sábado, 19 de março de 2016

Ossanha protege o Jardim Botânico do Rio

No meio da cidade do Rio de Janeiro tem um paraíso chamado Jardim Botânico. E ele é protegido por Ossanha, orixá do verde, belamente representado nessa estátua em resina de 5 metros de altura do artista plástico baiano Tatti Moreno (2004).

terça-feira, 15 de março de 2016

Heróis do Olimpo - O filho de Netuno

Há três anos li e resenhei o livro O herói perdido, primeiro da segunda saga de Percy Jackson e cia. Retomei a saga e já terminei o segundo livro - O filho de Netuno - que irei comentar agora.

Lembrando... no primeiro livro, Percy estava desaparecido, três novos semideuses foram apresentados junto à uma nova profecia e os deuses agora aparecem em suas versões romanas. Como eu havia dito, a premissa é a mesma da primeira saga, tendo Gigantomaquia como nova base e a grande vilã é Gaia.

Esse segundo livro acontece ao mesmo tempo que o primeiro, mas nesse ficamos sabendo o motivo da ausência de Percy. Fica difícil de entrar em mais detalhes sem dar spoiler, mas em determinado momento você se sente meio enganado... do tipo já li isso antes... A questão é que o interessante deixa de ser a saga em si, mas cada novo personagem que conhecemos. Talvez esse seja o grande talento de Rick Riordan: saber escrever os perfis e enredos de cada um que aparece e ir apresentando isso em doses homeopáticas. É isso que faz a gente ir lendo, lendo, lendo, até um final que não é final nenhum... afinal é só o segundo de cinco livros.

Dessa vez o autor mergulha na Morte... não só na sua personificação mitológica Tanatos, mas também no Reino Inferior e seu deus, Hades/Plutão. Novos gigantes são mencionados e o lado militarizado do Império Romano torna-se imprescindível.

Ter a Mãe-Natureza como inimiga pode ser um interessante questionamento, mas é preciso ver aonde isso tudo vai chegar.

sábado, 12 de março de 2016

Minotaura

Já tivemos uma Centaura, por que não uma Minotaura também?

Óleo sobra madeira da espanhola surrealista Remedios Varo (1959).

Essa obra está na exposição Frida Khalo - Conexões entre mulheres surrealistas no México, que fica até 27 de março na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Deuses do Egito

Deuses do Egito (Gods of Egypt, 2016) é um filme errado por inúmeras razões.

A principal delas talvez seja a polêmica gerada pela falta de atores negros no elenco de um filme que deve representar o Egito Antigo. E essa polêmica está no auge de Hollywood. Na verdade, até tem um personagem negro com certa importância (o deus Thot, de Chadwick Boseman), mas é perceptível que os papéis principais ficaram com atores brancos de pele bronzeada – e ainda tem uma cota com uma atriz vietnamita (Elodie Yung, a deusa Hator). Aconteceu algo invertido no primeiro filme do Thor... Mas eu preciso fazer um destaque importante:
Veja pinturas do Egito Antigo e você não encontrará pessoas negras! Elas eram pintadas de um alaranjado (às vezes puxando pro vermelho, às vezes para o amarelo). Quem disse que naquele tempo o Egito só tinha negros? Só por que é na África. Não. A probabilidade é que o tom de pele da época seja um marrom avermelhado, uma pele árabe bronzeada de sol. Nas pinturas egípcias, a cor negra estava associada tanto à noite e à morte, quanto à fertilidade e à regeneração, uma vez que o solo do Rio Nilo era enegrecido. A cor era usada em sobrancelhas, olhos e detalhes.
Bom... outro erro está nas atuações. Eu realmente gostaria de saber o que levou Geoffrey Rush () Gerard Butler (Set) e Nikolaj Coster-Waldau (Horus) a aceitarem os papéis principais nesse filme. Se foi dinheiro, eles devem repensar suas estratégias de carreira porque o filme custou U$140 milhões e não rendeu nem 30. Todos parecem estar em "modo automático/over" e Butler ainda tem um momento Leônidas de Esparta... Se foi para alavancar a carreira do jovem casal protagonista que nem vale citar o nome, também não deu.


Mas esse erro pode estar no próprio roteiro do filme. O irmão ciumento (Set) que toma tudo do irmão bonzinho (Osíris) e vira um ditador que quer dominar absolutamente tudo é comum e foi mal trabalhado, pois ficou raso e sem propósito, gratuito mesmo. As motivações e conexões entre os personagens também não possuem desenvolvimento ou profundidade e vão do 8 ao 80 em segundos. O amor do ladrão a la Indiana Jones e da jovem puríssima não engrena, assim como o amor entre os deuses não convence. Não que eu tenha ido ao cinema ver uma obra-prima do cinema, mas nem os efeitos especiais e os cenários exuberantes chamam atenção.


