Saga de Surtur ou o Ragnarok!) porque já deixaram uma pontinha com o SPOILER desaparecimento de Odin!
Vi sérios problemas de continuidade e de enredo que até não comprometem o geral, mas mereciam cuidados. Por exemplo:
Mas não são só críticas. Ainda temos a belíssima Asgard, o interessante design de tudo relacionado aos elfos negros (de suas naves até suas frias máscaras), Chris Hemsworth cada vez mais a vontade em seu Thor (alguém já conseguiu um Mjolnir pra me dar?) e Anthony Hopkins exagerando em seu Odin. No geral, é um bom filme que parece uma ponte para outros, até para a TV.
Mitologicamente esse filme não acrescenta muito. A inserção dos elfos negros (e de Kurse, ou Kursed) logo no início é mais interessante que sua participação ao longo do filme. Aliás, a aparição de Bor – que praticamente não foi falada – deu um toque especial. Mas acho que paparam uma enorme mosca em não inserirem as Valquírias no enterro dos guerreiros. Outra coisa esquisita são aqueles monstros em Vanaheim, terra de deuses.
O filme tenta se manter no universo dos quadrinhos, mas a Marvel já está criando um novo universo cinematográfico que somente se inspira nas HQs (por exemplo, toda a saga desse filme se baseia no tal do Éter, quando, nos quadrinhos, a saga de Malekith acontece com a Caixa dos Invernos Eternos que dá pinta no primeiro filme). E isso vai até repercutir na série de TV da SHIELD com a destruição de parte de Londres, mini buracos de minhoca e alguém que foi esquecido na Terra (ver a segunda cena pós-créditos).
A sinopse diz que um mal antigo, que remonta a história até tempos da história antiga dos tempos do avô de Thor, foi libertado e os nove reinos estão mais uma vez ameaçados. E, dessa vez, o príncipe de Asgard vai precisar de ajuda de quem se menos espera para vencer essa ameaça.
A crítica anda colocando esse filme nas alturas, mas também não é pra tanto. Quer dizer... o Loki de Tom Hiddleston vale o ingresso! Perceba que todas as cenas dele são boas em texto e representação (e ainda tem a brincadeirinha perfeita com os Vingadores). Comenta-se fortemente que a Marvel está pensando em um filme só dele, mas nem precisa. É só ele voltar arrasando no fim da trilogia (que seria excelente se fosse a Saga de Surtur ou o Ragnarok!) porque já deixaram uma pontinha com o SPOILER desaparecimento de Odin!
Vi sérios problemas de continuidade e de enredo que até não comprometem o geral, mas mereciam cuidados. Por exemplo:
- Bifrost funcionando? Explicaram e eu perdi?
- Frigg virou ninja e mágica? No primeiro filme, foi enxotada em meia cena por um gigante de gelo e agora faz miséria? Pelo menos Rene Russo ganhou um tempo maior de cena (enquanto Sif e os Três Guerreiros estão quase a passeio).
- Aliás, já que estavam pagando horrores pela oscarizada Natalie Portman, tinham que dar mais tempo pra ela, só não precisa ser de qualquer jeito: "oops... achei o que nunca ninguém podia achar, mesmo depois de crianças brincarem o tempo todo por aqui".
- Ah... e qual é a companhia telefônica dela que tem sinal em Svartalfheim???
- Heimdall destrói uma nave com uma faquinha... o mesmo tipo de nave que esbarra em prédios e não sofre arranhões? Por que não chamaram o Wolverine, então?
- E por que as espadas brilham? Não brilhavam antes...
- Precisavam fazer o Stellan Skargard ficar nu e de cueca na maior parte de suas cenas?
- Kat Dennings continua sendo o bom alívio cômico do filme, mas transformou sua Darcy em uma cópia de sua personagem Max Black, da série 2 broke girls.
Mas não são só críticas. Ainda temos a belíssima Asgard, o interessante design de tudo relacionado aos elfos negros (de suas naves até suas frias máscaras), Chris Hemsworth cada vez mais a vontade em seu Thor (alguém já conseguiu um Mjolnir pra me dar?) e Anthony Hopkins exagerando em seu Odin. No geral, é um bom filme que parece uma ponte para outros, até para a TV.
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Que deus grego é você?
Embora tenha surgido há mais de 3 mil anos, os deuses da mitologia tem histórias e comportamentos que se tornaram símbolos do universo masculino e permanecem vivos na alma do homem contemporâneo. Descubra qual deles reflete melhor sua personalidade.
A. Entre esses animais, qual você prefere?
- Lobo.
- Raposa.
- Javali.
- Águia.
- Tartaruga.
- Golfinho.
- Cachorro.
B. Qual dessas imagens acha mais impressionante?
- Um deserto escaldante.
- Uma ventania estonteante.
- A lava de um vulcão entrando em contato com as ondas do mar.
- Raios no céu antes da tempestade.
- O topo de uma montanha no Himalaia.
- Qualquer visão do fundo do mar.
- O interior de uma caverna.
C. Para você, o apartamento ideal deve ter:
- Um terraço para tomar sol.
