terça-feira, 3 de julho de 2012

Vucub-Caquix e seus filhos

No Popol Vuh - antigo documento quechua -, Vucub-Caquix ("sete araras") era um monstruoso e gigantesco pássaro-demônio que pretendia ser o astro-rei da antiga criação (antes da atual, logo depois do dilúvio). Carregava um falso sol em seu bico, causando infelicidade pelo mundo.*

O demoníaco abutre foi abatido pelos irmãos gêmeos heróis, Xbalanque e Hunahpu, que o atingiram com dardos de zarabatanas. O monstro caiu dos céus em chamas para o Xibalba (inferno maia) e se tornou um deus da morte.

Outra lenda conta que os gêmeos herói se irritaram com a arrogância do deus-demônio e dediriam matá-lo. Para tal, se esconderam sob a árvore favorita dele e o atacaram com suas zarabatanas. Enfurecido, Vucub-Caquix arrancou o braço de Hunahpu e escapou. Os gêmeos, então, convenceram um casal de idosos para posar como curandeiros, oferecendo-se para curar seus olhos e dentes. O velho casal enganou o pássaro, dizendo-lhe que precisaram substituir seus olhos de metal e seus dentes de jóias e turquesas. O abutre concordou, e eles substituíram por grãos de milho. Vucub Caquix perdeu seu poder e morreu rapidamente.


É também chamado de Vucab-Cakix, Vucub-Came e Gucup-Caquix.

Com sua esposa Chimalmat, teve dois filhos tão malignos quanto ele: os gigantes montanhosos Cabrakán, deus dos terremotos, e Zipacná, o empilhador de terra. Ambos também tiveram seu fim pelas armadilhas dos gêmeos. Cabrakán foi enterrado depois de comer galinhas envenenadas e Zipacná foi esmagado por uma montanha enquanto comia um caraguejo preparado pelos heróis.

* Uma curiosidade: acredita-se que esse monstro esteja representado na constelação de Cygnus (Cisne), onde em seu "bico" existe uma estrela misteriosa (X-1) que se tornou uma supernova e, consequentemente, um buraco negro.

domingo, 1 de julho de 2012

Mensagem sobre o fim

Transcrevo aqui parte da matéria da Veja On Line sobre a descoberta de uma escadaria maia com inscrições sobre o último dia de 2012, dia 21 de dezembro:
Uma escadaria com mensagens hieroglíficas de mais de 1.300 anos da civilização maia, com menção ao “último dia”, 21 de dezembro de 2012, foi encontrada no sítio arqueológico de La Corona, na Guatemala.

O texto, escrito em 56 hieróglifos nos degraus de uma escadaria, é considerado a descoberta mais importante das últimas décadas de pesquisas sobre a civilização pré-colombiana. Em maio, arqueólogos já haviam anunciado a descoberta do mais antigo calendário maia, encontrado no mesmo local.

"A mensagem tem caráter mais político do que profético", afirma Marcello Canuto, diretor do Instituto de Pesquisas da América Central da Universidade de Tulane (EUA) e codiretor do Projeto Arqueológico La Corona. De acordo com ele, os maias usaram o calendário para promover a continuidade e a estabilidade dos reinados, mais do que prever o apocalipse. Descrevendo ciclos de poder, estabeleceram que ele fosse se encerrar em 21 de dezembro de 2012.

David Stuart, da Universidade do Texas, que esteve na primeira expedição a La Corona em 1997, identificou a referência a 2012 em um bloco de uma escadaria descoberto recentemente. A mensagem comemorava a visita a La Corona do rei maia mais poderoso da época, em 696 a.C. Yuknoom Yich'aak K'ahk', de Calakmul, esteve na cidade alguns meses depois de ser derrotado em uma batalha pelo seu maior rival, Tikail, no ano 695. Ele visitava aliados para recuperar o apoio e evitar sua queda. Segundo Stuart, a mensagem sobre 2012 tentava retomar a ordem estabelecendo um grande ciclo de poder.
Detalhe de um dos hieróglifos encontrados no sítio arqueológico La Corona, com referências a 2012(Tulane University/Divulgação)

Ou seja, como já havia dito em outras postagens (aqui, aqui e aqui), podemos relaxar e planejar o ano que vem.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Você precisa de um herói?


