Hoje, dia 2 de fevereiro, é Dia de Iemanjá, a Rainha do Mar.
Segundo o historiador Manuel Passos, no início do século XX, um grupo de cerca de 25 pescadores resolveu fazer oferendas para a Iemanjá, pedindo em troca, fartura de peixes e tranqüilidade nas águas. Há mais de 80 anos, católicos, adeptos do candomblé e turistas participam de ritual semelhante, jogando no mar sabonetes, perfumes, flores, espelhos e bonecas.
Uma lenda conta que Iemanjá, filha de Olokun, casou-se com Olofin-Odudua em Ifé, na Nigéria, e teve dez filhos, todos orixás. Depois de amamentá-los, teria ficado com seios enormes. Cansada de viver em Ifé, Iemanjá fugiu para Abeokutá e se casou novamente, com Okerê. Mas Iemanjá impôs uma condição para o casamento: que o marido jamais a ridicularizasse por conta dos seios. Mas uma ofensa de Okerê causou fúria a Iemanjá, e ela fugiu novamente, encontrando num presente do pai o caminho para as águas. Nunca mais voltou para a terra e tornou-se a Rainha do Mar. Seus filhos fazem oferendas para acalmá-la e agradá-la.
Ainda falarei bem mais sobre ela por aqui.
Penso muito nela ao entrar no mar!
ResponderExcluirTenho encontrado pouco sobre ela na mitologia africana. A relação do Brasil com o mar é grande, então, é possível que tenhamos a elevado a um nível de deidade que ela não tinha antes. Respeitamos o mar e, portanto, sua rainha.
ResponderExcluirO nome, provavelmente é derivado da expressão Iorubá “Yèyé omo ejá” que significa “Mãe cujos filhos são peixes”. O seu culto foi trazido pelos primeiros grupos de escravos negros que vieram para o nordeste brasileiros: os iorubás ou nagôs com suas diversas ramificações.
ResponderExcluirPierre Verger, fotógrafo e etnólogo franco-brasileiro,falecido em 1996, dedicou a maior parte de sua vida ao estudo, entre outros, da chamada diáspora africana (na verdade, o tráfico negreiro) e das religiões surgidas na América fruto do contato com os africanos e afro-descendentes.
No livro "Dieux D’Afrique", cuja última edição é de 1995, registrou: “Iemanjá, é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. As guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX".
Sugiro ainda a leitura do livro "Um defeito de cor" de Ana Maria Gonçalves.