- Uma biblioteca, um home theater e wi-fi.
- Aparelhos de ginástica e espelhos.
- Um quarto só seu para você fazer o que quiser.
- Uma sacada ou um janelão para ver o céus estrelado e o tempo passar.
- Uma banheira enorme, ou uma jacuzzi ou uma piscina.
- Um closet.
D. Se tivesse de escolher uma dessas profissões, qual seria?
- Inventor ou Músico.
- Jornalista ou Repórter.
- Policial ou Soldado.
- Diretor executivo da sua área.
- Relojoeiro ou Motorista.
- Marinheiro ou Bombeiro.
- Detetive ou Psicólogo.
E. Como é seu estilo de se vestir?
- Casual, mas sempre com um detalhe inovador, algo que você seja o primeiro a usar e só depois vira modinha.
- Desencanado com peças coloridas que dão um ar de garoto, hipster.
- Esportivo com roupas que privilegiam o conforto e a liberdade de movimentos – e os músculos aparentes.
- Sofisticado e com uma peça ou acessório de grife para não passar despercebido.
- Básico mais para o clássico, com peças atemporais.
- Variável, com uma moda própria: em um dia, jeans e camiseta; no outro, elegância da cabeça aos pés.
- Roupas sóbrias e acessórios luxuosos, nem sempre visíveis porém caríssimos.
F. Você foi um garotinho:
- Arteiro, muito criativo e engenhoso.
- Curioso e hiperativo, vivia fazendo perguntas embaraçosas como "Por que a vovó diz que o titio é um banana?".
- Encrenqueiro e impaciente, cuja frase predileta nas brincadeiras era "Primeiro eu!", detestava perder.
- Afetuoso que adorava ser o líder na classe e nas brincadeiras.
- Organizado e esperto, escondia certa insegurança.
- Mimado, tinha que ser do seu jeito ou começava a pirraça.
- Tímido, com poucos amigos e uma paixão secreta.
G. Na vida a dois:
- Corre atrás do impossível para fazer o melhor, tudo para mostrar o quanto é apaixonado pelo seu par, mas quer reconhecimento.
- Companheiro, gosta de conversar sobre assuntos diversos (e se irrita quando o par não segue o assunto).
- É mandão, briguento, mas apaixonado, daqueles que faz barraco e sexo de reconciliação.
- É um amante incrível, mas tem dificuldade em manter compromissos.
- Não faz o gênero romântico nem é de demonstrar afeto, mas lealdade e fidelidade são seus sobrenomes.
- Quando ama, ama mesmo: é romântico e compreensivo, mas guarda mágoas.
- É ciumento, possessivo e desconfiado, mas faz tudo para quem ama.
H. Você se irrita mais com pessoas:
- Negativas
- Ignorantes.
- Medrosas.
- Desobedientes.
- Irresponsáveis.
- Insensíveis.
- Superficiais.
I. O que te deixa mal?
- Ser humilhado em público.
- Descobrir que foi enganado.
- Ter de aceitar a autoridade de quem você não respeita.
- Descobrir que alguém te desobedeceu e te prejudicou.
- Ter de voltar atrás em uma decisão errada.
- Ter de dizer "não" quando lhe pedem um favor.
- Saber que alguém descobriu um segredo seu.
J. Você acabou de conhecer alguém perfeito. O que faz?
- Joga charme abertamente, mas espera que a pessoa chegue em você.
- Tenta envolver com um papo interessante.
- Diz logo que está a fim, sem rodeios e com pegada!
- Age de acordo com as reações, sempre mudando de tática.
- Fica aguardando um sinal de interesse para se aproximar.
- Lança olhares de maior abandonado.
- Faz ar de mistério para gerar curiosidade.
RESULTADOS
Veja qual o número de suas respostas. A maioria delas irá determinar sua divindade correspondente. Empate no número de respostas indica que você tem uma personalidade complexa e que seu desafio é vivenciar de forma harmoniosa e equilibrada as características que talvez sejam destoantes.
APOLO (maioria de respostas 1): Associado ao Sol, Apolo era o deus da beleza, da música e da criatividade. Como ele, você é um homem que brilha, graças à autoconfiança, ao charme e ao alto-astral. Provavelmente, tem talento artístico. No amor, preza a sinceridade e expressa seus sentimentos com gestos grandiosos. Seus pontos fracos: dificuldade de lidar com derrotas, orgulho e tendência a se achar sempre o maioral.
HERMES (maioria de respostas 2): Mensageiro dos deuses e patrono dos comerciantes, dos viajantes e dos ladrões, Hermes tinha um dom especial para usar as palavras. Resolvia vários assuntos do Olimpo, apelando às vezes, para "jeitinhos". Como ele, você é comunicativo, inteligente, versátil e perspicaz. No amor, valoriza o diálogo e a afinidade mental com o parceiro. Seus pontos fracos: volubilidade, relutância em amadurecer e tendência a ser indiscreto.
