quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ipilya


Ipilya na marca Australian Indigenous Health Info Net,
criada pela artista aborígene Donna Lei Rioli
Em um gigantesco pântano, vive Ipilya, uma gigantesca lagartixa responsável pelas tempestades e trovoadas do período das monções. Diz-se que ela engole água e lama para em seguida esguichá-las nos céus, criando as nuvens de chuva. Feliz com o resultado, Ipilya se move entre as nuvens como os raios e seu rugido dá som aos trovões.

Passada as chuvas, Ipilya descansa. É uma entidade pacífica, porém, ataca os desavisados que invadem seu pântano. As tribos do norte da Austrália temiam os répteis que viviam em poços e costumam realizar inúmeras cerimônias para agradá-los.

O interessante é que as lagartixas são um dos dos poucos lagartos que realmente produzem som vocal, mas obviamente não chega a um rugido.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Lupa cinematográfica

Agora vocês podem saber tudo sobre mitologia no cinema indo direto na lupa específica sobre o assunto. É essa aí do lado que também é a última na listagem.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Wakahirume

Wakahirume era a grande tecelã responsável pelas roupas dos deuses. Diz-se também que tecia sonhos e visões e enviava aos homens em seu sono.

Seus mitos estão ligados aos de Amaterasu, a Grande Deusa do Sol. Quando o deus Susanoo atirou um cavalo morto na sala onde as duas teciam, Wakahirume acabou caindo do tear e morreu, levando Amaterasu a se esconder em uma caverna (e desencadear um dos maiores mitos japoneses).

Por vezes, Wakahirume é considerada a Deusa do Sol Nascente, irmã mais nova de Amaterasu, ou então uma versão jovem da deusa, imediatamente anterior ao mito da caverna.

sábado, 28 de maio de 2011

A fúria deveria ser dos deuses!


Ontem tive a oportunidade de assistir as cenas deletadas do filme Fúria de Titãs (Clash of the Titans, 2010) que já falei por aqui em algumas ocasiões. Fiquei com a impressão que a fúria deveria ser dos deuses, porque TODAS... eu disse TODAS as cenas em que os outros deuses do Olimpo apareciam com alguma importância foram cortadas! Eles viraram somente um pano de fundo para as atuações de Liam Neeson (Zeus) e Ralph Fiennes (Hades)! A cena que Hades entra no Olimpo, tinha texto pra quase todos os deuses! Até Héstia (Jane March) aparecia, mostrando que eles fizeram o panteão grego e não o romano!


E também vi o final alternativo do filme que vou revelar aqui. Primeiro precisamos considerar que esse outro final só tem validade com as cenas que foram deletadas. Digo isso porque Apolo (Luke Evans), por exemplo, tinha suma importância! Para quem viu o filme, sabe que tem uma cena onde Zeus desce do Olimpo para ter uma conversinha com Perseu (Sam Worthington). Originalmente, quem descia era Apolo! Inclusive, se vocês perceberem, a moeda que Zeus dá para Perseu entrar no Mundo Subterrâneo é uma moeda solar: era Apolo, deus do sol, que dava a moeda!

No fim, quando Perseu se lança ao mar para salvar Andrômeda, eles se beijam num boca-a-boca submarino com uma certa química, que dá a entender que eles se aproximariam do final onde eles ficam juntos. Ou seja, nada de trazer a Io (Gemma Arterton) de volta - o que teria até mais sentido se falássemos do release que saiu sobre o possível segundo filme.

Depois, Perseu sobe ao Olimpo com Pégaso e entra no salão dos deuses (alguém aí viu/leu Percy Jackson? Pois é...). Zeus manda todos saírem e os dois discutem sobre a relação homem / deuses. Rola uma tensão com todo mundo achando que vai sair uma porradaria, mas Perseu finca sua espada no meio daquele "chão terrestre" e derruba todas aquelas miniaturas de humanos que os deuses usavam para jogar com a humanidade (quem viu o filme de 1981 entende isso melhor) numa metáfora do tipo "os deuses não nos controlam mais". No filme que saiu nos cinemas, as estátuas são destruídas com a chegada do Kraken, que afeta até o Olimpo.


Aliás, uma das cenas deletadas mostra que o Kraken também enfraquecia os deuses ao fazer com que os humanos tivessem medo deles e não devoção. Todo esse medo é canalizado por Hades que sairia poderoso dessa história... se não fosse Perseu e a Medusa.

Bom... confesso que as cenas divinas que foram cortadas estavam beirando a canastrice, mas acho que a trama seria melhor amarrada. Agora é esperar o próximo com mais liberdade de roteiro para saber o que vão inventar.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nammu

Nos mitos sumérios, o mar primevo (abzu ou engur) é representado por Nammu (ou Namma). Ela é uma deusa sem cônjuge, o ventre de auto-procriação do universo, a matéria primordial, a grande mãe de todas as fontes de vida e fertilidade e de todos os deuses, que deu à luz An (o céu) e Ki (a terra). É a deusa que nutre e preserva. Seu nome tem o mesmo símbolo que os sumérios usavam para a palavra "mar", e era também chamada de A Deusa do Mar Doce.

Poderosa e afável, alguns diziam que ela foi à inspiração criativa para a humanidade. Exorcistas recorriam a ela para livrar possuídos do domínio de demônios. Sua representação era de uma mulher nua com cabeça de serpente, amamentando um de seus filhos divinos. Seus ombros largos significavam proteção e um triângulo púbico aludia à fertilidade, à vida.

É importante destacar como era comum encontrar esse tipo de divindade feminina (a força da Grande Deusa) nas mitologias das primeiras civilizações. Por exemplo, Nammu corresponde (e até se confunde em alguns pontos) a Tiamat na mitologia babilônica.