Essas imagens são obras da artista plástica brasileira Odilla Mestriner (1928-2009), da série Signos (1975), retiradas do site do Instituto Odilla Mestriner. Vale a pena conhecer mais sobre ela.
Esses são alguns dos epítetos que o personagem mais famoso da história da humanidade recebe no livro Zelota - A vida e a época de Jesus de Nazaré (Ed. Zahar, 2013), do phD em temas religiosos - e iraniano - Reza Aslan. Esteja ciente que, ao pegar esse livro para ler, você não vai reconhecer o Jesus Cristo, aquele pregador pacífico que todos reverenciam. Não. Você vai conhecer o Jesus homem, o Jesus histórico, posivelmente o verdadeiro Jesus que passou pela Terra. Digo provavelmente porque o autor deixa bem claro que pouco se sabe realmente sobre esse Jesus, uma vez que tudo que foi escrito sobre ele é de autoria política e bem depois de sua morte. É preciso esmiuçar o contexto real e histórico para entender quem pode ter sido esse homem que para muitos é o Filho de Deus.
A cultura judaica é o centro da história. Descobre-se o (talvez) primeiro holocausto que esse povo passou, mas também ficamos certos de que o grande problema das religiões é que ela serve e dá poder ao homem. Em busca do poder, seja ele financeiro ou político (e aqui também entenda religião como política), massacres e injustiças foram cometidos... assim como nos dias de hoje.
É interessante perceber que em nenhum momento se reduz a importância de Jesus. Pelo contrário, ele ganha novas tonalidades e se aproxima ainda mais de nós. Fica mais parecido com o homem da foto que encabeça esta postagem do que com o branco, de cabelos loiros compridos e olhos azuis que Roma nos apresentou. Com isso, a Bíblia enquanto livro religioso recebe uma comprovação de artifício político com inúmeros absurdos históricos e paradoxos entre seus próprios autores! A história da criação do Cristianismo - e da Igreja em si - tem revelada suas incongruências.
Vale dizer que Jesus não é o único personagem visitado: Maria, de virgem, passa por questionamentos de fidelidade; João Batista, de primo batizador, passa a grande mentor; o apóstolo Tiago, de Menor e quase sumido nas escrituras, passa a irmão de Jesus e o verdadeiro líder dos seguidores de Jesus após sua morte; Paulo, de perseguidor convertido e pai do Cristianismo, passa a um dissidente dos ensinamentos e quase um mentiroso birrento. Até mesmo a cruz recebe nova e mais factível interpretação.
Porém, essa é a minha interpretação. Leia por sua conta e reveja sua fé, porque - acredite - não tem como não questionar a Bíblia e tudo que lhe foi ensinado, mesmo que você seja o mais crente possível.
Dito isso, não sei se vocês perceberam que eu ressaltei o fato do autor ser iraniano. Fiz isso pelo motivo mais claro e atual: questionar nacionalidades, religiões e fundamentalismos. Mesmo sendo um best-seller, ele foi duramente criticado somente pelo fato de ter nascido no país considerado mais fundamentalista islâmico que existe. Como alguém como ele (um muçulmano) poderia escrever sobre a figura mais importante do Cristianismo? É claro que seu objetivo seria acabar com Jesus e com as bases da religião judaico-cristã! Certo? Errado.
Veja a entrevista a seguir (está em inglês mas tem legendas nas configurações) que foi considerado "uma das piores entrevistas da história", onde Reza Aslan precisa explicar várias vezes seu gigantesco currículo acadêmico enquanto a âncora da Fox News só quer chamá-lo de muçulmano, num caso explícito de islamofobia.
Também veja o vídeo a seguir para você entender o problema da islamofobia que acaba se transformando numa questão de Crença vs. Realidade, do que alguns aceitam como realidade vs. do que os fatos reais apresentam, que é exatamente o ponto do livro.
É isso. Reveja sua fé e os seus pré-conceitos (escrito assim mesmo).
Sobre o livro em si, achei um pouco confusa a ordem não-cronológica que o autor faz. Ele até segue um raciocínio direcionado, mas faz inúmeros vai-e-vens temporais que por muitas vezes perde o contexto. No fim, as notas dos capítulos inserem mais informação sobre as pesquisas e referências nas quais o livro foi baseado. Leia-as também - de preferência após cada capítulo correspondente para não ficar ainda mais perdido. Mesmo com isso tudo, as ideias e objetivos do autor ficam claros.
