No antigo mito centro-americano dos Cinco Sóis (as cinco eras mundiais), Tonatiuh representava a Quinta Era. Esse deus governava o mundo de Tonatiuhican, o céu asteca, um paraíso espiritual reservado apenas aos mais dignos, como os guerreiros mortos em batalhas e as mulheres que morriam ao dar à luz.
Como deus do oriente e do sol, seu poder era constantemente desafiado pela luta enfrentada em seu nascimento diário, com sua passagem pelos céus durante o dia e sua morte à noite. Feroz e belicoso, Tonatiuh era também uma divindade guerreira que fortalecia os soldados no calor e nos esforços das batalhas.
As esferas de influência de Tonatiuh indicavam que seu poder sofria ameaças constantes. A humanidade só poderia mantê-lo se exercitasse a virtude de elevada moral – junto com um ciclo interminável de sacrifícios humanos. Os apetites do deus estão graficamente representados em suas imagens. Seu corpo, no centro de um grande disco solar cheio de raios, é vermelho, e ele usa um cocar de penas de águia. Sua língua tem a forma da faca sacrifical que os sacerdotes astecas usavam para arrancar o coração das vítimas vivas – oferenda que as presas gigantes de Tonatiuh seguram firmemente. A violência deste deus era tão grande que os astecas atribuíram seu nome ao mais cruel dos conquistadores espanhóis, Pedro de Alvarado.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Brigantia
Como deusa celta da vitória, Brigantia (Briganta, Brigindo) era apropriadamente a protetora dos brigantes, tribo do norte da Bretanha que habitava o local hoje conhecido como West Yorkshire, poderosa o bastante para resistir às forças do Império Romano por mais de 150 anos. Parece ter sido associado por Júlio César a “Minerva Celta” – uma das divindades locais que ele descreveu após invadir a Bretanha em 55 a.C. Certamente a deusa corresponde à romana Minerva, tanto no seu aspecto guerreiro quanto no seu papel de protetora das artes e do artefato: uma estátua do século III mostra Brigantia segurando a lança de Minerva e um globo que simboliza o governo, com suas asas da vitória aparecendo por trás dos seus ombros. Séculos mais tarde, pode ter sido também o modelo para Britânia, a guerreira que usava capacete e carregava um tridente, personificando o Império Britânico.
Embora os brigantes fossem mais tarde subjugados pelos legionários romanos, que marcharam para o norte para construir o Muro de Adriano no século II, sua divindade ainda era reverenciada durante a ocupação romana da Bretanha como uma deusa ninfa das fontes. Pode também corresponder à irlandesa Brígida, à qual se atribuíam a cura e a medicina, protegia muitas fontes, cujas águas possivelmente curavam os enfermos.
Embora os brigantes fossem mais tarde subjugados pelos legionários romanos, que marcharam para o norte para construir o Muro de Adriano no século II, sua divindade ainda era reverenciada durante a ocupação romana da Bretanha como uma deusa ninfa das fontes. Pode também corresponder à irlandesa Brígida, à qual se atribuíam a cura e a medicina, protegia muitas fontes, cujas águas possivelmente curavam os enfermos.
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terça-feira, 5 de abril de 2016
Welsit Manatu
O criador do povo lenape é Welsit Manatu ("espírito bom"). Ele fez tudo o que há no mundo: criou a Terra do barro, formou os humanos e plantou ervas úteis para o povo comer e usar como remédio. Também ajudou as pessoas matando ou transformando seres nocivos. Por exemplo, reduziu o enorme esquilo que comia gente a um tamanho pequeno. Seu trabalho é desfeito pelo cruel Mahtantu, que criou plantas venenosas e morcegos.
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sábado, 2 de abril de 2016
Cagn
Um dos heróis do povo san (os bosquímanos do Deserto do Kalahari) era o ardiloso louva-a-deus Cagn. Transformando-se numa grande variedade de animais, podia inclusive fazer suas sandálias virarem dois cães ferozes, que atacavam os inimigos. Quando Cagn era morto sob a forma animal, seus ossos podiam ser consertados e ele voltava à vida.
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quarta-feira, 23 de março de 2016
Mamma mia!
Você deve estar se perguntando o quê o filme Mamma mia! (2008) está fazendo num blog de mitologia...