ARES (maioria de respostas 3): Deus da guerra, Ares destacava-se pela coragem impetuosa e não trocava uma boa briga por nada. Representado como um jovem forte, era másculo e sensual. Como ele, você é competitivo, tem espírito de iniciativa e adora inovações. Tem uma sexualidade forte e, na vida a dois, gosta de pilotar a relação. Seus pontos fracos: agressividade, tendência a agir sem pensar e dificuldades de acatar ordens.
ZEUS (maioria de respostas 4): Deus mais poderoso do Olimpo, Zeus prezava o conhecimento e concedia muitas dádivas aos homens. Sedutor, divertia-se colecionando aventuras amorosas. Como ele, você é generoso, gosta de compartilhar o que sabe e tem espírito brincalhão. Quando está a fim de alguém, não mede esforços para conquistá-lo. Seus pontos fracos: atração pelos riscos desnecessários, mania de grandeza e tendência a esbanjar.
CRONOS (maioria de respostas 5): Titã do tempo, Cronos ensinou os homens a plantar e esperar a hora certa da colheita. Ao saber que seria destronado por um dos filhos, passou a devorá-los, mas perdeu o poder para Zeus. A influência dele lhe dá paciência e disciplina. Ambicioso, você joga muita energia na busca do sucesso profissional. No amor, só se solta quando tem certeza de ser correspondido. Seus pontos fracos: rigor excessivo consigo mesmo e pavor de perder o que conquistou.
POSEIDON (maioria de respostas 6): Deus dos mares, Poseidon fazia brotar fontes de água da terra com seu tridente, mas quando ficava furioso provocava terremotos e tsunamis. Ele simboliza o reino das emoções e os estados alterados de consciência. Sua influência faz de você um homem sensível, imaginativo, amante da sutileza e macho o suficiente para demonstrar o que sente. No amor, é romântico e sonhador. Seus pontos fracos: sugestionabilidade e tendência a fugir da realidade.
HADES (maioria de respostas 7): Hades governa o mundo dos mortos. Ele simboliza as profundezas do inconsciente, os desejos mais secretos, os mistérios da vida e da morte. Sua influência faz de você um homem que se atrai por tudo que é oculto ou enigmático, analisa as coisas a fundo e prefere agir nos bastidores a brilhar no palco. Para você, amor e sexo tem de ser vividos com muita intensidade. Seus pontos fracos: tendência a guardar rancor, espírito vingativo e ciúme exagerado.
(Teste feito para uma revista com consultoria de Márcia Maranhão Limongi, alterado por mim.)
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Halloween, o Dia das Bruxas
O Halloween é um evento tradicional e cultural, que ocorre basicamente em países de língua inglesa, com especial relevância nos EUA, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações dos antigos povos celtas, que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C.
Entre os meses de outubro e novembro, marcava-se o fim do verão e início do inverno, a estação da escuridão que trazia a metade mais sombria do ano. Fazia-se, então, um dos mais importantes festivais do calendário celta, o Samhain*, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro. Era um momento de inventariação e preparação para o frio: o rebanho era trazido de volta e alguns gados eram abatidos. Fogueiras eram acesas para a realização de rituais (alguns destes sugerem o envolvimento de sacrifício animal e – talvez – humano) e jogos de adivinhação que decretavam o fim da época da colheita.
No dia 31 de outubro também era celebrada a "Noite dos Mortos". Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade, sem fome ou dor. As festas eram presididas pelos sacerdotes druidas que atuavam como intermediários entre as pessoas e seus antepassados. Os espíritos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.
A invasão das Ilhas Britânicas pelos romanos (46 a.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, até que esta última desapareceu com a evangelização. Acredita-se que a Igreja Católica tenha tentado eliminar os rituais pagãos do Samhain, mudando a data do Dia de Todos os Santos (All Hallow's Day, de maio para 1º de novembro) para a véspera do Dia dos Finados (2 de novembro). Por ser uma festa importante, instituiu-se restrições de vigília no dia anterior. Inclusive, o primeiro registro do termo "Halloween" é do século XVIII, como uma contração de All Hallow's Evening, véspera de Todos os Santos.
A Igreja Católica ainda associou a data às feiticeiras e bruxas queimadas na Inquisição para aumentar os perigos de se celebrar uma data pagã. Por essa razão, os povos de língua oficial portuguesa designam este dia como "Dia das Bruxas".
HOJE
A celebração do Halloween hoje é bem distinta de suas origens celtas. É possível que a ideia de se fantasiar tenha vindo do costume celta de se mascarar no Samhain para evitar serem possuídos na Noite dos Mortos e perderem um ano inteiro de suas vidas, pois só poderiam tentar sair no próximo festival. Durante o período da Peste Negra – que dizimou perto da metade da população européia e criou entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte –, multiplicaram-se as missas pelos mortos, médicos utilizavam máscaras e roupas protetoras e muitas representações artísticas recordavam às pessoas de sua própria mortalidade. Isso intensificou o uso de fantasias na data.
