quarta-feira, 9 de julho de 2014

Hipnos e a corte dos sonhos

Hipnos é a personificação do sono e da sonolência na mitologia grega. Segundo a Teogonia de Hesíodo, era filho de Nyx, sem pai; segundo o pseudo-Higino, era filho de Nyx com Érebo.

Noite e Sono, tela de Evelyn de Morgan (1878)

Nos poemas homéricos, Hipnos habita a ilha de Lemnos, mas Virgílio o deslocou para os Infernos e Ovídio para o país dos Cimérios, às bordas do reino dos mortos. Nesta concepção, residia em um palácio construído em uma remota caverna próxima ao Rio Lete (esquecimento) no Érebo, a terra da escuridão eterna, além dos portões do sol nascente. Lá vivia com seu irmão gêmeo Thanatos (a morte). Por ser irmão da morte e viver no reino de Hades, Hipnos estava também ligado ao coma (kõma é "sono profundo" em grego) e vícios profundos.

Sono e Morte, tela de John William Waterhouse (1874)

Às vezes mostrado adormecido em um leito de penas com cortinas negras à volta, seus atributos incluíam um chifre contendo ópio, um talo de papoula e outras plantas hipnóticas, um ramo gotejando água do rio Lete e uma tocha invertida. Costumava ser visto trajando peças douradas enquanto seu irmão gêmeo normalmente usava tons prateados. Também foi retratado como um jovem nu dotado de asas nas têmporas, tocando flauta com a qual adormecia os homens, com um rastro de névoa por onde passava. Em alguns casos, era um senhor com asas nas costas e se vestia como sua mãe, com um robe negro incrustado de estrelas e uma coroa de papoulas. Somnus (ou Sopor) é sua contraparte romana.

Hipnos está envolvido em alguns mitos gregos:
  • Endimião, sentenciado por Zeus ao sono eterno, recebeu de Hipnos o dom de dormir com os olhos abertos para poder ver constantemente sua amada Selene, deusa da lua. Em outra versão dessa história, assombrado pela beleza de Endimião, Hipnos o fez dormir de olhos abertos para poder admirar constantemente seu rosto.
  • Já precisou adormecer Zeus em duas ocasiões a pedido de Hera: certa vez para causar problemas a Hércules e, em outra, para ajudar os aqueus na Guerra de Troia. O grande deus ficou furioso e ameaçou jogá-lo ao mar. Hipnos se transformou em um besouro (ou num marimbondo) para fugir, mas, com receio de enfurecer Nyx, Zeus conteve sua fúria.

De Hipnos provem a hipnose, um estado alterado e temporário de atenção, que pode ser induzido, possibilitando fenômenos espontâneos como em resposta a estímulos verbais ou de outra natureza, como toques ou sons. Durante muito tempo se confundia a hipnose com o sono, devido ao relaxamento físico enquanto a pessoa está em transe.

Para Hesíodo e o pseudo-Higino, Hipnos também é irmão dos Oniros (ou Oneiroi), os Mil Sonhos, enquanto para Ovídio, ele é o seu pai com a graça bastarda Pasítea (deusa da alucinação, da meditação e do relaxamento, prometida a ele por Hera, mãe da graça com Dioniso). Toda noite Hipnos se erguia no cortejo de sua mãe Nyx, tendo Aergia (deusa da indolência e da preguiça) na sua frente e os oniros voando como morcegos através de dois portais: do feito de chifre, saíam os sonhos proféticos enviados pelos deuses; do feito de marfim, saíam os sonhos falsos e sem sentido, além dos pesadelos (melas oneiros, "sonho negro").

Morfeu, Fântaso e Íris,
tela de Pierre-Narcisse Guérin (1810)
Morfeu era o líder dos Oniros, também chamado de deus dos sonhos, porque dava forma a eles e os indicava o caminho. Às vezes, adotava uma aparência humana especialmente igual aos entes queridos, permitindo aos mortais fugir por um momento do olhar dos deuses. Era o principal serviçal de Hipnos, impedindo que ruídos o acordassem. Dormia em uma cama de ébano, rodeado de flores de dormideira, que continha alcaloides de efeitos sedantes e narcóticos. Era representado com asas, voava rápido e silenciosamente, lhe permitindo chegar em qualquer lugar e a qualquer momento. Inadvertidamente, Morfeu revelou segredos aos mortais através de seus sonhos, e por isso foi fulminado por Zeus. Do seu nome procede o nome da droga morfina, por suas propriedades que induz à sonolência e tem efeitos análogos ao sonho.