Você já passou pela experiência de olhar por acaso para um relógio digital e perceber que os algarismos formam coincidências numéricas, tipo 11h11, 13h13, 02h02, 12h21, etc.? Algumas pessoas costumam achar isso intrigante e questionam se estas combinações numéricas apresentam algum significado. Há quem interprete como um sinal de que existe alguém pensando em você naquele momento específico, enquanto outros creem que é uma espécie de oportunidade que a vida oferece de você fazer pedidos para o universo. Mas será que existe algum fundo de verdade neste tipo de pensamento?
Algumas pessoas dizem que uma moça francesa afirmou ter planejado e organizado seu futuro através das horas e minutos iguais ou invertidos. Ela teria conseguido realizar muitos dos desejos, por exemplo, casar-se com o homem que ela mais amava. E seguia da seguinte forma:
01:01 - Alguém te ama 02:02 - Em breve terá um encontro. 03:03 - Contigo ele/a é mais feliz. 04:04 - Alguém distante pensa em você. 05:05 - Receberás um convite. 06:06 - Fará de tudo pelo seu amor. 07:07 - Alguém gosta de ti. 08:08 - Hoje ele/a pensou em você. 09:09 - Presentes do seu amor. 10:10 - Alguém irá se declarar para você. 11:11 - Você receberá um recado. 12:12 - Novidades te alegrarão. 13:13 - Você terá um lindo namorado. 14:14 - É hora de investir naquele alguém especial. 15:15 - Alguém chora por você. 16:16 - Alguém quer loucamente um beijo seu, em segredo. 17:17 - Não pensa em você desse jeito. 18:18 - Alguém sente saudades de ti, pois te ama. 19:19 - Você terá quem deseja. 20:20 - Terá união no amor. 21:21 - Você vai perceber que outro pode ser aquele alguém. 22:22 - Estão te xingando. 23:23 - Zombam de ti, mas nunca serás traída.
Com as horas invertidas (sequência de dígitos em que os números quando lidos em um sentido ou em sentido contrário são sempre os mesmos, por exemplo, 23:32, 01:10, 04:40, etc) funcionava da seguinte forma:
01:10 - Alguém está te querendo. 02:20 - Notícias boas estão a caminho. 03:30 - Alguém te deseja. 04:40 - Traíste alguém. 05:50 - Receberás uma surpresa. 10:01 - Teu amor está com outro(a). 12:21 - Falam mal de ti. 13:31 - Algo não irá te agradar. 14:41 - Perdeste algo. 15:51 - Alguém está te paquerando. 20:02 - Sentem saudade. 21:12 - Desejam o teu bem. 23:32 - Alguém está te zombando.
Mas ficam as perguntas: isso vale se a pessoa ficar esperando o hora chegar no relógio? Vale se o relógio não estiver no padrão AM/PM?
Já os numerólogos possuem várias teorias. Por exemplo: se alguém é "perseguido" pela coincidência de ver o relógio no marcador 13h13, os números 1 e 3 se repetem. Se for pelo 11h11, o número 1 está em evidência. E essas simbologias numerológicas nos oferecem pistas importantes sobre quais são os significados desta intrigante experiência. Outro modo de interpretar é avaliar o número final que obtemos pela soma dos algarismos da hora igual. No caso de 13h13, por exemplo, somamos 1+3+1+3 = 8. Então, os números 1, 3 e 8 são os veículos de nosso inconsciente para nos entregar um recado. Se a soma dos algarismos der um resultado igual ou superior a 10, precisamos somar novamente esses dois números, a fim de obter o resultado reduzido da soma.
Seguem abaixo algumas perguntas que você poderá fazer a si mesmo ao refletir sobre alguma sequência numérica:
NÚMERO 0: É indicador de um amplo potencial. É a semente a ser fecundada, o estado em que a pessoa se prepara para ter uma ideia criativa, tomar uma decisão importante, iniciar um projeto, enfim, começar uma nova etapa em sua vida. Só acontece às 00h00 (perfeito para reveillons).
O que estou gestando?
Tenho consciência de meu potencial, dos dons e talentos que possuo?
Estou me preparando adequadamente com os pensamentos corretos para adotar uma postura mais confiante que me permitirá iniciar um novo ciclo em minha vida?
Tenho refletido sobre aquilo que quero começar e as decisões que preciso tomar para iniciar uma nova fase?
NÚMERO 1:
Será que estou precisando de mais coragem para tomar uma decisão importante nesta fase em que vivo?
Como posso iniciar um novo projeto ou dar uma guinada em minha vida?
O que preciso fazer para ter mais independência, autonomia e criatividade?
A existência está me pedindo mais autoconfiança para bancar as minhas ideias ou exercer liderança?
Será que preciso melhorar minha relação com meu pai ou algum outro homem?
