quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Agosto, mês do desgosto e do folclore

Tutu Marambá, o bicho-papão brasileiro.
Assombrador de crianças, aparece em cantigas
de ninar, que a criança ouve, fecha os
olhos de medo e dorme
Agosto é um mês misterioso. Dizem que são trinta e um dias de desgraça e infelicidade nos quais não se deve viajar, fechar negócios e muito menos casar. Agosto também é o mês do folclore, a ciência das coisas do povo. Os ritos, as tradições, a sabedoria, as brincadeiras, os jogos, as festas e as danças que o povo dança fazem parte do folclore.

Por que justo agosto é um mês de azar? Por que quem tem sorte no jogo tem azar no amor? E sonhar com dente é morte de parente? São perguntas cujas respostas a gente só encontra no folclore. Um grande número de assombrações, fantasmas e entes fantásticos de todos os tipos e tamanhos surgem através dessa ciência popular.

Em 22 de agosto de 1982, a "Folhinha", do jornal a Folha de São Paulo, comemorou o mês apresentando às crianças criaturas do folclore nacional. Além de seres mais conhecidos, como a Mula Sem Cabeça e o Lobisomem, o caderno trouxe outros como o Tutu Marambá, Domingos Pinto Colchão e o Papa-Figo.

Vejam as ilustrações de Ricardo Azevedo para a publicação original nesta postagem.

Pé-de-Garrafa tem a figura de um homem com os pés redondos como fundo de garrafa.
Anda pelo mato dando gritos tão fortes que fazem as pessoas enlouquecerem e se perderem
A onça-boi é um animal assombrado que anda pela floresta
sempre em duplas e não sabe subir em árvores.
O caboclo d'água vive no fundo dos rios. Tem o domínio das águas e dos peixes.
Ataca canoeiros e pescadores, virando barcos e criando ondas enormes.
Domingos Pinto Colchão (também conhecido como Pinto Pelado) é um galo endiabrado,
meio desengonçado e depenado que entra pelas casas derrubando tudo.
A boiúna é uma cobra escura e gigantesca com rosto humano que habita os rios amazônicos.
Pode se transformar em barco ou navio, solta fogo pelos olhos e engole pessoas com facilidade.
A mula sem cabeça galopa pela noite assombrando e dando sustos. Solta chispas de fogo pelas narinas e pela boca.
Para evitar seu ataque é só esconder unhas e dentes.
O cavalo de três pés é uma versão da mula sem cabeça. Aparece nas estradas desertas correndo,
dando coices e voando. Quem pisar em seu rastro será infeliz
Muito feio, pálido e barbudo, o Papa-Figo anda esfarrapado e sujo,
roubando crianças mentirosas. É um tipo de bicho-papão.
A anta cachorro é um animal grande e misterioso que tem forma de onça e mãos com cascos de anta. É bem feroz, mas não consegue trepar em árvores. Se alguém, para escapar dele, subir em uma árvore, o animal cava a terra com suas unhas de anta até que o tronco caia.
No Brasil, um lobisomem é o filho que nasce depois de sete filhas.
Aparece de noite nas encruzilhadas e cemitérios. Uiva para a lua e aprecia comer cocô de galinha
A mãozinha preta aparece sem mais nem menos andando pelo ar.
Às vezes é útil ajudando nos serviços da casa. Outras vezes fica brava e sai perseguindo e beliscando as pessoas
São homens que andam pelas ruas e estradas com um saco
grande pendurado nas costas, onde bota as crianças mal comportadas.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Inferno!

Terminei o tão esperado e falado último livro de Dan Brown, Inferno (Ed. Arqueiro, 2013). A ética na engenharia genética e a superpopulação são os temas da vez.

Depois de tanta crise com a Igreja, acho que Brown resolveu ficar do seu lado ao falar sobre incrível obra de Dante Alighieri, A Divina Comédia. É inegável (e falado no livro), que essa obra foi responsável pela visualização do Inferno católico e, com isso, o aumento do medo do pecado com a consequente corrida às igrejas. Além disso, Brown deixa claro que o inimigo é o homem e o que ele pode fazer com a ciência.