Mas vamos à mitologia em si...

Começo dizendo o seguinte: a mitologia egípcia não é de grandes sagas e histórias como as mitologias grega, escandinava, japonesa, celta... Que eu saiba, a mais importante é realmente essa relação entre Osíris, Set, Ísis e Horus. Assim que puder, pesquisarei melhor sobre isso... mas essa situação acaba por tornar todo o filme um erro. Nem mesmo a história entre esses deuses ficou boa.

As representações dos deuses egípcios realmente tinham uma versão humana e outra zoomorfizada, ou seja, com cabeça de animal, mas nada de armaduras Transformers! O fato de serem maiores do que os humanos é uma livre interpretação do "Peso da Alma", uma regra artística que coloca deuses e faraós (representantes divinos na Terra) maiores do que as pessoas comuns em pinturas. Mas sangue de ouro... isso é coisa de Percy Jackson. Já as serpentes gigantes que soltam fogo, parecem coisa de Fúria de Titãs.


Já o além-vida é realmente uma das partes mais importantes da religião/mitologia egípcia: praticamente todos os deuses possuíam alguma relação com o pós-vida. Anúbis (o deus-chacal que talvez seja a cara mais conhecida dessa mitologia) e o Salão das Duas Verdades (onde uma pena é usada como medida de peso) fazem parte da caminhada de toda alma. Porém, aquela passagem luminosa que parecia um olho e levava as almas após a pesagem não existe. O sistema é outro que planejo descrever aqui um dia.

Acho que o filme serve para mostrar que esses deuses também existem. A correlação deles está correta: Rá é o deus-sol, Horus é o céu, Hator é a deusa do amor (entre outras coisas), Thot é o deus da sabedoria, Apep (Apófis) é um grande demônio, etc etc. Confesso que não sei qual roteiro tornaria esses deuses atrativos por causa da ligação com a morte, mas merecia mais.

domingo, 6 de março de 2016

Descanso merecido

Depois de meses envolvido com a saga de Hércules, me dei um descanso. Mas não fiquei longe da mitologia. Vi o filme Deuses do Egito (farei a crítica ainda essa semana) e comecei a ler a segunda saga de Percy Jackson (Os heróis do Olimpo), da qual já li o primeiro livro em 2013 e fiz uma resenha. No momento, estou no segundo livro (O filho de Netuno) com os outros na fila. Além disso, logo que reorganizar meus horários particulares, retornarei com os verbetes curtos.

Até já!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

HÉRCULES: Livro virtual

Finalizo a saga de Hércules com um presente a todos: resolvi diagramar uma publicação virtual para que toda a informação pesquisa e postada por aqui estivesse disponível em um único lugar em forma de revista.

Creio que ainda encontrarei muita coisa interessante e farei as devidas atualizações (tanto no blog quanto na publicação) caso isso aconteça.

Espero que todos tenham curtido como eu e continuem a se aventurar.


PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIIILivro

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A África na Avenida

Os desfiles tem espaço para todos os deuses e santos, mas é a África que empodera as escolas. E, na segunda-feira, os orixás desceram e sambaram.

SALGUEIRO
Exu abriu a escola da malandragem e levou o Estandarte de Ouro de melhor Comissão de Frente.

Exu comanda a malandragem.
E teve componente que recebeu a energia dos orixás.

PORTELA
Poseidon voou sobre as águas na comissão de frente da Portela, que trazia Ulisses enfrentando o mar em sua Odisseia. E ainda teve Moisés sobre a águia-símbolo, vikings, múmias e o Eldorado nas viagens de Paulo Barros.


MANGUEIRA
Oyá que abriu os caminhos da Mangueira de Bethânia, mas a África mandou seus orixás pra avenida.


Dá-lhe Carnaval!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Deuses do samba

Essa foi a manchete do jornal de segunda-feira por conta da presença de deuses gregos no desfile da União da Ilha. No entanto, São Jorge e seu sincretismo foram enredo da Estácio de Sá e a Unidos da Tijuca trouxe um abre-alas com a criação do homem vindo do barro, assim como nas lendas africanas.

ESTÁCIO DE SÁ
Quimeras e dragões.