NÚMERO 2:
Quais conflitos tenho evitado para não enfrentar o incômodo da discordância e da desarmonia em meus relacionamentos?
Tenho valorizado meus sentimentos e expressado minhas emoções?
Não estou defendo meus direitos e pontos de vista porque tenho medo das pessoas não me amarem ou não gostarem mais de mim?
Será que preciso melhorar meu relacionamento com minha mãe ou outra mulher?
NÚMERO 3:
Como tenho me comunicado?
Tenho me permitido viver momentos de lazer?
Não estou me divertindo?
O que faço para ter mais prazer na minha vida?
Será que preciso melhorar meu relacionamento com algum irmão, vizinho ou colega de estudo?
NÚMERO 4:
Estou me organizando para administrar melhor o meu tempo?
Consigo me planejar para realizar uma meta?
Sou persistente e prático nesse processo?
De que forma tenho cuidado do meu corpo e da minha saúde?
Será que preciso melhorar meu desempenho profissional e assumir mais responsabilidades familiares?
Como tem sido meu desempenho em algum trabalho em equipe?
NÚMERO 5:
Estou me abrindo para novas oportunidades?
Como tenho lidado com o sexo e o prazer?
Tenho exagerado ou preciso viver novas experiências nesse sentido?
Quero viajar, fazer um novo curso ou simplesmente implementar novidades em minha rotina?
Será que preciso melhorar minha maneira de estudar, me concentrar e aprender?
Estou me dispersando ou sabendo escolher prioridades nesta fase de minha vida?
NÚMERO 6:
Sinto-me muito carente de afeto e de amor da família?
Tenho me dedicado aos meus familiares, buscando resolver atritos e conciliar divergências?
De que forma tenho expressado meus ideais românticos?
Será que preciso melhorar meu relacionamento com algum grupo ou mesmo com meus familiares?
Como posso apreciar mais a beleza e desenvolver meu senso estético, artístico ou musical?
NÚMERO 7:
Tenho agido de forma muito defensiva, me protegendo de relacionamentos íntimos?
Sinto-me solitário ou acabo me abrindo de forma impulsiva em meus relacionamentos?
Tenho receio de ser traído ou incompreendido?
Como tenho lidado com a possibilidade de ser infiel, traindo a pessoa parceira ou algum amigo?
Procuro me especializar e ser uma pessoa com mais conhecimentos?
Como tenho me relacionado com algum professor, mestre, guru? Ou nesse papel professoral?
Sigo minhas intuições ou duvido muito da minha fé e da religiosidade?
NÚMERO 8:
Como tenho buscado me destacar e ser respeitado?
Eu estou me impondo de forma tirânica ou acabo me submetendo passivamente à vontade dos outros?
De que forma estou lidando com o dinheiro?
Estou administrando bem minhas finanças, me endividando ou sendo muito "pão duro"?
Será que preciso melhorar minha relação com meu chefe, meu patrão ou outra figura de autoridade?
Sinto-me merecedor do sucesso e da abundância material?
NÚMERO 9:
Em que preciso colocar um ponto final?
Qual pendência é necessária ser finalizada?
Quais tarefas necessito concluir?
Estou chegando ao fim de um ciclo?
E conseguindo me abrir para o nascimento do novo?
Será que estou bastante apegado a uma relação, situação ou atividade?
Como posso desenvolver o desprendimento?
Chegou a hora de doar algumas roupas que não uso mais ou desapegar de alguns objetivos?
E aí? Acreditas?
PS.: Essa é a primeira postagem cruzada dos meus blogs Mito+Graphos e H+Min+Sec, que fala de relógios e o tempo em si. Vá lá! E tive ajuda do site Significados para essa postagem.
Deuses Americanos (American Gods) é o quarto romance de Neil Gaiman, publicado em 2001, que mistura várias vertentes da mitologia (com foco maior na mitologia escandinava, mas passando por egípcia, africana e outras). Tudo está centralizado em um misterioso e taciturno protagonista Shadow, que de repente se vê envolvido num embate entre os deuses antigos que migraram para o centro do mundo atual (os EUA, lembrando a premissa de Percy Jackson) e os deuses do capitalismo, como a Mídia e a Tecnologia.
Sei que os fãs de Gaiman são inúmeros, mas achei a narrativa bem arrastada. Os poucos momentos de ação não seguram. Você lê praticamente livo inteiro esperando o grande combate e ele acontece meio longe do leitor. Talvez eu tenha tido essa sensação por não ter lido outros livros dele, pois me parece que existe ligações entre eles. Ou talvez por ter conhecimento mitológico e não ter sido surpreendido pelas variações de nomes e atitudes de personagens - o que me fez ficar mais interessado pelos "vilões" modernos. Então, leia os livros de Gaiman em sequência.
