Mesmo podendo parecer animais ou um híbrido zooantropomórfico, os deuses costumam agir como humanos, mas em escala monumental, tendo as mesmas paixões e conflitos que nós. Esse é um importante papel da mitologia que cria as bases para várias sociedades antigas. Por exemplo, uma família predominantemente inca diz-se descendente dos deuses para fortalecer sua posição social e sua autoridade.
Os deuses quase sempre possuem uma especialidade, desde a guerra à agricultura, e, às vezes, habitam uma parte do cosmo ou determinada região. Essas especialidades costumam se repetir em muitas mitologias:
- A Grande Deusa ou o Deus supremo: Algumas das estatuetas mais antigas encontradas são figuras de mulheres grandes, de seios generosos - às vezes, em grande quantidade - que são considerados retratos primitivos da Grande Deusa. Chamada por vezes de Mãe-Terra, a Grande Deusa é comumente uma das criadoras do universo, associada à Lua e a fertilidade. No entanto, a maioria das civilizações antigas acreditava em um poderoso deus supremo, cercado por deuses menores que tinham funções determinadas. Esse deus era muitas vezes comparado às forças da natureza ou aos animais mais fortes e sábios.
- Divindades do sol e da chuva: Os antigos não compreendiam os fenômenos da natureza - como as mudanças climáticas ou o movimento do sol -, mas dependiam deles. O sol poderia provocar colheita abundante ou seca fatal, assim como as chuvas poderiam beneficiar a agricultura ou destruir as plantações. Isso era dito como "humor divino", ou seja, seria necessária a realização de certos sacrifícios para garantir o favorecimento dos deuses. Quase todas as culturas tem divindades para os fenômenos naturais. Onde o calor do Sol era sentido com mais intensidade, como no Egito antigo e na América do Sul, o deus-sol costumava ser a mais importante divindade. Já onde a chuva era escassa, os deuses da chuva era importantes. Os deuses do trovão também eram poderosos e temidos, como Zeus, o grande deus grego, ou Thor, grande guerreiro escandinavo.
- Da terra e do mar: Colinas, montes, rios, lagos e florestas também tinham seus deuses, dependendo sempre do tipo de cultura e geografia local. Muitos povos da Europa central, por exemplo, temiam os espíritos da floresta, enquanto a civilização marítima grega divinizava os mares através de Poseidon ou do titã Oceanus.
- Fertilidade: Sendo a agricultura a principal forma de subsistência dos tempos remotos, deuses que protegiam as plantas e as colheitas eram comuns. Muitas vezes eram relacionados aos deuses climáticos, mas muitos tinham existência própria, como a Mulher do Milho das Grandes Planícies norte-americanas e achinesa Shen Nung, que ensinaram os homens a plantar. Algumas - como Pérsefone da mitologia grega - refletiam as estações do ano, tornando-se essenciais à agricultura. Outras, no entanto, como o deus mesopotâmico Telepino, eram quase cômicas: suas birras tolas arruinavam as colheitas.
- Amor, casamento, parto: Estabelecer ligações e gerar filhos era tão fundamental para as sociedades antigas que algumas divindades do amor eram as mais populares. A deusa grega Afrodite, a egípcia Aset e a mesopotâmica Ishtar eram muito conhecidas e adoradas em lugares distantes de seus centros de culto. Normalmente, os poderes dessas divindades eram de ação rápida e notória: o Cupido grego e o Kama hindu disparavam flechas de desejo em suas vítimas. Deusas mais gentis, como a egípcia Taweret e a eslava Mokosh, ajudavam na hora do parto.
De uma forma sintética você corroborou aquilo a que já nos referimos anteriormente: a busca incessante do ser humano por explicações (sejam elas através dos meios figurativos mitológicos ou, hoje, através da ciência)para sua existência e tudo que está ao seu redor.
ResponderExcluirHoje, nos assusta aquilo que não conseguimos explicar mesmo com toda tecnologia, como é o caso de alguns fenômenos paranormais e, veja bem, não estou me referindo a curandeirismo ou similar.