De todos os oniros, três eram responsáveis por distribuir os sonhos a quem dormia: Icelos (sonhos humanos e plausíveis), Fântaso (sonhos simbólicos e objetos inanimados) e Fobetor ("O Temível", responsável por medos noturnos, pesadelos e animais). A única mulher, Fantasia, distribuía os sonhos e devaneios aos acordados ou à beira da morte.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Desvendando PJ: Livro 2 - Capítulos 16 a 20

Chegamos a parte final e não dá pra colocar "Livro X Filme" porque os caminhos são diferentes, mesmo acabando de forma igual.

NO LIVRO
Percy e Tyson enfrentam juntos Polifemo. Nossos heróis fogem no navio controlado por Percy, mas Polifemo consegue afundá-lo. Eles são salvos pelos hipocampos, que os levam para Miami. Lá são cercados por Luke e seus comparsas. Enquanto Clarisse leva o velocino para o acampamento, Percy engana o vilão fazendo-o contar todos os seus planos de libertação de Cronos quando ele tinha feito uma mensagem de Íris para o acampamento. Luke, então, ataca Percy, que acaba salvo por Quíron e seus amigos centauros. Vale lembrar que Quíron tinha sido demitido do acampamento e estava em férias com seus primos. De volta ao acampamento, Clarisse é considerada a heroína, mas dá o devido valor a Percy. Tyson não fica no acampamento: vai fazer um estágio nas forjas de Hefesto. O velocino cura a árvore e recupera a barreira protetora do acampamento. Durante um novo campeonato de bigas – que Percy vence – Thalia volta à vida.

NO FILME
Como Luke cercou os heróis e "matou" Tyson na saída da caverna de Polifemo, ele ficou com o velocino. Num descampado, ele utiliza o velocino no caixão de Cronos e o titã volta à vida. Os heróis que estavam presos conseguem escapar com ajuda de Tyson (que "volta" dos mortos) e enfrentam Luke e os outros alunos. Apenas Contracorrente, a espada de bronze celestial de Percy, consegue ferir Cronos e – é claro – que ele consegue devolver o titã para o caixão. O tal monstro-manticora "mata" Annabeth, que volta com uma ajudinha do velocino. Luke acaba nas mãos de Polifemo, enquanto nossos heróis voltam para o acampamento e a história segue como o livro: sem as bigas, mas com Clarisse como a heroína e o velocino restaurando a barreira protetora e a vida de Thalia.

SOBRE MITOLOGIA...
Odisseia, Velocino e Titanomaquia: a gente se vê por aqui! (um dia...)

***

Assim acaba esse novo "Desvendando" que ficou super confuso porque os filmes seguiram caminhos bem diferentes para chegar do ponto A ao ponto B. Releiam aqui as partes I, II e III antes dessa.

O filme deixou o gancho de Thalia para uma sequência, mas não tenho ouvido nada sobre esse assunto. Até acredito que não vá ocorrer porque os atores estão ficando mais velhos e mais desinteressados nessa franquia cinematográfica. Mesmo assim, as aventuras de Percy Jackson continuam fazendo sucesso: o último livro da segunda saga está pra sair ("Sangue do Olimpo") e um musical está sendo ensaiado!

sábado, 14 de junho de 2014

Desvendando PJ: Livro 2 - Capítulos 11 a 15

Ainda tô tentando... já foi metade, falta a outra metade. (Primeira Parte / Segunda Parte). Vamos lá...