UNIÃO DA ILHA
Zeus!
Os Olimpianos.

UNIDOS DA TIJUCA

O que será que veremos hoje?
(Fotos: G1)

HÉRCULES: Inspiração

Como havia dito no início da saga, meu sobrinho de quatro anos me inspirou a percorrer a mitologia grega em busca da história de Hércules. E nesse ínterim, sentei com ele para desenhar os famosos trabalhos. O que você vê a seguir, pra mim, é absolutamente incrível.

O Leão da Nemeia.
A Hidra de Lerna.
A Corça da Cerineia.
O Javali do Erimanto.
As Cavalariças de Augias.
As Aves do Lago Estínfale.
O Touro de Creta.
As Éguas de Diomedes.
O Cinturão de Hipólita.
Os Bois de Gerião.
Os Pomos das Hespérides.
Cérbero.

Quatro anos.


PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIII - Livro

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

HÉRCULES: Outras mídias

Inúmeros romances, contos, filmes, histórias em quadrinhos, minisséries de TV e desenhos animados que envolvem seres superpoderosos se inspiraram nas façanhas de Hércules.

O herói tornou-se muito popular na Idade Média e no Renascimento, sendo referência, por exemplo, para o romance em prosa poética Le fatiche d’Ercole, de Pietro Bassi (1475), para o texto em prosa Los doze trabajos de Hercules, de Don Enrique de Villena (1483-1499), para o romance anônimo Les prouesses et vaillances du preux Hercules (1500), para o poema Dodeci travagli di Ercole, de J. Perillos (1544) e uma coleção de adágios e alegorias chamada Trabajos y afanes de Hercules, de Fernandez de Heredia (1682).

A romancista Agatha Christie inspirou-se no herói não só para nomear um de seus principais personagens (Hercule Poirot) como também para nomear uma coletânea de doze contos policiais do detetive belga (The labours of Hercule).

A seguir, uma lista significativa da presença do herói em várias mídias:

CINEMA
  • Hércules (Le fatiche de Ercole, 1958, 104’), primeiro filme italiano do americano Steeve Reeves como o herói. O ator ficou tão conhecido como o herói que muitos dos seus filmes receberam o nome de Hércules sem serem sobre o tema.
  • Hércules e a Rainha da Lídia (Ercole e la Regina di Lidia / Hercules unchained, 1959, 98’), novamente com Steeve Reeves.
  • Hércules na Conquista de Atlântida (Ercole alla Conquista de Atlantide / Hercules and the Captive Women, 1961, 101’), com Reg Park fazendo o herói.
  • Hércules no Centro da Terra (Ercole al Centro della Terra / Hercules in the Haunted World, 1961, 91’), segundo filme de Reg Park com Christopher Lee sendo o vilão Rei Licos.
  • A Fúria de Hércules (La Furia de Ercole, 1962, 97’), protagonizado por Brad Harris.
  • Hércules e o Império dos Elefantes (Ercole l’invincibile, 1964, 85’), protagonizado por Dan Vadis.
  • Os Tiranos da Babilônia (Ercole contro i Tiranni di Babilonia, 1964, 96’), protagonizado por Peter Lupus (Rock Stevens).
  • Maciste e a Rainha de Samar (Maciste e la Regina di Samar / Hercules against the Moon men, 1964, 90’), protagonizado por Sergio Ciani (Alan Steel).*
* Maciste é um dos personagens mais recorrentes do cinema italiano do gênero gladiador (peplum), precursor dos personagens de aventuras falsamente mitológicas (Conan), interpretados por atores com hipertrofia muscular, que apareceu pela primeira vez no filme italiano épico Cabíria, de 1914. Representa um homem mitológico muito similar a Hércules, que utilizava sua descomunal força para realizar feitos heroicos. Por essa razão, muitos filmes italianos de Maciste foram traduzidos para Hércules no mercado americano.
  • O Desafio dos Gigantes (La Sfida dei Giganti / Hercules the Avenger, 1965), com o retorno de Reg Park ao herói.
  • Hércules em Nova York (Hercules in New York, 1970, 75’), protagonizado por Arnold Schwarzenegger).
  • Hércules (1987, 98’), filme clássico protagonizado por Lou Ferrigno, o antigo Hulk.
  • Hércules e as Amazonas (The legendary journeys: Hercules and the Amazon Women, 1994, 91’), primeiro filme protagonizado por Kevin Sorbo.
  • Hércules em busca do Reino Perdido (The legendary journeys: Hercules and the Lost Kingdom, 1994, 91’), segundo filme protagonizado por Kevin Sorbo.
  • Hércules e o Círculo de Fogo (The legendary journeys: Hercules and the Circle of Fire, 1994, 91’), terceiro filme protagonizado por Kevin Sorbo.
  • Hércules no Mundo dos Mortos (The legendary journeys: Hercules in the Underworld, 1994, 90’), quarto filme protagonizado por Kevin Sorbo.
  • Hércules e o Labirinto do Minotauro (The legendary journeys: Hercules in the Maze of the Minotaur, 1994, 90’), quinto e último filme protagonizado por Kevin Sorbo antes da série de TV.
  • Steve Byers faz o deus Hércules no filme controverso Imortais (Immortals, 2011). Já falei aqui.
  • O Jovem Hércules (Young Hercules, 1998, 86’), prequel dos filmes e seriados de Kevin Sorbo, protagonizado por Ian Bohen.
  • Hércules (2014, 98’), com Dwayne “The Rock” Johnson protagonizando. Já falei sobre esse filme aqui.
  • Hércules (The legend of Hercules, 2014, 99’), com Kellan Lutz protagonizando. Já falei sobre esse filme aqui.
  • Hercules reborn (2014, 95’), protagonizado pelo lutador de wrestle John Hennigan.