É um bom livro, que tenta alcançar novamente o sucesso d'O Código Da Vinci, mas não chega lá. O passeio por Florença, Veneza e Istambul são sempre ótimos e as descrições das imagens simbólicas nas obras de arte são sempre incríveis, mas ele já não consegue mais o tom de surpresa. Já esperamos muita coisa que está para acontecer por repetição. Fora isso, me deu a impressão que ele escreve bem quando fala dos simbolismos, porém, quando entra em áreas de ciência, política e afins fica aquém do esperado e meio opinativo.

A medusa invertida na cisterna
da Basílica de Santa Sofia (Turquia).
A solução que ele nos oferece no fim do livro é eticamente questionável e fico até pensando que Brown está do lado dos "inimigos". Mesmo assim, te garanto que você vai ficar intrigado com o tal do matemático Malthus e sua teoria catastrófica sobre o crescimento populacional.

E é pra ficar mesmo.

Ah... e vem filme no fim de 2016!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Dia da trapaça

Na mitologia escandinava, hoje era comemorado o Dia de Loki, o deus-gigante da trapaça e da travessura.

Loki e Sigyn, de Marten Eskil Winge (1863)
Agora, sem brincadeiras: a vida está corrida, mas este blog não está abandonado, não. Acompanhem algumas novidades no Facebook, enquanto não consigo colocar as coisas em dia por aqui.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Haja criação!

Em um dos módulos do curso que estou fazendo no Instituto Atena, falamos sobre os mitos de criação. Por essa razão, fiz uma rápida pesquisa neste blog e vi que já tinha 39 postagens marcadas como criação. Dentre livros e postagens gerais, temos mais de 30 histórias, sendo que são 20 as civilizações aqui abordadas. Com isso em mente, fiz uma varredura nessas postagens e percebi o que já estava tendo certeza no curso.

A maioria das civilizações antigas sofria alterações em suas mitologias por conta de forças geopolíticas ou conquistas. Um dos casos mais claros é o Egito. Cada momento da antiga história egípcia, uma cidade esteve no poder e cada uma delas tinha um deus supremo. Nesses momentos, os deuses principais iam sendo amalgamados numa força única: Amon, Atum e são descritos como um só e até seus nomes são unidos.

Outro caso interessante é dos maias. Quando estive em Chichen Itzá (aliás... não falei sobre a viagem aqui e ninguém me cobrou!), fiquei sabendo que a civilização maia original era pacífica com uma mitologia voltada para os astros e para a agricultura. Depois de conquistados pelos olmecas, a cultura guerreira teria levado aos maias os rituais de sacrifício e sangue. Isso alterou profundamente a mitologia maia.

É possível que, no futuro, essas postagens sofram alguma alteração por aqui também.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Arquetelos

Essa postagem é uma justificativa pela ausência de postagens sobre mitologias e divindades. Estou fazendo um curso sobre o assunto e aprendendo coisas incríveis! Isso significa que (aos poucos e em breve) além de novas postagens, farei muitas atualizações por aqui.

E atenção: o curso, organizado pelo Instituto Atena, ainda tem vagas abertas!
Você já ouviu falar em Zeus, Dioniso, Afrodite, Brahma (não exatamente a cerveja), Shiva, Shakti, Thor, Odin, Loki e cia? Gostaria de saber mais sobre esses deuses, suas aventuras, seus contextos culturais e como eles aparecem na nossa vida cotidiana como padrões de comportamento arquetípicos? Que tal estudar as mitologias do mundo com um antropólogo apaixonado pelo tema e especialista em psicologia analítica? Com apostilas próprias e mensais, debates, filmes e, principalmente, a possibilidade de ter um trabalho seu publicado on-line e em livro ao final de dois ou três trimestres de estudos? Esse é o projeto Arquetelos!
Procurem pelo instituto no Facebook e descubram mais sobre esse e os outros cursos. Eu recomendo!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Super Lua

Ontem foi noite de Super Lua! Em astronomia, é a ocasião na qual a Lua cheia se situa a não mais de 10% do seu ponto mais próximo da Terra no percurso da sua órbita elíptica (perigeu) de centro não-coincidente com o centro da Terra. Nesse evento, a Lua aparenta ser maior (15%) e mais brilhante (30%) que o normal.

A Super Lua não é rara: acontece a cada 14 meses. Em 2014, a diferença entre o perigeu e a Lua cheia será mínima, de apenas 27 minutos, fazendo com que o evento seja ainda mais espetacular.

Na cultura geral, por vezes associa-se este evento a desastres naturais, como terremotos, vulcões e tempestades, mas também nos oferece espetáculos, como o filmado pelo australiano Mark Gee.

