Tuoni era o deus de
Tuonela (ou
Manala), o mundo dos mortos na mitologia finlandesa. Era casado com
Tuonetar, a rainha dos mortos, e ambos tiveram um filho (
Tuonen Poika) e cinco filhas horrendas:
- Kalma: Deusa da decadência. Pode perceber fenômenos paranormais e retirar energia astral de seres vivos.
- Vammatar: Deusa da desgraça, do azar da magia negra.
- Kipu-Tyttö: Deusa das doenças. Como uma sereia, fica sentada numa pedra em Tuonela, cantando o nome das doenças que irá espalhar. Seu rosto é cheio de marcas.
- Kivutar: Deusa da dor e da angústia.
- Loviatar: Deusa cega da praga. Teve nove filhas monstruosas, deusas de doenças distintas - Rutto (Praga), Ähky (Cólica), Paise (Úlcera), Luuvalo (Gota), Syöjä (Câncer), Rupi (Sarna), Riisi (Raquitismo), Pistos (Pleurísia) e uma inominável relacionada à inveja.
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Tuonela (1934), xilogravura de Paul Landacre (1893-1963) |
Tuonela era exatamente como o mundo dos vivos, só que escuro e silencioso, cheio de demônios e rodeado por um rio negro (
Tuonelan Joki ou
Tuoni Manalan) que só podia ser atravessado pela barca de
Tuonen Tytti, a serva da morte (similar a balsa de
Caronte na mitologia grega). Na entrada de Tuonela, está
Surma, uma monstruosidade canina que evita a entrada de estranhos (bem semelhante ao mito grego de
Hades e
Cérbero, ou a
Garm, o lobo nórdico). Algumas lendas, colocam Surma como um impiedoso guerreiro, a personificação da morte. Utilizava um espada de obsidiana para rasgar os vivos e mandar seus espíritos para os Tuoni.
Enquanto os velhos e decrépitos Tuoni e Tunetar guiavam os espíritos para Tuonela por 30 dias (às vezes 40), suas filhas se encarregavam de preparar a mesa do banquete que era servido em sua chegada. Quem se alimentava, não podia voltar ao mundo dos vivos (semelhança com o mito grego de
Perséfone). Alguns espíritos ainda ficavam rodeando seus parentes vivos na forma de fantasmas ou possuindo animais. Esses eram capturados por Kalma, que rondava cemitérios atrás deles. Em Tuonela, os mortos permaneciam em sono eterno.
Apesar de longevos, os Tuoni não eram imortais. Podiam ser feridos por armas humanas, mas se curavam quase instantaneamente. Seria preciso uma dispersão total de suas moléculas para que isso não acontecesse. Tinham força e resistência sobre-humanas.
A Finlândia está entre os países cuja cultura conheço muito pouco ou quase nada. De qualquer forma me surpreendeu a visão extremamente terrível do mundo dos mortos, especialmente porque ando lendo sobre as culturas indígenas latino-americanas e percebendo que para muitos desses grupos o mundo dos mortos poderia significar a redenção.
ResponderExcluirFiquei curiosa. Qualquer sugestão bibliográfica será muito bem vinda.