Bom... Eu poderia dar um resposta simples e direta do tipo "o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser (principalmente se for sobre Meryl Streep)"... e até meio que é isso... mas, por incrível que pareça, esse musical tem duas citações mitológicas, além de ser filmado na belíssima ilha grega de Escópelos:
O musical é ótimo e divertido. Vale muito pelas músicas do ABBA, mesmo que algumas canções tenham sido assassinadas pelos intérpretes. Fique, então, com The winner takes it all, onde Meryl Streep fala de amor e bota a culpa nos deuses. E, conhecendo a mitologia grega... eles tinham culpa mesmo!
Bom... Eu poderia dar um resposta simples e direta do tipo "o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser (principalmente se for sobre Meryl Streep)"... e até meio que é isso... mas, por incrível que pareça, esse musical tem duas citações mitológicas, além de ser filmado na belíssima ilha grega de Escópelos:
- No início do filme, Sophie (Amanda Seyfried) fala sobre uma lenda da Fonte de Afrodite: quem bebesse de sua água acharia o amor verdadeiro e a felicidade perfeita. Acredita-se que essa fonte está no Chipre.
- E no fim, no fim mesmo, os deuses olimpianos aparecem e se divertem ao som de Waterloo.
O musical é ótimo e divertido. Vale muito pelas músicas do ABBA, mesmo que algumas canções tenham sido assassinadas pelos intérpretes. Fique, então, com The winner takes it all, onde Meryl Streep fala de amor e bota a culpa nos deuses. E, conhecendo a mitologia grega... eles tinham culpa mesmo!
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sábado, 19 de março de 2016
Ossanha protege o Jardim Botânico do Rio
No meio da cidade do Rio de Janeiro tem um paraíso chamado Jardim Botânico. E ele é protegido por Ossanha, orixá do verde, belamente representado nessa estátua em resina de 5 metros de altura do artista plástico baiano Tatti Moreno (2004).
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terça-feira, 15 de março de 2016
Heróis do Olimpo - O filho de Netuno
Há três anos li e resenhei o livro O herói perdido, primeiro da segunda saga de Percy Jackson e cia. Retomei a saga e já terminei o segundo livro - O filho de Netuno - que irei comentar agora.
Lembrando... no primeiro livro, Percy estava desaparecido, três novos semideuses foram apresentados junto à uma nova profecia e os deuses agora aparecem em suas versões romanas. Como eu havia dito, a premissa é a mesma da primeira saga, tendo Gigantomaquia como nova base e a grande vilã é Gaia.
Esse segundo livro acontece ao mesmo tempo que o primeiro, mas nesse ficamos sabendo o motivo da ausência de Percy. Fica difícil de entrar em mais detalhes sem dar spoiler, mas em determinado momento você se sente meio enganado... do tipo já li isso antes... A questão é que o interessante deixa de ser a saga em si, mas cada novo personagem que conhecemos. Talvez esse seja o grande talento de Rick Riordan: saber escrever os perfis e enredos de cada um que aparece e ir apresentando isso em doses homeopáticas. É isso que faz a gente ir lendo, lendo, lendo, até um final que não é final nenhum... afinal é só o segundo de cinco livros.
Dessa vez o autor mergulha na Morte... não só na sua personificação mitológica Tanatos, mas também no Reino Inferior e seu deus, Hades/Plutão. Novos gigantes são mencionados e o lado militarizado do Império Romano torna-se imprescindível.
Ter a Mãe-Natureza como inimiga pode ser um interessante questionamento, mas é preciso ver aonde isso tudo vai chegar.
Lembrando... no primeiro livro, Percy estava desaparecido, três novos semideuses foram apresentados junto à uma nova profecia e os deuses agora aparecem em suas versões romanas. Como eu havia dito, a premissa é a mesma da primeira saga, tendo Gigantomaquia como nova base e a grande vilã é Gaia.
Esse segundo livro acontece ao mesmo tempo que o primeiro, mas nesse ficamos sabendo o motivo da ausência de Percy. Fica difícil de entrar em mais detalhes sem dar spoiler, mas em determinado momento você se sente meio enganado... do tipo já li isso antes... A questão é que o interessante deixa de ser a saga em si, mas cada novo personagem que conhecemos. Talvez esse seja o grande talento de Rick Riordan: saber escrever os perfis e enredos de cada um que aparece e ir apresentando isso em doses homeopáticas. É isso que faz a gente ir lendo, lendo, lendo, até um final que não é final nenhum... afinal é só o segundo de cinco livros.