Este blog já falou de outro evento astronômico, a Lua Azul, além de sempre que possível apresentar divindades relacionadas ao astro noturno.

domingo, 23 de junho de 2013

Vai pra lá também!

Não sei se vocês notaram, mas não tenho mais colocado notícias sobre os próximos filmes, livros e quadrinhos que falam de mitologia. Resolvi que esse tipo de informação será colocado direto na página do Facebook. Por aqui, só ficarão resenhas e comentários sobre a presença da mitologia nessas mídias. O Cinema tem uma lupa própriaLivrosquadrinhos e games tem suas respectivas tags.

Você ainda não curtiu a página? Então, vai logo!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Das antigas!

Recentemente descobri essa antiga animação (dos anos 1960): The Mighty Hercules.


Os episódios com pouco mais de cinco minutos faziam uma salada grega dos deuses e heróis: Hércules precisa de um anel para ter superpoderes, Dédalo é seu arquiinimigo, sua namorada se chama Helena (de Tróia?) e ainda há um garoto centauro chamado Newton. Nesse episódio, Dédalo consegue o Cetro da Medusa para conseguir seus objetivos.

É possível encontrar outros episódios no Youtube.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

É dos carecas que elas gostam mais

Já coloquei algumas camisas da Camiseteria por aqui, e trouxe mais essa hoje.


É uma brincadeirinha com a mitologia nerd, mostrando Atena (princesinha do mangá Cavaleiros do Zodíaco) largando Seiya (Cavaleiro de Pégaso do mesmo mangá) por Kratos (da saga God of War).

Quer? Compra lá!

Post NÃO patrocinado!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Aditi

Brahma e Aditi (ilustração do séc. XIX)
Aditi (ou Aditya) é a Grande Mãe do Céu, o inconsciente, o passado e o futuro, o infinito visível, o que existe no espaço sem fim acima da terra, além das nuvens, acima dos céus. Seu nome significa "sem limite" e está associada às vacas sagradas indianas.

Era uma força que sustentava e dava vida, venerada como a mãe dos deuses, do sol, da lua, da noite e do dia (dos Devas e dos Adityas), mas não tinha uma forma física definida. Deusa da fertilidade e da maternidade, teve 12 filhos deuses, um para cada mês do ano (entre eles, Surya). Alguns diziam que ela era a força cósmica criadora, associando-a ao Big Bang.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Chang-o

Uma famosa lenda chinesa nos conta como Chang-O se tornou a Dama da Lua, mas são inúmeras as versões ou pequenas variações. Vou colocar algumas delas em outra cor.

Chango-O e seu marido, o herói arqueiro Hou-Yi, foram banidos dos céus pela Grande Rainha, depois que ele matou alguns de seus filhos. Arrasado, Yi enfrentou inúmeros perigos para recuperar sua imortalidade. Acabou sendo presenteado por Xi Wangmu com a Pílula da Imortalidade (ou um Elixir da Vida que teria sido roubado da Rainha dos Céus). Assim que chegou em casa e contou para Chang-O, foi novamente chamado para uma missão divina. Hou-Yi pediu que sua esposa guardasse em segredo a pílula para que eles tomassem juntos assim que ele voltasse da missão, avisando que só metade dela daria a imortalidade (Alguns dizem que ela não sabia o que era, mas foi tentada pela maravilhosa fragância).

Mas a curiosa esposa não aguentou e resolveu comer sua metade logo que seu marido saiu. Porém, Hou-Yi precisou voltar e, temendo ser punida, Chang-O engoliu a pílula inteira. A overdose mágica fez com que a mulher começasse a flutuar sem parar e seu marido não conseguiu alcançá-la.

Temendo uma punição divina (ou as flechas certeiras do marido), Chang-O se escondeu na Lua, onde encontrou a Lebre de Jade. Pediu que ela a ajudasse a criar uma nova pílula que a fizesse voltar à Terra, mas até agora nada conseguiu. Algumas histórias dizem que ela teria sido transformada em um sapo de três pernas (as fases lunares) no caminho até a Lua.

Ocasionalmente, é chamada ao convívio dos deuses, mas fica relutante em ir por ter se envolvido com um espírito. É simpática aos amantes e possui um festival em sua homenagem no décimo quinto dia do oitavo mês lunar (quando Hou-Yi poderia visitá-la). É também chamada de Zhang-O ou Chang'E.