Where have all good men gone and where are all the gods? / Where's the street-wise Hercules to fight the rising odds? / Isn't there a white knight upon a fiery steed? / Late at night I toss and turn and dream of what I need
Onde estão todos os homens bons e todos os deuses? / Onde está o sagaz Hércules para lutar contras as crescentes desigualdades? / Não há um cavaleiro branco em seu nobre alazão? / Tarde da noite eu me remexo e sonho com o que eu preciso

I need a hero / I'm holding out for a hero 'til the end of the night / He's gotta be strong and he's gotta be fast and he's gotta be fresh from the fight / I need a hero / I'm holding out for a hero 'til the morning light / He's gotta be sure and it's gotta be soon and he's gotta be larger than life (larger than life)
Eu preciso de um herói / Estou esperando um herói até o fim da noite / Ele precisa ser forte e precisa ser rápido e precisa ter acabado de sair da luta / Eu preciso de um herói / Estou esperando um herói até a luz da manhã / Ele tem que ter certeza e tem que ser breve e tem que ser maior que a vida / Eu preciso de um herói / Estou esperando um herói até o fim da noite

Somewhere after midnight in my wildest fantasy / Somewhere just beyond my reach there's someone reaching back for me / Racing on the thunder and rising with the heat / It's gonna take a superman to sweep me off my feet
Em algum lugar depois da meia-noite nas minhas mais selvagens fantasias / Em algum lugar além do meu alcance / Existe alguém que quer me alcançar / Correndo pelo trovão e erguendo-se com o calor / Será preciso um super-homem pra me tirar do chão.

I need a hero / I'm holding out for a hero 'til the end of the night / He's gotta be strong and he's gotta be fast and he's gotta be fresh from the fight / I need a hero / I'm holding out for a hero 'til the morning light / He's gotta be sure and it's gotta be soon and he's gotta be larger than life / I need a hero / I'm holding out for a hero 'til the end of the night
Eu preciso de um herói / Estou esperando um herói até o fim da noite / Ele precisa ser forte e precisa ser rápido e precisa ter acabado de sair da luta / Eu preciso de um herói / Estou esperando um herói até a luz da manhã / Ele tem que ter certeza e tem que ser breve e tem que ser maior que a vida / Eu preciso de um herói / Estou esperando um herói até o fim da noite

Up where the mountains meet the heavens above / Out where the lightning splits the sea / I would swear that there's someone somewhere watching me / Through the wind and the chill and the rain / And the storm and the flood / I can feel his approach like a fire in my blood (like a fire in my blood...)
Lá no alto onde as montanhas encontram os céus / Onde o trovão divide o mar / Eu juraria que existe alguém em algum lugar me observando / Através do vento e do frio e da chuva / E da tempestade e da inundação / Eu sinto que ele se aproxima como fogo em meu sangue (como fogo em meu sangue...)

I need a hero / I'm holding out for a hero 'til the end of the night / He's gotta be strong and he's gotta be fast and he's gotta be fresh from the fight / I need a hero / I'm holding out for a hero 'til the morning light / He's gotta be sure and it's gotta be soon and he's gotta be larger than life
Eu preciso de um herói / Estou esperando um herói até o fim da noite / Ele precisa ser forte e precisa ser rápido e precisa ter acabado de sair da luta / Eu preciso de um herói / Estou esperando um herói até a luz da manhã / Ele tem que ter certeza e tem que ser breve e tem que ser maior que a vida

Direto da década de 1980 com Bonnie Tyler!

sábado, 16 de junho de 2012

Natureza mitológica


Em período de Rio+20 e debates sobre o planeta, este blog ficou VERDE. Aproveitem essa oportunidade para ver como os elementos naturais tem representações diversas por todas as mitologias do mundo:
Curtam!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos namorados

Hoje é o Dia dos Namorados no Brasil, véspera do dia de Santo Antônio. Mas você já sabe que essa data não é tããão amorosa assim, né?

Não sabe ainda?

Clique AQUI e conheça a verdade por trás do dia de hoje e sobre o famoso Valentine's Day.

domingo, 10 de junho de 2012

Pellervoinen

Pellervoinen é o semeador. Nascido da terra, foi convocado por Vainamoinen para plantar árvores, plantas e flores por todo o canto, criando as florestas, os pântanos e campos. Tornou-se assim o protetor de toda a vegetação, uma força criadora da Natureza. Dessa forma, é frequentemente associado à primavera e à fertilidade da terra.

São inúmeros os rituais para despertá-lo no verão e proteger as colheitas nos meses frios. Os poemas folclóricos contam que três meninas - Inverno, Verão e Primavera - tentam acordá-lo. Primavera é a única a conseguir fazê-lo. Algumas versões desses poemas contam que Pellervoinen apenas insemina a menina Primavera para que ela forneça a fertilidade necessária à toda vegetação. Depois, quando ele finalmente acorda, ele só precisa regar as plantas. Os antigos finlandeses identificam Pellervoinen com toda a fertilidade no mundo, inclusive a dos seres humanos.

