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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

HÉRCULES: Os Doze Trabalhos - O Leão da Nemeia

Hércules e o Leão da Nemeia, óleo sobre tela de
Peter Paul Rubens. Séc. XVIII.
Euristeu decidiu (após um sonho enviado por Hera) que o primeiro trabalho do herói seria livrar a planície da Nemeia, no Peloponeso, de um enorme, selvagem e feroz leão de pele dourada e impenetrável. O animal é geralmente considerado filho dos monstros Tifão e Equidna, mas existem textos que dizem que ele é filho de Equidna com seu filho Ortros, o cão de duas cabeças. Uns ainda dizem que ele seria filho de Cérbero com a Quimera, ou até mesmo de Zeus e Selene, a deusa da noite enluarada, que o amamentou e lhe deu invulnerabilidade.

Hércules partiu para a Argólida com seu arco e flecha (versões do período clássico dizem que ele também carregava uma espada de bronze) em busca do covil do leão. Na cidade de Cleonae, hospedou-se na casa de Molorchus, um pobre trabalhador que perdera seu filho para o leão e ofereceu fazer um sacrifício para que o herói tivesse uma boa caçada. Mas Hércules pediu que ele esperasse 30 dias: se ele conseguisse realizar a tarefa, Molorchus deveria fazer um sacrifício a Zeus. Se ele fracassasse, o sacrifício seria feito em seu nome.

Hércules lutando contra o Leão da Nemeia,
estátua em mármore. Roma, séc. II.
No meio da floresta da Nemeia, Hércules ouviu um estrondoso rugido e, ao virar na direção do som, se deparou com a criatura partindo para cima dele. Tirou, então, seu arco e disparou uma flecha que rebateu no corpo do leão. Disparou outra flecha e nada: o herói não sabia da pele impenetrável da criatura. O leão saltou sobre Hércules, mas o herói usou sua clava de oliveira para atordoá-lo com um único golpe. Percebendo que nenhuma arma poderia matar o monstro, o herói envolveu seus grandes braços ao redor do pescoço do leão e, com uma força incrível, o estrangulou até a morte (daí o nome “mata-leão” para o golpe de estrangulamento em lutas marciais). Algumas lendas, colocam esse combate dentro da caverna do leão, que tinha duas entradas, mas uma teria sido bloqueada com pedras por Hércules para encurralar a criatura.

No fim da luta, Hércules usou as garras do animal para esfolá-lo e vestir sua pele dourada invulnerável como armadura. Desde então carregou o epíteto de Leontothýmon, “o coração de leão”. O dramaturgo Eurípedes escreveu que a pele do leão “veio do bosque de Zeus, santuário na Nemeia”. Alguns escritores discordam disto e dizem que a pele usada por Hércules era do leão que matara aos 18 anos na Beócia.

Óleo dito como Hércules e o Leão da Nemeia, porém, por ser um herói imberbe, pode ser a representação do leão morto na Beócia.

Hércules levou os restos do leão até a casa de Molorchus e ambos fizeram o sacrifício do cadáver a Zeus, que ascendeu o animal às estrelas, tornando-se a Constelação (e signo) de Leão. Ao ver Hércules entrar em Micenas com a pele do leão no corpo, o amendrontado Euristeu proibiu-o de entrar em seu palácio e passou a se comunicar com o herói a partir de um arauto (Copreu, filho de Pelops).

Constelação de Leão (Leo). Regulus (ou Cor Leonis, coração do leão) é a estrela mais brilhante.

Nemeia (hoje chamada de Heracléia) estabeleceu os Jogos Nemeus em homenagem a Zeus e Hércules. Semelhante aos importantes Jogos de Olímpia (resgatados pelo Barão de Coubertin como os Jogos Olímpicos), os Jogos Nemeus ocupavam o quarto lugar em importância, atrás do olimpiano, do Píticos (de Delfos, em homenagem a Apolo) e do Ístmicos (em Corinto).


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