Muitos a colocam como o princípio feminino da Lua (Yin) e seu marido como o princípio masculino do Sol (Yang), porque, na versão em que o elixir teria sido roubado, a Rainha dos Céus puniu o casal transformando-os nos astros que não se encontram nunca.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A mitologia inuíte

Esquimós são povos indígenas que habitam tradicionalmente as regiões em torno do Círculo Polar Ártico, no extremo norte da Terra, como como o leste da Sibéria, o norte do Alasca e do Canadá e a Groenlândia. Os povos do Ártico canadense são conhecidos pelo nome Inuit, que significa "povo".


O Ártico é um mundo inóspito de ventos muito frios, coberto de gelo e neve, onde a agricultura é impossível e a caça e a pesca constituem as fontes tradicionais de alimento. Por milhares de anos, os Inuítes observaram atentamente o clima, as paisagens terrestres e marítimas, e os sistemas ecológicos de um dos ambientes mais inóspitos e exigentes do planeta para desenvolver habilidades e tecnologias peculiares e adaptadas.


A mitologia inuíte também sofre grandes influências desse meio ambiente árido, onde as pessoas dependem dos animais para vestuário, ferramentas, abrigo e alimentação. Por isso, os animais desempenham um papel-chave nos mitos, seja como ajudantes da humanidade ou presas pelas quais o caçador deve mostrar o maior respeito. O mundo marinho também é importantíssimo. Mas o cosmos inuíte não é governado por ninguém. Não há uma figura divina, seja maternal ou paternal. Não há deuses criadores do vento ou do Sol. Não há punição eterna na vida futura, assim como não há punição para crianças ou adultos na vida presente.

Eles acreditam que quase tudo tem uma alma (inua). Animais, rochas, árvores e rios tem inua, assim como acidentes geográficos perigosos, como as geleiras. A inua é em geral retratada com uma face humana num olho, dorso ou peito de animal. Os viajantes cuidadosos faziam oferendas de carne a elas. Acreditando que todos as coisas tem uma alma, matar um animal não é muito diferente de matar uma pessoa. Uma vez que a alma do animal ou humano é liberada, ela está livre para se vingar. Os espíritos dos mortos só podem ser aplacados pela obediência aos costumes, evitando os tabus e executando os rituais apropriados.


Embora a alma de cada indivíduo fosse única e apropriada para a vida e corpo que ela habitava era, ao mesmo tempo, parte do todo. Isto permitia aos inuítes emprestar os poderes ou características de uma alma pelo uso de seu nome. Além disso, os espíritos de uma classe de coisas (os mamíferos marítimos, ou ursos polares, ou plantas) eram, de alguma maneira, considerados como o mesmo, e podiam ser invocados através de um guardador ou mestre que estava em contato com aquela classe de coisas. E, assim como os sacerdotes das outras religiões norte-americanas, os xamãs inuítes (angakuq) eram as únicas pessoas com algum contato com o mundo espiritual. Em suas cerimônias, tentavam influenciar os espíritos para que ajudassem a curar os doentes e propiciassem boas caçadas e pescarias. É dito que os primeiros xamãs foram Ivivarshuk e Nisguvaushaq.

Muitas comunidades inuítes continuam a praticar as danças e canções tradicionais, que incluem dança de tambores e canto gutural feminino. A tradição oral e a narração de histórias ainda permanecem bem vivas na cultura inuíte, com lendas passadas entre as gerações ao longo dos séculos, que freqüentemente falam de espíritos poderosos que habitam a terra e o mar.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

ENQUETE RESULTADO: Inuítes

Por alguma razão que ainda não consegui descobrir, a enquete aqui do blog só computou 3 votantes, quando foram 12 na verdade. Assim, não terei como dar o resultado completo. Porém, somando os votos daqui e os do Facebook, o ranking de postagens ficou da seguinte forma:
  1. INUÍTE
  2. Chinesa
  3. Polinésia
  4. Hindu
  5. Grega
  6. Egípcia
  7. Celta
  8. Brasileira
  9. Asteca
  10. Romana
  11. Norte-Americana
  12. Japonesa
  13. Inca
  14. Finlandesa
  15. Eslava
  16. Africana
  17. Australiana
  18. Escandinava
  19. Maia
  20. Mesopotâmica
Enquanto eu escrevo a próxima postagem inuíte, divirta-se com a mitologia vencedora!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

ENQUETE: Próximo post

Até a próxima segunda-feira, estarei fazendo uma enquete (aqui do lado e no Facebook) para saber sobre qual mitologia será a próxima postagem. O resultado criará um ranking que determinará a procedência das próximas 20 divindades.