Dessa vez o autor mergulha na Morte... não só na sua personificação mitológica Tanatos, mas também no Reino Inferior e seu deus, Hades/Plutão. Novos gigantes são mencionados e o lado militarizado do Império Romano torna-se imprescindível.
Ter a Mãe-Natureza como inimiga pode ser um interessante questionamento, mas é preciso ver aonde isso tudo vai chegar.
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sábado, 12 de março de 2016
Minotaura
Já tivemos uma Centaura, por que não uma Minotaura também?
Essa obra está na exposição Frida Khalo - Conexões entre mulheres surrealistas no México, que fica até 27 de março na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.
Óleo sobra madeira da espanhola surrealista Remedios Varo (1959). |
Essa obra está na exposição Frida Khalo - Conexões entre mulheres surrealistas no México, que fica até 27 de março na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.
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segunda-feira, 7 de março de 2016
Deuses do Egito
Deuses do Egito (Gods of Egypt, 2016) é um filme errado por inúmeras razões.
A principal delas talvez seja a polêmica gerada pela falta de atores negros no elenco de um filme que deve representar o Egito Antigo. E essa polêmica está no auge de Hollywood. Na verdade, até tem um personagem negro com certa importância (o deus Thot, de Chadwick Boseman), mas é perceptível que os papéis principais ficaram com atores brancos de pele bronzeada – e ainda tem uma cota com uma atriz vietnamita (Elodie Yung, a deusa Hator). Aconteceu algo invertido no primeiro filme do Thor... Mas eu preciso fazer um destaque importante:
Mas esse erro pode estar no próprio roteiro do filme. O irmão ciumento (Set) que toma tudo do irmão bonzinho (Osíris) e vira um ditador que quer dominar absolutamente tudo é comum e foi mal trabalhado, pois ficou raso e sem propósito, gratuito mesmo. As motivações e conexões entre os personagens também não possuem desenvolvimento ou profundidade e vão do 8 ao 80 em segundos. O amor do ladrão a la Indiana Jones e da jovem puríssima não engrena, assim como o amor entre os deuses não convence. Não que eu tenha ido ao cinema ver uma obra-prima do cinema, mas nem os efeitos especiais e os cenários exuberantes chamam atenção.
Mas vamos à mitologia em si...
Começo dizendo o seguinte: a mitologia egípcia não é de grandes sagas e histórias como as mitologias grega, escandinava, japonesa, celta... Que eu saiba, a mais importante é realmente essa relação entre Osíris, Set, Ísis e Horus. Assim que puder, pesquisarei melhor sobre isso... mas essa situação acaba por tornar todo o filme um erro. Nem mesmo a história entre esses deuses ficou boa.
As representações dos deuses egípcios realmente tinham uma versão humana e outra zoomorfizada, ou seja, com cabeça de animal, mas nada de armaduras Transformers! O fato de serem maiores do que os humanos é uma livre interpretação do "Peso da Alma", uma regra artística que coloca deuses e faraós (representantes divinos na Terra) maiores do que as pessoas comuns em pinturas. Mas sangue de ouro... isso é coisa de Percy Jackson. Já as serpentes gigantes que soltam fogo, parecem coisa de Fúria de Titãs.
Já o além-vida é realmente uma das partes mais importantes da religião/mitologia egípcia: praticamente todos os deuses possuíam alguma relação com o pós-vida. Anúbis (o deus-chacal que talvez seja a cara mais conhecida dessa mitologia) e o Salão das Duas Verdades (onde uma pena é usada como medida de peso) fazem parte da caminhada de toda alma. Porém, aquela passagem luminosa que parecia um olho e levava as almas após a pesagem não existe. O sistema é outro que planejo descrever aqui um dia.
Acho que o filme serve para mostrar que esses deuses também existem. A correlação deles está correta: Rá é o deus-sol, Horus é o céu, Hator é a deusa do amor (entre outras coisas), Thot é o deus da sabedoria, Apep (Apófis) é um grande demônio, etc etc. Confesso que não sei qual roteiro tornaria esses deuses atrativos por causa da ligação com a morte, mas merecia mais.
