segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tirawa

Deus supremo dos Pawnees, Tirawa (ou Atius Tirawa) está presente em todas as coisas, associado, principalmente, às estrelas, aos ventos, à chuva, aos raios e ao trovão. Seu ruído, segundo a lenda, é o som dos deuses voltando para a terra, depois de terminado o inverno.

No início, existia apenas um grande conselho divino presidido por Tirawa e sua esposa, Atira. Foi ele que definiu a posição de cada um e colocou as estrelas no céu (em forma de tijela) para sustentá-lo.

Ele também é responsável pela criação do primeiro homem e da primeira mulher. Ele pediu para Sakuru (sol) iluminar o leste com todo o seu calor e para Pah (lua) iluminar a escuridão assim que ela surgisse. Desse encontro de luzes, surgiu o homem. Em seguida, Tirawa pediu a Tcuperakata (estrela vespertina) para ser a grande mulher de todas as tribos e pediu para Operikata (estrela da manhã) ser o grande guerreiro condutor das tribos.. As duas estrelas deram forma a primeira mulher. Em seguida, Tirawa mostrou-lhes como viver e como fazer o primeiro altar de um crânio de búfalo. Também ensinou sobre linguagem, tatuagem, criação do fogo, caça, agricultura, vestuário e rituais sagrados.

Seu poder chega ao auge no verão. É representado como um homem alto de pele bronzeada, olhos castanhos-dourados e um cabelo ondulado como uma juba de leão. Veste-se com um roupa justa de couro e está sempre descalço, em contato com a terra.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pinga e Pana

Deusa da caça e da fertilidade, Pinga ("A mulher lá de cima") pastoreia os caribus, formando grandes manadas que depois empurra aos caçadores. Por isso, ela desempenha papel importante na vida dos povos polares, como os inuítes.

É também deusa da medicina e vigia as ações dos homens, como uma grande jurada. Ela guia as almas dos recém-mortos para renascerem em sua casa no submundo, o Adlivun. Lá, o deus Pana os prepara durante uma ano ao menos para a reencarnação. Às vezes, os deuses são ditos como casados, em outras versões, Pana é o lado masculino de Pinga.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Belenus

O deus do Sol e do fogo Belenus era um dos principais da mitologia celta. Era também ligado à ciência, à cura, às fontes térmicas, ao sucesso, à prosperidade e, até mesmo, à colheita e à agricultura. Era casado com Belisama, deusa das forjas e do artesanato.

A palavra bel (brilhante) aparece como radical de diversos nomes divinos (como o deus guerreiro Belatucadrus), o que pode significar várias faces do mesmo deus. Belenus era invocado em batalhas para garantir a vitória aos corajozos e ferozes guerreiros, uma vez que as batalhas eram consideradas os momentos "mais brilhantes" na vida de um guerreiro. Era dito que o deu ficava lado a lado com quem o invocou, passando sua força até a vitória. Mas também era visto como o deus da iluminação, da sabedoria, e, portanto, acompanhava os grandes líderes e estrategistas.

Seus símbolos são o cavalo e a roda. Dia 1º de maio ocorria o Beltane (Fogo de Bel), festival do deus onde se sacrificavam animais em grandes piras. É também conhecido como Belanus, Belen, Belinus, Belenos. Comparado ao Apolo grego, também está relacionado com Ares (Marte) em sua versão guerreira.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Leshy


Leshy é o espírito Senhor da Floresta, protetor de toda vida selvagem, dos animais às arvores e arbustos. São também chamados de Lesy, Lesny, Lechy, Lesovy, Lesovik, Leshak , Lesun ou Leszy. Esses nomes tiveram origem do eslavo comum, significam "ele da floresta". Uma lenda diz que ele é filho de um demônio com uma mulher. Outra diz que ele tem uma família: sua esposa Leshachikha (Leszachka), e suas crianças Leshanki (ou Leshonky).

Geralmente aparece como um camponês alto que utiliza sapatos em pés trocados que não tem sombra. É capaz de mudar seu tamanho, desde uma lâmina de erva a uma árvore muito alta. Tem cabelos, sobrancelhas e barba feitos a partir da grama vivente e das vinhas. Tem a pele pálida e azulada por causa de seu sangue azul, contrastando com seus brilhantes olhos verdes. É freqüentemente representado em companhia de lobos cinzentos e ursos. Costuma carregar um pedaço de madeira para expressar que é o mestre dos vegetais. No Dictionnaire Infernal, é descrito como um demônio humanóide de pele azul, cabelos e barba verde e dois grandes chifres que carrega um porrete e um chicote.

É um espírito pernicioso que gosta de seqüestrar jovens, imitando vozes humanas conhecidas ou se transformando em animais dóceis. Dá indicações erradas a quem entra na floresta, mas viajantes espertos se livram dele vestindo suas roupas de trás para frente. No caso de um Leshy começar a correr atrás de alguém, é preciso fazer algo contra a floresta (iniciar um incêndio, por exemplo) para que o espírito se preocupe com outra coisa e esqueça da perseguição. Sua terrivel risada pelas árvores é a constatação de que alguém se perdeu e provavelmente, morreu. Seu choro é ainda pior e determina alguma maldade com seus protegidos.

Se por um acaso, alguém acabar ajudando um Leshy, o espírito ensinará vários segredos mágicos das florestas. Agricultores e pastores vivem tentando agradá-los. Adeptos do cristianismo diziam que era preciso entregar ao Leshy um crucifixo para que uma comunhão de paz (ou seu banimento) fosse realizada.

São inúmeras as ligações com o mito do Curupira no folclore brasileiro. Camuflagens militares que envolvem fantasias florestais com óculos noturnos são chamadas de Leshy Suit.

domingo, 27 de junho de 2010

Ilmatar

Ilmatar, pintura de Robert Wilhelm Ekman (1808-1873)

Ilmatar ou Ilmater ("espírito feminino da natureza") era a jovem do ar, a deusa que criou o mundo ao longo de milhares de anos. Dia a lenda que, após 700 anos sozinha no oceano primevo, uma pata selvagem (ou uma águia) pousou em seu joelho, fez um ninho em seus braços e colocou sete ovos. Quando estes começaram a se abrir, o nervosismo fez a jovem se mexer e derrubar os ovos no mar. As cascas se transformaram em ilhas e continentes; a gema, no sol; e a clara, na lua e nas estrelas.

Arte de Lisa Hunt
Em uma outra lenda, a pata teria colocado apenas um ovo. A parte de cima da casca tornou-se a abóbada celeste. As estrelas teriam se formado de pequenos pedaços da casca. Aos poucos construiu montanhas, cavou vales e fez rios atravessarem a terra.

Mesmo mantendo seu status virginal, ficou grávida dos céus e dos oceanos e teve Väinämöinen - personagem central da mitologia finlandesa -, Lemminkäinen e Ilmarinen.

É também chamada de Luonnotar, "espírito feminino do ar". Raramente é retratada como homem, como um grande herói.