2013 não tinha sido bom. E 2014 também não foi (como eu já esperava). Ponto final. Por aqui só consegui fazer 27 postagens em todo o ano, sendo que nem 1/4 foram verbetes mitológicos. Não sei como será o ano do Carneiro, de Marte e de Ogum. Só espero que melhore um pouco para que eu possa aparecer mais por aqui. Penso até em mudar algumas coisas... como fazer verbetes mais curtos e ir atualizando com o tempo... mas ainda não sei. Enquanto isso, a página no Facebook está ativa, compartilhando algumas coisas interessantes tanto do blog quanto de outros. Que os deuses estejam conosco!
Vejam que interessante: no Palacio de la Justicia em Valparaíso, no Chile, a estátua de Têmis, deusa grega da justiça e imagem icônica, não está vendada e nem utiliza a balança para pesar, como se não só enxergasse tudo como se soubesse exatamente como resolvê-los.
Sinceramente... pra falar do filme em si, acho melhor que vocês leiam as críticas do Hollywoodiano e do Omelete. O Hollywodiano deu nota 1 e o Omelete deu nota 3. Dou 2, então, porque minha opinião cinematográfica é um misto das duas.
Depois da insanidade que já fizeram este ano, Dwayne Johnson resolveu fazer o filme da sua vida: transformar Hércules num herói real. Por isso, como esse site é de mitologia, ficou por um triz fazer qualquer avaliação de Hércules (Hercules, 2014), que busca tirar qualquer vestígio mitológico da história.
Bom... se você é fã de mitologia, veja somente os primeiros minutos do filme. Tem algumas coisinhas aqui ou ali a se questionar, mas você verá as cobras a mando da vingativa Hera que o herói mata na infância. Verá o Javali de Erimanto, a Hidra de Lerna e o famoso Leão da Neméia. Durante o filme, serão citados os outros trabalhos e até Cérbero aparece. Mas entenda desde já: é tudo sugestão psicológica. Nesse filme, Hércules é um mercenário que – mesmo com sua força descomunal (divina ou não?) – tem uma equipe que o ajuda sorrateiramente a resolver os problemas (os créditos finais mostram como) e faz bastante propaganda sobre seus feitos "divinos".
Contente-se com isso...
Não tenho nenhuma referência dessa "realidade" do herói. Sei que o filme foi baseado na HQ The Tracian Wars, the Steve Moore, mas não sei ela foi embasada em alguma documentação histórica factível. De sua equipe, todos os personagens existem na história mitológica:
Autolicus (Rufus Sewell) foi um guerreiro e semideus, filho de Hermes;
Atalanta (Ingrid Bolso Berdal) foi uma poderosa caçadora, dita como a única mulher entre os Argonautas (by the way: perfeita para o papel de Mulher-Maravilha ou da amazona Ártemis que já tomou o lugar da super-heroína amazona dos quadrinhos);
Anfiarau (Ian McShane) não era exatamente um guerreiro, mas sim o adivinho abençoado pelos deuses.
Tideu (Aksel Hennie) não era um selvagem mudo, mas um guerreiro que participou de Guerra de Troia e chegou a ser um príncipe em Argos.
Iolaus (Reece Ritchie) realmente é sobrinho de Hércules e também o ajudou em alguns de seus famosos trabalhos, mas não como contador de histórias e sim como um esperto escudeiro.
Dos outros personagens, Lorde Cotys (John Hurt) pode ter sido inspirados nos dois reis homônimos da Trácia, assim como Rhesus (Tobias Santelmann) também foi um rei trácio (sem ligação com centauros...). Mas é Euristeu (Joseph Fiennes) o mais importante deles por ser o mandante dos Doze Trabalhos do herói. (SPOILER) Ele não foi o responsável pela morte da família de Hércules, mas inspirado por Hera, o obrigou a pagar por seus crimes.
Então, se você não quiser ver esse filme no cinema ou esperar passar na
TV, veja o trailer abaixo que praticamente dá uma ideia no filme
(tirando algumas cenas e efeitos que não aparecem).
Por que não fazem o filme mitológico num mundo onde hobbits são sucesso de bilheteria? Será que Doze Trabalhos são muitos para 2h de cinema e precisariam ser uma trilogia ou um filme para TV em várias partes? Será que não podem nem fazer a versão do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, que me fez amar ainda mais a mitologia?
Minha expectativa por algo decente do herói me estimulou a finalmente escrever a postagem sobre ele neste blog. Aguardem.