LIVRO vs. FILME
  • Nossos heróis começam aqui a enfrentar os desafios do Mar de Monstros: Caríbdis, o redemoinho (que no filme tem dentes e no livro usa aparelho), Scila, a ninfa monstruosa (que no livro parece uma hidra e no filme não aparece) e sereias (excluídas no filme). Após passar por eles chegam a Circelândia, onde precisam enfrentar a bruxa Circe e Percy chega ser transformado em um hamster! Isso foi totalmente cortado no filme, pois eles são engolidos pelo redemoinho, encontram o navio de Clarisse e fogem dando uma gastrite explosiva nele. Depois eles chegam à ilha de Polifemo, que parece um parque de diversões.
  • No livro, chegar na caverna de Polifemo, relembra bem a história de Ulisses, que entra na caverna escondido nos carneiros e usa a tática do "ninguém". O filme é bem direto, sem carneiros e com o retorno de Grover à trama.
  • No livro, Tyson é dado como morto depois que o navio de Clarisse explode. Por ser protegido do fogo e filho de Poseidon, Tyson sobrevive e reaparece para salvar os heróis de Polifemo. No filme, o navio não explode e Tyson é dado como morto depois de enfrentar Polifemo e levar uma flechada dos capangas de Luke. Como ele caiu de um precipício dentro da água, se curou e sobreviveu.
NA MITOLOGIA...
  • Essa história traz uma releitura da Odisseia inserindo a busca de Jasão pelo Velocino de ouro. Caribdis, Scila, Circe, sereias, Polifemo e seus carneiros fazem parte da tentativa de Ulisses retornar pra casa após a Guerra de Troia. Talvez tenham sido os carneiros que fizeram o elo de ligação com o velocino, mas não existiam os "carneiros-piranhas" descritos no livro.
Tá chegando o fim dessa salada... oops... saga!

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Desvendando PJ: Livro 2 - Capítulos 6 a 10

Continuando sem corrida de bigas fica difícil, mas vamos lá... Sugiro ler o post anterior para entender melhor.

LIVRO vs. FILME
  • No livro, Grover não participa de grande parte da aventura porque desde o início está preso na ilha de Polifemo. O elo empático de Percy com Grover é constante no livro, com o jovem herói ciente do problema de seu guardião sátiro. No filme, Grover começa a aventura ao lado dos jovens semideuses. Ele só se separa do grupo quando é sequestrado por Luke para ser a bússola até o Velocino.
  • Como não tem corrida de bigas no filme (acho que foi substituída por um brinquedo idiota), toda a parte que Percy treina equitação em Pégaso e depois enfrenta os Pássaros da Estinfália é suprimida.
  • O filme pula logo para a parte que Clarisse (e um sátiro desconhecido) é escolhida para ser a responsável pela missão. No livro, ela é escolhida por Tântalo (o novo diretor que não está no filme, que usa Dioniso) de propósito, só para contrariar Percy. Fala-se muito sobre Jasão, os Argonautas e o Triângulo das Bermudas.
  • Nesse filme aparece pela primeira vez o Oráculo com a profecia dos dezesseis anos, que insere a presença de Cronos (já se sabia dele desde o primeiro livro).
  • Após o Oráculo, Percy, Annabeth, Grover e Tyson decidem fugir em missão para o filme ter sentido. Eles usam o táxi das Irmãs Cinzentas, Grover é sequestrado e os heróis entram em um correio local para encontrar Hermes, o mensageiro dos deuses, como dono da UPS. Dentro do correio, Hermes fica sabendo de tudo que Luke fez no primeiro filme e dá alguns suprimentos aos heróis. Como o livro gira de outra forma, vou tentar localizar esses acontecimentos: o Oráculo não aparece, mas a profecia é dita a seguir; o táxi é usado para chegar ao acampamento logo no início; sobre Grover já expliquei lá em cima; e Hermes aparece para Percy no acampamento logo depois da corrida de bigas, dá s suprimentos e sugere que ele fuja do acampamento para resolver a situação.
  • O belo hipocampo que aparece no filme para levá-los ao navio de Luke é multiplicado por três do livro! Arco-Íris é o nome que Tyson dá para o seu "cavalinho".
  • É no navio cheio de monstros (lestrigões, dracaenaes, Agrios e Oreios) descrito pelo livro que Percy fica sabendo da profecia dos dezesseis anos. Luke conta, mostra o caixão de Cronos e revela seus planos de trazê-lo de volta à vida com o Velocino. Tirando o fato de só ter um monstrinho (não identificado... uma manticora?) no filme, essa parte está bem próxima ao livro. Inclusive o fato dos heróis escaparem por conta dos poderes ampliados de Percy, que aos poucos vai aprendendo ainda mais sobre eles.
  • Os ventos usados como motores do bote aparecem em ambas as mídias.
  • Ao chegar em terra, o livro diz que Percy, Annabeth e Tyson ainda enfrentam uma hidra. O filme prefere levá-los direto para o Triângulo das Bermudas.

