quarta-feira, 6 de abril de 2011

Mais imortais na telona

Em abril do ano passado, falei sobre a onda de mitologia grega que invadiu o mundo do entretenimento (e parece não ter parado!). Havia, inclusive, citado o filme Immortals e agora ele começa a dar mais pistas. Foram revelados cinco cartazes com o slogan The gods need a hero ("Os deuses precisam de um herói") em um estilo do filme 300 (os produtores do filme são os mesmos). Vejam:


Immortals (que já se chamou War of the Gods) conta a história do insano Rei Hipérion (Mickey Rourke) que sedento de poder resolve dominar a humanidade libertando os antigos Titãs aprisionados no Tártaro pelos deuses. Para isso, ele precisa encontrar Épiro, o poderoso arco do deus Ares, a única arma capaz de realizar tal feito. Um antiga lei impede que os deuses voltem a interferir nos conflitos humanos, então, um preocupado Zeus (John Hurt) decide influenciar o jovem guerreiro Teseu (Henry Cavill) para iniciar uma cruzada contra as hordas de Hipérion ao lado de imortais deuses gregos.

O filme estreia em novembro de 2011 nos EUA (dezembro no Brasil). Também estão no elenco Kellan Lutz (Poseidon), Luke Evans (Zeus mais novo), Isabel Lucas (Atena), Stephen Dorff (Stavros), Corey Sevier (Apolo), Freida Pinto (a sacerdotisa Faedra), Steve Byers (Hércules) e Robert Maillet (o Minotauro), entre outros. Em setembro, será lançada uma graphic novel em capa dura baseada no filme que mostrará mais a respeito dos personagens e suas histórias.

Tá... tirar os Titãs do Tártaro para enfrentar os deuses... hã... alguém aí falou "Percy Jackson"? E alguém aí se lembra que pensei o mesmo quando vi a sinopse do segundo filme do Fúria de Titãs? Trocentas mil possibilidades de lendas e acabam usando premissas semelhantes? E pra quê distorcer tanto a lenda, colocando Teseu no meio dessa guerra toda? Épiro... uma arma? Ah... Hollywood... esperamos o melhor, hein?!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Tane

Tane Mahuta, uma kauri (Agathis australis), árvore conífera australiana que leva o nome do deus por causa de sua altura.

Deus das florestas, Tane foi o responsável por a separar seus pais Rangi (Céu) e Papa (Terra). O casal primordial se abraçava com tanta força que seus filhos vivam sufocados entre os dois. Os irmãos de Tane queriam matá-los, mas, por ser o mais forte de todos, foi ouvido. Firmou bem os pés em Papa, encaixou os ombros no corpo de Rangi e o empurrou para cima com toda a força. Essa seria uma representação das árvores com suas raízes fincadas na terra e seus galhos apontando para os céus.

Com pena de seus pais nus e separados, Tane começou a vesti-los. Primeiro, pintou o Céu de vermelho, mas não gostou do resultado. Então, cobriu-o com o manto negro da noite. Para sua mãe, arranjou algumas árvores invertidas, ou seja, com as raízes para cima, mas o efeito não o agradou. Resolveu fazer um vestido com as mais verdes e tenras folhas e as flores mais coloridas para cobrir todo seu corpo.

Um de seus irmãos, Uru, não ganhou nenhuma função divina e chorava enrolado no manto de seu pai. Para que ninguém visse suas lágrimas, Uru as guardava em cestas. Mas Tane acompanhou a tristeza do irmão é pediu os cestos emprestados. Surpreso e com medo de ser descoberto em sua fraqueza, Uru não quis dar, mas Tane avançou e derramou uma delas no manto de seu pai. Suas lágrimas era luzes brilhantes que se tornaram as crianças-luz, as estrelas. Feliz com o ocorrido, Uru deu suas outras cestas a Tane, que foi criando a Via Láctea.

Tane abre a cesta de Uru. (Kipper)

Acreditava-se que seu maior rival era seu irmão Tawhiri, deus das tempestades. Ele teria perseguido alguns filhos de Tane por toda a terra e eles acabaram se escondendo no mar, onde se tornaram peixes a mando de Tangaroa. Outros colocam Tangaroa como seu maior rival, criando uma dualidade entre mar e terra.

Algumas lendas dizem que Tane foi o criador do primeiro homem, Tiki, a partir do barro. Outras dizem que ele se acasalava com árvores e animais, gerando todo tipo de monstro, como serpentes e dragões, porque sua mãe não permitia que ele tivesse uma esposa - uma punição pela separação à força. Até que um dia, ela se apiedou de Tane e sugeriu que ele fizesse para si uma esposa com a areia da praia. Ele seguiu a ideia de Papa e soprou no nariz de sua criação arenosa, que espirrou, e se tornou Hine-hau-one, a primeira mulher (mudando o paradigma da criação masculina).

É dito também que Tane acabou se casando com sua filha, Hine-titama, sem saber quem ela era. Quando eles souberam, ela fugiu para o subterrâneo e se tornou a deusa da morte, chamada de Hine-nui-te-po. Tane desceu ao subterrâneo para pedir perdão e se colocar à disposição da deusa, que pediu que ele voltasse ao mundo e criasse seus filhos até que eles voltassem à ela.