A principal delas talvez seja a polêmica gerada pela falta de atores negros no elenco de um filme que deve representar o Egito Antigo. E essa polêmica está no auge de Hollywood. Na verdade, até tem um personagem negro com certa importância (o deus Thot, de Chadwick Boseman), mas é perceptível que os papéis principais ficaram com atores brancos de pele bronzeada – e ainda tem uma cota com uma atriz vietnamita (Elodie Yung, a deusa Hator). Aconteceu algo invertido no primeiro filme do Thor... Mas eu preciso fazer um destaque importante:
Veja pinturas do Egito Antigo e você não encontrará pessoas negras! Elas eram pintadas de um alaranjado (às vezes puxando pro vermelho, às vezes para o amarelo). Quem disse que naquele tempo o Egito só tinha negros? Só por que é na África. Não. A probabilidade é que o tom de pele da época seja um marrom avermelhado, uma pele árabe bronzeada de sol. Nas pinturas egípcias, a cor negra estava associada tanto à noite e à morte, quanto à fertilidade e à regeneração, uma vez que o solo do Rio Nilo era enegrecido. A cor era usada em sobrancelhas, olhos e detalhes.Bom... outro erro está nas atuações. Eu realmente gostaria de saber o que levou Geoffrey Rush (Rá) Gerard Butler (Set) e Nikolaj Coster-Waldau (Horus) a aceitarem os papéis principais nesse filme. Se foi dinheiro, eles devem repensar suas estratégias de carreira porque o filme custou U$140 milhões e não rendeu nem 30. Todos parecem estar em "modo automático/over" e Butler ainda tem um momento Leônidas de Esparta... Se foi para alavancar a carreira do jovem casal protagonista que nem vale citar o nome, também não deu.
Mas esse erro pode estar no próprio roteiro do filme. O irmão ciumento (Set) que toma tudo do irmão bonzinho (Osíris) e vira um ditador que quer dominar absolutamente tudo é comum e foi mal trabalhado, pois ficou raso e sem propósito, gratuito mesmo. As motivações e conexões entre os personagens também não possuem desenvolvimento ou profundidade e vão do 8 ao 80 em segundos. O amor do ladrão a la Indiana Jones e da jovem puríssima não engrena, assim como o amor entre os deuses não convence. Não que eu tenha ido ao cinema ver uma obra-prima do cinema, mas nem os efeitos especiais e os cenários exuberantes chamam atenção.
Mas vamos à mitologia em si...
Começo dizendo o seguinte: a mitologia egípcia não é de grandes sagas e histórias como as mitologias grega, escandinava, japonesa, celta... Que eu saiba, a mais importante é realmente essa relação entre Osíris, Set, Ísis e Horus. Assim que puder, pesquisarei melhor sobre isso... mas essa situação acaba por tornar todo o filme um erro. Nem mesmo a história entre esses deuses ficou boa.
As representações dos deuses egípcios realmente tinham uma versão humana e outra zoomorfizada, ou seja, com cabeça de animal, mas nada de armaduras Transformers! O fato de serem maiores do que os humanos é uma livre interpretação do "Peso da Alma", uma regra artística que coloca deuses e faraós (representantes divinos na Terra) maiores do que as pessoas comuns em pinturas. Mas sangue de ouro... isso é coisa de Percy Jackson. Já as serpentes gigantes que soltam fogo, parecem coisa de Fúria de Titãs.
Já o além-vida é realmente uma das partes mais importantes da religião/mitologia egípcia: praticamente todos os deuses possuíam alguma relação com o pós-vida. Anúbis (o deus-chacal que talvez seja a cara mais conhecida dessa mitologia) e o Salão das Duas Verdades (onde uma pena é usada como medida de peso) fazem parte da caminhada de toda alma. Porém, aquela passagem luminosa que parecia um olho e levava as almas após a pesagem não existe. O sistema é outro que planejo descrever aqui um dia.
Acho que o filme serve para mostrar que esses deuses também existem. A correlação deles está correta: Rá é o deus-sol, Horus é o céu, Hator é a deusa do amor (entre outras coisas), Thot é o deus da sabedoria, Apep (Apófis) é um grande demônio, etc etc. Confesso que não sei qual roteiro tornaria esses deuses atrativos por causa da ligação com a morte, mas merecia mais.
domingo, 6 de março de 2016
Descanso merecido
Depois de meses envolvido com a saga de Hércules, me dei um descanso. Mas não fiquei longe da mitologia. Vi o filme Deuses do Egito (farei a crítica ainda essa semana) e comecei a ler a segunda saga de Percy Jackson (Os heróis do Olimpo), da qual já li o primeiro livro em 2013 e fiz uma resenha. No momento, estou no segundo livro (O filho de Netuno) com os outros na fila. Além disso, logo que reorganizar meus horários particulares, retornarei com os verbetes curtos.
Até já!
Até já!
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