domingo, 10 de junho de 2012

Pellervoinen

Pellervoinen é o semeador. Nascido da terra, foi convocado por Vainamoinen para plantar árvores, plantas e flores por todo o canto, criando as florestas, os pântanos e campos. Tornou-se assim o protetor de toda a vegetação, uma força criadora da Natureza. Dessa forma, é frequentemente associado à primavera e à fertilidade da terra.

São inúmeros os rituais para despertá-lo no verão e proteger as colheitas nos meses frios. Os poemas folclóricos contam que três meninas - Inverno, Verão e Primavera - tentam acordá-lo. Primavera é a única a conseguir fazê-lo. Algumas versões desses poemas contam que Pellervoinen apenas insemina a menina Primavera para que ela forneça a fertilidade necessária à toda vegetação. Depois, quando ele finalmente acorda, ele só precisa regar as plantas. Os antigos finlandeses identificam Pellervoinen com toda a fertilidade no mundo, inclusive a dos seres humanos.

Também chamado de Sampsa e Pellervo, alguns acreditavam que Pellervoinen possuía várias formas, como, por exemplo, o deus Pekko (ou Pellonpekko), responsável pelas colheitas e pela agricultura. É comumente descrito como um jovem esbelto e pequeno que transporta ou um saco ou uma cesta em volta do pescoço.

É comparado às divindades escandinavas Frey e Njord, mesmo não recebendo diretamente o epíteto de deus.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Um legado em perigo

Transcrevo aqui parte a matéria do último domingo do jornal O Globo sobre a crise na Grécia que está afetando a cultura e os incríveis monumentos.
Em nenhum outro país da Europa a crise econômica é tão dramática, e em nenhum outro país do mundo a herança cultural é tão antiga e vasta: o que está em perigo na Grécia é patrimônio mundial. [...] O legado de milhares de anos está ameaçado, alerta a Associação Grega de Arqueólogos num apelo internacional contra a redução de orçamento, pessoal e condições.

Os arqueólogos dão exemplos de como a segurança tem sido afetada pelos cortes. Em janeiro, um Picasso e um Mondrian foram levados da Galeria Nacional de Atenas: os ladrões entraram pela varanda, durante uma greve de funcionários. Em fevereiro, dezenas de peças "de valor incalculável" foram roubadas de um museu em Olímpia, o lugar original dos Jogos Olímpicos: os ladrões destruíram o alarme e amarraram uma funcionária. [...]

"Os povos da Europa partilham o mesmo destino", resumem os arqueólogos. "As mesmas medidas de austeridade que estão a desfazer a Grécia e os seus monumentos vão ser impostas pela Europa. A cultura é o nosso território comum e o nosso destino comum. Resistam!"

O apelo foi lançado em abril, conta ao Globo a presidente da associação, Despina Kutsumba, de 38 anos.

— Até agora não tivemos resposta do ministério (Helênico da Cultura e Turismo). Durante dois anos tentamos explicar ao governo que estes cortes levariam ao desastre, mas eles não entenderam nada e continuaram. Depois do roubo de Olímpia decidimos fazer o apelo internacional para os constranger.

Além de mensagens no Facebook, as reações estrangeiras incluem "uma carta de apoio de Jack Lang", ex-ministro francês da Cultura.

— Não pedimos dinheiro, pedimos que pressionem o nosso governo — explica Despina. — De acordo com a constituição, os monumentos são responsabilidade do governo. E agora até a Acrópole e o Museu Arqueológico de Atenas fecham às três da tarde porque não temos guardas. Há tantos turistas, e eles não podem ver as coisas, e não teremos o dinheiro desses bilhetes.

No horário de verão, como o que vigora atualmente museus e sítios arqueológicos na Grécia fechavam às 19h. Até essa hora, a qualquer dia da semana, havia sempre gente em volta do Partenon, o mais célebre monumento da colina da Acrópole.

Enquanto isso, milionários aproveitam a crise.

— Não é verdade que não estejamos a proteger os nossos monumentos, embora o governo diga que os funcionários não fazem o seu trabalho, mas nós, arqueólogos, não nos podemos proteger dos colecionadores ricos que encomendam coisas da Grécia — diz Despina. —Temos a certeza de que o roubo de Olímpia foi uma encomenda de um colecionador privado, porque são coisas muito conhecidas, que não podem ser postas à venda no mercado. Os colecionadores estão a pedir que roubem para eles, como aconteceu no Iraque e no Afeganistão. É um tráfico global. Essas pessoas preferem países com guerras, em profunda crise ou pobres. E agora encontrarão gente desesperada para fazer escavações ilegais para eles. São dezenas de buracos por toda a Grécia, todos os meses, feitos por profissionais e gente sem emprego.

O jornalista Nikolas Zirganos, 53 anos, que investigou o tráfico de antiguidades, confirma: [...]

