segunda-feira, 1 de março de 2010

Khnum

Khnum era uma antiga divindade egípcia, mencionada nos textos da pirâmide de Khufu como seu protetor (seu culto perdeu forças com a ascensão de Ra). Em sua origem pré-dinástica, Khnum era o guardião da nascente do Nilo e ajudante de Hapi, deus das enchentes. Ele abria as comportas que ficavam na caverna de Hapi e regulava a quantidade de lodo na água. Como a vida no Antigo Egito era baseada nas inundações anuais do rio que fertilizava os campos e permitia a prática agrícola, todos os deuses do Nilo eram de suma importância.

É exatamente por causa do lodo que Khnum ganhou sua maior função no panteão egípcio: o de criador dos homens e dos deuses e modelador do mundo. Em seu torno de oleiro, ele modelava crianças e dava alma a elas (ka). Também é dito que modelava deuses. Ao ser associado a Heqet, deusa do parto, passou a receber ajuda para colocar os moldes nos úteros maternos e garantir a saúde dos recém-nascidos. Em Esna, Khnum seria o responsável pela criação do ovo que deu vida à Ra, o deus-sol maior.

Por estar relacionado à nascente do Nilo, também estava relacionado às águas que vinham das profundezas da terra e, portanto, tinha ligações com o mundo subterrâneo. Aparece no Livro da Morte, como protetor daqueles que morreram e da barca de Ra.

Era representado como um carneiro, um homem com cabeça de carneiro ou um homem com os chifres de um carneiro. Poucas vezes aparecia com cabeça de boi. Os chifres eram horizontais, e costumavam vir com uma jarra de argila cheia de água ou uma coroa dupla branca e plumada do Alto Egito. Pode também ser chamado de Chnum, Khnemu ou Knum. Existe uma representação de Khunm com quatro cabeças de carneiro, chamada de Sheft-hat. Além da sua, as outras cabeças representariam: Shu, Geb e Osíris, ou seja, o ar, a terra, a morte, e ele como a criação.

Por duas razões, Khnum também era também considerado deus da fertilidade: primeiro, por causa do lodo fertilizante do Nilo que ele controlava e manipulava para gerar vida; e, segundo, porque os egípcios consideravam os carneiros animais potentes.

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