Participem!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Anjo caído

Em tempo de inúmeros questionamentos religiosos com direito a discussões, brigas e manifestações, gostaria de botar um pouco mais de pimenta indicando uma história em quadrinhos que coloca em cheque algumas coisas. Escrito pelo multipremiado Peter David, a sinopse de Anjo Caído diz o seguinte:
Vagando pelas ruas sinistras da cidade sobrenatural chamada Bete Noire, a criatura que outrora foi um anjo da guarda atua como uma devastadora força tanto do bem quanto do mal. Um ser divino banido do Paraíso, cujo passado permanecia há muito tempo envolto em mistério... Até agora. O Anjo Caído se vê diante de uma sedutora proposta capaz de reverter os rumos de sua existência. Porém, tudo tem seu preço. Se quiser aproveitar essa chance de redenção, ela terá de abandonar para sempre todos os vínculos com o plano terreno, inclusive o maior deles: seu filho!
Diferente! Herege!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A origem do encanto

Finalmente consegui assistir A origem dos guardiões (Rise of the guardians, 2012), baseado na série de livros The Guardians of Childhood, de William Joyce, que reúne ícones das fábulas e dos contos de fada. A sinopse diz o seguinte:
As crianças do mundo inteiro são protegidas por um seleto grupo de guardiões: Papai Noel, Fada do Dente, Coelho da Páscoa e Sandman. São eles que garantem a inocência e o encanto das lendas infantis. Mas um espírito malígno, o Breu, pretende transformar todos os sonhos em pesadelos, despertando o medo em todas as crianças e destruindo os guardiões. Para combater este adversário poderoso, o Homem na Lua designa um novo guardião para ajudar o grupo: Jack Frost, um travesso garoto invisível que controla o inverno. Sem conhecer sua própria vocação de guardião, ele embarca em uma aventura na qual vai descobrir tanto sobre as crianças quanto sobre seu próprio passado.



North, o Papai Noel de Alec Baldwin, que é russo, cheio de tatuagens, é chefe de duendes meio burrinhos e yetis, além de ter um trenó que todo mundo acha o máximo. É responsável pela magia e pelo encanto.
Bunnymund, o Coelho da Páscoa de Hugh Jackman, que é australiano, utiliza bumerangues e ovos-bomba de fumaça e é capaz de abrir portais/burcaos no chão onde quer que pise. É responsável pela renovação e pela esperança.
Jack Frost, o Inverno de Chris Pine, que é um garoto travesso, que aparentemente só se preocupa com bagunça, no entanto, é muito mais do que isso. Se disser mais, estraga o filme, mas diversão e alegria são fundamentais pra qualquer criança.
Sandy, o Sandman, que não tem ator para dublá-lo porque ele é mudo, mas dá um show no visual com sua areia mística que traz bons sonhos a todos. É responsável pela imaginação.
Tooth, a Fada dos Dentes de Isla Fischer, com jeitão de beija-flor, tem suas fadinhas hiperativas trabalhando sem parar. É responsável pelas boas lembranças da infância.
Pitch, o Breu - também chamado de Bicho-Papão - de Jude Law, é a representação do medo que acaba com o encanto, com a esperança, com os bons sonhos e as boas lembranças.

É um filme bem legal com várias referências divertidas, mas não é um filme para crianças muito pequenas porque pode causar alguma confusão com as representações de um Papai Noel russo tatuado que utiliza facões ou um Coelhinho da Páscoa australiano que usa bumerangues. Além disso, o filme dá maior destaque aos dois personagens que não são muito conhecidos pelo público brasileiro (Jack Frost e Sandman). Mesmo assim, é uma animação bem interessante para aquelas crianças que já estão na fase entre o acreditar e o crescer, entre a curta infância e a acelerada pré-adolescência.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Infográfico viking

O History Channel lançou uma série chamada Vikings que nos transporta para o mundo brutal e misterioso de um guerreiro viking e agricultor que anseia explorar (e atacar) as praias distantes através do oceano. Sua ambição o coloca em desacordo com o chefe local. Além de muita guerra e derramamento de sangue, a série é uma história de família, fraternidade e embates entre a moral cristã e a sociedade pagã viking.

