Conta-se que a humanidade estava sob julgo dos demônios (asuras) de Taraka. O grande Brahma tentou barganhar com o demônio, que pediu invulnerabilidade absoluta para livrar o mundo de seus malefícios. Não confiando nas palavras de Taraka, Brahma concedeu seu desejo com um pequeno detalhe: ele poderia ser morto por um filho de Shiva, que estava viúvo e sem filhos, no momento. Taraka, então, passou a se considerar a criatura mais poderosa do universo e continuou a realizar suas maldades. Até mesmo alguns deuses foram combatidos e vencidos. Quando Shiva foi chamado para resolver essa situação, lançou algumas centelhas de fogo de seus olhos (que representavam sua própria personalidade) e gerou seis poderosas crianças que dominaram Taraka e seus demônios e devolveram a paz ao universo.
Parvati, mulher de Shiva, passou a amar tanto essas crianças e os abraçava com tamanha força que eles se transformaram num só deus de seis cabeças e doze braços. Assim, Skanda tornou-se o deus dos exércitos e das batalhas no lugar de Indra e Agni, um deus gerado de Shiva, sem mãe.
Alguns escritos contam outra história. Shiva ainda estava de luto pela morte de sua esposa Sati, até que os deuses a trouxeram de volta como Parvarti. Mas, em seu celibato, Shiva não queria ter filhos. Os deuses Kama e Agni conseguiram encontrar algumas gotas do sêmen do deus, mas não conseguiram carregá-la, deixando-as cair entre as seis estrelas Plêiades. Lá nasceu Skanda que desenvolveu seis faces, uma para cada mãe estelar.
Skanda é o irmão de Ganesha por parte de Shiva e Parvati. É dito que se casou com Devasena, mas a maior parte dos registros de Skanda são de um deus misógino que só se interessava por aventuras bélicas.
Costuma ter um pavão a seu lado e está sempre segurando várias armas em suas doze mãos, como o dardo da proteção, o disco da sabedoria e da verdade, a maça da força, o arco da vitória e - principalmente - sua poderosa lança Vel.
É tambem chamado de Karttikeya, Murugan, Kumara e Subrahmanya. Na verdade, esses nomes podem ser o mesmo em diferentes idiomas ou podem ser de diferentes deuses que são retratados em inúmeros poemas épicos hindus como os Vedas e o Ramayana, mas se assemelham a Skanda em suas funções.
No budismo, Skanda faz parte da mitologia chinesa como um poderoso general de guerra que protege o dharma.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Skanda
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sábado, 21 de agosto de 2010
Wepwawet
Na antiga mitologia egípcia, Wepwawet (Upuaut) era um deus da guerra do Alto Egito, com cabeça de chacal ou lobo, também adorado na cidade grega de Licópolis ("cidade de lobos") . Seu nome significa "o que abre caminhos" e acreditava-se que ele era o responsável por limpar as rotas dos exércitos. Em grego, era Ophois.
Estandarte com chacais |
Era retratado com um chacal grisalho ou um lobo que acompanhava os faraós como seus guardiãos e protetores de suas conquistas. Por essa razão, estandartes com chacais eram comumente vistos. Raramente em forma humana, tinha cabeça canina e utilizava armamentos de guerra, como uma maça ou um arco, além da coroa uraeus com a serpente real.
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Novas lupas!
Quem não sabe ainda, aqui do lado esquerdo tem lupas para cada mitologia que, se você clicar nela, você verá todos os posts referentes. Acabo de colocar mais duas: Mitologia Australiana e Mitologia Finlandesa.
Aproveitem!
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sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Ashnan e Lahar
Os irmãos Ashnan e Lahar eram a deusa do trigo e o deus do gado, respectivamente. Filhos de Enlil, foram criados para fornecer-lhes comida e roupas. No entanto, como viviam se embriagando e disputando suas posses, os deuses criaram os humanos para servi-los. Enviaram, então, os irmãos para a Terra para levar a prosperidade aos seus servos. Só que constantemente grandes deuses, como seu pai Enlil e Enki, eram chamados para separar as brigas e reestabelecer a paz entre eles.
Lahar costuma ser representado segurando um arco ou uma maça, com um carneiro ao seus pés. Ashnan tem espigas de milho em seu vestuário (imagem).
Lahar costuma ser representado segurando um arco ou uma maça, com um carneiro ao seus pés. Ashnan tem espigas de milho em seu vestuário (imagem).