TV
  • Hércules (Hercules: The legendary journeys, 1995-9), seriado de TV com Kevin Sorbo na esteira do sucesso dos filmes que protagonizou. Teve 6 temporadas e deu no spin-ff de Xena: A princesa guerreira, onde Kevin fez dois episódios como o herói.
  • O filme O Jovem Hércules também gerou uma temporada de um seriado (1998-1999, 49 episódios) protagonizado por Ryan Gosling.
  • Brian Thompson fez o herói em A vingança do gladiador (Jason and the Argonauts, 2000, 90’ cada), filme para TV em duas partes.
  • Daniel Pierce e Jonathan Whitesell interpretam Hércules no seriado Once upon a Time.


ANIMAÇÃO
  • The Mighty Hercules (1963-65), animação que teve três temporadas com Jimmy Tap fazendo a voz do herói. Já falei aqui.
  • Hércules faz uma participação na animação de Thor, da Marvel em 1966.
  • Hércules (1995), animação feita numa parceria entre Japão e EUA.
  • Hércules, da Disney (1997, 93’), com Tate Donovan dublando o herói. Já falei sobre esse filme aqui.
  • Na esteira do sucesso do filme, a Disney lançou um seriado animado (Hercules - Zero to hero, 1998-9). Em 1999, a Disney lançou o filme desse seriado.
  • Logo depois que a Disney faz sucesso com algum filme, costumam aparecer inúmeras animações de mesmo tema porém qualidade inferior. É o caso de Hercules: Enchanted Tales (1997, 50’, da Sony Wonder) e Hercules (1997, 50’, Marvista).
  • Hércules e Xena - A Batalha pelo Monte Olimpo (Hercules & Xena - The Animated Movie: the Battle for Mount Olympus, 1998, 80’) uniu Kevin Sorbo e Lucy Lawless nas vozes de seus personagens de sucesso da TV.
  • Mythic Warriors: Guardians of the Legend (1998-2000) foi uma animação com duas temporadas que contava a história de vários heróis gregos. Lawrence Bayne fez a voz de Hércules.
  • Class of Titans (2006-7), animação sobre descendentes dos deuses que teve quatro temporadas, com Garry Chalk fazendo a voz do herói.


QUADRINHOS
  • A Marvel possui um Hércules entre seus personagens com características praticamente iguais às do herói mitológico. A DC Comics também tem seu Hércules, ligado às histórias da Mulher-Maravilha.
  • O filme com Dwayne “The Rock” Johnson foi baseado na HQ The Tracian Wars, the Steve Moore.


VIDEOGAME
  • Hércules, jogo do filme da Disney.
  • O herói é um dos chefes/inimigos de fase do God of War 3.


MÚSICA
  • George Frideric Haendel compôs em 1744 a ópera Hércules em três atos. Foi apresentada pela primeira vez no King’s Theatre em Londres em janeiro de 1745. Teve, pelo menos, outras cinco montagens.
  • O herói é citado na música Holding out for a hero, de Bonnie Tyler, que postei aqui.


Esta postagem será atualizada sempre que encontrar novas informações. Se você tiver alguma, deixe nos comentários ou mande para mitographos@gmail.com.

PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIII - Livro