sexta-feira, 14 de maio de 2010

Glooskap

De acordo com várias tribos norte-americanas, a mãe-terra teve os gêmeos Glooskap - bom, sábio e criativo - e Malsum - mau, egoísta e destrutivo. Quando sua mãe morreu, Glooskap imediatamente começou a criar plantas, animais e os seres humanos de seu corpo. Em contrapartida, Malsum criou plantas venenosas, répteis e insetos.

Cansado de disputar com seu irmão, Malsum planejou matá-lo. Malsum contou que apenas as raízes de uma samambaia poderiam fazer mal a ele. Sempre verdadeiro e leal, Glooskap revelou que penas de coruja poderiam machucá-lo. Malsum, então, fez um dardo de penas de coruja e matou seu irmão. Mas Glooskap era tão poderoso que ressuscitou planejando vingança, mostrando que o bem pode ser corrompido. Glooskap utilizou raízes de samambaia para prender Malsum que acabou morrendo. No mundo subterrâneo, Malsum vinha atormentar os homens como um lobo espiritual somente à noite.

É também conhecido como Gluskabe, Glooscap, Gluskabi, Kluscap ou Kloskomba. Seu nome pode significar "o homem que veio do nada" ou "o homem criado a partir da palavra". Costuma ser associado à força e à sabedoria dos líderes.

Para os povos Abenaki, Tabaldak foi o criador do mundo. A poeira de suas mãos gerou os irmãos gêmeos Glooscap e Malsumis, o bem e o mal. Glooscap teria feito de tudo para proteger a humanidade, fosse liberando animais para caça, fosse consertando as variações climáticas impostas por um grande pássaro mitológico. Para os Mi'kmaq, Glooskap tinha utilizava seu incrível poder de transformação para impedir as maldades de seu irmão maligno. Os Penobscot admiravam Gluskabe por ter criado os primeiros seres humanos e salvo o mundo de uma rã monstruosa que havia engolida toda a água existente.

É dito que Glooskap é o responsável pelo primeiro trato ambiental que teria feito com que seres humanos e a Natureza vivessem em harmonia. Mas isso perdeu sua validade com a chegada do homem branco, que Glooskap não aceita.

Um comentário:

  1. Interessante como não só o mito da criação como a eterna disputa entre o bem e o mal estão presentes nas mais diferentes civilizações, dos mais diferentes locais do mundo. As divergências entre Glooskap e Malsum me lembraram aquelas entre Ormuz e Ariman, da cultura persa.
    Parece que desde sempre a Humanidade tentou justificar as forças opostas, destrutivas e construtivas, mas sempre atribuindo às divindades a sua origem omitindo, assim, seu papel nessas discórdias.

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