Já a tradição de pedir um doce sob ameaça de fazer uma travessura (trick or treat, "doce ou travessura"), tem duas possíveis origens. Uma delas vem da Idade Média, quando, durante as festas de Todos os Santos, os pobres passavam na casa de pessoas ricas pedindo o "bolo das almas" (uma massa bem fina com recheio de frutas vermelhas ou pão molhado em suco de groselha), mas só recebiam se prometessem rezar pelos mortos daquelas famílias. A outra vem do período de perseguição protestante contra os católicos na Inglaterra, que acabou gerando a Conspiração da Pólvora e, posteriormente, a máscara de Guy Fawkes (leia mais sobre isso na Wikipedia), celebradas em novembro.
PELO MUNDO
No México, dia 1° de novembro é o "Dia dos Inocentes", no qual é celebrada a memória de crianças mortas antes de serem batizadas. À noite, as famílias se unem para comer e beber à lembrança dos mortos, esperando-os na madrugada. No dia seguinte, El Dia de los Muertos, com muita festa, desfiles e música, as pessoas levam aos túmulos tudo aquilo que o morto mais gostava. Nesse período é comum a distribuição de caveiras doces.
Na Espanha, o 31 de outubro coincide com a colheita de castanhas e abóboras, na comemoração chamada de “Castanhada”. Na Tailândia é realizada anualmente a festa Phi Ta Khon, com música e desfiles de Buda.
No Brasil, decretou-se o dia 31 de outubro como o Dia do Saci Pererê em protesto à inclusão do Halloween. Apesar desse esforço, a data anglo-saxã ainda é celebrada.
* Samhain pode significar "fim do verão" ou "fim da luz" e o nome do mês de novembro. Alguns colocavam esse período como o Ano Novo celta, mas é mais provável que esteja ligado à passagem das estações.
Entre os meses de outubro e novembro, marcava-se o fim do verão e início do inverno, a estação da escuridão que trazia a metade mais sombria do ano. Fazia-se, então, um dos mais importantes festivais do calendário celta, o Samhain*, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro. Era um momento de inventariação e preparação para o frio: o rebanho era trazido de volta e alguns gados eram abatidos. Fogueiras eram acesas para a realização de rituais (alguns destes sugerem o envolvimento de sacrifício animal e – talvez – humano) e jogos de adivinhação que decretavam o fim da época da colheita.
No dia 31 de outubro também era celebrada a "Noite dos Mortos". Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade, sem fome ou dor. As festas eram presididas pelos sacerdotes druidas que atuavam como intermediários entre as pessoas e seus antepassados. Os espíritos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.
A invasão das Ilhas Britânicas pelos romanos (46 a.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, até que esta última desapareceu com a evangelização. Acredita-se que a Igreja Católica tenha tentado eliminar os rituais pagãos do Samhain, mudando a data do Dia de Todos os Santos (All Hallow's Day, de maio para 1º de novembro) para a véspera do Dia dos Finados (2 de novembro). Por ser uma festa importante, instituiu-se restrições de vigília no dia anterior. Inclusive, o primeiro registro do termo "Halloween" é do século XVIII, como uma contração de All Hallow's Evening, véspera de Todos os Santos.
A Igreja Católica ainda associou a data às feiticeiras e bruxas queimadas na Inquisição para aumentar os perigos de se celebrar uma data pagã. Por essa razão, os povos de língua oficial portuguesa designam este dia como "Dia das Bruxas".
HOJE
A celebração do Halloween hoje é bem distinta de suas origens celtas. É possível que a ideia de se fantasiar tenha vindo do costume celta de se mascarar no Samhain para evitar serem possuídos na Noite dos Mortos e perderem um ano inteiro de suas vidas, pois só poderiam tentar sair no próximo festival. Durante o período da Peste Negra – que dizimou perto da metade da população européia e criou entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte –, multiplicaram-se as missas pelos mortos, médicos utilizavam máscaras e roupas protetoras e muitas representações artísticas recordavam às pessoas de sua própria mortalidade. Isso intensificou o uso de fantasias na data.
Já a tradição de pedir um doce sob ameaça de fazer uma travessura (trick or treat, "doce ou travessura"), tem duas possíveis origens. Uma delas vem da Idade Média, quando, durante as festas de Todos os Santos, os pobres passavam na casa de pessoas ricas pedindo o "bolo das almas" (uma massa bem fina com recheio de frutas vermelhas ou pão molhado em suco de groselha), mas só recebiam se prometessem rezar pelos mortos daquelas famílias. A outra vem do período de perseguição protestante contra os católicos na Inglaterra, que acabou gerando a Conspiração da Pólvora e, posteriormente, a máscara de Guy Fawkes (leia mais sobre isso na Wikipedia), celebradas em novembro.
PELO MUNDO
No México, dia 1° de novembro é o "Dia dos Inocentes", no qual é celebrada a memória de crianças mortas antes de serem batizadas. À noite, as famílias se unem para comer e beber à lembrança dos mortos, esperando-os na madrugada. No dia seguinte, El Dia de los Muertos, com muita festa, desfiles e música, as pessoas levam aos túmulos tudo aquilo que o morto mais gostava. Nesse período é comum a distribuição de caveiras doces.