Também chamado de Sampsa e Pellervo, alguns acreditavam que Pellervoinen possuía várias formas, como, por exemplo, o deus Pekko (ou Pellonpekko), responsável pelas colheitas e pela agricultura. É comumente descrito como um jovem esbelto e pequeno que transporta ou um saco ou uma cesta em volta do pescoço.

É comparado às divindades escandinavas Frey e Njord, mesmo não recebendo diretamente o epíteto de deus.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Um legado em perigo

Transcrevo aqui parte a matéria do último domingo do jornal O Globo sobre a crise na Grécia que está afetando a cultura e os incríveis monumentos.
Em nenhum outro país da Europa a crise econômica é tão dramática, e em nenhum outro país do mundo a herança cultural é tão antiga e vasta: o que está em perigo na Grécia é patrimônio mundial. [...] O legado de milhares de anos está ameaçado, alerta a Associação Grega de Arqueólogos num apelo internacional contra a redução de orçamento, pessoal e condições.

Os arqueólogos dão exemplos de como a segurança tem sido afetada pelos cortes. Em janeiro, um Picasso e um Mondrian foram levados da Galeria Nacional de Atenas: os ladrões entraram pela varanda, durante uma greve de funcionários. Em fevereiro, dezenas de peças "de valor incalculável" foram roubadas de um museu em Olímpia, o lugar original dos Jogos Olímpicos: os ladrões destruíram o alarme e amarraram uma funcionária. [...]

"Os povos da Europa partilham o mesmo destino", resumem os arqueólogos. "As mesmas medidas de austeridade que estão a desfazer a Grécia e os seus monumentos vão ser impostas pela Europa. A cultura é o nosso território comum e o nosso destino comum. Resistam!"

O apelo foi lançado em abril, conta ao Globo a presidente da associação, Despina Kutsumba, de 38 anos.

— Até agora não tivemos resposta do ministério (Helênico da Cultura e Turismo). Durante dois anos tentamos explicar ao governo que estes cortes levariam ao desastre, mas eles não entenderam nada e continuaram. Depois do roubo de Olímpia decidimos fazer o apelo internacional para os constranger.

Além de mensagens no Facebook, as reações estrangeiras incluem "uma carta de apoio de Jack Lang", ex-ministro francês da Cultura.

— Não pedimos dinheiro, pedimos que pressionem o nosso governo — explica Despina. — De acordo com a constituição, os monumentos são responsabilidade do governo. E agora até a Acrópole e o Museu Arqueológico de Atenas fecham às três da tarde porque não temos guardas. Há tantos turistas, e eles não podem ver as coisas, e não teremos o dinheiro desses bilhetes.

No horário de verão, como o que vigora atualmente museus e sítios arqueológicos na Grécia fechavam às 19h. Até essa hora, a qualquer dia da semana, havia sempre gente em volta do Partenon, o mais célebre monumento da colina da Acrópole.

Enquanto isso, milionários aproveitam a crise.

— Não é verdade que não estejamos a proteger os nossos monumentos, embora o governo diga que os funcionários não fazem o seu trabalho, mas nós, arqueólogos, não nos podemos proteger dos colecionadores ricos que encomendam coisas da Grécia — diz Despina. —Temos a certeza de que o roubo de Olímpia foi uma encomenda de um colecionador privado, porque são coisas muito conhecidas, que não podem ser postas à venda no mercado. Os colecionadores estão a pedir que roubem para eles, como aconteceu no Iraque e no Afeganistão. É um tráfico global. Essas pessoas preferem países com guerras, em profunda crise ou pobres. E agora encontrarão gente desesperada para fazer escavações ilegais para eles. São dezenas de buracos por toda a Grécia, todos os meses, feitos por profissionais e gente sem emprego.

O jornalista Nikolas Zirganos, 53 anos, que investigou o tráfico de antiguidades, confirma: [...]

— É alarmante. Nos mosteiros e nas igrejas, especialmente no norte, estão a roubar o dinheiro que as pessoas doam, afrescos e ícones. Há um colapso dos mecanismos do Estado. E num cenário caótico, que é algo em que ainda assim não acredito, e ninguém quer, pergunto-me se há planos de emergência.

"Enterremos as nossas antiguidades para serem encontradas por arqueólogos no ano 10000, quando os gregos e seus políticos tiverem maior respeito pela História", ironizou recentemente o arqueólogo Michalis Tiverios, de Tessalônica, no norte do país.