— É alarmante. Nos mosteiros e nas igrejas, especialmente no norte, estão a roubar o dinheiro que as pessoas doam, afrescos e ícones. Há um colapso dos mecanismos do Estado. E num cenário caótico, que é algo em que ainda assim não acredito, e ninguém quer, pergunto-me se há planos de emergência.

"Enterremos as nossas antiguidades para serem encontradas por arqueólogos no ano 10000, quando os gregos e seus políticos tiverem maior respeito pela História", ironizou recentemente o arqueólogo Michalis Tiverios, de Tessalônica, no norte do país.

Ex-responsável pelo restauro do Partenon, que está a ser feito há décadas com financiamentos internacionais, o perito Manolis Korres diz que a crise ainda não afetou os monumentos principais, e o trabalho dos investigadores prossegue.

Divulguem essa informação. Não é só pelo horror do tráfico de antiguidades. É a história da humanidade que está em jogo.

domingo, 3 de junho de 2012

Os assustadores mitos de Damien Hirst

O artista britânico Damien Hirst - conhecido por suas obras relacionadas à morte - se uniu ao fotógrafo Rankin para transformar a modelo Dani Smith em criaturas saídas de lendas e contos de fadas em um assustador trabalho colaborativo.



Esse vídeo foi criado para o lançamento do livro de fotos e da exposição que os artistas criaram: Myths, Monsters and Legends.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mais mitos em quadrinhos e livros infantis

A Editora Scipione lançou nas livrarias os dois primeiros volumes da coleção Mitos em Quadrinhos - Mitos Egípcios e Mitos Africanos -, publicados originalmente na Inglaterra em 2006 na coleção Graphic Mythology da editora David West Books.

MITOS AFRICANOS
Os africanos antigos adoravam contar histórias e cantar canções. Assim, a tradição oral, ao longo de gerações, deu-nos os mitos africanos tal qual conhecemos hoje. Originária de muitos lugares e tribos diferentes, a mitologia africana é um baú cheio de histórias e personagens tão grandiosos quanto a vida. Este livro traz três mitos africanos – “A história da criação”, “O cão e o chacal” e “A história da aranha Ananse” – contados no formato de quadrinhos.

MITOS EGÍPCIOS
O Egito é considerado uma das primeiras grandes civilizações da Terra. Ao longo de mais de 3 mil anos, os antigos egípcios criaram uma rica e épica mitologia para manifestar sua religião. Neste livro, o leitor conhecerá as histórias de Rá, Ísis e Osíris, Hórus e Seth e outros personagens míticos marcantes.

Cada volume tem 48 páginas e custa R$ 32,50. Se a coleção for completa, ainda teremos mitologia grega, romana, meso-americana e chinesa.

A Editora Sciopine faz parte do Grupo Abril, líder no mercado de livros didáticos do setor privado. Ela ainda tem outras coleções de livros sobre mitologia grega:

PROJETO REENCONTRO INFANTIL
Antes mesmo de nascer, Hércules já estava destinado a ser o maior herói de todos os tempos. Filho de Zeus e Alcmena, mortal bela e sábia, sofre com o ciúme de Hera. Enfeitiçado pela deusa, Hércules mata a própria mulher e seus filhos. E, para receber o perdão dos deuses, tem de executar doze grandes feitos. Usando sua força, inteligência e sobretudo paciência, torna-se um dos maiores exemplos dos mitos e valores gregos. (48 páginas, R$31,50)

COLEÇÃO MITOS GREGOS
Os mitos gregos são contados nesta coleção em linguagem simples, com belíssimas ilustrações. São eles: Teseu e o Minotauro, Pégaso, o cavalo voador, Jasão e o Velocino de Ouro, Ícaro, o menino que podia voar, Odisseu e o cavalo de madeira, Perseu e a monstruosa Medusa, O toque dourado do Rei Midas, Aracne, a mulher-aranha e O segredo da caixa de Pandora (32 páginas cada, R$23,90)


Gosto muito de tudo isso!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ukko


Na mitologia finlandesa, Ukko (ou Uku) é o deus do céu que controla o clima e a fertilidade das colheitas. É pai de Ilmatar, a deusa do ar e da criação. É também chamado de Ylijumala, o alto deus, por preceder todas as coisas. Também era responsável por boa sorte nas caças.

Ele faz todas as suas aparições em mitos unicamente por efeitos naturais, quando solicitado. Sempre que dormia com sua esposa Akka ou dirigia sua carruagem celeste, acontecia uma tempestade. Inclusive, a palavra finlandesa para tempestade é ukkonen. Equivale a uma mistura de Zeus (grego) e Odin (escandinavo). No Cristianismo, foi sincretizado ao próprio Deus.

Dizia-se que ele era a fonte de uma misteriosa bebida celeste, um líquido doce como o mel porém com propriedades adesivas (hidromel). Sua arma era um martelo em forma de barco chamado Ukonvasara, mas também era representado como um machado ou um machado, sempre simbolizando os raios. Um víbora serpenteando como um raio era um símbolo do deus.