terça-feira, 5 de novembro de 2013

Nem tão sombrio assim

Neste fim de semana, estreou Thor: O mundo sombrio (Thor: The dark world, 2013), sequência do filme de 2011 que faz parte da segunda fase de filmes da Marvel e se ligarão novamente no próximo filme dos Vingadores. E é pra isso que esse filme veio. Muita gente espera que o segundo filme seja melhor por não precisar apresentar tantos personagens, mas – como o primeiro filme foi considerado por muitos o elo fraco da primeira fase da Marvel – a ideia era inserir o universo do Thor na linha dos Vingadores, com magia e ciência se cruzando a todo momento.

Mitologicamente esse filme não acrescenta muito. A inserção dos elfos negros (e de Kurse, ou Kursed) logo no início é mais interessante que sua participação ao longo do filme. Aliás, a aparição de Bor – que praticamente não foi falada – deu um toque especial. Mas acho que paparam uma enorme mosca em não inserirem as Valquírias no enterro dos guerreiros. Outra coisa esquisita são aqueles monstros em Vanaheim, terra de deuses.

O filme tenta se manter no universo dos quadrinhos, mas a Marvel já está criando um novo universo cinematográfico que somente se inspira nas HQs (por exemplo, toda a saga desse filme se baseia no tal do Éter, quando, nos quadrinhos, a saga de Malekith acontece com a Caixa dos Invernos Eternos que dá pinta no primeiro filme). E isso vai até repercutir na série de TV da SHIELD com a destruição de parte de Londres, mini buracos de minhoca e alguém que foi esquecido na Terra (ver a segunda cena pós-créditos).

A sinopse diz que um mal antigo, que remonta a história até tempos da história antiga dos tempos do avô de Thor, foi libertado e os nove reinos estão mais uma vez ameaçados. E, dessa vez, o príncipe de Asgard vai precisar de ajuda de quem se menos espera para vencer essa ameaça.

A crítica anda colocando esse filme nas alturas, mas também não é pra tanto. Quer dizer... o Loki de Tom Hiddleston vale o ingresso! Perceba que todas as cenas dele são boas em texto e representação (e ainda tem a brincadeirinha perfeita com os Vingadores). Comenta-se fortemente que a Marvel está pensando em um filme só dele, mas nem precisa. É só ele voltar arrasando no fim da trilogia (que seria excelente se fosse a Saga de Surtur ou o Ragnarok!) porque já deixaram uma pontinha com o SPOILER desaparecimento de Odin!


Vi sérios problemas de continuidade e de enredo que até não comprometem o geral, mas mereciam cuidados. Por exemplo:

  • Bifrost funcionando? Explicaram e eu perdi?
  • Frigg virou ninja e mágica? No primeiro filme, foi enxotada em meia cena por um gigante de gelo e agora faz miséria? Pelo menos Rene Russo ganhou um tempo maior de cena (enquanto Sif e os Três Guerreiros estão quase a passeio).
  • Aliás, já que estavam pagando horrores pela oscarizada Natalie Portman, tinham que dar mais tempo pra ela, só não precisa ser de qualquer jeito: "oops... achei o que nunca ninguém podia achar, mesmo depois de crianças brincarem o tempo todo por aqui".
  • Ah... e qual é a companhia telefônica dela que tem sinal em Svartalfheim???
  • Heimdall destrói uma nave com uma faquinha... o mesmo tipo de nave que esbarra em prédios e não sofre arranhões? Por que não chamaram o Wolverine, então?
  • E por que as espadas brilham? Não brilhavam antes...
  • Precisavam fazer o Stellan Skargard ficar nu e de cueca na maior parte de suas cenas?
  • Kat Dennings continua sendo o bom alívio cômico do filme, mas transformou sua Darcy em uma cópia de sua personagem Max Black, da série 2 broke girls.

Mas não são só críticas. Ainda temos a belíssima Asgard, o interessante design de tudo relacionado aos elfos negros (de suas naves até suas frias máscaras), Chris Hemsworth cada vez mais a vontade em seu Thor (alguém já conseguiu um Mjolnir pra me dar?) e Anthony Hopkins exagerando em seu Odin. No geral, é um bom filme que parece uma ponte para outros, até para a TV.

4 comentários:

  1. Concordamos praticamente em tudo a respeito de "Thor: O Mundo Sombrio". Eu me baseio mais o filme em si. Não sei nada sobre as HQs.
    Você tem um conhecimento mil vezes maior na mitologia dos quadrinhos do que eu. Nunca havia lido sobre Éter, Surtur ou Ragnarok. Depois você me explica "inbox" no Facebook o que tudo isso tem a ver com o sumiço de Odin? Fiquei curioso.

    Abs!

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  2. Achei o texto ótimo, como todos do teu blog. Só não entendi por que um homem nu e de cueca te incomodou tanto, haja vista a profusão de mulheres seminuas e nuas nas obras cinematográficas, aparições das quais dificilmente reclamam.

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    1. anônimo, se fosse uma atriz do nível do stellan nua ou de lingerie, eu teria falado exatamente a mesma coisa. malucos e/ou surtados psicóticos não precisam ficar pelados para expressar suas angústias. ele poderia estar usando roupa de mulher, poderia estar com a roupa do avesso... são tantas as possibilidades para evitar um nudez desconcertante que as cenas foram desnecessárias como um todo.

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