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Haumea
Tela à óleo de Isa Maria |
Dizia-se que tinha um pomar com várias árvores que davam diferentes criaturas, como porcos e peixes, além de frutas. Sempre gentil e calma, costumava utilizar sua varinha mágica para povoar as águas com cardumes de peixes.
Representada pelo elemento "pedra", é relacionada com Papa, antiga deusa Mãe-Terra, podendo ser uma versão dela. É também o nome de um planeta-anão de nosso sistema solar.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Yurugu
Yurugu é o selvagem deus do caos e pai de inúmeros espíritos malígnos das matas do povo Dogon (Sudão e Mali). Ele é fruto do estupro da Mãe-Terra por Amma, deus do céu e das chuvas.
Amma demorou muito para criar um par feminino para Yurugu, que ficou impaciente e estuprou sua Mãe-Terra. Deste ato impuro, a terra tornou-se infértil (simbolismo para a menstruação feminina) e causou caos no universo. Amma castigou Yurugu, transformando-o em um chacal.
Acreditando que sua irmã Yasigi estava escondida dentro do ovo cósmico de Amma, Yurugu roubou sua gema. No entanto, Amma havia deixado-a com os gêmeos Nommo para impedir as tentativas incestuosas do deus. Frustrado, Yurugu jogou fora a gema cósmica e ela se transformou numa Terra poeirenta e amarelada. Para salvar o planeta, Amma matou um dos gêmeos Nommo e espalhou seus pedaços para criar vida. Após isso, Yurugu foi banido por Amma para o deserto seco que criou. É agora trabalho da humanidade devolver a ordem ao mundo para honrar os deuses.
Costumava aparecer para o povo dogon (Sudão e Mali) como um chacal ou uma pálida raposa (também chamado de Ogo), levando discórdia e desordem. Pode ter ligações com o Anúbis egípcio.
Amma demorou muito para criar um par feminino para Yurugu, que ficou impaciente e estuprou sua Mãe-Terra. Deste ato impuro, a terra tornou-se infértil (simbolismo para a menstruação feminina) e causou caos no universo. Amma castigou Yurugu, transformando-o em um chacal.
Costumava aparecer para o povo dogon (Sudão e Mali) como um chacal ou uma pálida raposa (também chamado de Ogo), levando discórdia e desordem. Pode ter ligações com o Anúbis egípcio.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Coyolxauhqui
Disco com representação de Coyolxauhqui desmembrada |
Coyolxauhqui é a antiga deusa da lua asteca. É filha de Mixcoatl e Coatlicue, irmã e líder dos malígnos Centzonuitznaua.
Sua mãe Coatlicue ficou magicamente grávida quando uma bola de penas de beija-flor tocou seu colo. Acreditando que isso seria a desonra da família, Coyolxauhqui juntou seus irmãos e irmãs para matá-la e impedir o nascimento de seu irmão bastardo, Huitzilopochtli. Coatlicue acelerou, então, o nascimento do deus que saiu já crescido e armado para a batalha. O deus decapitou todos os irmãos e os atirou aos céus para que sua mãe - que reprovou tamanha violência - se confortasse vendo seus filhos: Coyolxauhqui tornou-se a lua e deusa da Via Láctea, ainda líder de seus irmãos que se tornaram as 400 estrelas meridionais. Como Huitzilopochtli se tornou o deus-sol, acredita-se que o combate entre irmãos acontece sempre, na passagem do dia para a noite. Os rituais de sacrifício à deusa ocorriam da mesma forma que ocorreu com ela: primeiro, cortava-se mãos e pernas e, em seguida, tirava o coração e decapitava.
O nome de Coyolxauhqui significa "face pintada com sinos", devido aos minúsculos sinos de ouro que usava no rosto. Dizia-se que, quando a lua surgia grande e vermelha, era possível ver os sinos. Suas representações costumam ser apenas de sua cabeça em forma de disco, com marcações nas bochechas dos sinos, brincos com o ano solar e bolas aladas na testa. Se representada de corpo inteiro, utiliza um cinto de caveiras que seriam as cabeças de seus irmãos.
Alguns estudiosos acreditam que Coyolxauhqui possa ter sido uma divindade ainda mais primitiva, ligada à fertilidade da terra e dos homens. Seu irmão seria um deus da guerra e a disputa entre os dois seria uma forma de um culto guerreiro assumir a liderança política e social da população.
