 |
Estátua em bronze de Sucellus. Museu Nacional de Arqueologia (França) |
Qualificado como rei dos deuses,
Sucellus (
Sucellos) era, na verdade, um deus da fertilidade da terra, da agricultura. Seu nome significava "o que bate bem", por carregar um grande martelo de cabo longo, usado para bater na terra e acordar as plantas, anunciando o início da primavera. Era representado como um barbudo de porte atlético coberto apenas com uma pele de lobo. Se aparecesse com vestes estampadas de círculos e cruzes, estava ligado aos céus. Às vezes, segurava um tonel de vinho ou uma taça, mostrando ser responsável pelos banquetes dos deuses e padroeiro das bebidas alcoólicas.

Sua mulher era uma deusa da água,
Nantosuetta (ou
Nantosuelta, "rio serpeante"), outra figura da fertilidade, que era também deusa do lar. Suas águas eram curativas e revigorantes. De cabelos cacheados soltos, carregava uma cornucópia, símbolo de abundância, e, muitas vezes, corvos a rodeavam. Dizia-se que cuidava das raízes das plantas e, portanto, poderia passear pelo Reino Subterrâneo. Alguns mitos a colocavam até como governante ou responsável por guiar os espíritos. Dessa forma, foi comparada a
Perséfone grega.
Estátuas dos dois juntos eram comuns em domicílios celtas, associadas à prosperidade. Foram adorados principalmente na Lusitânia (Portugal) e na Gália (França). Nantosuetta foi associada a
Morrigan entre os celtas britânicos.