SOBRE MITOLOGIA...
  • Em ambas as mídias fala-se de uma atração natural dos sátiros pelo Velocino da qual eu nunca ouvi falar. Talvez por sátiros serem caprinos (bodes) e o velocino ser ovino (lã de ovelha)...
  • Sobre Jasão, os Argonautas e o próprio Velocino, vou deixar pra falar em uma postagem maior.
  • Os Pássaros da Estinfália são os mesmo derrotados por Hércules e estão bem descritos no livro. As dracaenaes também. Pena que não apareceram no filme. O livro ainda cita Éris, Esculápio e Prometeu.
  • Quando vai consultar o Oráculo, Percy descobre uma versão totalmente errada da Titanomaquia, a Batalha dos Titãs, onde Zeus, Poseidon e Hades sobrevivem ao canibalismo de seu pai Cronos e o derrotam. Não foi bem assim: Poseidon e Hades são engolidos e somente Zeus escapa através de uma artimanha de sua mãe Réa.
  • Os irmãos gêmeos Agrios e Oreios não são misturas de homem com urso, só porque Afrodite enfeitiçou a mãe deles para que se apaixonasse por um animal.

Vou te dizer que está bem complicado de cruzar as mídias. É como se duas pessoas estivessem contando a mesma história, cada um da forma que acha melhor (e não deixa de ser isso mesmo!).

terça-feira, 13 de maio de 2014

Desvendando PJ: Livro 2 - Capítulos 1 a 5

Olha... vai ser um pouco mais complicado do que eu imaginava: o filme e o livro são bem distintos. Os personagens principais estão lá... a temática está lá... mas o desenrolar da história é bem diferente. Até mesmo na velocidade das ações, já que o filme parece se desenrolar em pouquíssimos dias, o livro gira em torno de quase um mês (ou mais). Mas vamos lá... tentarei reduzir ao máximo os spoilers (mesmo achando impossível fazer isso). Espero que vocês tenham lido o livro e visto o filme.
E foi assim que eu comecei a desvendar o Ladrão de Raios... e será assim com o Mar de Monstros. Nem sei se terei como fazer a cada três capítulos porque temos alguns fatores a considerar:
  1. O primeiro filme ignora toda história de Cronos que é o cerne de toda saga nos livros. No novo filme inseriram Cronos e finalizaram o filme com uma ponta para o terceiro.
  2. Dessa vez, não preciso inserir tantas descrições de personagens, porque já o fiz anteriormente.
É válido lembrar o seguinte: esse livro se baseia em duas grandes aventuras da mitologia grega: a Odisseia (poema épico de Homero que conta a viagem cheia de perigos marítimos de Ulisses de volta para casa após a Guerra de Troia) e os Argonautas (a saga de Jasão em busca do Velocino de Ouro).

LIVRO vs. FILME
  • O livro começa com Percy em casa, com mãe fazendo comida azul e mais problemas na escola, como um jogo de queimadas contra Lestrigões. Percy recebe ajuda de Annabeth que usa um boné de invisibilidade e Tyson surge nesse momento. O filme começa revelando já de cara a história da chegada de Luke, Thalia e Annabeth no acampamento... e como Thalia virou a árvore que protege o acampamento. Depois vem uma disputa entre os alunos só pra introduzir Clarisse, a filha de Ares. Tyson entra no acampamento porque Poseidon o manda pra lá (essa história é um motion comic nos extras do filme). E nada de Lestrigões no filme.
  • O táxi das Irmãs Cinzentas (a Carruagem da Danação) aparece no livro para levar Percy, Annabeth e Tyson para o acampamento depois da batalha com os Lestrigões. O veículo surge do asfalto depois que Annabeth joga um dracma no chão. No filme, o táxi aparece para ajudar Percy, Annabeth, Tyson e Grover para fora do acampamento, depois que a garota assobia... isso já muda o ritmo da história. As coordenadas são realmente dadas pelas velhas em ambos as situações. Elas tem um olho e um dente no livro, mas no filme só disputam o olho.
  • No livro, são dois touros de Colchis que invadem o acampamento: um é derrotado por Clarisse e o outro por Tyson que, ao ser atacado pelo fogo do animal de bronze, revela-se a todos como um ciclope. No filme, apenas um touro ataca. Todos já sabem que Tyson é um ciclope, mas ele surpreende por sua força e por nascer queimado. Quem derrota o touro é Percy.
  • Os touros entraram porque a árvore de Thalia foi envenenada e a proteção do acampamento enfraqueceu. Quíron é despedido no livro e Dioniso afastado do cargo de diretor, sendo ambos substituídos por Tântalo, que institui corridas de biga entre os alunos. Nada de Tântalo ou bigas no cinema. Ah... e nem Quíron nem Dioniso saem do filme. A maldição de Tântalo sobrou pra Dioniso.

