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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Min

Min é um deus criador do Antigo Egito pré-dinástico adorado como deus da sexualidade, da potência masculina e da reprodução. Costumava ser representado com a pele negra (por conta da terra fértil do Nilo) segurando seu pênis ereto na mão esquerda e um mangual (ou chicote, nekhakha) na mão direita. Em sua cabeça, uma coroa de penas (ou chifres de touro). Seus símbolos eram o touro branco, uma flecha farpada (hieróglifo), e uma cama de alface egípcia (Lactuca serriola), vegetal que os egípcios acreditavam ser um poderoso afrodisíaco por ser alta, retilínea e liberar uma substância leitosa quando friccionada (características superficialmente semelhantes as do pênis).

Por ser um deus muito antigo, seus cultos são essencialmente rituais, não narrativos. Assim, o que se tem hoje são fragmentos mitológicos, alusões em hinos, inscrições de templos, iconografia e cosmologias locais. Então, Min aparece criando vida através da sua própria potência sexual, ejaculando para gerar vegetação e fertilidade da terra, sem ser uma lenda estruturada, mas uma referência ritualística e iconográfica. Em inscrições tardias, o deus é chamado de “Aquele que ejacula para criar”, “o touro das mães”, “A semente dos deuses”.

Por isso, há uma conexão com a coroação do faraó. Algumas inscrições descrevem Min “fortalecendo o falo do faraó”, “concedendo a semente real”, “fazendo fértil o ventre das mulheres do palácio”, “garantindo a inundação”. Em parte do ritual de coroação, o faraó, então, plantava sementes da alface egípcia num gesto simbólico de “fecundar o Egito” – mas alguns estudiosos afirmam que era literal, ou seja, o faraó precisava ejacular no Nilo para garantir simbolicamente a inundação anual.

Há um hino do Reino Novo que diz: “Min, que faz crescer o trigo, cujo falo ergue-se como o rebento das plantas.” Alguns textos religiosos dizem que a força do deus estava presente em cada planta ereta. No início da época de colheita, sua imagem era levada para fora do templo e levada para abençoar os campos, enquanto jogos nus (usualmente, demonstrações de força) eram realizados em sua homenagem.

A iconografia do touro branco se revela em inscrições e liturgias que descrevem “o touro branco, que cobre mil vacas, é Min em sua forma divina.” Alguns templos descrevem esse touro como uma manifestação viva do próprio deus. Assim, a fertilidade tanto da terra quanto dos animais estava associada ao deus.

Estudiosos encontraram um lado destrutivo do deus, com representações suas carregando um raio (ou flecha farpada), como se fosse um deus da guerra, mas hoje sabe-se que foi um erro de traduções. Muitas de suas estátuas e imagens foram destruídas com a chegada do Cristianismo.

É frequentemente ligado a Amon (como Amon-Min), a Kamutef (“Touro de sua Mãe”), a Geb, a Renenutet e a Re. Também foi ligado a Khnum por sua força criadora e fertilizadora no Nilo, já que um molda os corpos e o outro oferece a potência sexual. Por conta dos rituais orgásticos em seu nome, foi associado a , na mitologia grega.