Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, no plano puramente físico, tenham ressonância no interior do nosso ser e da nossa realidade mais íntimos, de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivos.
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Não poderia deixar de citar aqui o grande Joseph Campbell, pesquisador de línguas, mitologias e religiões. Seus estudos são referência. Seu exaustivo trabalho de quatro volumes As Máscaras de Deus (Mitologia Primitiva, Mitologia Ocidental, Mitologia Oriental e Mitologia Criativa) cobre a mitologia através do mundo, da mitologia antiga à moderna, focando nas variações históricas e culturais do monomito*. Já O Herói de Mil Faces foca nas idéias elementares da mitologia. Em outras palavras, enquanto que O Herói de Mil Faces baseia-se principalmente na psicologia, As Máscaras de Deus baseia-se mais na antropologia e história.
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Após sua morte, a Fundação Joseph Campbell mantém os estudos e a preserva seu trabalho.
* Monomito é o conceito da "jornada do herói" criado por Campbell. Para ele, todos os mitos seguem uma estrutura dividida em três grandes seções: Partida, Iniciação e Retorno. O termo foi cunhado por James Joyce, autor preferido de Campbell.
O que começou como obrigação legal - incluir a História da África nos programas escolares - está se transformando num enorme prazer.
ResponderExcluirNuma das leituras encontrei um provérbio africano, provavelmente dos Malês (negros islamizados do Norte da África e de grande valor no tráfico de escravos por sua cultura, daí serem usados até como professores de filhos de senhores brasileiros)e que diz o seguinte: "Uma chama não perde nada ao acender outra chama".
O que isso tem a ver com o tema Mitologia? Tudo.
Os mitos de todos os povos sempre buscaram explicar o mundo e ordenar as relações humanas.
O que faz a Ciência hoje? O que faz o Estado hoje, com suas legislações? E o curioso é que cada vez mais os mitos tem se transformado na mola propulsora de diversas pesquisas.
Mas isso não é novo. Vocês podem gostar ou não de Freud mas vamos combinar que ele foi um dos maiores pesquisadores do comportamento humano e recorreu incansavelmente aos mitos. Aos que tiverem alguma dúvida leiam "Totem e Tabu", escrito no início da 2a década do século XX. É, para mim, o paradígma do uso do Mito como chave para o entendimento do Humano.