SOBRE MITOLOGIA...
  • Lestrigões são realmente gigantes canibais. Eles estão presentes na Odisseia.
  • É estranho quando Dionísio e Quíron aparentam não saber que Tyson é filho de Poseidon, quando isso é óbvio: Cíclopes SÃO filhos do deus do mar com uma ninfa. E sua resistência ao fogo também é fato, uma vez que são responsáveis pelas forjas vulcânicas de Hefesto. Mas nunca ouvi falar em telepatia marinha para esses seres mitológicos.
  • A maldição de Tântalo é jamais saciar sua fome ou sede. Por isso que Dioniso não consegue beber seus vinhos no filme.
  • As Irmãs Cinzentas são as Greias da saga de Perseu. Elas realmente dividem um olho e um dente. Seus nomes são Dino, Ênio e Péfredo (e não Ira, Vespa e Tempestade).
  • Os touros de Colchis são os dois touros da Cólquida que fazem parte da busca de Jasão pelo Velocino de Ouro. Na Cólquida, Jasão precisava cumprir a seguinte tarefa: lavrar um campo com dois touros monstruosos e indomados, de cascos de bronze e que expeliam fogo pelas narinas, oferecidos por Hefesto, e, em seguida, semear o campo lavrado com dentes de um dragão!

Esses são os primeiros (confusos) cinco capítulos. Juntar Perseu, Jasão, Ulisses e a Titanomaquia numa história adolescente é brabo! Com o tempo, todos esse mitos serão abordados por aqui.

sábado, 10 de maio de 2014

Desvendando Percy Jackson e o Mar de Monstros...

Vi o filme Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters, 2013) quando saiu, mas não tive tempo de escrever meus comentários. Então, aproveitei pra reler o livro para poder fazer mais um "desvendando" por aqui com o cruzamento entre as informações mitológicas dadas.

Sempre é importante lembrar que um filme vindo de um livro é um roteiro adaptado, ou seja,nunca será exatamente o que foi escrito. Fora isso, por ser uma sequência, além de adaptar o que Rick Riordan escreveu, os roteiristas tinham que pensar a partir do universo criado no primeiro filme.

Farei como antes: colocarei por grupos de capítulos e aprenderemos um pouco mais sobre a mitologia grega. Veja o primeiro, do Ladrõa de Raios, aqui.

sábado, 26 de abril de 2014

Reza


Deus me proteja da sua inveja / Deus me defenda da sua macumba / Deus me salve da sua praga / Deus me ajude da sua raiva / Deus me imunize do seu veneno / Deus me poupe do seu fim (2x)
Deus me proteja da sua inveja / Deus me defenda da sua macumba / Deus me salve da sua praga / Deus me ajude da sua raiva / Deus me imunize do seu veneno / Deus me poupe do seu fim
Deus me acompanhe / Deus me ampare / Deus me levante / Deus me dê força / Deus me perdoe por querer / Que Deus me livre e guarde de você (2x)
Deus me perdoe por querer / Que Deus me livre e guarde de você...
Mantra diário...

sábado, 19 de abril de 2014

Dia do Índio

Índia Kayapó
Não podemos esquecer desse dia que comemora àqueles que são a essência do nosso país: os Índios Brasileiros.
Mas primeiro... vamos entender uma coisa: ÍNDIO É UMA PALAVRA ERRADA! Explicando: quando Cristóvão Colombo chegou ao continente americano, achou que tinha chegado às Índias e, assim, denominou todos os povos nativos como "índios". Entenda: os nativos do Brasil não se chamavam de "índios", muito menos os nativos das planícies norte-americanas. Esse termo eurocêntrico está caindo em desuso nas últimas décadas. O correto seria chamar de povos autóctones ou povos nativos, porém, os termos "índio" e "indígenas" já estão enraizados em todos os idiomas.

Em abril de 1940, os principais líderes autóctones do continente americano se reuniram para o 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. O objetivo era discutir ações que zelassem pelos direitos dos povos nativos. Porém, muitos líderes boicotaram os primeiros dias do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos "homens brancos". Depois de algumas reuniões, eles decidiram que o Congresso representava um importante momento histórico, e resolveram participar, criando assim o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos povos nativos em toda a América.