Não sei se a série é boa ou não, mas eles lançaram um infográfico bem simples para entender como funciona a base do panteão escandinavo, com os já conhecidos Odin, Thor e Loki, além de Freyr, Frigg e das Valquírias.

A série estreiou no dia 3 de março nos EUA e termina sua primeira temporada no dia 28 de abril. Já foi renovada! Será que vale a pena?

domingo, 14 de abril de 2013

Kanamara Matsuri, o festival do falo de ferro

Kanamara Matsuri é um festival dedicado a uma divindade japonesa conhecida como "O Falo de Ferro", senhor da fertilidade, da sexualidade e da reprodução humana, trazendo fartura e a cura para a impotência e a esterilidade.

Uma lenda conta que uma menina era possuída por um demônio de dentes afiados que se escondia em sua vagina, castrando seus pretendentes. Então, um ferreiro resolveu forjar um falo de ferro para expulsar o demônio. Possivelmente o demônio era alguma doença venérea e Kanamara, o nome do ferreiro. Prostitutas, então, passaram a rezar para um pênis de metal, pedindo sucesso em seus negócios e proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.

Na cidade japonesa de Kawasaki, há mais de 40 anos ocorre anualmente Festival Kanamara (matsuri é festival em japonês), que celebra a chegada da primavera, a estação da fertilidade, no primeiro domingo de abril. A atração principal é uma procissão com três pênis gigantes, que são carregados por mulheres e homens vestidos com roupas femininas. Todos se reúnem pedindo ajuda espiritual para ter filhos saudáveis e evitar problemas no casamento em torno de imagens enormes do órgão sexual masculino.


Hoje, além de todo o tipo de objeto com forma fálica, o governo japonês aproveita o evento para fazer campanhas contra o HIV.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Cemitério celta?

Investigadores britânicos da University College de Londres revelaram no mês passado uma nova teoria sobre Stonehenge. O antigo círculo de pedras, situado na planície de Salisbury, sudoeste da Inglaterra, teria sido originalmente um cemitério e um local de grandes celebrações, ao invés de um calendário ou observatório astronômico da Idade da Pedra.

© OUR PLACE The World Heritage Collection

Os arqueólogos promoveram durante dez anos diversas pesquisas que incluíram escavações, trabalho de laboratório e a análise de 63 antigos restos humanos. A equipe de investigadores - liderada pelo Prof. Mike Parker Pearson - acredita que o Stonehenge original foi utilizado como um túmulo para famílias distintas e construído cerca de 3000 a.C., ou seja, 500 anos mais cedo do que a data até agora atribuída para o monumento, hoje famoso em todo o mundo e patrimônio mundial da Unesco. Os restos de diversos corpos cremados "foram marcados com as pedras azuis de Stonehenge", precisou Parker.

Análises efetuadas aos restos de 80 mil ossos de animais detetados no local também sugerem que, por volta de 2.500 A.C., decorreram em Stonehenge grandes festas comunitárias. "Parece que os povos antigos viajavam para celebrar os solstícios do verão e do inverno mas também para construir o monumento", acrescentou o professor.

E o mistério continua...

terça-feira, 2 de abril de 2013

Deuses e deusas gregos

É comum utilizar os termos deus grego/deusa grega para representar alguém de beleza física estonteante. O estilista Karl Lagerfeld utilizou dessa inspiração para Mythology, o calendário Pirelli de 2011, com modelos e atores.

Daria Werbowy como Ártemis
Julianne Moore como Hera
Elisa Sednaoui como Flora
Erin Wasson como Ajax
Iris Strubegger como Atena
Baptiste Giabiconi como Apolo
Brad Kroenig como Zeus
Daria Werbowy como Pentesiléia
Heidi Mount como Aurora
Magdalena Frackowiak também como Atena
Isabeli Fontana, Garrett Neff e Bianca Balti como bacantes
Elisa Sednaoui e Baptiste Giabiconi como Eco e Narciso
Jake Davies como Aquiles
Magdalena Frackowiak como Héstia
Natasha Poly como Melpômene
Jeneil Williams como Hades
Lara Stone e Sébastien Jondeau como Afrodite e Ares
Heidi Mount como Anfitrite
Anja Rubik como Hermes
Anja Rubik como Terpsícore
Uau!