Na Espanha, o 31 de outubro coincide com a colheita de castanhas e abóboras, na comemoração chamada de “Castanhada”. Na Tailândia é realizada anualmente a festa Phi Ta Khon, com música e desfiles de Buda.
No Brasil, decretou-se o dia 31 de outubro como o Dia do Saci Pererê em protesto à inclusão do Halloween. Apesar desse esforço, a data anglo-saxã ainda é celebrada.
* Samhain pode significar "fim do verão" ou "fim da luz" e o nome do mês de novembro. Alguns colocavam esse período como o Ano Novo celta, mas é mais provável que esteja ligado à passagem das estações.
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domingo, 27 de outubro de 2013
Jack'o Lantern
A lenda de Jack'o Lantern (Jack of the Lantern, Jack da Lanterna) surgiu a partir de um mito irlandês sobre Jack – homem alcoólatra e grosseiro, também chamado de "Jack Miserável" ou "Jack Avarento" (Stingy Jack) – que bebeu mais do que de costume em um 31 de outubro e o Diabo veio para levar sua alma. Desesperado para viver, Jack implorou por mais um copo de bebida e o Diabo, compadecido, concordou.
Fiel ao miserável em seu nome, Jack não queria pagar a sua bebida e nem possuía dinheiro para tal. Convenceu, então, o Diabo a se transformar em uma moeda que seria usada para pagar as bebidas. Mal viu a moeda sobre a mesa, Jack guardou-a em sua carteira com um fecho de prata em forma de cruz, o que impedia o Diabo de voltar para sua forma original. Sob a condição de não incomodá-lo durante um ano, Jack o soltou.
Feliz com a oportunidade, Jack resolveu mudar seu modo de agir e começou a tratar bem a esposa e os filhos, ir à igreja e até fazer caridade. Mas a mudança não durou muito. No ano seguinte, na noite de 31 de outubro, Jack estava indo para casa quando o Diabo apareceu reclamando por sua alma. Esperto como sempre, Jack convenceu o Diabo a pegar uma maçã de uma árvore como sua última refeição na Terra. O Diabo aceitou. Enquanto subia no primeiro galho, Jack pegou um canivete e desenhou uma cruz no tronco. O Diabo prometeu, então, partir por mais dez anos, mas Jack exigiu que nunca mais fosse aborrecido. O Diabo acabou aceitando e foi libertado.
Para seu azar, um ano mais tarde, Jack morreu decapitado. Deus não permitiu sua entrada no céu por causa de seus pecados em vida. Sem alternativa, foi para o inferno, onde o Diabo, ainda desconfiado e se sentindo humilhado, tinha de manter sua palavra de não ficar com a alma de Jack. Sem ter para onde ir, acabou condenado a andar na escuridão até o Juízo Final. Então, ele implorou que o Diabo acendesse brasas para iluminar seu caminho, mas só lhe deu um pequeno pedaço de carvão incandescente. Para proteger a fraca luz, o irlandês colocou o carvão dentro do buraco de um nabo esculpido e tem vagueado pela Terra desde então.
A ideia de usar um nabo surgiu com um símbolo do folclore celta, um grande nabo com uma vela espetada. Na Irlanda e na Escócia, as pessoas começaram a fazer suas próprias versões de Jack O'Lantern, esculpindo rostos assustadores em nabos e batatas e colocando-os em janelas ou portas de perto para afugentar Jack Miserável e outros espíritos errantes do mal. Na Inglaterra, grandes beterrabas são usadas.
E as abóboras afinal?
Os imigrantes destes países levaram a tradição de Jack O'Lantern com eles para os EUA. Logo descobriram que havia pouquíssimos nabos no novo continente, porém, as abóboras nativas e em abundância eram perfeitas para fazer as lanternas.
Fiel ao miserável em seu nome, Jack não queria pagar a sua bebida e nem possuía dinheiro para tal. Convenceu, então, o Diabo a se transformar em uma moeda que seria usada para pagar as bebidas. Mal viu a moeda sobre a mesa, Jack guardou-a em sua carteira com um fecho de prata em forma de cruz, o que impedia o Diabo de voltar para sua forma original. Sob a condição de não incomodá-lo durante um ano, Jack o soltou.
Feliz com a oportunidade, Jack resolveu mudar seu modo de agir e começou a tratar bem a esposa e os filhos, ir à igreja e até fazer caridade. Mas a mudança não durou muito. No ano seguinte, na noite de 31 de outubro, Jack estava indo para casa quando o Diabo apareceu reclamando por sua alma. Esperto como sempre, Jack convenceu o Diabo a pegar uma maçã de uma árvore como sua última refeição na Terra. O Diabo aceitou. Enquanto subia no primeiro galho, Jack pegou um canivete e desenhou uma cruz no tronco. O Diabo prometeu, então, partir por mais dez anos, mas Jack exigiu que nunca mais fosse aborrecido. O Diabo acabou aceitando e foi libertado.