Ex-responsável pelo restauro do Partenon, que está a ser feito há décadas com financiamentos internacionais, o perito Manolis Korres diz que a crise ainda não afetou os monumentos principais, e o trabalho dos investigadores prossegue.

Divulguem essa informação. Não é só pelo horror do tráfico de antiguidades. É a história da humanidade que está em jogo.

domingo, 3 de junho de 2012

Os assustadores mitos de Damien Hirst

O artista britânico Damien Hirst - conhecido por suas obras relacionadas à morte - se uniu ao fotógrafo Rankin para transformar a modelo Dani Smith em criaturas saídas de lendas e contos de fadas em um assustador trabalho colaborativo.



Esse vídeo foi criado para o lançamento do livro de fotos e da exposição que os artistas criaram: Myths, Monsters and Legends.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mais mitos em quadrinhos e livros infantis

A Editora Scipione lançou nas livrarias os dois primeiros volumes da coleção Mitos em Quadrinhos - Mitos Egípcios e Mitos Africanos -, publicados originalmente na Inglaterra em 2006 na coleção Graphic Mythology da editora David West Books.

MITOS AFRICANOS
Os africanos antigos adoravam contar histórias e cantar canções. Assim, a tradição oral, ao longo de gerações, deu-nos os mitos africanos tal qual conhecemos hoje. Originária de muitos lugares e tribos diferentes, a mitologia africana é um baú cheio de histórias e personagens tão grandiosos quanto a vida. Este livro traz três mitos africanos – “A história da criação”, “O cão e o chacal” e “A história da aranha Ananse” – contados no formato de quadrinhos.

MITOS EGÍPCIOS
O Egito é considerado uma das primeiras grandes civilizações da Terra. Ao longo de mais de 3 mil anos, os antigos egípcios criaram uma rica e épica mitologia para manifestar sua religião. Neste livro, o leitor conhecerá as histórias de Rá, Ísis e Osíris, Hórus e Seth e outros personagens míticos marcantes.

Cada volume tem 48 páginas e custa R$ 32,50. Se a coleção for completa, ainda teremos mitologia grega, romana, meso-americana e chinesa.

A Editora Sciopine faz parte do Grupo Abril, líder no mercado de livros didáticos do setor privado. Ela ainda tem outras coleções de livros sobre mitologia grega:

PROJETO REENCONTRO INFANTIL
Antes mesmo de nascer, Hércules já estava destinado a ser o maior herói de todos os tempos. Filho de Zeus e Alcmena, mortal bela e sábia, sofre com o ciúme de Hera. Enfeitiçado pela deusa, Hércules mata a própria mulher e seus filhos. E, para receber o perdão dos deuses, tem de executar doze grandes feitos. Usando sua força, inteligência e sobretudo paciência, torna-se um dos maiores exemplos dos mitos e valores gregos. (48 páginas, R$31,50)

COLEÇÃO MITOS GREGOS
Os mitos gregos são contados nesta coleção em linguagem simples, com belíssimas ilustrações. São eles: Teseu e o Minotauro, Pégaso, o cavalo voador, Jasão e o Velocino de Ouro, Ícaro, o menino que podia voar, Odisseu e o cavalo de madeira, Perseu e a monstruosa Medusa, O toque dourado do Rei Midas, Aracne, a mulher-aranha e O segredo da caixa de Pandora (32 páginas cada, R$23,90)


Gosto muito de tudo isso!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ukko


Na mitologia finlandesa, Ukko (ou Uku) é o deus do céu que controla o clima e a fertilidade das colheitas. É pai de Ilmatar, a deusa do ar e da criação. É também chamado de Ylijumala, o alto deus, por preceder todas as coisas. Também era responsável por boa sorte nas caças.

Ele faz todas as suas aparições em mitos unicamente por efeitos naturais, quando solicitado. Sempre que dormia com sua esposa Akka ou dirigia sua carruagem celeste, acontecia uma tempestade. Inclusive, a palavra finlandesa para tempestade é ukkonen. Equivale a uma mistura de Zeus (grego) e Odin (escandinavo). No Cristianismo, foi sincretizado ao próprio Deus.

Dizia-se que ele era a fonte de uma misteriosa bebida celeste, um líquido doce como o mel porém com propriedades adesivas (hidromel). Sua arma era um martelo em forma de barco chamado Ukonvasara, mas também era representado como um machado ou um machado, sempre simbolizando os raios. Um víbora serpenteando como um raio era um símbolo do deus.