Todos os que usam madeira veneravam o deus, particularmente os construtores de canoas. Uma noite antes de começar a cortar as árvores para fazer as canoas, os artesãos rezavam para Tane e descansavam os machados no seu templo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A ira dos titãs!


Todos sabiam que o ator Sam Worthington havia assinado contrato para mais filmes do Fúria de Titãs (Clash of the Titans, 2010), só que a repercussão negativa e os problemas com a versão 3D pareciam ter engavetado o filme. Ou não!

Com a agenda do ator liberada e ele prometendo atuar melhor daqui pra frente, as filmagens de Fúria de Titãs 2 (Clash of the Titans 2, previsto para 2012) começaram esta semana. Inicialmente o filme iria se chamar Wrath of the Titans (traduzido no título do post), mas a Warner já fechou com o número da sequência.


A trama - escrita por Greg Berlanti e dirigida por Johnatan Liebesman - começará dez anos depois de Perseu (Sam Worthington) derrotar o Kraken de Poseidon (Danny Houston) no primeiro filme. Agora o semideus tenta levar uma vida de pescador e criar sozinho o seu filho de dez anos, Helius. Enquanto isso, uma luta por supremacia opõe os deuses, enfraquecidos pela falta de crença dos homens, e os titãs, liderados por Cronos. Perseu é empurrado para o combate quando Hades (Ralph Fiennes) e Ares (Édgar Ramírez) fazem um trato com Cronos para capturar Zeus (Liam Neeson). O poder dos titãs aumenta, ameaçando espalhar o inferno do Tártaro, onde os titãs eram mantidos presos, pela Terra. Resta a Perseu - ao lado da Rainha Andrômeda (Rosamund Pike, no lugar de Alexa Devalos), o semideus Agenor (Toby Kebbell) e o deus caído Hefesto (Bill Nighy) - invadir o submundo, resgatar Zeus e salvar o mundo.

Tá. Então... vamos por partes:

  • Criar filho sozinho? Mataram a Io (Gemma Aterton) no primeiro filme, trouxeram ela de volta e agora vão matar de novo? Será que isso é pra corrigir ele não ter terminado com a Andrômeda?
  • Alguém aí falou "trama de Percy Jackson"?
  • Hefesto, deus caído? Tá... na lenda ele é jogado recém-nascido do Monte Olimpo, mas depois volta como um dos Olimpianos! Quero ver também qual será a explicação para colocar o ator Bill Nighy para fazer o ferreiro do Olimpo!
  • Agenor semideus? Quando? Quem? Onde?


Bom... o diretor anda dizendo que o filme será mais "realista", com mais dramaticidade e que novamente será convertido para 3D, porque a tecnologia para filmar direto ainda é muito cara. Como dessa vez não tem filme anterior para comparar, só nos resta esperar um bom blockbuster com um saco grande de pipoca na mão, porque - mitologicamente falando - as adaptações vão confundir.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Ahto

Ahto (Ahti) é o deus de todas águas e dos pescadores, com barba de musgo. Vivia no palácio de Ahtola, abaixo de um penhasco tempestuoso, açoitado e erodido pelas ondas, com sua esposa Vellamo (Wellamo) e suas filhas; todas espíritos do mar.

Diz-se que tinha ciúme dos deuses celestes, pois acreditava que não recebia os devidos rituais. Sendo assim, costumava ser implacável com marujos que não rezem para ele, enviando redemoinhos, vagalhões e monstros do mar (que poderiam ser grandes moluscas ou morsas).

Ahti também é o nome de um herói finlandês que teria jurado viver em paz se conseguisse se casar com seu grande amor, mas acaba precisando quebrar o juramento e cai em combate.

terça-feira, 15 de março de 2011

Percy Jackson - A maldição do titã

Finalizei o terceiro livro da série Percy Jackson. Assim como o segundo livro se baseia nas aventuras de Ulisses e Jasão, o livro A Maldição do Titã utiliza vários elementos dos famosos trabalhos de Hércules (alguns já foram usados anteriormente) e da grandiosa Titanomaquia, ou a Batalha dos Titãs. São dois assuntos que merecem muitos posts por aqui, então, não vou detalhá-los.

Este livro começa se aprofundar na questão do herói na mitologia grega, mostrando que nenhum deles era perfeito. Todas as sagas e missões possuem um revés que nem sempre é considerado porque só se fala nas vitórias, conquistas e benesses. Ler O Poder do Mito, de Joseph Campbell, deve dar uma boa reforçada nisso. As similaridades com a série Harry Potter continuam, com poucas disparidades.

Somos apresentados a alguns personagens novos, como novos meio-sangue e alguns deuses que ainda não haviam sido caracterizados anteriormente, como Apolo, Ártemis e Deméter. Aliás, a cena final do filme quando Percy vai até a sala dos Olimpianos no meio de uma reunião divina, acontece neste livro.

Mas o mais interessante pra mim, é o bestiário destes livros. A cada volume sou apresentado a seres que não sabia o nome ou - confesso - nunca havia ouvido falar! Dessa vez, descobri Keto (ou Ceto), o Ofiotauro (e sua função sagrada), Talo (colosso de Creta) e Ládon (dragão das Hespérides). Como os titãs são muito citados, descobri nomes e relacionamentos interessantes, assim como o Monte Otris, a base titã na grande guerra contra os deuses do Monte Olimpo.

Calma que só faltam dois livros.