Para seu azar, um ano mais tarde, Jack morreu decapitado. Deus não permitiu sua entrada no céu por causa de seus pecados em vida. Sem alternativa, foi para o inferno, onde o Diabo, ainda desconfiado e se sentindo humilhado, tinha de manter sua palavra de não ficar com a alma de Jack. Sem ter para onde ir, acabou condenado a andar na escuridão até o Juízo Final. Então, ele implorou que o Diabo acendesse brasas para iluminar seu caminho, mas só lhe deu um pequeno pedaço de carvão incandescente. Para proteger a fraca luz, o irlandês colocou o carvão dentro do buraco de um nabo esculpido e tem vagueado pela Terra desde então.
Ilustração de RadoJavor. |
E as abóboras afinal?
Os imigrantes destes países levaram a tradição de Jack O'Lantern com eles para os EUA. Logo descobriram que havia pouquíssimos nabos no novo continente, porém, as abóboras nativas e em abundância eram perfeitas para fazer as lanternas.
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quinta-feira, 17 de outubro de 2013
A beleza da divindade negra
O fotógrafo americano James C. Lewis – diretor criativo da Noire 3000 Studios – criou a bela série Yorùbá African Orishas para representar 20 dos mais de 400 deuses da religião nigeriana iorubá.
Pra quem não sabe, a religião da tribo nigeriana Iorubá deu origem, por intermédio do tráfico de escravos, a várias ramificações religiosas no Brasil, Jamaica, Cuba e Caribe, como a Santeria, a Umbanda e o Candomblé. Por isso, apesar do glamour das fotos, é possível perceber as semelhanças nominais e simbólicas.
PS.: Sim, tem Photoshop. E muito.
Pra quem não sabe, a religião da tribo nigeriana Iorubá deu origem, por intermédio do tráfico de escravos, a várias ramificações religiosas no Brasil, Jamaica, Cuba e Caribe, como a Santeria, a Umbanda e o Candomblé. Por isso, apesar do glamour das fotos, é possível perceber as semelhanças nominais e simbólicas.
PS.: Sim, tem Photoshop. E muito.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
São Cosme e São Damião
Hoje é dia de São Cosme e São Damião, os famosos santos gêmeos ligados aos doces. Também são considerados no Brasil os santos padroeiros dos farmacêuticos e médicos e, é claro, das crianças.
Há relatos que iniciam sua história no Oriente, filhos de uma família nobre e cristã, no século III. Seus nomes verdadeiros seriam Acta e Passio, e não se sabe se eram gêmeos. Desde de muito pequenos questionavam a existência de um único Deus responsável por cuidar de todos. A partir dessa dúvida, passaram a curar animais. Mais tarde, conheceram um homem chamado Levi que mostrou formas diferentes de cura e foram capazes de fazer um transplante e um homem voltar a andar. Estudaram, então, na Síria – um, Medicina, e o outro, Farmácia – e foram praticar na Egéia e na Ásia Menor. Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder", unindo fé e ciência. Com isso, seus tratamentos e curas a doentes, muitas vezes à beira da morte, eram vistos como verdadeiros milagres.
Um certo dia, os santos foram chamados para atender Paládia, uma senhora acometida de uma doença incurável a quem todos os médicos recusaram-se a tratar. Pela fé, oração e conhecimentos dos irmãos, em pouco tempo a senhora levantou-se de seu leito, com perfeita saúde, para agradecer a Deus. Desejando recompensar seus médicos de algum modo, Paládia presenteou Passio com três ovos, dizendo "Aceite este pequeno presente em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Ao ouvir o nome da Santíssima Trindade, o santo médico não ousou recusar o presente. No entanto, quando Acta soube o que acontecera, entristeceu-se, pois seu irmão teria quebrado o voto de caridade.
Há várias versões para suas mortes, mas nenhuma comprovada por documentos históricos. Um relato diz que teriam despertado a ira do Imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão, que exigiu que ambos fossem amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e de serem inimigos dos deuses romanos. Outra versão diz que, na primeira tentativa de matá-los, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram decapitados. Muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, que foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), a pedido do Imperador Justiniano, na Basílica no Fórum de Roma.
As imagens dos santos ainda criança se referem a outra lenda: existia num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles que em troca pediam doces, balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximo a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão. Pedia sempre a Deus que o levasse para perto do irmão, até que, sensibilizado pelo pedido, Deus resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisavam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
Alguns estudiosos de mitologia grega concentram seus esforços para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos de Zeus, Castor e Pólux.
Nas religiões afro-brasileiras, São Cosme e São Damião são associados aos ibejis, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. Estas religiões os celebram enfeitando seus templos com bandeirolas e alegres desenhos, tendo-se o costume – principalmente no Rio de Janeiro – de dar doces e brinquedos às crianças que lotam as ruas em busca dos agrados. Na Bahia, as pessoas comemoram oferecendo caruru, vatapá, doces e pipoca para a vizinhança.
É HOJE MESMO?
A Igreja Católica Apostólica Romana, até 1969, celebrava a festa dos santos no dia 27 de setembro. Porém, São Vicente de Paulo era celebrado no mesmo dia e tinha a data de 27 de setembro como certa de sua morte, enquanto não se tinha certeza da data de morte dos gêmeos. Então, com a reforma litúrgica, passou-se a comemorá-los no dia 26. Ainda assim, católicos tradicionalistas, devotos mais antigos e as religiões afro-brasileiras continuam a comemorá-los no dia 27.