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terça-feira, 20 de julho de 2010
Itzamna
Cerâmica maia |
Itzamna ("casa do iguana ou crocodilo") era o senhor dos céus, deus do dia e da noite, criador da humanidade e patrono das ciências e da escrita. Era retratado como um velho desajeitado e bondoso, de nariz avermelhado e bulboso, sem dentes, utilizando um chapéu florido. Às vezes aparecia como uma serpente plumada (Kukulcán) – identificado com Quetzalcoatl dos astecas –, um crocodilo ou uma iguana e, por isso, era chamado de Dragão Celeste.
Também é representado como um deus de quatro cabeças, cada uma como uma direção cardeal, ou então, quatro deuses diferentes, os Itzamnas. No entanto, os Itzamnas também podem ser seus filhos Bacabs, os gigantes que sustentam o céu: Cauac (o Sul amarelo), Ix (o Oeste negro), Kan (o Leste vermelho) e Mulac (o Norte branco).
Itzamna ajudava a humanidade com seus poderes de cura (possuía uma mão medicinal incandescente capaz de ressuscitar os mortos) e jamais era relacionado a quaisquer males ou desastres, sendo totalmente benevolente, o lado positivo do Sol (Kinich Ahau, que é um deus, mas às vezes considerado uma versão de Itzamna). Portanto, estava desligado de guerras e sacrifícios humanos. Os maias acreditavam que ele teria vindo como um grande herói que ensinou a escrita, o calendário, a agricultura (principalmente do milho) e os rituais religiosos. Sacerdotes maias colhiam o orvalho, pois o consideravam lágrimas de Itzamna por causa da escuridão noturna.
Filho do criador Hunab Ku, foi casado com o Ixchel, com quem teve Yum Kaax, Ek Chuah, entre outros deuses das estrelas, da noite e das águas, responsáveis pela criação do céu, da terra e de tudo que há nela. A história de Itzamna e Ixchel é semelhante a de Izanagi e Izanami, da mitologia japonesa.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Anhangá
Rios e matas, / passarela da ilusão, / muitas são as máscaras / do desfile de assombração.
Caçador, muito cuidado / com o que irás caçar, / se for branco, o veado, / é melhor não atirar.
Se de olhos afogueados / nem lhe deite um olhar, / pois é alma do outro lado, / é o encantado Anhangá.
Se quiseres boa caça, / faz à ela um agrado: / na ponta de uma vara, / deixa um pouco de tabaco, / os fósforos e a mortalha, / para que faça seu cigarro.
Anhangá quando fuma, / deixa de assoviar, / caçador vai à caça, / foi o trato com Anhangá. / Anhangá, Anhangá, Anhangá!
Anhangá é dito como protetor dos animais e, por isso, tornou-se deus da caça de tribos amazônicas. Costuma perseguir quem mata filhotes ou fêmeas que estão amamentando. Aqueles que praticam caça destrutiva também são vítimas dele. Com um pouco de tabaco, era possível negociar com ele.
Pode assumir nomes diferentes de acordo com a forma física que se corporifica: humano (Mira-anhangá), tatu (Tatu-anhangá), anta (Tapira-anhangá) ou peixe (Pirarucu-anhangá). Mas sua forma mais comum era a de um veado branco (Suaçú-anhangá) com enorme galhada, uma cruz na testa e olhos flamejantes que enlouqueciam. Sua presença pode ser detectada por um assobio e depois disso, o animal que estava sendo caçado, simplesmente desaparece. Em noites de lua cheia, o luar iluminava o pêlo alvo do Anhangá e seria possível vê-lo.
Nas cartas dos padres José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Fernão Cardim, o Anhangá seria supostamente uma alma errante ou espírito malfazejo que vaga pelas florestas e campos, muito temido pelos índios. Porém, seu nome significa basicamente "alma antiga". Os jesuítas traduziram seu nome como "diabo velho" ou "coisa ruim" e, por essa razão, transformaram-no em demônio da teologia cristã. A palavra "alma" para os índios era semelhante a "vida", portanto, um Anhangá era um um ser com sabedoria e poder além humano. Há uma confusão também com Anhanguera ("fantasma", em guarani) e Jurupari, que seria a própria corporificação do medo informe, do pavor do desconhecido e do mistério da noite.
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quarta-feira, 14 de julho de 2010
Milênios de religião em segundos
Maps of War criou um site animado que conta 5000 anos de religião em 90 segundos! É o History of Religion: The geography of faith and its wars across history.
Bem legal!
Bem legal!
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