O Congresso também aprovou uma recomendação de delegados "indígenas" do Panamá, Chile, Estados Unidos e México, que pedia a adoção do Dia do Índio pelos governos de todos os países americanos. O dia proposto foi 19 de abril, data em que acabou sendo realizada a reunião. O Brasil não adotou a data comemorativa imediatamente: somente em 2 de junho de 1943, após intervenção do Marechal Rondon, o então presidente Getúlio Vargas, por meio do decreto-lei 5.540, instituiu a data, cumprindo a proposta do Congresso. Desde então, nosso país celebra a data com atividades educacionais e divulgação sobre o povo nativo brasileiro. Escolas e instituições culturais promovem ações e palestras para lembrar a importância desses povos para a formação da cultura brasileira e preservar as tradições e a identidade dos "índios".

No entanto, a data não colou pelo mundo. Somente Argentina e Costa Rica adotaram. Em 1994, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) instituiu o Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado todo 9 de agosto. Em 2019, a organização comemora o Ano Internacional das Línguas Indígenas.

Aproveitem para conhecer o Museu do Índio no Rio de Janeiro e para dar uma passeada aqui no blog para saber mais sobre nossa cultura na lupa de Mitologia Brasileira (aí do lado) ou vá direto em alguns verbetes dedicados à mitologia "indígena" brasileira, como o protetor Anhangá, as lendas do Guaraná, nossa sereia Iara e a lua Jaci. Você também pode conhecer mais sobre o famoso ritual Quarup, entre outros.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Já que estamos na Páscoa...

Vamos relembrar o que já falei por aqui sobre o assunto:
  • Você sabe da onde veio essa história de Ovo de Páscoa? DAQUI!
  • E você sabia que isso tem a ver com uma deusa babilônica? Não? VEJA SÓ!
  • Até mesmo nossos índios brasileiros fazem um ritual famoso com algumas semelhanças, sabia?
  • Sem contar o Carnaval, que tem tudo a ver com a Páscoa... certo?
  • E o que um Coelho tem a ver com isso tudo afinal??? Leia AQUI.
  • O Coelhinho da Páscoa já virou guerreiro protetor das crianças em uma animação. Se não sabia, clique AQUI.
  • Mas você sabe o que é mais importante na Páscoa, né? CHOCOLATE!!!

terça-feira, 15 de abril de 2014

Lua de Sangue

Lua Azul... Super Lua... e agora Lua Vermelha? Isso mesmo! O fenômeno conhecido como Lua de Sangue é originário de um eclipse total da Lua com coloração avermelhada. Ele é o primeiro de quatro eclipses totais que vão acontecer em sequência – conhecido como Tétrade – e que terão seu ciclo encerrado em 28 de setembro de 2015 (ou outros eclipses serão em 8 de outubro de 2014 e 4 de abril de 2015).

Esse fenômeno esteve ligado a diversos tipos de crenças ao longo da história. Na Bolívia, por exemplo, acreditava-se que cachorros corriam atrás do Sol e da Lua e mordiam-nos: era o sangue da Lua que a deixava avermelhada. A população gritava e gemia para espantar os cães.

Em um versículo bíblico do profeta Joel do Antigo Testamento diz que “o Sol se converterá em trevas, e a Lua em sangue, antes que venha o grande e temível dia do Senhor”. Em Apocalipse (6:12-14) temos o seguinte:
Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo e sobreveio um grande terremoto. O Sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda como sangue, as estrelas do céu caíram pela terra como a figueira quando abalada pelo vento forte, deixa cair seus figos verdes. O céu recolheu-se como um pergaminho, quando se enrola. Então todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar.
Só neste século serão oito tétrades! Dia 14 de abril de 2014 foi apenas o início da segunda tétrade do século! A primeira foi no biênio 2003-2004 e a próxima será em 2032-2033. Porém, para os judeus, essa tétrade é a mais importante pois os eclipses – tanto em 2014 quanto em 2015 – se alinham perfeitamente com o Pessach (Páscoa) e o Sucot (Festa dos Tabernáculos).

Do ponto de vista científico, a Lua de Sangue é um fenômeno perfeitamente explicado e previsível: a cor avermelhada ocorre porque os raios de Sol que iluminam a Lua nesta ocasião são filtrados pela atmosfera da Terra e chegam a ele com menos luz azul e com tons mais vermelhos.


Para completar, acima e ao lado direito, foi possível ver Marte (o planeta vermelho) e a brilhante estrela Espiga (a estrela mais brilhante da Constelação de Virgem).