Três pares de santos Cosme e Damião são celebrados pela Igreja Ortodoxa. O mais comumente associado aos santos médicos da Síria é celebrado em 1º de novembro como Santos Cosme e Damião da Ásia Menor. Mas há uma celebração em 17 de outubro dos Santos Cosme e Damião da Cilícia, e outra em 1º de julho dos Santos Cosme e Damião de Roma. Os três pares são da classe dos santos anárgiros ("desapegados do dinheiro").
Há relatos que iniciam sua história no Oriente, filhos de uma família nobre e cristã, no século III. Seus nomes verdadeiros seriam Acta e Passio, e não se sabe se eram gêmeos. Desde de muito pequenos questionavam a existência de um único Deus responsável por cuidar de todos. A partir dessa dúvida, passaram a curar animais. Mais tarde, conheceram um homem chamado Levi que mostrou formas diferentes de cura e foram capazes de fazer um transplante e um homem voltar a andar. Estudaram, então, na Síria – um, Medicina, e o outro, Farmácia – e foram praticar na Egéia e na Ásia Menor. Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder", unindo fé e ciência. Com isso, seus tratamentos e curas a doentes, muitas vezes à beira da morte, eram vistos como verdadeiros milagres.
Um certo dia, os santos foram chamados para atender Paládia, uma senhora acometida de uma doença incurável a quem todos os médicos recusaram-se a tratar. Pela fé, oração e conhecimentos dos irmãos, em pouco tempo a senhora levantou-se de seu leito, com perfeita saúde, para agradecer a Deus. Desejando recompensar seus médicos de algum modo, Paládia presenteou Passio com três ovos, dizendo "Aceite este pequeno presente em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Ao ouvir o nome da Santíssima Trindade, o santo médico não ousou recusar o presente. No entanto, quando Acta soube o que acontecera, entristeceu-se, pois seu irmão teria quebrado o voto de caridade.
Há várias versões para suas mortes, mas nenhuma comprovada por documentos históricos. Um relato diz que teriam despertado a ira do Imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão, que exigiu que ambos fossem amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e de serem inimigos dos deuses romanos. Outra versão diz que, na primeira tentativa de matá-los, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram decapitados. Muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, que foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), a pedido do Imperador Justiniano, na Basílica no Fórum de Roma.
As imagens dos santos ainda criança se referem a outra lenda: existia num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles que em troca pediam doces, balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximo a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão. Pedia sempre a Deus que o levasse para perto do irmão, até que, sensibilizado pelo pedido, Deus resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisavam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
Alguns estudiosos de mitologia grega concentram seus esforços para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos de Zeus, Castor e Pólux.
Nas religiões afro-brasileiras, São Cosme e São Damião são associados aos ibejis, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. Estas religiões os celebram enfeitando seus templos com bandeirolas e alegres desenhos, tendo-se o costume – principalmente no Rio de Janeiro – de dar doces e brinquedos às crianças que lotam as ruas em busca dos agrados. Na Bahia, as pessoas comemoram oferecendo caruru, vatapá, doces e pipoca para a vizinhança.
É HOJE MESMO?
A Igreja Católica Apostólica Romana, até 1969, celebrava a festa dos santos no dia 27 de setembro. Porém, São Vicente de Paulo era celebrado no mesmo dia e tinha a data de 27 de setembro como certa de sua morte, enquanto não se tinha certeza da data de morte dos gêmeos. Então, com a reforma litúrgica, passou-se a comemorá-los no dia 26. Ainda assim, católicos tradicionalistas, devotos mais antigos e as religiões afro-brasileiras continuam a comemorá-los no dia 27.
Três pares de santos Cosme e Damião são celebrados pela Igreja Ortodoxa. O mais comumente associado aos santos médicos da Síria é celebrado em 1º de novembro como Santos Cosme e Damião da Ásia Menor. Mas há uma celebração em 17 de outubro dos Santos Cosme e Damião da Cilícia, e outra em 1º de julho dos Santos Cosme e Damião de Roma. Os três pares são da classe dos santos anárgiros ("desapegados do dinheiro").
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segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Lá e de volta outra vez!
Calma, pessoal... esse título não significa que vou passar a falar de hobbits*... pelo menos não ainda! É que tenho estado super atarefado e com pouco tempo de criar as postagens sobre divindades da forma que gosto. Nem consegui comentar o filme Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of monsters, 2013) – mas já peguei o livro para ler novamente e fazer mais uma série Desvendando Percy Jackson!
Para os que estão sentindo falta, entrem na página do Facebook, pois lá eu ainda consigo compartilhar informações sobre entretenimento mitológico, matérias sobre o assunto e até as tirinha maravilhosas de Um sábado qualquer.
Curtam!
* Pra quem não entendeu: o título deste post é o nome do livro de Bilbo Baggins que inicia o Senhor dos Anéis, onde ele conta suas aventuras. Provavelmente será o título do filme que encerra a trilogia do Hobbit nos cinemas.
Para os que estão sentindo falta, entrem na página do Facebook, pois lá eu ainda consigo compartilhar informações sobre entretenimento mitológico, matérias sobre o assunto e até as tirinha maravilhosas de Um sábado qualquer.
Curtam!
* Pra quem não entendeu: o título deste post é o nome do livro de Bilbo Baggins que inicia o Senhor dos Anéis, onde ele conta suas aventuras. Provavelmente será o título do filme que encerra a trilogia do Hobbit nos cinemas.
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Mitologia escandinava ou nórdica?
Por ser uma região puramente histórico-geográfica, a Escandinávia não corresponde a nenhuma fronteira política definida. Devido às sucessivas vagas de glaciação, a Escandinávia foi repetidamente despovoada e desprovida de fauna e flora terrestres ao longo do tempo. Os estudiosos a apontam como a terra de origem de uma parte dos povos germânicos e dos vikings. O uso do termo é muitas vezes incerto, ora incluindo, ora excluindo países vizinhos da Península Escandinava, que abrange a Suécia, a Noruega e a Dinamarca. O termo pode também abranger a Finlândia (Fino-Escandinávia) e, mais raramente, as Ilhas Faroé (ainda território dinamarquês) e a Islândia.
O termo Escandinávia é por vezes utilizado como sinônimo para os Países Nórdicos, embora dentro desses países os termos sejam considerados distintos. Em contraste com essa incerteza de países quanto ao termo Escandinávia, a expressão Países Nórdicos é sempre empregada para referir o conjunto de países da Europa Setentrional e do Atlântico Norte formado por: Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Ilhas Faroé, Groenlândia (nação dinamarquesa autônoma), Svalbard (arquipélago ártico norueguês) e Aland (arquipélago finlandês autônomo).
Desde a sua independência da União Soviética em 1991, a Estônia também se apresenta como um país nórdico, apesar de ser geralmente considerado um dos países bálticos. O povo estoniano é íntima e etnicamente ligado aos finlandeses e fala um idioma similar ao finlandês. O pais tem ligações culturais e históricas também com a Suécia e a Dinamarca.
Com essa explicação, ratifico minha opção por manter o termo Mitologia Escandinava aqui no blog, por mais que usar "Mitologia Nórdica" pareça mais completo. Se analisarmos bem, os arquipélagos incluídos nos países nórdicos estão ligados aos cinco estados-nação principais (foto). Além disso, este blog aborda separadamente a Mitologia Finlandesa e do Ártico (através dos Inuítes, onde a Groenlândia aparece), por suas diferenças culturais.
O termo Escandinávia é por vezes utilizado como sinônimo para os Países Nórdicos, embora dentro desses países os termos sejam considerados distintos. Em contraste com essa incerteza de países quanto ao termo Escandinávia, a expressão Países Nórdicos é sempre empregada para referir o conjunto de países da Europa Setentrional e do Atlântico Norte formado por: Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Ilhas Faroé, Groenlândia (nação dinamarquesa autônoma), Svalbard (arquipélago ártico norueguês) e Aland (arquipélago finlandês autônomo).
Desde a sua independência da União Soviética em 1991, a Estônia também se apresenta como um país nórdico, apesar de ser geralmente considerado um dos países bálticos. O povo estoniano é íntima e etnicamente ligado aos finlandeses e fala um idioma similar ao finlandês. O pais tem ligações culturais e históricas também com a Suécia e a Dinamarca.
Bandeiras da Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e Dinamarca. |
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domingo, 25 de agosto de 2013
Muito mais folclore nacional
Folhinha ainda está aproveitando o mês de agosto para falar sobre o folclore brasileiro. Dessa vez, foram selecionadas alguns mais desconhecidos.
"Os seres fantásticos do folclore brasileiro são mais vivos onde as pessoas não vão tanto à escola. Nas cidades, onde é maior o estudo, esses mitos são deixados para trás. É uma perda irrecuperável", diz Ricardo Azevedo, que já escreveu diversos livros infanto juvenis sobre cultura popular. A escritora Heloisa Prieto conta que "uma das maneiras de preservar essa tradição é a literatura. Desde a Grécia antiga, transforma-se lendas orais em livros. Neles podemos ter imagens, textos e cantigas de roda."
Vejam nesta postagem as ilustrações de Roger Mello, que já foi finalista do prêmio Andersen, o principal da literatura infantil, para a matéria original.
"Os seres fantásticos do folclore brasileiro são mais vivos onde as pessoas não vão tanto à escola. Nas cidades, onde é maior o estudo, esses mitos são deixados para trás. É uma perda irrecuperável", diz Ricardo Azevedo, que já escreveu diversos livros infanto juvenis sobre cultura popular. A escritora Heloisa Prieto conta que "uma das maneiras de preservar essa tradição é a literatura. Desde a Grécia antiga, transforma-se lendas orais em livros. Neles podemos ter imagens, textos e cantigas de roda."
Vejam nesta postagem as ilustrações de Roger Mello, que já foi finalista do prêmio Andersen, o principal da literatura infantil, para a matéria original.
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